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sexta-feira, 12 de janeiro de 2024

«Cães Maus Não Dançam» de Arturo Pérez-Reverte [Opinião]


Este livro foi-me recomendado por uma colega do curso de Revisão de Texto, quando eu desabafei com ela sobre como raramente encontrava um livro cuja revisão me satisfizesse por completo.
 
Assim, este foi o meu primeiro contacto com o trabalho do escritor espanhol Arturo Pérez-Reverte, que já foi repórter de guerra durante 21 anos e tem bastantes obras publicadas.
 
Cães Maus Não Dançam é um pouco diferente de tudo o que eu já li, porque é contado na perspetiva de um cão, o Negro.
 
É um livro com muito humor negro e com algumas lições de humildade que nos são dadas por estes animais. Por vezes, os humanos não tratam os animais tão bem como deveriam, ao contrário dos cães, que nos são sempre fiéis.
 
É igualmente um livro duro, na medida em que tem descrições de lutas de cães, pelo que deve ser lido com cuidado pelos leitores mais sensíveis que possam não se sentir bem com este tipo de temática.
 
Para mim, o livro foi uma completa surpresa. Inicialmente, li apenas três capítulos, e no dia seguinte li tudo ao fim, de tão agarrada que me sentia à história.
 
Cães Maus Não Dançam é uma história divertida, mas também muito triste, e com uma mensagem de esperança e de que devemos tratar melhor os animais.
 
Por fim, posso referir que foi uma surpresa tão boa que vou sem dúvida pesquisar outras obras de Arturo Pérez-Reverte para ler em breve.
 
E, sim, confirmo, a revisão deste livro está muito bem conseguida. Dou os parabéns à revisora! A escrita do autor é muito boa e acredito que a tradução também tenha ajudado a originar este resultado tão bom!

Classificação: 4/5 estrelas

sexta-feira, 15 de dezembro de 2023

«A Cirurgiã» de Leslie Wolfe [Opinião]


Estava muito empolgada por ler este livro. Foi a minha primeira experiência com Lesley Wolfe e, uma vez que é um stand-alone (não faz parte de nenhuma série), achei que seria ótimo para começar.
 
A Cirurgiã apresenta uma premissa muito interessante: «E se tivesse de salvar a vida de alguém que odeia?»
Esta história é sobre uma cirurgiã que perde um paciente na mesa de operações. Mas quem é aquele paciente? E será que ela é inocente ou culpada?
 
Entrei com muita expetativa e achei o primeiro capítulo muito bom, conduzindo-nos de imediato para a cirurgia e para como tudo começou.
Depois, sinto que a narrativa esfriou, e a verdade é que as primeiras 90 páginas são aborrecidas, com a informação sempre a enrolar e sem desenvolvimento. A certa altura, quase ponderei desistir do livro, porque um thriller tem de me prender, e não dar-me sono nas primeiras páginas.
 
A história é contada em dois pontos de vista: na primeira pessoa, temos o ponto de vista da médica, e, na terceira pessoa, o ponto de vista de uma procuradora que se vai envolver neste caso.
 
Algures na página 100 é-nos dado um pormenor interessante e que me deu forças para continuar a avançar na leitura.
 
No entanto, acredito que este livro não funcionou nada bem comigo. Embora tenha sido relativamente interessante até ao fim, continuei a sentir que havia partes chatas e que não me cativavam.
 
Não gostei da voz da protagonista — a médica. Não sei dizer se terá sido da tradução ou mesmo de ser escrito na primeira pessoa. Não me pareceu que funcionasse e não senti empatia nenhuma pela personagem; chegava até a irritar-me porque os pensamentos dela andavam sempre à volta do mesmo.
Também não adorei o outro ponto de vista da procuradora, que se tornou na vilã.
 
Na verdade, o que mais me cativou neste livro foram as partes médicas, a descrição das cirurgias e dos procedimentos, embora o livro não se tenha centrado muito nisto.
Se bem me recordo, nunca tinha lido um thriller médico e fiquei com vontade de experimentar outros livros do género.
 
Em suma, não fiquei convencida com esta autora. Achei um thriller muito fraquinho e pouco interessante. Num futuro próximo, não tenciono ler mais nada da autora.

Classificação: 2/5 estrelas

sexta-feira, 17 de novembro de 2023

«A Última Festa» de Lucy Foley [Opinião]


A Última Festa é um thriller ambientado num local isolado cheio de neve, numa propriedade nas terras altas escocesas.
 
