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segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

"Gosta de Música, Gosta de Dançar" de Mary Higgins Clark [Opinião]

Gosta de Música, Gosta de Dançar é já o quinto thriller que leio desta autora e o único que li este ano. Creio que ainda tenho cá em casa outros dois livros a aguardar a sua vez.

Neste livro começamos por ter um vislumbre do assassino, que atrai as suas vítimas, todas mulheres, calça-lhes sapatos de dança e mata-as em seguida, deixando num dos pés um sapato de dança e no outro o sapato que cada uma delas trazia calçado.
Em seguida, conhecemos Erin e Darcy, duas amigas que, por brincadeira, decidem ajudar uma outra amiga nas pesquisas para um documentário acerca do tipo de pessoas que colocam e respondem a anúncios pessoais. Tudo parecia muito divertido e inofensivo, até Erin desaparecer e, dias depois, ser encontrada morta, com um sapato de dança num dos seus pés.
Darcy, sentindo-se culpada pela morte da amiga, decide que não descansará até ser encontrado o assassino. O que ela não sabe é que ele já a escolheu como a sua próxima vítima.

Tal como tem vindo a acontecer noutros livros da autora, nos primeiros capítulos somos apresentados a uma grande variedade de personagens, o que pode tornar a leitura um bocadinho confusa antes de nos familiarizarmos com cada personagem. À medida que o livro avança, começam a surgir as ligações entre as personagens e a trama mostra-se mais intensa.

Penso que nesta história não consegui sentir uma empatia tão grande pelas personagens, faltou qualquer coisa para elas me prenderem mais.

No entanto, o mistério de descobrir o assassino despertou-me imensa curiosidade. A autora consegue fazer-nos suspeitar da maior parte das personagens e o facto disto envolver anúncios pessoais e encontros com pessoas desconhecidas, tornou tudo um pouco mais assustador.

No geral, apesar de não ter achado o livro fascinante, a verdade é que não me desiludiu e proporcionou-me umas boas horas de leitura. Recomendo esta história a quem apreciar thrillers e for fã de Mary Higgins Clark.

Classificação: 3/5 estrelas

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

"Seis Anos Depois" de Harlan Coben [Opinião]


Uma vida construída sobre mentiras.
Uma verdade capaz de matar.

Harlan Coben é um daqueles autores que, de vez em quando, gosto de ler, e vou estando sempre atenta a novas obras publicadas.

Do autor, já li Desaparecido para Sempre, Morte no Bosque, Tacada Mortal e A Verdade nos Olhos, e apesar de ter em casa dois livros dele ainda por ler, não resisti a trazer da biblioteca este Seis Anos Depois, publicado em Portugal no início deste ano.

Seis Anos Depois conta a história de Jake Fisher, que viu a mulher que amava - Natalie - casar com outro homem. Durante seis anos ele cumpriu a promessa de não a procurar nem a contactar. Contudo, passados seis anos, ele encontra por acaso o obituário do marido de Natalie e não resiste a ir ao seu funeral, com esperança de poder ver mais uma vez a mulher que ainda ama. Mas a viúva não é Natalie, o que deixa Jake desnorteado. Assim, ele inicia uma procura por Natalie e cedo se apercebe de que anda mais gente à procura dela e que descobrir a verdade pode ser mais perigoso do que imaginava.

Quem já conhece Harlan Coben sabe que os seus thrillers são verdadeiramente impossíveis de largar e este não foi exceção. Com uma escrita fluida, pouco descritiva e contendo grandes doses de humor e sarcasmo, Harlan Coben conquista o leitor logo desde os primeiros capítulos.

Esta história mistura romance com mistério, investigações, perseguições e muito perigo. A trama encontra-se muito bem construída, dá imensas voltas e nem tudo é o que parece. O autor deixa-nos a questionar tudo, o que será ou não verdade, e até a própria sanidade mental do nosso protagonista.

O facto da história ser narrada na primeira pessoa fez-me gostar ainda mais do Jake, um coração mole e um romântico incurável que continua apaixonado por Natalie e não desiste de a procurar!

