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sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

"A Escada de Corda" de Nigel Richardson [Opinião]


Comprei este livro numa promoção principalmente porque a sinopse me pareceu interessante. O livro prometia um "romance surpreendente que mistura na perfeição fantástico, ficção-científica, thriller psicológico e universos paralelos". Fiquei curiosa por o livro conter a temática dos universos paralelos.

A história centra-se em Mungo, um adolescente de quinze anos que vive em Londres com os pai. Um dia, quando o pai morre, Mungo e a mãe ficam numa situação financeira difícil e têm de se mudar para o campo. Mas Mungo detesta o campo. E sozinho, sem o pai, sem os amigos, sente-se miserável.
Tudo muda no dia em que conhece outro rapaz chamado Mungo e que é semelhante a si em tudo. Quem será ele? E o que quer: ajudá-lo ou aumentar o caos em que a sua vida de tornou?

Este é um livro de leitura leve e bastante apropriado para o público juvenil. Tem bastante humor, ajudou-me a descontrair, embora não me tenha cativado completamente.

Achei as atitudes de Mungo um bocadinho infantis para a idade, mesmo tendo em conta que era um jovem que estava com dificuldades em aceitar a morte do pai e que detestava viver no campo.

A chegada do outro Mungo trouxe mais surpresas, acontecimentos estranhos e que foram despertando a minha curiosidade. A temática dos universos paralelos está, de facto, presente, e deixou-me com vontade de mais. Apesar de tudo, é uma história que nos faz pensar nos "ses", nas escolhas que fazemos para a nossa vida e como ela poderia ser diferente se tivéssemos escolhido outro caminho.

Gostei, foi uma leitura que deu para entreter e que recomendo ao público mais jovem.

Classificação: 3/5 estrelas

quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

"Ao Fechar a Porta" de B. A. Paris [Opinião]


Ouvi tantas coisas boas acerca deste livro que a minha curiosidade ficou espicaçada e tentei adquiri-lo assim que me foi possível.

Este é um daqueles livros que se lê de uma assentada. Eu não o fiz, mas vontade não me faltou. Ainda assim, despachei-o em três ou quatro noites.

A história inicia-se com um jantar de convívio entre amigos, onde ficamos a conhecer Jack e Grace, um casal aparentemente perfeito. Mas neste livro nada é o que parece. Ao fim de poucas páginas, o leitor começa a aperceber-se de que algo não está bem e rapidamente entra no horror que é a vida de Grace.

A história alterna entre presente e passado, sempre contada na voz de Grace. Vamos conhecendo como Jack e Grace se conheceram, como foi o início do casamento de ambos e como pretendiam tomar conta de Millie, irmã de Grace e portadora de Síndrome de Down.
Milli teve um papel muito importante nesta história e sempre foi quem deu força e esperança a Grace. Gostei imenso de ver como elas se davam tão bem e como Grace era maternal para com a irmã.

Este livro não é gráfico, não há cenas violentas de sangue nem mutilação de cadáveres. O terror é todo psicológico, e consegue ser tão ou mais perturbador quanto a violência física.

É um livro que não dá descanso ao leitor. Não há momentos parados, não há tempo para pausas. Assim que começa a ganhar intensidade, mantém-se intenso até à última página, impossível de largar.

Durante a leitura, senti-me entusiasmada, surpreendida, repugnada e até aterrorizada com a violência que Grace estava a sofrer. Torci durante todo o tempo para que ela se conseguisse soltar, embora fosse difícil imaginar como.

O final está muito bom e deixou-me com um sorriso um nadinha perverso. Aliás, tudo neste livro está perfeito, adorei mesmo e recomendo absolutamente a sua leitura. Foi, sem dúvida, uma das minhas melhores leituras de 2017.

Classificação: 5/5 estrelas

quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

"O Espião Português" de Nuno Nepomuceno [Opinião]


(Atenção, esta opinião pode conter spoilers para quem ainda não leu o livro!)

O Espião Português foi o romance vencedor do Prémio Literário Book.it, em 2012, e que nos deu a conhecer o autor Nuno Nepomuceno.
Foi também a primeira obra do autor que tive oportunidade de ler.

Para começar, creio que nunca tinha lido nada sobre espionagem, não por não gostar da temática mas simplesmente porque, até hoje, nunca nenhum livro sobre o assunto me tinha vindo parar às mãos. E é ainda mais interessante ter sido escrito por um português.

Neste romance, conhecemos André Marques-Smith, um jovem de 27 anos, bom rapaz, dedicado à família e aos amigos. Tornou-se o mais jovem funcionário do Ministério dos Negócios Estrangeiros, sendo um profissional muito dedicado.
Contudo, André tem uma vida dupla. Ele é Freelancer, um espião que trabalha para a Cadmo, uma organização semigovernamental internacional.

O livro mostra-nos um André um várias facetas da sua vida: como funcionário do Ministério, como espião e como uma pessoa normal com a sua vida privada, com mais ou menos problemas.

Aquilo que mais gostei, sem dúvida, foi a sua atividade enquanto espião. Adorei as missões e achei-as muito bem estruturadas e desenvolvidas. Havia suspense e ação e fiquei com a sensação de que estava a ver um filme do 007.
Depois também apreciei a forma como ele cumpria, ao mesmo tempo, as suas funções como acompanhante do Ministro, e como se esquivava nos momentos necessários.