Todos os anos, um grupo de amigos da universidade reúne-se para festejar a passagem de ano juntos. Tudo começa de forma perfeita, enquanto admiram a paisagem, comem, bebem, conversam e relembram episódios do passado.
 
Porém, um dos hóspedes vai ser encontrado morto e, ao mesmo tempo, uma tempestade de neve impede que a ajuda chegue. Isto significa que estão todos presos naquele local, e um deles é o assassino.
 
Achei a premissa deste livro muito interessante, no entanto, inicialmente achei a história bastante confusa. São muitas personagens, há vários pontos de vista e tive dificuldades em ambientar-me e perceber quem era quem. Conforme progredia na leitura, este aspeto melhorou: já reconhecia as personagens e sentia-me curiosa com o que ia sendo revelado acerca do passado de cada um.
 
Na minha opinião, este é um thriller de ação lenta. A história decorre devagar, há algum mistério (queremos descobrir qual dos hóspedes morreu e quem o matou), mas, como leitora, prefiro thrillers que realmente se tornem de leitura compulsiva.
 
Em suma, foi uma história morna, gostei do final com todas as pontas atadas e creio que a autora nos respondeu a todas as dúvidas. Contudo, não acho que tenha sido uma história memorável, facilmente me esquecerei dela daqui a algum tempo. Apesar de tudo, não descarto a possibilidade de ler mais trabalhos da autora no futuro.

Classificação: 3/5 estrelas

sexta-feira, 10 de novembro de 2023

«Um Longo Caminho para a Água» de Linda Sue Park [Opinião]


«A história inesquecível de uma rapariga e de um rapaz no Sudão. Um livro que toca profundamente todos os leitores.»
Publishers Weekly
 
Um Longo Caminho para a Água é baseado na história verídica de Salva Dut, um menino que teve de fugir da guerra no Sudão e que, muitos anos depois, criou o projeto Water for Sudan, Inc. que tem como objetivo a criação de poços no Sudão para que os seus habitantes tenham acesso a água.
 
Este é um pequeno livro para jovens a partir dos 11/12 anos, e que nos conta paralelamente duas histórias: a de Nya, uma menina de 11 anos, que todos os dias caminha várias horas para ir buscar água para a sua família; e a de Salva, um menino da mesma idade, que vai percorrer uma parte do continente africano com outros refugiados que procuram um lugar seguro.
 
É uma história muito bonita de sobrevivência, luta, conquista, de resiliência nas piores situações possíveis.
 
Embora seja uma narrativa mais simples para os jovens, eu gostei muito e senti-me cativada e sempre curiosa por descobrir de que forma é que a história destas duas crianças se iria cruzar.
 
O final é muito bom e dá-nos uma mensagem de esperança. Acredito que vou recordar esta história no futuro. Parece-me ser também um presente perfeito para oferecer aos jovens leitores.

Classificação: 4/5 estrelas

sexta-feira, 27 de outubro de 2023

«A Criada» de Freida McFadden [Opinião]


Se procuras um livro de leitura compulsiva para ler numa tarde, este é o livro perfeito.
 
Sentia-me curiosa em relação a este livro, por ser tão falado, e não resisti a comprá-lo.
 
A Criada é uma história extremamente viciante que prende de facto o leitor. Para mim, isto é um ponto muito positivo porque quando pego num thriller, gosto que ele me faça ler 150 páginas de seguida, sem querer parar.
 
A história tem uma aura sombria e uns contornos maquiavélicos que me agradaram.
A primeira parte do livro é sobre Millie, que vai trabalhar para a casa da família Winchester. Ela precisa desesperadamente daquele emprego e está disposta a tudo para agradar à sua nova patroa.
Achei que as personagens deste livro eram todas um pouco loucas, mas, conforme vamos lendo, vamos compreendendo de onde vem alguma dessa loucura.
 
Apenas achei o final um pouco fácil demais, ou seja, algo rebuscado, uma solução um bocado inverosímil.
 
Em suma, acho que o livro é bom para se ler numa tarde, para quem precisar de um page-turner. Contudo, não acho que seja um dos melhores thrillers de sempre, tal como está a ser vendido.
 
Um livro semelhante é o Ao Fechar a Porta, da B. A. Paris, que adorei e o qual continuo a preferir.
 
Por fim, deixo apenas uma palavra para a tradução e a revisão deste livro, que me desiludiram um pouco. Encontrei muitos problemas de revisão (inicialmente, incomodaram-me, embora depois tenha conseguido abstrair-me). Esperava, sinceramente, um pouco mais de qualidade desta editora.