De certa forma, ler este livro é como ler uma história de amor em forma de thriller; em vez das borboletas na barriga, somos conquistados pelo suspense e pela adrenalina.
Harlan Coben é um dos meus escritores preferidos de thrillers e este livro foi um dos que mais gostei até agora. Sem dúvida que recomendo a sua leitura aos apreciadores do género.

Classificação: 4/5 estrelas

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

"O Mundo Invisível" de Katherine Webb [Opinião]

Depois de ler, no início deste ano, A Herança, fiquei desejosa de voltar a ler algo da autora, e finalmente deu-se essa oportunidade com este livro que me foi emprestado.

Ao contrário do que sucede no romance A Herança, em que a história decorre numa mansão antiga que esconde segredos de família e passados dramáticos, neste livro não temos uma mansão antiga mas antes um soldado morto que é encontrado e cuja identidade é desconhecida.
Leah é uma jornalista incansável a quem é dada a missão de decifrar as duas enigmáticas cartas encontradas juntamente com o soldado e, assim, desvendar um quebra-cabeças assombroso.

Paralelamente à investigação de Leah, recuamos cem anos no passado, até ao verão quente de 1911, onde dois novos e improváveis elementos chegam à pacata aldeia de Cold Ash Holt.
Cat Morley vem de Londres para ser a nova criada do reverendo Albert Canning e da sua esposa Hester. Cat é uma jovem rebelde e ousada, incapaz de esconder um passado doloroso.
O segundo elemento é o magnético Robin Durrant, um jovem atraente e carismático, mas que também se transformará numa perigosa obsessão.

A narrativa deste livro é semelhante à do anterior: o início é lento e há muitas partes descritivas, o que pode desencorajar os leitores mais ávidos por acontecimentos rápidos. No entanto, a história vai surgindo e vai-nos cativando aos poucos, vai-nos deixando cada vez mais curiosos por descobrir a identidade do soldado desconhecido.

As personagens são muito peculiares: Hester é uma mulher ingénua e que deseja ter um filho; por outro lado, o seu marido, o reverendo, começa a interessar-se pela teosofia e a tornar-se cada vez mais obcecado por Robin Durrant.
Cat é, na minha opinião, a personagem mais interessante. Apesar de ser uma criada, não se conforma com o seu destino e torna-se rebelde, lutando para que as mulheres da sua condição possam ser livres e conquistar outros direitos.

Não sei o que me fez não gostar tanto desta história como gostei da anterior. Adorei o mistério em torno do soldado, a investigação de Leah e a forma como a história terminou. No entanto, algures pelo meio, senti que ela avançava muito devagar e que nem sempre as personagens me cativavam.
Contudo, o final valeu a pena e foi desvendado com muita mestria por parte da autora, que manteve o suspense o máximo de tempo que conseguiu. Claro que alguns acontecimentos foram um pouquinho previsíveis e eu tive algumas suspeitas acertadas, mas ainda assim a autora conseguiu surpreender-me!

Em conclusão, o balanço foi bastante positivo, embora tenha preferido A Herança, mas não deixo de recomendar esta história aos fãs do género. Pela parte que me toca, tenciono continuar atenta às obras de Katherine Webb

Classificação: 3/5 estrelas

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

"A Dália Azul" de Nora Roberts [Opinião]

A Dália Azul é o primeiro volume da trilogia No Jardim, da autoria de Nora Roberts, autora que dispensa apresentação.

Esta série decorre em torno de uma casa mergulhada em história e de um próspero negócio de jardinagem, onde três mulheres vão desenterrar as memórias do passado e descobrir um segredo avassalador.
A Dália Azul apresenta-nos a história da primeira dessas mulheres - Stella Rothchild - que perdeu precocemente o seu marido e agora, juntamente com os seus dois filhos pequenos, regressa às suas raízes e a uma nova vida na Harper House, onde encontra um emprego no centro de jardinagem. Ao mesmo tempo, sente uma forte atração pelo paisagista Logan Kitridge, mas há alguém naquela casa que não está contente com o romance e tudo fará para o destruir.