Porém, André é um jovem que esconde um coração destroçado pelo rompimento do namoro com a Mariana. A relação de ambos foi-nos contada por breves momentos, para que pudéssemos compreender de onde vem a sua dor. Confesso que não me senti muito empática com o seu sofrimento, pelo simples facto de que o autor nos contou pouco acerca do namoro e senti falta de mais. Pareceu-me uma relação superficial e repentina e que o abalou demasiado. Se calhar até compreendo mais o lado da Mariana, dado que o André queria apressar muito as coisas e ela sentiu que ele não respeitava o que ela desejava para a sua vida.
Por momentos, irritei-me um bocadinho com a choraminguice do André, sempre a lamuriar-se por ter 27 anos e continuar solteiro. Fez-me alguma confusão. É verdade que há muitos homens que querem constituir família, mas também há muitos que apreciam a sua independência. Achei que este aspeto não fazia muito sentido na personalidade do André, pelo menos foi o que fiquei a sentir à medida que progredia na leitura.

No geral, foi uma leitura bastante agradável, repleta de ação, reviravoltas, enigmas e traições. O ritmo rápido permite uma leitura viciante e difícil de pousar. Sem dúvida que fiquei com vontade de ler a continuação desta série, bem como o mais recente trabalho do autor: A Célula Adormecida.

Classificação: 3/5 estrelas

segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

"O Último dos Nossos" de Adélaïde de Clermont-Tonnerre [Opinião]


O romance O Último dos Nossos marcou a minha estreia com a autora francesa Adélaïde de Clermont-Tonnerre, e quero desde já agradecer à editora Clube do Autor por tão gentilmente me ter cedido este exemplar para leitura.

O Último dos Nossos passa-se em dois cenários distintos: em Dresden, Alemanha, em 1945, final da Segunda Guerra Mundial; e em Nova Iorque, nos anos 60/70.

Tudo começa quando Werner, um jovem empreendedor, conhece a mulher da sua vida, Rebecca, herdeira de um homem de negócios.
Enquanto acompanhamos a vida de Werner, na atualidade, vamos também conhecendo o seu passado, desde o seu nascimento, na agonia da 2ª Guerra Mundial, até à sua chegada aos Estados Unidos, onde foi adotado por um casal americano.

Um aspeto que achei interessante neste livro é o facto do presente (1969) ser narrado na primeira pessoa, na perspetiva de Werner, enquanto o passado (1945) apresenta uma narrativa na terceira pessoa. Inicialmente pensei que poderia ser confuso encontrar duas narrativas diferentes no mesmo livros, mas posteriormente pude constatar que isso não prejudicou em nada a minha leitura. A primeira pessoa ajudou-me a conhecer melhor o protagonista, as suas vivências, pensamentos e receios, enquanto a terceira pessoa proporcionou uma abordagem mais geral aos acontecimentos que se seguiram às 2ª Guerra Mundial.

Werner e Rebecca vivem uma paixão repentina e avassaladora, embora tão depressa estão abraçados, como rapidamente se separam. Isto acaba por irritar um bocadinho, porque passam imenso tempo a discutir, a fazer dramas e jogos de ciúmes. No entanto, todo este amor-ódio acaba por fazer sentido quando Rebecca aparece com importantes informações acerca do passado de Werner, que ele desconhece. É assim que partem em busca das suas origens, que poderão ser mais devastadoras do que Werner imaginava.

A escrita da autora é bastante trabalhada, roçando um pouco a poesia e, a par disso, a temática pesada da guerra faz com que este livro deva ser lido devagar. Não é fácil ler sobre as atrocidades cometidas durante o período do Holocausto, por isso este livro não é de leitura compulsiva.

No geral, é uma leitura cativante, com uma certa elegância, que aborda a relação das pessoas com o seu passado e a procura da identidade. Sem dúvida, é uma leitura recomendada para os fãs deste período tão conturbado da História Mundial.

Classificação: 4/5 estrelas

sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

"A Promessa" de Lesley Pearse [Opinião]


Tenho andado completamente preguiçosa no que diz respeito às opiniões dos livros, e por essa razão tenho três em atraso. Vou fazer os possíveis por publicá-las todas até ao Natal, quem sabe não serão boas sugestões para prendas.

A Promessa chegou cá a casa no âmbito do Empréstimo Surpresa. Este livro é a continuação da história de Belle, que se iniciou em Sonhos Proibidos. Caso ainda não tenham lido o primeiro volume, não partam já para esta leitura.

Na sua já habitual escrita fluida, Lesley Pearse transporta-nos novamente para o mundo de Belle, Jimmy, Mog, Garth e Étienne. É muito bom reencontrarmos estas personagens e viver com elas novas experiências.
A minha maior curiosidade prendia-se por conhecer melhor Étienne, queria saber mais dele, talvez ter uma visão diferente. Talvez ele não tenha aparecido tantas vezes como eu desejava, mas surgiu com um papel muito importante. Não quero dizer nada que vos estrague o prazer da leitura, mas posso prometer que o Étienne vos vai apaixonar!