Classificação: 4/5 estrelas

sexta-feira, 20 de outubro de 2023

«Sem Medo» de Lisa Gardner [Opinião]


Que saudades que eu tinha de ler um policial empolgante, como acabou por se revelar este Sem Medo, da Lisa Gardner.
O livro faz parte de uma série da detetive D. D. Warren, mas lê-se perfeitamente como livro isolado.
 
Comprei este livro por impulso. Fui atraída pelas cores da capa e pela premissa.
 
Se vens de uma família de assassinos…
Isso faz de ti o quê?
 
Neste livro, vamos conhecer as duas filhas de um assassino em série: a Adeline e a Shana, que acabaram por ter destinos diferentes, transformando-se em duas pessoas completamente distintas.
Adeline deixou o pesadelo para trás e agora é uma médica de sucesso, uma psiquiatra especializada no tratamento da dor.
A sua irmã Shana assassinou um rapaz aos 14 anos e está presa desde então, ou seja, passou quase toda a sua vida na prisão.
 
Este livro vai girar bastante à volta de todo o aspeto psicológico das duas irmãs, de como serem filhas de um assassino em série afetou as suas vidas. Será que a vontade de matar poderá ser em parte genética? Será que vem da educação, da natureza a que somos expostos?
 
Depois temos a detetive D. D. Warren, que foi ferida numa cena de crime e não está a trabalhar. Vai necessitar da ajuda da doutora Adeline, enquanto estão a investigar dois homicídios muito violentos daquele que passa a ser conhecido como o Assassino da Rosa.
E é desta forma que a vida de todos se vai interligar, uma vez que a polícia terá de consultar Shana, que poderá ajudá-los a capturar o assassino.
 
Este livro é de leitura compulsiva desde o início; acho que a autora fez um excelente trabalho.
A doutora Adeline sofre ainda de um problema genético raro: a insensibilidade à dor, ela não sente dor. Este livro dá-nos uma perspetiva muito boa de como é a vida de uma pessoa com este problema. Pode parecer incrível (afinal, quem é que gosta de sentir dor?), mas, tendo em conta tudo o que condiciona a sua vida, percebemos que na verdade a dor é uma coisa boa, que nos deixa alerta e nos pode até salvar a vida.
 
Gostei mesmo muito. A história está extremamente bem conseguida. Como habitual, não fui capaz de descobrir o assassino e achei que as suas motivações faziam bastante sentido. Em suma, é uma leitura empolgante, que recomendo muito!

Classificação: 4/5 estrelas

sexta-feira, 13 de outubro de 2023

«A Coroa» de Kiera Cass [Opinião]


A Coroa termina a história da série A Seleção, após cinco volumes desta distopia com uma premissa tão cativante e divertida de acompanhar.
 
Neste livro, Eadlyn vai finalmente ter de fazer a sua escolha, e mostrar que está pronta para se tornar rainha e governar o seu povo.
Ela acabará por descobrir que a escolha não é tão fácil como parecia e que é muito mais importante do que imaginava.
 
O final é muito amoroso. Esta é uma história de princesas, de reis e rainhas, e naturalmente o leitor sabe que terá direito a um final feliz.
 
Volto a referir que esta série é ideal para ser lida por jovens que queiram começar a ler. Embora eu já seja mais crescida e aprecie outro tipo de livros mais maduros, gostei muito de acompanhar a série e fiquei até curiosa por ler outros trabalhos da autora.

Classificação: 4/5 estrelas

sexta-feira, 6 de outubro de 2023

«A Herdeira» de Kiera Cass [Opinião]


Embora o género jovem-adulto (YA) já não me cative tanto atualmente, tenho gostado bastante de acompanhar esta série, uma vez que acho a premissa muito gira.
 
Este é o quarto volume; nos livros anteriores, acompanhamos a seleção para casar o príncipe Maxon. Este livro decorre 20 anos depois, com a filha de ambos: a princesa Eadlyn, para a qual vai ser feita uma nova seleção.
 
Adorei ver a seleção numa nova perspetiva, ou seja, do ponto de vista da princesa. Ela tem uma personalidade muito teimosa, muito independente, e não quer casar, sente que não precisa de um companheiro para governar. Por conseguinte, vai dar luta durante todo este processo.
 