Esta é uma história contemporânea com um toque de sobrenatural, dado que existe um fantasma na mansão Harper que vai complicar imenso o romance entre Stella e Logan. Claro que eles não precisavam de nenhum fantasma para que a sua relação fosse complicada, isto porque Stella é uma mulher muito organizada, que planeia tudo ao pormenor, enquanto Logan é a desorganização em pessoa. Mais diferentes não poderiam ser!

Estas duas personagens deliciaram-me ao longo da história; inicialmente embirraram um com o outro e passavam o tempo a discutir e a autora escreveu as cenas tão bem que era possível sentir ali a faísca e a irritação que sentiam. Senti-me solidária com a Stella, pois também eu gosto imenso de ter tudo organizado e bem planeado.

O livro não se encontra centrado apenas em Logan e Stella; também conhecemos bastante bem a Rosalind Harper e a jovem Hayley (que serão protagonistas dos próximos volumes), bem como o filho de Rosalind, os dois filhotes de Stella e o fantástico David.

As partes relativas à jardinagem, às plantas e ao negócio não me aborreceram minimamente; pelo contrário, até gostei imenso de ler e perceber como se gere um negócio deste género.

É um livro repleto de personagens e de momentos que me aqueceram o coração. A autora tanto me fazia rir às gargalhadas, como no momento seguinte me deixava de lágrima no canto do olho. Compreendo a razão por que Nora Roberts é tão acarinhada, principalmente pelo público feminino. Ela escreve histórias realmente fantásticas!

Este primeiro volume desvenda apenas um pouco da história do fantasma, pelo que estou mesmo ansiosa por prosseguir a leitura.
Quanto a vocês, se são fãs da autora e ainda não leram esta trilogia, então não percam mais tempo. Prometo que este primeiro volume não vos vai desiludir!

Classificação: 4/5 estrelas

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

"Maze Runner: Correr ou Morrer" de James Dashner [Opinião]

Este livro acompanhou-me durante vários dias, nas viagens de comboio, e confesso que havia momentos em que eu desejava que o comboio continuasse a andar, para eu não ter de sair na minha estação e, com isso, interromper a leitura.

Maze Runner: Correr ou Morrer é o livro que inicia uma trilogia que rapidamente me cativou.
Thomas é um jovem que acorda numa caixa, um elevador em movimento; quando este para, Thomas é recebido por um grupo de jovens, todos rapazes, que o saúdam e lhe dão as boas-vindas à Clareira. Explicam-lhe que lugar é aquele, quais são as suas regras e como está organizado, tendo cada jovem a sua função.
Aos poucos, Thomas vai-se apercebendo que a Clareira está rodeada por um enorme labirinto, onde ninguém se atreve a permanecer durante a noite. Para piorar a situação, Thomas não se lembra de nada do seu passado; tal como todos os outros, apenas se lembra do seu nome.
No fim do seu primeiro dia na Clareira, tudo fica ainda mais estranho com a chegada da primeira rapariga do grupo, que traz uma mensagem que alterará todas as regras do jogo.

Este livro desenrola-se com momentos de ação crescente. A par dos capítulos pequenos, a escrita é muito fluida, transformando a leitura num prazer viciante. Quando as personagens correm, nós também corremos, mas com os olhos, na tentativa de os acompanharmos e desvendarmos rapidamente todos os mistérios.

O enredo desta história é muito misterioso e empolgante. Tal como os jovens fechados na Clareira, também o leitor deseja saber que lugar é aquele, quem os colocou ali, qual o significado do labirinto, se existe realmente uma saída, entre muitas outras questões.

As personagens, apesar de serem adolescentes, são cativantes, responsáveis, corajosas e com maturidade. Um aspeto que estranhei no início foi a linguagem usada pelos habitantes da Clareira, com expressões e palavras esquisitas, mas à qual rapidamente me adaptei.

Sem dúvida que este livro me deixou em pulgas para ler os seguintes; já pedi emprestado o segundo volume e vou poder lê-lo muito em breve!