Uma personagem nova que surgiu neste livro foi a Miranda, que se tornou uma boa amiga de Belle. Miranda tinha uma alma aventureira e tudo o que desejava era conhecer o amor e ser feliz. Foi uma personagem que me cativou muito e talvez aquela que mais me fez chorar.

Esta história passa-se durante a Primeira Guerra Mundial, uma época já de si devastadora. A autora mostrou-nos muitos desses acontecimentos, nunca de forma maçadora, e com alguma pesquisa anterior.

Confesso que este livro mexeu bastante comigo; houve acontecimentos muito maus e havia momentos em que eu não conseguia ler um único capítulo sem chorar. Contudo, houve também momentos doces e capazes de fazer palpitar os corações mais românticos.

No geral, é uma leitura que nos agarra e vicia e que seria, sem dúvida, uma ótima prenda para oferecerem a alguém neste Natal.
A história de Belle continua no livro És o Meu Destino, que espero poder ler num futuro próximo.

Classificação: 5/5 estrelas

sábado, 28 de outubro de 2017

"Maresia e Fortuna" de Andreia Ferreira [Opinião]


Antes de mais, quero agradecer à autora o convite que me fez para ler este seu mais recente trabalho. Já conhecia a trilogia Soberba, mas ainda não tinha tido oportunidade de ler nenhum dos livros, pelo que Maresia e Fortuna foi a minha estreia com a autora Andreia Ferreira.

A história deste livro decorre maioritariamente em Apúlia, uma vila pertencente a Esposende, aqui no norte, muito pertinho de onde eu vivo. Já visitei Apúlia algumas vezes, embora nunca tenha ido à praia tão falada neste livro. As descrições da Andreia provocam no leitor uma enorme vontade de partirem à descoberta destes locais.

A narrativa inicia-se devagar, mas rapidamente nos dá a conhecer as diversas personagens, todas com as qualidades, defeitos e medos, o que as torna mais humanas e mais realistas. Eduardo, Bianca e Vanessa são jovens como tantos outros, com vontade de aproveitar o verão. Contudo, a vida de Eduardo vai mudar quando conhece Júlia, uma mulher misteriosa, mais velha e atraente, e que vai despertar nele uma confusão de sentimentos.

Por sua vez, Júlia está na vila com intenção de descobrir finalmente o que aconteceu no seu passado, naquele terrível dia em que perdeu tudo.

Ainda conhecemos Simão, irmão de Eduardo, que se refugia na bebida para afogar as mágoas do passado, embora dê bastante importância à educação do irmão e às suas escolhas de vida. Adelaide, a mãe de ambos, é uma senhora com quem simpatizei logo, e que também esconde os seus segredos.

Sem dúvida que Júlia foi a personagem que mais despertou a minha atenção. À medida que ia progredindo na leitura, a minha curiosidade ia crescendo. O que teria acontecido de tão grave no passado de Júlia? Seria ela realmente louca ou andariam todos a mentir-lhe?
Gostei da evolução que a autora deu a esta personagem, mais para o fim do livro sentia-se ali uma aura de loucura nos seus pensamentos e ações, e senti que conseguia imaginar perfeitamente aquela personagem com a loucura no olhar.

O final foi muito poderoso e surpreendeu-me completamente. Houve um momento, a meio da leitura, que cheguei a desconfiar da revelação final, mas depois achei que não podia ser, que era algo demasiado macabro, e por isso esqueci a ideia. Mas aconteceu mesmo isso, e foi uma surpresa que me deixou de tal forma boquiaberta que tive de ler compulsivamente as páginas finais do livro.

Gostei muito e devo mesmo dizer que a autora está de parabéns. Embora não conheça os seus trabalhos anteriores, não posso fazer uma comparação, mas posso afirmar que a autora conseguiu trabalhar bastante bem esta história e dar-lhe um tom negro e dramático, que cada vez mais aprecio nos livros.

Uma autora portuguesa que merece ser lida. Não tenham medo de apostar na literatura portuguesa, que precisa urgentemente de ser mais valorizada.

Classificação: 4/5 estrelas

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

"Convergente" de Veronica Roth [Opinião]


Convergente é o livro que conclui a trilogia Divergente, de Veronica Roth.

Depois de conhecermos o sistema de fações e de as vermos colapsar e entrar em guerra, neste terceiro volume ficamos a conhecer uma realidade diferente: a existência de um mundo para além da cidade onde vivem as nossas personagens.

Tris e Tobias têm oportunidade de ir explorar o mundo para lá da vedação, em busca de um lugar melhor para viver, um lugar livre de mentiras e complicações. Mas o que vão encontrar pode ser ainda mais assustador do que o lugar que deixam para trás.

Ao contrário do segundo livro, que não me entusiasmou tanto, este voltou a cativar-me. Gostei imenso de conhecer o lado de lá da vedação, descobrir como surgiram as fações e, sobretudo, ver Tris e Caleb a descobrirem a verdade sobre a mãe.

Este livro não pareceu tão cheio de adrenalina como os anteriores, mas a mim não me fez diferença; o ritmo mais calmo trouxe informações importantes.

O final não foi do agrado de muitos leitores, pelo que conseguir perceber através de opiniões no Goodreads. Para mim foi uma surpresa, sim, não esperava nada esse acontecimento, mas não desgostei. Penso que fez muito sentido e que a autora se manteve fiel à história que nos trouxe desde o início.