Em suma, esta é uma série perfeita para jovens que queiram começar a ler. São livros simples, fáceis de ler e que cativam logo desde a primeira página.

Classificação: 4/5 estrelas

sexta-feira, 22 de setembro de 2023

«Violeta» de Isabel Allende [Opinião]


Há bem mais de dez anos que eu não lia nada de Isabel Allende. Trouxe Violeta da biblioteca e o livro revelou-se uma surpresa muito boa.
 
Não me recordava do estilo de escrita da autora; pelo que parece, as suas histórias são narradas com pouquíssimo diálogo. Por vezes, este aspeto pode tornar o livro denso para alguns leitores, e neste caso aconselho uma leitura mais pausada.
 
Este livro tem uma escrita maravilhosa, com algum sentido de humor que me fez soltar gargalhadas, bem como outras passagens que deixam o leitor emocionado. A escrita é tão boa que o leitor dá por si embalado numa história muito bonita.
 
Desta forma, numa narrativa contada na primeira pessoa, vamos conhecer a história de Violeta, uma jovem que nasce em 1920, numa família com cinco irmãos. Violeta dirige a sua história a Camilo, uma pessoa muito importante para ela.
Vamos acompanhando a sua vida durante a Grande Depressão, e de terem passado de uma vida boa para uma vida mais pobre, a viver numa região selvagem e remota. Vamos conhecer os amores e desamores de Violeta, os seus amigos, pessoas que a ajudaram e a quem ela também ajudou.
 
Esta história manteve-me entretida durante vários dias e soube-me muito bem. Geralmente, prefiro livros com mais ação, sinto necessidade de ser quase constantemente estimulada, mas este livro mais calmo e de leitura lenta cativou-me por completo.
 
Ficou, sem dúvida, a vontade de ler mais Isabel Allende num futuro próximo. E tenho sorte, a biblioteca da minha residência tem inúmeros livros da autora.

Classificação: 4/5 estrelas

sexta-feira, 15 de setembro de 2023

«O Elevador» de Filipa Fonseca Silva [Opinião]


O Elevador foi uma surpresa muito boa. Numa escrita fresca e cativante, a autora prende o leitor desde a primeira página, tal como prende as suas personagens num elevador.
 
A premissa deste livro não é propriamente original; recordo-me de já ter lido um outro livro todo passado num elevador.
 
Desta forma, um casal fica preso quando o elevador avaria. Estando insatisfeitos com a sua relação (mais ela do que ele), e uma vez que têm pela frente algumas horas de espera, vão ter de se confrontar com o estado da relação.
 
A autora alterna capítulos de diálogos entre o casal com narrativa em que conhecemos um pouco da vida de cada personagem, como se conheceram, como foram ali parar...
 
É um livro pequeno, lê-se perfeitamente numa tarde. A história, de certa forma, deixa-nos a pensar naquilo que faz falta numa relação. Quando as pessoas são diferentes e parecem ter muito pouco em comum, será que o amor basta para manter uma relação. Será que o amor poder ser mais forte do que tudo?
 
Gostei bastante e ficou a vontade de conhecer outros trabalhos da autora.

Classificação: 3/5 estrelas

sexta-feira, 8 de setembro de 2023

«O Convite» de Vi Keeland [Opinião]


Este livro veio mesmo na melhor altura, quando eu estava a precisar de uma leitura leve e relaxante para descansar a cabeça.
 
A Stella e o Hudson conhecem-se de uma forma muito caricata, quando ela invade uma festa de casamento para o qual não foi convidada. Fiquei imediatamente agarrada à história depois deste início tão divertido.
 
Na minha opinião, os livros de Vi Keeland já não têm muito para oferecer, principalmente aos leitores que fogem de narrativas muito semelhantes. Desta vez funcionou na perfeição comigo, porque procurava uma leitura descontraída.
 
Devorei o livro praticamente durante um fim de semana. Distraiu-me, fez-me rir, fez-me torcer pelas personagens, e até me ensinou sobre perfumes — como tal, cumpriu o prometido.

Classificação: 4/5 estrelas

sexta-feira, 18 de agosto de 2023

«Não Digas Nada» de Mary Kubica [Opinião]


«O thriller de estreia de Mary Kubica constrói o suspense de forma consistente e obriga o leitor a tentar adivinhar o final até à última página.»
Booklist
 
Não Digas Nada é o primeiro livro que leio de Mary Kubica. É um thriller psicológico que me chamou a atenção desde que o vi na biblioteca.
 