Esta é uma leitura que recomendo aos fãs de livros juvenis e distopias. Embora não tenha achado a história tão excelente como Os Jogos da Fome, gostei muito e acredito que possa cativar imensos leitores, tal como já cativou até ao momento. Fico também ansiosa por ver o filme já adaptado deste primeiro livro.

Classificação: 4/5 estrelas

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

"Inverso" de L. C. Lavado [Opinião]

Há já algum tempo que tinha curiosidade em ler algum trabalho da Liliana Lavado e isso agora foi possível graças à Silvana, do blog Por detrás das palavras, que muito generosamente me emprestou este livro.

Inverso trata-se de um romance de fantasia destinado ao público jovem-adulto.
Dois mundos tocam-se numa pequena vila costeira do norte do país. Ivana é uma adolescente sonhadora que está apaixonada por Bernardo desde sempre e está prestes a viver esse amor. Porém, tudo muda quando ela se cruza com Gabriel, uma figura de negro envolta em mistério, que traz consigo a magia.
O amor de Gabriel por Ivana vai reacender uma guerra no seio do seu povo, os Hekat, uma sociedade nómada que tem vindo a evoluir à margem do resto do mundo.

Esta história foi uma surpresa inesperada! Eu já sabia, pelas opiniões que tenho lido, que esta autora tem vindo a conquistar os leitores desde que começou a promover os seus livros, e que isso levou a que uma editora tenha decidido apostar nela. Contudo, fiquei ainda mais surpreendida pela forma como esta história me cativou.

A escrita de Liliana é extremamente fluida, muito divertida e cada capítulo nos deixa com vontade de continuar a ler.
Achei a história fascinante e adorei, aos poucos, ir ficando a saber mais acerca do mundo de Gabriel, o qual me pareceu muito bem estruturado e com imensas informações para os leitores.

Este livro está repleto de personagens cativantes, umas mais divertidas, outras mais sombrias, mas todas com o seu papel no decorrer dos acontecimentos. Não é fácil decidir qual foi a minha personagem preferida, mas definitivamente adorei o Gabriel, por tudo o que ele fez pela Ivana, e adorei a Lia, pelo seu excelente sentido de humor e por ser uma pessoa muito racional, procurando explicações para tudo. E, claro, adorei toda a comunidade Hekat e as habilidades que eles possuíam.

Confesso que me emocionei em algumas partes da história e me doeu o coração naqueles momentos mais tristes, onde as reviravoltas pareciam querer tomar o controlo do livro. O final foi inesperado e perfeito e deixou-me com um grande e sonhador sorriso nos lábios.

Podia perfeitamente ter atribuído 5 estrelas a este livro, que bem o merecia, mas depois achei que seria mais sensato guardar a pontuação mais alta para outro livro da autora do qual poderei vir a gostar ainda mais!
Vou, sem qualquer dúvida, continuar a acompanhar esta autora que merece ser lida e ver o seu trabalho valorizado. Recomendo vivamente a leitura de Inverso e espero que desfrutem tanto como eu!

Classificação: 4/5 estrelas

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

"A Segunda Pele da Acácia Mimosa" de Ana Gil Campos [Opinião]

Tomei conhecimento deste livro quando recebi um e-mail da autora a apresentar o seu trabalho, e desde logo me prontifiquei a divulgar o livro no meu blog. Agradeço à autora que, muito gentilmente, me ofereceu um exemplar para eu ler e dar a minha opinião.

A Segunda Pele da Acácia Mimosa conta-nos a história de Sara, uma arquiteta de sucesso que sente um vazio na sua vida, apesar da vida aparentemente perfeita que leva. Assim, decide pedir ajuda à sua alma gémea, em Vieira do Minho, e pretende afastar-se da sua vida sem que ninguém se aperceba disso.
A partir deste momento, ela descobre que está envolvida num esquema de corrupção com uma ministra portuguesa. O seu casamento também se encontra em crise e então ela decide fugir para Barcelona e refugiar-se em casa do seu amigo Barden, onde irá tomar as decisões mais importantes da sua vida.

