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sexta-feira, outubro 11, 2013

Os números mostram: Brasileirão 2013 é o campeonato dos times medianos

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Muito tem se falado a respeito do Brasileirão 2013 ser um campeonato de times medianos (eu mesmo falei isso nesse post). A impressão geral ocorre porque, exceção feita ao Cruzeiro, todas as outras equipes oscilam demais no campeonato, o que confere uma certa estabilidade na tabela, com os mineiros à frente, o restante do G-4 fixo há algumas rodadas com revezamento de posições entre três times, e outros três há tempos no Z-4, com dois (São Paulo e Vasco) trocando de lugar na zona do rebaixamento há algumas rodadas.

Mas, se formos ao dicionário, vemos que o termo “mediano” se refere àquilo que está “colocado no meio, entre dois extremos”. Assim, se considerarmos os extremos como o G-4 e o Z-4, chegaremos à conclusão que, pelo menos até a 27ª rodada, esta é, sim, uma competição de equipes medianas.

A classificação atual traz o primeiro time fora do G-4, o Atlético-MG, com 39 pontos, somente seis à frente do São Paulo, primeiro fora da zona de rebaixamento. Se tomarmos como referência o Brasileiro de 2012, na 27ª rodada a diferença era bem maior: o São Paulo, 5º colocado, tinha 40 pontos, 14 à frente do Coritiba, 16º.

Quase todos podem chegar lá... embaixo.
Campeonatos anteriores também mostram uma distância grande entre o 5º e o 16º. Em 2011, o Fluminense tinha 44, e o Cruzeiro, 27. Em 2010, o Atlético-PR tinha 42, e o Avaí, 29. No Brasileirão de 2009, o Internacional tinha 44 e o Santo André, 28. Já em 2008, o São Paulo tinha 46, uma vantagem ampla para o Figueirense, que tinha 28. Se alguém tiver os dados da 27ª rodada de 2005 a 2007 (quando havia 20 clubes na 1ª divisão), a gente agradece.

Existe outro fator que dá a impressão ao torcedor de que os times em geral estão em um nível sofrível. Se descontarmos o Atlético-MG, que já está classificado para a Libertadores e não tem mais interesse pelo G-4, o sexto colocado, Vitória, está a cinco pontos do Vasco, primeiro da zona de rebaixamento. Enquanto isso, sua distância para o quarto colocado, Atlético-PR, é de oito pontos. Ou seja, na prática, existe um espectro de 15 equipes cuja realidade, hoje, está mais próxima da disputa contra o rebaixamento do que da perspectiva de se chegar à Libertadores. Todos estão em busca da sensação de alívio, e não do êxtase. Faz muita diferença par ao ânimo dos boleiros...

E, tomando-se em conta a pontuação da turma de baixo, todos esses times têm mesmo razão para se preocupar. Nos campeonatos analisados acima, reparem a pontuação dos times mais bem colocados na zona do rebaixamento em cada ano. Em 2012, o Sport tinha 27 pontos; no Brasileiro de 2011, o Atlético-PR tinha 27; em 2010, o Atlético-GO, 26; no ano de 2009, o Botafogo tinha 29, e, em 2008, a Portuguesa tinha 27. Todos abaixo do Vasco em 2013, que tem 32, e apenas o Botafogo de 2009 tem a pontuação atual do Criciúma, atual 18º colocado, com 29, os outros estão abaixo. A Ponte Preta, penúltima colocada atual, tem 26, mesmo aproveitamento do Atlético-GO de 2010.

Em suma, a atipicidade em termos de pontuação desse Brasileiro pode fazer a “nota de corte” do rebaixamento subir, superando os ditos 45 que os matemáticos costumam adotar como porto seguro para se manter na Série A, como o Marcão já alertou aqui. Aliás, essa projeção, em geral, já é dada anteriormente, alguém refez as contas com base no certame atual atípico?

Vendo pelo lado positivo, a competição ainda está aberta para uma arrancada de algum time que possa, primeiro, se sentir aliviado, e depois almejar algo, quem sabe, no G-4, que pode virar G-5 caso algum dos clubes de cima vença a Copa do Brasil, dando chances pra quem hoje tem como realidade a zona do perigo. Mas pode virar G-3 se um brasileiro vencer a Sul-Americana. Por enquanto, tirando os cruzeirenses, ninguém tem muito a comemorar no Brasileiro.

2 comentários:

Moriti disse...

Glauco, estava conversando exatamente isso com um amigo esta semana. Quando há muito mais times brigando do meio pra baixo do que do meio pra cima da tabela é sinal que a coisa está, no mínimo, mediana.

Abraço.

Anônimo disse...

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