A história é sobre o rapto de Mia Dennett, filha de uma família influente, sendo o seu pai um juiz de sucesso. Sabemos que ela foi raptada para que se pedisse um resgate, contudo, o rapto acaba por não correr como o esperado porque o raptor não conclui o trabalha e vê-se obrigado a mantê-la refém numa cabana, ambos escondidos da polícia.
 
O que achei interessante neste livro é que ele é contado a três vozes: a de Eve, mãe de Mia; a de Gabe, um inspetor que está a investigar o rapto; e, por fim, a voz de Colin, o raptor.
Além disso, temos também o antes e o depois de Mia regressar a casa. Assim, quando iniciamos esta leitura, sabemos que Mia foi raptada, esteve algum tempo refém e regressou a casa. O que não sabemos é tudo o que aconteceu pelo meio.
 
Achei o início um pouco lento. Não tive dificuldade a adaptar-me às diferentes vozes, uma vez que são distintas, mas senti que no início me custou a entrar na história e a sentir interesse.
 
Este livro apresenta uma versão muito curiosa de um rapto. Temos toda a perspetiva do raptor, o Colin, que é um homem interessante com um passado difícil. As suas atitudes para com Mia são de a querer proteger, embora ela esteja claramente assustada com os acontecimentos.
 
Por outro lado, temos uma família cheia de segredos, em que nada é o que parece. O pai de Mia é um homem horrível, tornando-se difícil simpatizar com ele.
 
Passada talvez a primeira metade, o livro tornou-se de leitura compulsiva. Vemos como Mia está muito transtornada depois do seu regresso, e nos dias que se seguem, mas não sabemos o que provocou isso.
 
Estou contente porque tudo me surpreendeu. O final foi agridoce, no sentido de que talvez eu quisesse outro desfecho para as personagens. Porém, o último capítulo deixou-me boquiaberta, uma vez que este final é muito fora da caixa. Uau!!
 
Em conclusão, esta autora foi uma surpresa para mim. A história é interessante, sobretudo por ser contada a três vozes. No fim, creio que todas as pontas ficaram unidas, nada ficou por explicar, e só posso dizer que a autora me cativou e voltarei a ler mais trabalhos dela.

Classificação: 4/5 estrelas

sexta-feira, 11 de agosto de 2023

«O Tatuador de Auschwitz» de Heather Morris [Opinião]


«Uma história bela e pungente sobre a determinação de um homem de sobreviver em Auschwitz... É uma história de esperança e perseverança, de uma beleza que emerge quando tudo à volta parece estar pintado de preto.»
Library Thing

O Tatuador de Auschwitz conta-nos a história real de Lale Sokolov que chega ao campo de concentração de Auschwitz-Birkenau em 1942 e se torna tatuador: tem de tatuar os seus colegas prisioneiros.
 
No meio de todos os horrores, Lale vai conhecer Gita e apaixonar-se por ela.
 
É um livro baseado em entrevistas que a autora fez ao longo de vários anos a Lale e que nos mostra a força de um homem a fazer tudo para sobreviver naquele que foi um dos acontecimentos mais terríveis da História mundial.
 
A escrita é acessível a qualquer leitor, não há floreados nem grande densidade de informação. É um livro curto e conciso, tendo-me feito apenas desejar que alguns capítulos ou cenas fossem mais desenvolvidos.
 
Esta é uma história de humanidade, de compaixão e de luta pela sobrevivência, que certamente conseguirá cativar o leitor e tocar-lhe no coração.

Classificação: 4/5 estrelas

sábado, 5 de agosto de 2023

«O Meu Coração entre Dois Mundos» de Jojo Moyes [Opinião]

 
«A leitura deste livro fá-lo-á sentir-se enternecido e feliz.»
Look
 
Este é o terceiro volume da história de Louisa Clark, depois de Viver Depois de Ti e Viver Sem Ti.
 
Louisa vai viver para Nova Iorque, onde conseguiu um emprego novo, a trabalhar para uma família muito rica de Manhattan.
 
Quando chega a um novo país, uma nova cidade, está confiante e convencida de que conseguirá enfrentar todos os desafios, apesar da distância que se impõe entre ela e o seu novo namorado, Sam.
 
Este livro traz de novo a perspetiva da Louisa e a sua voz divertida e inocente a contar-nos todas as peripécias que lhe acontecem.
 