A minha relação com este livro foi um pouco conturbada e passo já a explicar porquê. Na verdade, não percebi um pormenor da história e isso deixou-me confusa ao longo de toda a leitura. Como a confusão não desaparecia, sempre que progredia na leitura, continuava a questionar-me acerca desse pormenor, o que me impediu de desfrutar desta história.
Quando terminei o livro, tive oportunidade de explicar à autora esta minha confusão, ela esclareceu-me e nesse momento tudo fez muito mais sentido; consegui olhar para a história de outra forma.

Não sei se o problema foi meu ou do livro, mas ele já foi lido por diversos leitores e o feedback que a autora tem recebido tem sido bom. Possivelmente não o li com toda a concentração que ele merecia, fiz algumas pausas e isso fazia-me perder um pouco o fio à meada.

Falando agora de aspetos mais positivos, quero destacar a escrita da autora, muito estruturada e com um certo toque refinado, umas vezes mais descritiva, outras mais reflexiva, mas essencialmente agradável de ler. A personagem Sara passa por diversas dificuldades ao longo do livro, daí que a reflexão seja uma parte importante nesta história.

Não gostei tanto das partes referentes à história da maçonaria, apenas por ser um tema que não me desperta muita atenção; no entanto, achei que foi bem abordado, com pequenas passagens, colocadas em momentos estratégicos para passar alguma informação ao leitor, sem o aborrecer.

Para concluir, pretendo deixar passar algum tempo e voltar a ler o livro, talvez com uma segunda leitura seja capaz de compreender o que me fugiu desta vez.

Não posso deixar de recomendar esta leitura a todos os que estejam curiosos com a história e que queiram conhecer uma nova autora portuguesa. Acho importante darmos atenção ao que é escrito no nosso país e eu vou continuar a acompanhar a autora Ana Gil Campos. Ela já está a trabalhar no seu segundo romance e eu sinto-me bastante curiosa!

Classificação: 2/5 estrelas

sábado, 1 de novembro de 2014

"O Grande Amor da Minha Vida" de Paullina Simons [Opinião]


"Tu és a minha granada de mão, o meu fogo de artilharia. Substituíste o meu coração por ti."

Terminei este livro há uns dias, depois de ter andado três semanas a lê-lo, e ainda agora, por vezes, dou comigo a pensar na Tatiana e no Alexander e na história que eles viveram. A demora na leitura do livro deveu-se sobretudo à falta de tempo; por minha vontade, ter-me-ia barricado durante dois dias a lê-lo.

Ainda me é difícil expressar por palavras todas as emoções que este livro me porporcionou. A história inicia-se em 1941, durante a 2ª Guerra Mundial, quando Hitler invade a Rússia.
Tatiana é uma jovem ingénua que sonha com uma vida melhor. Tem uma irmã mais velha, Dasha, e um irmão gémeo, Pasha, e vive com os pais e os avós num minúsculo apartamento. Quando a invasão é anunciada, o pai manda-a ir comprar o máximo de comida que conseguir. Porém, Tatiana deixa-se ficar por casa a ler, vai às compras mais tarde, mas acaba por decidir comer primeiro um gelado e, dessa forma, perde o autocarro que a levaria à única loja aberta.
É assim que conhece Alexander, um soldado, e entre os dois a atração é imediata, o que muda a vida de ambos irremediavelmente.

Adorei ver a evolução do amor proibido de Alexander e Tatiana; é proibido porque nos deparamos com um triângulo amoroso com Dasha no meio e Tatiana não quer fazer nada que possa magoar a irmã, mesmo que isso a impeça de viver este amor.

Depois vem a guerra, a fome, o frio, a morte das pessoas na cidade e tudo isto é arrepiante de ler, dado que a autora escreve com imenso realismo. Apesar de serem cenas perturbadoras, a escrita da autora é lindíssima, muito cativante e com um toque poético.