Qualquer apreciador de fantasia/distopias apreciará esta história sobre amor, amizade, sacrifício e o valor das nossas escolhas.

Classificação: 4/5 estrelas

terça-feira, 17 de outubro de 2017

"Menina Boa, Menina Má" de Ali Land [Opinião]


O romance Menina Boa, Menina Má foi a minha estreia com a autora Ali Land, e quero desde já agradecer à editora Suma de Letras pela gentil oferta deste exemplar.

Menina Boa, Menina Má dá-nos a conhecer Annie, uma jovem de 15 anos que entrega a sua mãe - uma assassina em série - à polícia. Quando é colocada numa família de acolhimento, com um novo nome (Milly), espera que isso signifique um novo começo de vida.
Mas o passado não dá descanso, os segredos não a deixarão dormir e Milly vai ter de decidir se será uma menina boa ou uma menina má.

Este livro conseguiu prender-me logo desde o início, com Annie a entregar a mãe à polícia. As assassinas em série são raras na literatura e isso despertou de imediato a minha ânsia de conhecer melhor esta personagem.

Milly é colocada numa família de acolhimento, enquanto aguarda o julgamento da mãe. A família é composta por Mike (pai e psicólogo que acompanhará Milly), Saskia (uma mulher nada segura no seu papel de mãe) e Phoebe (a típica adolescente bem sucedida na escola, mas com problemas com os pais e irritada com o facto deles continuarem a acolher jovens).

Milly vai para a escola, procurando fazer uma vida normal, mas não terá a vida facilitada dado que vai começar a sofrer bullying por parte de Phoebs. Esta é uma temática que me interessa bastante e penso que a autora conseguiu abordá-la muito bem, dando-lhe um papel importante na narrativa.

Este é um livro que aborda sobretudo questões familiares e que nos faz refletir acerca do que é a maternidade. Milly cresceu com uma mãe que era tudo menos mãe, não cumpria a sua principal função de proteger e amar a criança. Percebemos que Milly não era apenas espetadora dos crimes que a mãe cometia, era também ela uma vítima.

O final não foi de todo previsível, mas acontecimentos ao longo do livro fizeram-me começar a perceber para que lado ia pender o comportamento de Milly.

No geral, é um thriller interessante, perturbador e de grande sensibilidade, que certamente ficará na recordação dos leitores.

Classificação: 4/5 estrelas

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

"Mortes Naturais" de Michael Palmer [Opinião]


Mortes Naturais é um thriller médico de Michael Palmel, autor que eu não conhecia até este livro me ter sido emprestado.

Neste thriller, uma série de mortes por hemorragia começam a ocorrer em mulheres grávidas, durante o trabalho de parto, no Centro Médico de Boston, e os casos levantam suspeitas e necessitam de ser investigados.

É um livro que se lê bem, embora haja partes mais descritivas do que outras e no início me ter parecido que a ação demorava a acontecer. No entanto, a história vai conseguindo manter a atenção do leitor.
A narrativa apresenta bastantes pormenores médicos, resultantes da experiência do autor como médico, o que me agradou bastante. Contudo, não deixa de ser assustador por envolver mulheres grávidas a sofrer todas aquelas complicações, algumas acabando mesmo por morrer.

Também gostei imenso do aparecimento da investigadora epidemiológica. Embora a ciência não seja o meu forte, foi interessante ver como ela desenvolveu toda a investigação em torno do caso.

No geral, é uma leitura que entretém, que deixa a leitor desconfiado, sem saber em quem pode confiar e com muita vontade de desvendar o mistério. Será uma boa leitura para quem aprecia thrillers médicos.

Classificação: 3/5 estrelas

terça-feira, 3 de outubro de 2017

"Insurgente" de Veronica Roth [Opinião]


Insurgente é o segundo volume da série Divergente, de Veronica Roth.

Quatro anos após ter lido o primeiro volume, iniciei-me na leitura do segundo e talvez tenha sido por isso que senti que a leitura me custou mais. Já não me lembrava tão bem dos acontecimentos do final do primeiro livro e não me sentia tão próxima das personagens.

Este livro inicia-se com as problemas que surgiram após o livro anterior. As fações estão em choque, à procura de aliados, e a guerra aproxima-se.

Durante toda a confusão e os perigos que surgem, Tris tenta procurar o seu caminho, lidar com a culpa e a perda. É uma personagem que se mostra um pouco desprendida da vida, tendo atitudes que a colocam em risco. Por um lado, compreendo perfeitamente que ela se sentisse assim, mas por outro, gostava de ter visto mais daquela garra que a caracterizava no volume anterior e que, desta vez, só se manifestou nos últimos capítulos do livro.
O desenvolvimento do romance de Tris e Tobias foi uma parte importante da narrativa, tendo-se tornado algo mais maduro com a aproximação de ambos.

A escrita da autora continua impecável, super fluida e com bastante ação. Há sempre alguma coisa a acontecer, pelo que o livro é muito dinâmico. O que mais me entusiasmou foi poder saber mais acerca dos Divergentes e, principalmente, aquele final que me deixou mais curiosa e com as expectativas elevadas para o terceiro volume da série. Espero poder lê-lo brevemente!