Louisa terá de se adaptar ao dia a dia de uma família muito rica e vai também ser inserida na alta sociedade nova-iorquina, na qual conhecerá um homem que lhe traz recordações do passado. Com tudo isso a acontecer na sua vida, Lou vai ter de descobrir quem ela é.
 
Gostei muito de acompanhar as novas peripécias da Louisa em Nova Iorque. Considero que este livro teve altos e baixos; tal como no livro anterior, houve momentos em que senti que havia algumas partes para encher a narrativa. Contudo, foi uma história com um rumo interessante e um final perfeito para a Louisa.
 
Se o segundo livro da série nos falava sobre como seguir em frente depois de se perder alguém que se ama, este continua a abordar esse assunto, mas também fala sobre a importância de percebermos quem realmente somos e de sermos fiéis a nós mesmos, ou seja, não alterarmos a nossa personalidade, os nossos comportamentos, a nossa maneira de ser, por causa de outra pessoa. Devemos respeitar e manter viva a nossa essência.
 
Em conclusão, esta é uma trilogia muito boa. Claro que nem o segundo nem o terceiro volume são tão bons como o primeiro — que foi incrível e inesquecível —, mas eu quis lê-los para saber como continuava a história da Louisa. Não me arrependo de todo!

Classificação: 4/5 estrelas

sexta-feira, 7 de julho de 2023

«Terra Americana» de Jeanine Cummins [Opinião]

 
«Um romance que acelera o nosso ritmo cardíaco e nos faz ficar acordados a ler até às três da manhã num acesso de adrenalina.»
Los Angeles Times

A família de Lydia é vítima de um massacre às mãos de narcotraficantes. Lydia e o filho de oito anos são os únicos sobreviventes e têm de fugir do México imediatamente.
 
Para proteger o filho, Lydia vai embarcar numa corrida contra o tempo, em que cada minuto conta. Vai pôr à prova a força que nem sabia que tem. Vai fazer coisas impensáveis. Vai passar por situações muito perigosas.
 
Uma narrativa poderosa, uma leitura aflitiva, sobre a situação dos migrantes no México. Terra Americana é um livro inesquecível!

Classificação: 5/5 estrelas

sexta-feira, 21 de abril de 2023

«O Egomaníaco» de Vi Keeland [Opinião]

 
Os livros de Vi Keeland são sempre bons para intercalar com leituras mais densas.
Tinha muita curiosidade em ler O Egomaníaco, principalmente devido à premissa da história.

Temos um encontro entre Drew e Emerie. Ela chega à cidade e vai trabalhar para um novo escritório que acabou de arrendar. Contudo, descobre que foi enganada e que esse escritório pertence a Drew. Combinam partilhar o espaço, enquanto ela procura outro local para arrendar.
 
O que achei interessante foi que temos uma interação entre um advogado especialista em divórcios e uma psicóloga que trabalha como conselheira matrimonial.
 
Ou seja, imaginei de imediato que este livro poderia oferecer um conjunto de peripécias bem engraçadas relacionadas com as profissões de ambos. Infelizmente, não foi isso o que acabei por encontrar.

Drew e Emerie começam por se picar, por discutir um pouco sobre vários assuntos, enquanto se vão conhecendo e sentindo atração um pelo outro, mas os momentos divertidos não foram assim tantos.
 
Gostei da história, mas não adorei. Não foi de todo dos meus livros preferidos da autora. Creio até que nem senti grande conexão com este casal. Gostei da personalidade da Emeri; contudo, achei o Drew um pouco rude e grosseiro, principalmente para alguém que é advogado.

Faltou algo que me cativasse, e por essa razão este livro não foi memorável. Quase de certeza que dentro de algumas semanas já não recordarei muitos pormenores da história.

É um livro bom para se ler assim em duas tardes, que ajuda a relaxar e a descansar de leituras mais difíceis, porque, na verdade, é um livro muito ligeiro.

Classificação: 3/5 estrelas

sexta-feira, 14 de abril de 2023

«Win» de Harlan Coben [Opinião]

 
«Reviravoltas atrás de reviravoltas. Não se vai desiludir.»
The Sun
 
Harlan Coben foi um dos autores que me fez apaixonar-me por thrillers. Desde então, faço questão de acompanhar o seu trabalho e ler todos os seus livros.
Este é o 17.º livro que leio do autor.
 
Este livro é centrado em Win, uma personagem dos seus livros anteriores, nomeadamente da série do Myron Bolitar.
Win (ou Windsor Horne Lockwood III) ganha finalmente um livro só seu.
 