Tatiana foi a personagem que mais me surpreendeu pela sua evolução; no ínicio era demasiado ingénua e descontraída mas, no fundo, é uma jovem forte, bondosa e determinada.
Alexander, por sua vez, é um homem sensato, corajoso e muito protetor e ama Tatiana com um carinho que comove. No entanto, o que mais me tocou neste livro foi ver a forma como Tatiana faz tudo por Alexander, como ela consegue ser forte pelos dois e ainda assim manter a esperança.

Este livro dá-nos uma grande lição acerca do amor verdadeiro, de como este não dá espaço a qualquer egoísmo, mas sim a dar tudo sem receber nada em troca; a saber perdoar mesmo aquelas ações que parecem imperdoáveis e, sobretudo, a acreditar sempre.

O Grande Amor da Minha Vida é uma história absolutamente bela, maravilhosa, que me levou às lágrimas mas que, ao mesmo tempo, também se agarrou fortemente ao meu coração. Este é um livro que nunca esquecerei, um daqueles que, sem qualquer dúvida, merece um lugar especial na nossa estante e cuja leitura em recomendo a todos os que desejem conhecer esta incrível história de amor.
Não percam mais tempo a dar-lhe a oportunidade que ele merece; agarrem-se a ele e desfrutem da leitura!

Classificação: 5/5 estrelas

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

"A Imagem" de Joel G. Gomes [Opinião]

Antes de mais, quero agradecer ao autor por me ter disponibilizado o livro em formato ebook para eu ler. Foi assim que conheci o autor Joel G. Gomes e que contactei pela primeira vez com um dos seus trabalhos.

A Imagem  é o segundo romance do autor e trata-se da sequela de Um Cappuccino Vermelho, ambos pertencentes à série intitulada Intersecção.
Este romance inicia-se com a apresentação de Lucas, que vive preso à sua rotina e que vive com medo que o menor deslize atraia atenções indesejadas, tanto para si como para os segredos que esconde. Um dia, vê uma imagem aparecer do nada e, embora seja uma imagem bizarra, o que mais o inquieta é o que ela representa. É aqui que a vida rotineira de Lucas vai mudar completamente pois enquanto existirem perguntas sem resposta, ele não conseguirá ter paz.

A primeira impressão que tive ao iniciar esta leitura foi que existiam demasiadas personagens, o que me deixou bastante confusa enquanto lia os primeiros capítulos. Rapidamente percebi que algumas eram personagens de Um Cappuccino Vermelho e, como eu comecei pelo segundo livro, não estava familiarizada com elas.
Apesar de neste livro o autor ir contextualizando o que aconteceu no romance anterior, eu senti que precisava de ter lido os livros pela ordem correta. É esta a recomendação que faço desde já aos leitores: se puderem e tiverem curiosidade em ler este autor, comecem por ler Um Cappuccino Vermelho e só depois A Imagem.

Ultrapassada este dificuldade inicial, comecei a prestar atenção a outros aspetos e gostaria de salientar dois que considero positivos: as descrições e o suspense. Começando pelas descrições, estas são muito reais e bastante pormenorizadas, por exemplo: uma personagem ia comprar uma bebida e uns parágrafos mais à frente, começava a bebê-la. Pode parecer demasiado pormenorizado e que não acrescenta nada de mais à história, mas esta atenção que o autor dá às ações das personagens acaba por tornar a narrativa bem interessante. Felizmente, a escrita do autor é cativante e leva-nos a querer ler sempre mais. Aqui surge o suspense, que é colocado tanto no final dos capítulos como durante os capítulos, quando o autor alterna entre as personagens.
Estas mudanças entre personagens e entre passado e presente só são confusas até conhecermos bem as personagens (já expliquei acima a dificuldade que tive); depois de nos sentirmos mais à vontade, a leitura torna-se bastante fluida.

Gostaria ainda de mencionar outros aspetos que considero menos positivos: a construção das personagens e os diálogos. Penso que o autor precisa de trabalhar e desenvolver melhor as personagens e as suas caraterísticas. A minha dificuldade com as personagens também se prendeu pelo facto de me parecerem todas semelhantes e de não haver muitos aspetos a distingui-las.
Pareceu-me também que os diálogos por vezes eram um pouco rudes, que as personagens eram mal educadas umas com as outras. Os acontecimentos do livro levavam as personagens a não se sentirem realmente muito contentes, mas eu fiquei com a sensação de que elas andavam sempre mal humoradas. Penso que os diálogos precisam de mais atenção e sensibilidade nos próximos trabalhos do autor.