Classificação: 3/5 estrelas

terça-feira, 26 de setembro de 2017

"Confissões" de Kanae Minato [Opinião]


Confissões foi um livro que despertou a minha atenção devido a algumas opiniões muito positivas de leitores e bloggers portugueses, e foi essa a principal razão de o ter comprado.

A capa do livro é hipnotizante e promete, desde logo, uma história diabólica. A sinopse resume muito bem a trama deste livro: uma menina de quatro anos é encontrada afogada na piscina da escola. A sua mãe, professora, no última dia de aulas, no discurso de despedida à turma, acusa dois alunos de lhe terem assassinado a filha e promete uma vingança pessoal verdadeiramente atroz.

O livro inicia-se com o discurso da professora, onde nos é explicado o sistema educativo no Japão, que achei bastante interessante, e onde são feitas algumas reflexões acerca da desresponsabilização dos jovens pelos seus crimes, sejam de que natureza for. Segue-se uma explicação detalhada do crime, pela voz da professora, o que desde logo me arrepiou.

Os capítulos seguintes são todos narrados por personagens diferentes, o que nos permite conhecer diversas perspetivas desta história. Esta estrutura resultou muito bem e deu contornos mais sombrios à narrativa, dado que tivemos acesso ao testemunho dos próprios jovens e pudemos compreender as razões que os levaram a cometer um crime tão hediondo.

A vingança da professora foi, de facto, implacável e atroz e aquele final deixou-me boquiaberta. Obviamente não concordo que se deva proceder desta forma, não é com a vingança que resolvemos os nossos problemas nem vingamos os nossos ente-queridos, mas, ao mesmo tempo, o que a professora fez foi tão cruel, tão inqualificável que não resisti a sentir alguma satisfação. Acho que tenho um qualquer bichinho diabólico dentro de mim e, por isso, este livro arrebatou-me.

Concluindo, foi uma leitura que adorei e que muito possivelmente quererei reler no futuro.
Se são fãs de histórias sombrias e perturbadoras, então esta é uma leitura a não perder!

Classificação: 5/5 estrelas

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Antologia | "Um Toque de..." de Ana C. Nunes [Opinião]


Um Toque de... é uma antologia de contos que a autora Ana C. Nunes escreveu entre 2008 e 2014.

São pequenos contos, de leitura fluida, que se lêem bem rápido e ajudam a passar o tempo. Alguns dos contos retratam situações que acontecem na vida real e certamente muitos leitores se identificarão com estas histórias.

Gostei particularmente do conto Rotina que mostra como os pequenos hábitos e rotinas que adquirimos ao longo da vida desempenham um papel importante, embora nos pareçam insignificantes.
Também gostei do conto Os Dois Lobos, embora gostasse de ter visto a história mais desenvolvida. Acabei por ficar um bocadinho confusa com o final.

No geral, só fiquei mais desiludida porque esperava histórias maiores, e alguns contos são mesmo pequeninos. Ler esta antologia acabou por saber a pouco, apesar de me ter permitido alguma distração.

Classificação: 2/5 estrelas

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

"A Chama ao Vento" de Carla M. Soares [Opinião]


A Chama ao Vento é o segundo trabalho de Carla M. Soares que tenho oportunidade de ler. A autora já conta com quatro trabalhos publicados, dos quais li Alma Rebelde, em 2012.

Ultimamente, tenho-me aventurado a ler mais e-books (sabem que eu tenho uma relação difícil com e-books; por muito prático que seja ler um livro em formato digital, que não ocupa espaço nenhum, continuo a acreditar que não oferecem aquele prazer único de folhear as suas páginas, de senti-lo nas nossas mãos). Assim, decidi ler A Chama ao Vento, que só está publicado em formato e-book, e seria uma pena não o ler por causa disso.

O livro inicia-se com um prólogo enigmático, em que o corpo de um desconhecido é atirado ao mar, de um hidroavião que sobrevoa o Atlântico.

Seguidamente, é-nos apresentado Francisco, um homem atraído a uma casa onde viveu na infância, antes de ser abandonado pela mãe e deixado aos cuidados da avó, uma senhora calma e completamente apagada de vida.
Francisco não está preparado para enfrentar o passado mas tudo muda quando é abordado por João Lopes, um senhor de idade que se dispõe a contar-lhe a história da avó Carmo.

Assim, Francisco e nós leitores, somos transportados para uma Lisboa do século XX, que acolhe todo o tipo de estrangeiros que fogem da 2ª Guerra Mundial em busca de um refúgio seguro noutro lugar.

Confesso que início do livro estava a ser de mais difícil leitura devido à personalidade de Francisco, aos seus medos em descortinar o passado e a toda a insegurança por estar a perder o controlo de si próprio.

A história da avó Carmo cativou-me de imediato e rapidamente me senti agarrada e curiosa por descobrir o que transformara aquela jovem apaixonada e cheia de vida na idosa apática e apagada que Francisco sempre conhecera.

A narrativa está bem estruturada, alterna entre passado e presente e caracteriza bem a época histórica, sem se tornar exaustivo, dado que não se trata de um romance histórico.

