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quarta-feira, 12 de maio de 2021

Palavras Sentidas


"As folhas de outono não caem. Voam. Deambulam pelo ar, sem pressas, como que a aproveitar a sua única oportunidade de voar. Viajam pelas correntes de ar, refletindo a luz do sol, rodopiando e flutuando ao vento."
 
Lá, Onde o Vento Chora
Delia Owens

quarta-feira, 24 de março de 2021

Palavras Sentidas


"O pai dissera-lhe muitas vezes que o que define um homem a sério é o facto de chorar sem se envergonhar disso, ler poesia com o coração, sentir a ópera na alma e fazer o que for preciso para defender uma mulher."


Lá, Onde o Vento Chora
Delia Owens

domingo, 21 de fevereiro de 2021

"Lá, Onde o Vento Chora" de Delia Owens [Opinião]

 
«Através da história de Kya, Owens fala-nos da forma como o isolamento afeta o comportamento humano e o profundo efeito que a rejeição pode ter nas nossas vidas.»
Vanity Fair

Lá, Onde o Vento Chora é um daqueles livros tão amados pelos leitores que é impossível não ter as expectativas elevadas antes de iniciar a sua leitura. Era assim que eu me sentia, ansiosa por conhecer esta história.

Este livro dá-nos a conhecer Kya, uma menina que vive numa cabana junto a um pantanal e que é abandonada pela mãe. Mais tarde, os irmãos acabam também por sair de casa, bem como o seu pai. Ela fica então completamente sozinha.
Terá de aprender a sobreviver, a ser autossuficiente: arranjar comida, perceber como funciona o dinheiro e descobrir como o ganhar para adquirir bens necessários.

A história vai alternando entre a vida de Kya e a investigação de um crime, em diferentes épocas temporais que se vão aproximando. Os capítulos dedicados a Kya são de ação mais lenta, por serem mais descritivos. São muitas e belíssimas as descrições da natureza, e nem por uma vez me senti aborrecida. Antes pelo contrário, dava por mim a apreciar estas descrições, escritas pela mão de uma especialista no mundo animal. Acredito que a formação da autora tenha contribuído imenso para tornar estas descrições muito mais ricas. Ela transformou a natureza numa personagem deste livro.

À medida que acompanhamos o crescimento de Kya, vamos conhecendo uma menina muito isolada, esquiva e fugidia, com pouco contacto com pessoas e, de certa forma, com algum receio de se aproximar delas, excetuando uma ou duas com quem ela tem uma relação de confiança. A autora mostra-nos os efeitos de uma vida solitária e longe da sociedade.

[Fotografia da minha autoria]

A outra parte da história é a investigação de um crime, que aconteceu uns anos mais à frente. Senti-me um pouco desiludida com esses capítulos, cujos diálogos eram pobres e fabricados de forma a que os investigadores dessem a informação que o leitor precisava de conhecer. A segunda parte desta investigação, passada em tribunal, melhora substancialmente e, nessas páginas, senti-me presa à leitura.

Este livro acaba por ser uma mistura de ingredientes do drama, do romance e do policial. É uma história que emana uma aura de tristeza e solidão, é muito emotiva, deixando-nos com as emoções à flor da pele.

Achei a história muito coerente. A acção inicia-se em 1952, nos Estados Unidos, onde há zonas costeiras como Barkley Cove, a localidade fictícia descrita no livro. Há populações a viver junto a essas zonas e acredito que, numa época dessas, esta história poderia ter tido lugar. Kya era fugidia; por muito que os inspetores escolares tentassem levá-la para a escola, ela fugia sempre, e ninguém conseguiu colocá-la numa família de acolhimento.

Lá, Onde o Vento Chora é uma história poderosa e que vou recordar por muito tempo. Adorei a relação de Kya e Tate, tão genuína e mágica, e o final deixou-me completamente arrebatada e a tentar controlar as lágrimas.

Lê, experimenta! É um livro muito, muito bom!

Classificação: 5/5 estrelas