Tudo começa quando um homem é encontrado morto com dois objetos importantes ao seu lado: um quadro roubado de Vermeer e uma mala de viagem com as iniciais WHL3. Sendo as iniciais do nome de Win, ele vai ser interrogado pela polícia, uma vez que estas provas apontam para que ele esteja relacionado de alguma forma.
 
Como é natural nos livros de Harlan Coben, é uma personagem comum quem começa a investigar. Neste caso, Win é tudo menos comum. Ele é um homem riquíssimo, com todos os meios ao seu dispor e com uma visão única de justiça. É claro que ele vai começar a investigar por conta própria.
Tudo isto está também relacionado com uma prima sua, que foi sequestrada há mais de vinte anos e que conseguiu fugir dos seus captores.
Por fim, há ainda outra ponta que se vai misturar aqui no meio: um ato de terrorismo que aconteceu também há muitos anos.
 
Devo dizer que este livro me cativou no início, depois teve uma fase em que abrandou um pouco e, por fim, a segunda metade do livro li-a num ápice, devorei-a.
 
Win é uma personagem única e cheia de humor (adoro o humor que o autor insere sempre nos seus livros).
Harlan Coben é exímio a criar uma trama com pontas por todo o lado, oferecendo-nos reviravoltas atrás de reviravoltas. É difícil perceber onde a história vai dar. Quando achamos que já desvendamos tudo, descobrimos que afinal não. No fim, temos uma teia incrível muito bem explicada.
 
Gostei do final; surpreendeu-me. De facto, o autor não desilude no que diz respeito à trama, ao suspense, às reviravoltas surpreendentes.
 
Ainda tenho livros por ler deste autor na estante e é sempre bom voltar a ele, nem que seja uma vez por ano.

Classificação: 4/5 estrelas

sexta-feira, 7 de abril de 2023

«Caminhos Sombrios» de Sandra Brown [Opinião]

 
«Quando os leitores pensam que já perceberam tudo, Brown vem com uma reviravolta inteligente. Reclinem-se e saboreiem!»
Romantic Times TOP PICK

Desde 2016 que eu não lia nada da Sandra Brown, pelo que aproveitei a oportunidade de trazer este livro da biblioteca.
 
Sandra Brown é uma autora que mistura mistério, suspense e algum romance e sensualidade nos seus livros. São sempre thrillers mais ligeiros, com algum suspense romântico.
 
Achei a premissa deste livro muito interessante. É sobre uma mulher, médica, que anda a treinar para maratonas e vai fazer uma corrida numas montanhas, onde desaparece.
Quando acorda, está na cabana de um desconhecido, um homem que lhe provoca medo e que, devido às condições atmosféricas, se recusa a ir levá-la de volta.
 
Ao mesmo tempo, o marido de Emory acha estranho o seu desaparecimento e comunica-o às autoridades, que iniciam as buscas. No entanto, como ambos haviam discutido no dia anterior a ela ter saído de casa, isso não abona muito a seu favor e começa a ser visto como suspeito.
 
Este livro prendeu-me de imediato logo no início, devido às interações entre Emory e o homem desconhecido. Ele não se dá a conhecer, não diz sequer como se chama, o que naturalmente nos aguça o curiosidade. Quem é aquele homem? Que esconde ele? Que fantasmas horríveis tem no seu passado? Acabamos por pensar que, se ele nada diz, poderá ser um fugitivo das autoridades e, portanto, perigoso.
 
A médica vai acabar por se envolver noutros assuntos perigosos com uns vizinhos do homem desconhecido. Ao mesmo tempo, começamos também a desconfiar do marido dela, que parece de facto estar a esconder qualquer coisa e que não se está a comportar como um marido preocupado.
 
O livro lê-se muito bem. Senti que houve uma ou outra parte que se calhar estivesse a mais. Embora esteja sempre a acontecer alguma coisa, tive a sensação de haver uns momentos mais parados a meio da história.
É um livro que nos cativa e nos deixa a pensar em várias teorias. O mais surpreendente é que quando nós (leitores) e a polícia achamos que já sabemos tudo, eis que surge uma surpresa ainda maior. Foi esse o ponto que mais me agradou. Nas últimas páginas, quando pensei que estaria tudo desvendado, eis que aparece uma reviravolta em que ninguém tinha pensado.
 
Em suma, Caminhos Sombrios entretém, e é cativante para quem aprecia thrillers ligeiros. Soube-me bem voltar a ler Sandra Brown.