A autora escreve muito bem e esse é um dos aspetos positivos do livro. A escrita é cuidada, bem trabalhada e madura. Há apenas algumas gralhas ao longo do livro, mas nada de preocupante, nem capaz de interferir na leitura. Talvez precisasse de mais revisão, de ser lido por outros olhos que detetam mais facilmente estas falhas do que o próprio autor.

Em conclusão, é uma história deliciosamente bem escrita e de uma autora que merece ser lida. Mesmo que não sejam apreciadores de e-books, não descartem a possibilidade de ler este livro. Prometo que ficarão surpreendidos e com curiosidade de explorar outras obras da autora.

Classificação: 4/5 estrelas

terça-feira, 5 de setembro de 2017

"Corações na Escuridão" de Laura Kaye [Opinião]


Corações na Escuridão é a minha primeira experiência com a autora Laura Kaye. Não tinha grandes expectativas em relação ao livro e a minha principal curiosidade devia-se ao facto de ser um livro pequeno (150 páginas) e de como é que a autora iria abordar a história para que ela fizesse sentido em tão poucas páginas.

A premissa do livro não é totalmente original: Caden e Makenna são dois estranhos que ficam presos no elevador, totalmente às escuras e que, ao longo do tempo que passam juntos, desenvolvem uma atração sexual, acabando por se envolverem um com o outro.

O livro lê-se muito bem e a escrita da autora é leve e fluida. As personagens são interessantes, nomeadamente Caden e a sua claustrofobia. Embora de forma rápida, o passado de Caden foi suficientemente abordado para compreendermos de onde surge o seu medo e o pânico por estar fechado num elevador.

Esta é uma história que entretém e descontrai, não houve nada que te tivesse irritado nas personagens, mas também sinto que poderão rapidamente cair no esquecimento. Gostava de ter lido mais sobre elas, de ter mais tempo para me afeiçoar e criar laços.

O que me incomodou mais um bocadinho foi o facto de o livro ter muitas cenas sexuais, principalmente entre duas pessoas que acabaram de se conhecer. Não acho que seja negativo, até porque gosto de ler cenas eróticas, mas acabo sempre a pensar que são cenas um pouco desfasadas da realidade.

Em conclusão, é uma boa leitura para nos fazer companhia numa tarde de verão e que apenas peca por ser tão pequeno e nos deixar com vontade de mais.

Classificação: 3/5 estrelas

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

"Os Falsários" de Bradford Morrow [Opinião]


O romance Os Falsários foi a minha estreia com o autor Bradford Morrow, e devo desde já agradecer à editora Clube do Autor por me ter cedido este exemplar.

Há opiniões que são ingratas de escrever, e esta é uma delas. Quando uma editora nos oferece um livro, queremos muito gostar dele, desfrutar da leitura, para que possamos posteriormente escrever uma opinião favorável e cativar outros leitores a lê-lo.
Contudo, se há coisa que detesto é a desonestidade no que diz respeito a opiniões de livros oferecidos pelas editoras. Não me sentiria bem se o fizesse.

Assim, tenho de afirmar, francamente, que não gostei deste livro, não me cativou e foi uma leitura morosa e custosa.

Inicialmente, gostei bastante da sinopse e estava entusiasmada por se tratar de um livro sobre livros ou, mais especificamente, sobre falsários de obras literárias.
Quando Adam, um colecionador de livros raros, é atacado e as suas mãos decepadas, a polícia não consegue avançar na investigação. A sua irmã procura desesperadamente uma pista e é Will, o seu namorado, que não vai descansar até encontrar um desfecho para o caso. No entanto, Will também é um genial falsificador e, o facto de saber de mais, poderá colocá-lo em perigo.

Demorei um pouquinho a adaptar-me à escrita peculiar do autor. Embora goste de encontrar livros com escritas menos fluidas, esta não me cativou e tornou-se logo na minha principal dificuldade.
A escrita e a forma como a história é contada não ajudaram a entusiasmar-me.  É quase como se todo o livro fosse um monólogo de Will, não dando espaço para conhecermos devidamente as outras personagens, nem elas têm espaço para se desenvolverem.
A leitura é aborrecida, a acção avança demasiado devagar e nunca consegui ler mais de dois capítulos seguidas sem sentir um profundo tédio.

A personagem principal, Will, é um falsificador, portanto apercebemo-nos de imediato que não é uma personagem fiável. Se é tão bom a falsificar obras literárias, também pode perfeitamente enganar o leitor, certo?

Como thriller, creio que o livro deixa muito a desejar. Não tem suspense nem reviravoltas capazes de prender o leitor, nem pistas para desvendarmos o mistério.
O ponto positivo é o desfecho, quando finalmente descobrimos quem assassinou Adam e como se processou todo o ataque.

Em conclusão, infelizmente o livro não me cativou como eu gostaria. Gostava de trocar opiniões com outros leitores que já tenham lido este romance, para conhecer os seus pontos de vista.
Apesar de eu não ter gostado, não desencorajo outros leitores a darem uma oportunidade a este romance. Os gostos são diferentes e certamente haverá por aí leitores que se entusiasmarão com esta obra.

