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Há exatos três anos, num 25 de novembro, morria, aos 59 anos, o irlandês George Best (foto à direita) - um dos maiores jogadores de futebol (e bêbado) de todos os tempos. Em 2002, teve de receber um transplante de figado, destruído pela cirrose. Mas insistiu na manguaça e, em 3 de outubro de 2005, teve que ser internado às pressas no hospital Cromwell, em Londres, com sérios problemas nos rins. Antes do fim, no dia 20 de novembro, teve seu último gesto de nobreza: deixou-se fotografar em seu estado lamentável no quarto do hospital, com a mensagem: "Não morra como eu".
Foi então que recebeu uma carta com a seguinte assinatura: "Do segundo melhor jogador de todos os tempos, Pelé". "Este foi o último brinde da minha vida", suspirou Best, tão fanático por futebol quando criança que dormia com a bola na cama. Aos 15 anos, foi treinar no Manchester United. Estreou como profissional em 1963 e marcou 178 gols em 466 jogos pelo seu clube do coração, onde formava um lendário trio com o inglês Bobby Charlton e o escocês Denis Law. Bicampeão inglês em 1965 e 1967, Best participou da maior conquista dos Red Devils até então, a Copa dos Campeões da UEFA, em 1968, sobre o Benfica de Eusébio. E simplesmente marcou o gol da virada, já na prorrogação. O placar final foi 4 a 1.
Ao final daquela temporada, Best recebeu a Bola da Ouro da France Football, sendo, até hoje, o único irlandês a conquistar a premiação. Mas, fora do campo, sua vida era ainda mais agitada. O irlandês tinha cara de galã de cinema e cabelo de astro do rock. Por isso, a imprensa começou a tratá-lo com a mais alta honraria daquela década de 1960: "O Quinto Beatle". O problema é que ele abusava do álcool. Depois de dirigir embriagado e bater num policial, nos Estados Unidos, passou oito semanas jogando no time de uma penitenciária.
Na época, por ser protestante, convivia com ameaças do IRA (Irish Republican Army), grupo paramilitar católico e reintegralista. Curiosamente, Best jogou em duas equipes católicas: o Cork Celtic, da própria República da Irlanda, e o Hibernian, da Escócia. Aos 38 anos, em 1984, se aposentou. Casou-se duas vezes e teve quatro filhos, dois dos quais não reconheceu como dele. Em 1991, deu vexame num debate ao vivo pela BBC, completamente bêbado. Morto, deixou frases antológicas da chamada "vida zonza" assumida (e consumida). Fiquem com duas delas:
"Em 1969, eu desisti das mulheres e do álcool. Foram os 20 piores minutos da minha vida"
"Eu gastei a maior parte do dinheiro que ganhei com bebidas, mulheres e carros velozes. O resto eu desperdicei"
7 comentários:
"Bobby Charlon is good; Pelé is better but George is the Best", dizem os irlandeses. Bela lembrança e vê-se que o cara de fato honrou a tradição de seus compatriotas de encher a lata.
Apenas um reparo. Acho complicado o uso da expressão "terroristas do IRA", dado contexto em que o grupo surgiu. Militares brasileiros se referem até hoje a guerrilheiros como "terroristas" usando lógica semelhante.
Tem toda razão, Glauco. Descuido corrigido.
Marcão, veio à cabeça outra curiosidade: o apelido "quinto beatle" tem relação também com o fato dele ter o mesmo sobrenome do Pete Best? É uma tentativa sub-reptícia de trocadalho com clara influência da escola Frédi/Maurício?
"O problema é que ele abusava do álcool"
Tentativa subreptícia??? Puta trocadalho descarado!!!
E toma que o trocadalho é teu... eu assumo os meus, sempre assumi, não quero saber de trocadalho dos outros no meu colo.
Cara, George Best faz falta no futebol burocrático de hj. Ele era o Garrincha irlandês.
Pela volta do futebol divertido!
P.S. Reproduzi o texto no meu Blog e já linkei vcs lá tb.
Saudações Rubro-negras
Glauco, essa teoria da conspiração relacionando Pete e George Best é uma das melhores - e mais originais - que já ouvi sobre os Beatles. Vou repassar para debate nas comunidades de aficcionados.
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