Classificação: 4/5 estrelas

sexta-feira, 24 de março de 2023

«Segredo de Sangue» de Tess Gerritsen [Opinião]

 
«O enredo inteligente e os conhecimentos de medicina de Tess Gerritsen dão aos seus thrillers aquela intensidade suplementar. Conte com uma viagem aterradora por lugares mesmo muito sombrios.»
Paula Hawkins, autora de A Rapariga no Comboio

Segredo de Sangue é o décimo segundo volume da série Rizzoli & Isles, da Tess Gerritsen, uma série incrível que não deixo de recomendar que seja lida por ordem.
Infelizmente, é também o último livro publicado pela Círculo de Leitores e, sinceramente, espero que a editora continue a publicar esta autora. Tess Gerritsen é uma das minhas autoras preferidas de policiais.

Nesta décima segunda história da inspetora Jane Rizzoli e da médica legista Maura Isles, tudo começa com a descoberta de dois corpos, dois homicídios em locais diferentes.
Aparentemente, as vítimas não tem nenhuma relação entre si, até que se começa a perceber que poderão ter algo em comum: em ambos os casos, os corpos têm ferimentos horríveis, mas não se consegue descobrir a verdadeira causa da morte.

É um caso bastante difícil, que vem numa altura em que Rizzoli está a lidar com problemas familiares e Maura recebe notícias de Amalthea Lank, a sua mãe biológica.

Esta investigação tem contornos muito interessantes; vai conduzir a um grupo de amigos que estão a trabalhar num filme de terror, e a um conjunto de santos martirizados, ou seja, temos aqui uma temática relacionada com a igreja.

Um pormenor desta história é que ela tem origem no passado, e aos poucos vamos percebendo que o passado não está escondido e voltará para assombrar as personagens.

Como sempre, Tess Gerritsen consegue um enredo que prende o leitor às páginas, fazendo-o querer devorar capítulo após capítulo, até um final sempre tenso, impossível de largar.

Gostei muito do livro, embora não tenha sido dos meus preferidos ultimamente.

Tess Gerritsen é aquela autora de policiais que recomendo sempre que posso. A verdade é que, por vezes, andamos demasiado presos às novidades e acabamos por nos esquecer dos autores mais antigos, alguns mais conhecidos do que outros, e que têm histórias incríveis.
 
Lê Tess Gerritsen!!

Classificação: 4/5 estrelas

sexta-feira, 17 de março de 2023

«Noivos à Força» de Christina Lauren [Opinião]


«Espirituoso e completamente hilariante, com a quantidade certa de romance, Noivos à Força é a comédia romântica perfeita.»
Helen Hoang, autora bestseller de A Fórmula do Amor

Há muito tempo que queria ler este livro e, finalmente, graças a um empréstimo, consegui.

Noivos à Força foi uma lufada de ar fresco durante uns dias em que andei a trabalhar em revisões mais exigentes.
 
Esta história é sobre Olive, cuja irmã gémea casou, contudo, durante o copo-d'água, todos os convidados apanham uma intoxicação alimentar, exceto Olive e Ethan, o irmão e padrinho do noivo, que por sinal Olive detesta.
Para não perderem a lua de mel, a irmã de Olive convence-a a aproveitar a viagem em seu nome, e ela vai acompanhada de Ethan. Será assim tão mau aproveitar umas férias de sonho com a pior companhia que pode imaginar.

A primeira metade deste livro oferece peripécias divertidíssimas. Passei estes primeiros capítulos a rir às gargalhadas, pelo que posso afirmar que o livro cumpriu o seu propósito de me divertir e fazer esquecer o trabalho.

A segunda parte ganha um tom um bocadinho mais sério, enquanto se dirige para um final bastante fofinho.
Gostei muito do livro, ajudou-me a espairecer, embora acredite que agora esteja mesmo a precisar de uma pausa nos romances. Excetuando o trabalho, que não posso escolher, vou tentar fazer uma pausa nos romances e ler outros livros que se enquadram mais nas minhas preferências.

Noivos à Força é, assim, um livro muito giro, dentro do género. Adorei a parte da lua de mel e gostei particularmente da família enorme da Olive e da Amy, e de como todos se juntaram para a apoiar nos maus momentos. Foi um pormenor delicioso!

Termino dizendo que este livro daria um excelente filme, porque tem a quantidade certa de gargalhada, romance e, claro, aquele final que nos aquece o coração.

Classificação: 4/5 estrelas