Classificação: 1/5 estrelas

Nota: Este livro foi-me cedido pela editora em troca de uma opinião honesta.

domingo, 3 de setembro de 2017

"Sozinhos na Ilha" de Tracey Garvis Graves [Opinião]


Sozinhos na Ilha foi um livro que li em poucos dias e que rapidamente se tornou numa leitura compulsiva.

Conta-nos a história de Anna - uma professora que decide quebrar a rotina e passar o verão a dar aulas numa ilha tropical - e de T. J. - um jovem que só quer voltar a ter uma vida normal após lutar contra um cancro. Mas o impensável acontece quando o pequeno avião onde viajam se despenha no mar. Anna e T. J. conseguem-se salvar e chegam a uma ilha deserta, onde aguardam que alguém os vá procurar. À medida que os dias vão passando, os dois vão ter de aprender a sobreviver, sem perderem a esperança de alguma vez conseguirem sair da ilha.

A narrativa está muito bem estruturada e a história é contada de forma muito bonita e capaz de cativar o leitor. Assistimos aos primeiros passos das personagens na luta pela sobrevivência: a procura de alimentos, a falta de água, a construção do primeiro abrigo, a primeira fogueira. Mais tarde, vemos como enfrentam corajosamente perigos e obstáculos e como cuidam um do outro quando adoecem e quando o desespero toma conta deles.

Anna e T. J. são duas personagens carismáticas e adoráveis. Apesar de diferença de idades - T. J. tem 16 e Anna tem 30 - os dois desenvolvem uma relação que vai crescendo, passando da amizade ao amor. T. J. é um jovem bastante mais maduro do que os jovens da sua idade, que cresceu bastante mais rápido devido à experiência de ultrapassar um cancro. A relação de ambos vai crescendo a bom ritmo, de forma encantadora e apaixonante.

Foi um livro que me fez rir, chorar, sentir medo pelas personagens e arrepiou-me por diversas vezes. Em suma, um livro que me aqueceu o coração, me deixou feliz e que certamente recordarei durante muito tempo.

Classificação: 5/5 estrelas

terça-feira, 29 de agosto de 2017

"Um Beijo Inesquecível" de Teresa Medeiros [Opinião]


Um Beijo Inesquecível foi a primeira obra que li de Teresa Medeiros e ainda bem que o fiz. Comecei a lê-lo por mero acaso e rapidamente me senti cativada pela história que estas páginas ofereciam.

Por um lado, conhecemos Sterling Harlow, conhecido como o «Demónio de Devonbrook», outrora um menino que fora privado da companhia dos pais, para ser educado por um tio que precisava de um herdeiro a quem passar a sua herança. Sterling cresceu amargurado e frio, nunca tendo sido capaz de perdoar a mãe.
Do outro lado, está Laura Farleigh, uma jovem que precisa desesperadamente de um marido, se quiser manter um teto sobre a cabeça dos irmãos. Quando encontra na floresta um misterioso desconhecido, de rosto angelical, que perdera a memória, decide reclamá-lo como seu. Mal ela sabia que aquele anjo era, na verdade, um demónio disfarçado.

Este livro foi uma autêntica surpresa. É extremamente divertido e a primeira parte encontra-se recheada de situações caricatas que alimentaram a minha boa disposição. A segunda parte perde um pouco o humor, pois torna-se mais séria, centrando-se no amor e no amadurecimento das personagens. 

Há momentos que nos apertam o coração, nomeadamente quando conhecemos melhor a infância de Sterling e, principalmente, quando ele lê as cartas da mãe, que guardara ao longo de todos aqueles anos, embora sempre as tivesse ignorado. Laura vai ter um papel preponderante a apoiar Sterling e a ajudá-lo a enfrentar os fantasmas do passado e a sarar a enorme ferida que este lhe deixou no coração e na alma.

Uma leitura cativante, comovente e confortável, sobre um amor improvável e que certamente irá aquecer o coração dos fãs do género. Um livro para levar para a praia, ou para ler junto ao calor da lareira.

Classificação: 4/5 estrelas

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

"O Jardim das Borboletas" de Dot Hutchison [Opinião]


Agradeço desde já à editora Suma de Letras (Penguin Random House Grupo Editorial) pela gentil oferta deste exemplar, permitindo-me ler uma nova autora dentro de um género que me agrada bastante: o thriller.

O Jardim das Borboletas chamou-me de imediato a atenção pela capa, que é lindíssima e que dá a sensação de enfeitiçar o leitor. O segundo aspeto que me atraiu foram as ótimas críticas que o livro tem recebido por parte dos leitores.

A narrativa inicia-se com a Polícia a interrogar umas das vítimas encontradas no Jardim, um local escondido, onde jovens sequestradas são mantidas pelo Jardineiro, um homem retorcido e obcecado pela beleza das borboletas. Desta forma, tatua as jovens, e faz delas as borboletas da sua coleção.
Maya é uma das sobreviventes que, aos poucos, vai relatando a sua arrepiante história aos investigadores. Contudo, a sua história apresenta algumas lacunas e cedo se percebe que ela está a esconder algo... ou alguém.

Toda a narrativa está magnificamente construída, com os impressionantes relatos de Maya, do tempo em que esteve presa no Jardim, dos horrores que lá se passavam e o que realmente acontecia às jovens quando faziam vinte e um anos. A escrita é fluida, cativante e sem necessidade de descrições explícitas do que o Jardineiro fazia às jovens. Esta é uma narrativa assustadora, arrepiante, mas ao mesmo tempo, com uma beleza incrível.

Maya é uma ótima narradora. É fácil simpatizar com ela, embora tenha aquele ar sarcástico e misterioso. Mesmo as outras vítimas apresentam características que as diferenciam e todas têm o seu papel a desempenhar no Jardim.

Apesar dos horrores que vivem no Jardim, é fantástico assistir à amizade que une as jovens, apesar das suas diferentes personalidades, e perceber como ultrapassam as rivalidades e cuidam umas das outras.

O único pormenor que me desiludiu um pouco foi descobrir o segredo de Maya, o que ela escondida. Com tanta brutalidade presente neste livro, estava à espera de um segredo diferente, algo ligeiramente mais forte.

Em suma, é uma excelente leitura para quem aprecia thrillers perturbadores e arrepiantes. Este livro vai deixar-vos acordados pela noite fora!

Classificação: 4/5 estrelas

Nota: Este livro foi-me oferecido pela editora em troca de uma opinião honesta.

terça-feira, 15 de agosto de 2017

"Reencontro com o Amor" de Melissa Pimentel [Opinião]


Este livro chegou cá a casa no âmbito do projeto Empréstimo Surpresa e prometia uma leitura leve e descontraída.

A história centra-se no reencontro de um amor passado. Dez anos após terem terminado o namoro, Ethan e Ruby voltam a encontrar-se no casamento da irmã de Ruby. Será que ainda existem sentimentos entre os dois? Poderão eles retomar a sua história de amor passados tantos anos?

A narrativa vai intercalando presente e passado: no momento presente assistimos ao reencontro das personagens e à preparação para o casamento, e a parte do passado mostra-nos todos os momentos desde que eles se conheceram até às razão pelas quais o namoro terminou.

O livro é muito divertido, permite-nos bastantes gargalhadas e, no meu caso, revirar de olhos, devido às futilidades de Piper, a irmã de Ruby. Achei-a completamente ridícula, fútil até dizer chega e com atitudes muito infantis para a sua idade. Talvez a autora tenha exagerado propositadamente na sua caracterização mesmo por se tratar de um livro deste género.

Ao fim de algum tempo, começou a ser mais fácil aceitar estas personagens e pude concentrar-me na história. Gostei bastante da parte do passado, que acabou por me cativar mais.

No presente, gostava que tivesse havido maior interação entre Ruby e Ethan, que passavam quase todo o tempo a evitar-se. O final foi romântico, porém soube a pouco, resolvendo-se tudo apenas com uma conversa.

Em conclusão, posso afirmar que é um livro divertido, com um tom descontraído, ótimo para levar para a praia por não ser uma leitura exigente. Certamente será um bom companheiro para as vossas férias.

Classificação: 3/5 estrelas

segunda-feira, 14 de agosto de 2017

"A Mulher do Camarote 10" de Ruth Ware [Opinião]


A Mulher do Camarote 10 é o primeiro romance de Ruth Ware que tive oportunidade de ler, e devo desde já agradecer à editora Clube do Autor por me ter proporcionado esta oportunidade.

Este romance apresenta uma premissa desde logo interessante: como encontrar um assassino, se ninguém acredita que houve um crime?

A jornalista Laura Blacklock é convidada para acompanhar a viagem inaugural do cruzeiro de luxo Aurora Borealis, onde estarão empresários e pessoas influentes da sociedade.
Tudo ganha outros contornos quando ela testemunha o que acredita ser um crime, no camarote ao lado do seu. Porém, quando tenta denunciar a situação, ninguém acredita nela, dado que todos os passageiros continuam a bordo. Se continuar a investigar, Laura poderá pôr em risco a sua carreia e a sua vida...

Laura é uma personagem extremamente bem construída. Para começar, foi assaltada dois dias antes de embarcar nesta viagem, pelo que ainda se sente assustada. Tem dormido mal e, para piorar a situação, tem um problema com a bebida. Na noite em que testemunha o crime, também tinha bebido demais e estava exausta devido a várias noites sem dormir. Como se pode compreender, não é uma testemunha muito fiável, pelo que o responsável a quem tenta denunciar o caso tem algumas reservas em acreditar nela.

À medida que vai investigando, percebe que todos os passageiros continuam a bordo. O que será que aconteceu então? Será que imaginou tudo ou aconteceu mesmo um crime?

Este thriller é marcado por um ambiente de confinamento, dado que tudo se passa no navio. Há momentos extremamente claustrobóficos e de tensão constante. A autora consegue uma narrativa em que se sente, ao virar de cada página, a sensação de perigo iminente, de que algo está sempre prestes a acontecer.

Há muitas personagens que podem ser suspeitas deste crime, não as conhecemos bem, portanto é possível desconfiar de todas. Eu não consegui desvendar todo este mistério, cada vez mais empolgante, até ele ser finalmente explicado.

Em suma, este é um thriller entusiasmante e surpreendente, ótimo para os dias quentes de verão. Não percam a oportunidade de conhecer o mais recente trabalho de Ruth Ware.

Classificação: 4/5 estrelas

Nota: Este livro foi-me cedido pela editora em troca de uma opinião honesta.