No geral, posso afirmar que o balanço foi positivo e, após ponderar os vários aspetos que mencionei na minha opinião, decidi atribuir 3 estrelas a este romance do género fantástico (embora para mim se enquadre melhor no género de fantasia urbana). A ideia do autor é boa, há suspense e reviravoltas ao longo da história e apenas alguns pontos precisam de ser mais trabalhados no futuro.
Vou continuar atenta às obras do Joel G. Gomes e deixo aqui os meus votos de muito sucesso a nível profissional!

Classificação: 3/5 estrelas

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

"A Última Ceia - Um Conto de Terror Natalício" de Ana C. Nunes [Opinião]

Aos poucos tenho andado a aventurar-me com os e-books e a dedicar-me aos contos, pois são uma boa forma de explorar novos autores, principalmente portugueses.

Este conto atraiu-me pela sua capa e título; achei a ideia bem interessante e ainda mais assim que descobri que o conto oferecia também ao leitor uma pitada de sobrenatural.
A escrita da autora é muito cativante, algumas descrições estão narradas de forma excelente (nomeadamente a do sabor do prato do peixe) e esta história lê-se mesmo num instante.

Gostava que a parte natalícia tivesse sido mais explorada, pois não senti grande ligação com esta época do ano.
Em conclusão, é um conto de leitura agradável e que recomendo a todos os leitores, mesmo que não gostem muito de histórias de terror.

Classificação: 3/5 estrelas

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

"O Último Fôlego" de George D. Shuman [Opinião]

Este ano já tive oportunidade de ler 18 Segundos, o romance de estreia de George D. Shuman. Após algumas leituras mais variadas, decidi voltar ao autor e ler o seu segundo romance.

Neste livro, continuamos a acompanhar Sherry Moore, bela e cega, e com uma característica muito peculiar: ao tocar num corpo sem vida, ela consegue ver o que ficou registado nos últimos dezoito segundos da memória dessa pessoa. Desta vez, a polícia vai recorrer à sua ajuda quando são descobertos corpos de mulheres brutalmente assassinadas e nada no cenário as liga àqueles que haviam sido apontados como suspeitos do seu desaparecimento. Não só o serial killer ainda anda à solta, como vai, à medida que o tempo corre, demonstrar um interesse especial por Sherry, tornando-a também num alvo.

Este romance policial mostrou-se mais custoso de ler do que o anterior, o qual já teve demasiados momentos parados, tal como referi na opinião. A escrita do autor não é apelativa e, na maior parte das vezes, ele opta por descrever como tudo aconteceu, em vez de colocar os acontecimentos a decorrerem à frente dos nossos olhos.

Não tive vontade de ler compulsivamente e acabava por ter de me incentivar a ler só mais um capítulo, na esperança de terminar o livro rapidamente (penso que já cheguei a referir que não gosto de desistir de livros, a menos que sejam absolutamente horríveis). O livro acabou por melhorar no fim, no momento da captura do assassino.

Sherry é uma das minhas personagens preferidas e, neste romance, acabou por ter um papel com mais destaque, o que me agradou imenso.

Outro aspeto positivo neste livro é o assassino: tudo nele é interessante, nomeadamente a explicação de como e por que é que ele começou a cometer ester crimes; o seu modus operandi, bem como a sua destreza para se camuflar, passando por um indivíduo normal, sem suspeitas, e atraindo assim as suas vítimas.

Em conclusão, nem tudo neste livro foi mau, porém a leitura foi maçadora, exigindo mais tempo que o necessário para ler um livro com pouco mais de duzentas páginas, como é o caso deste. Infelizmente, perdi o interesse em continuar a acompanhar este autor e certamente não voltarei a ler mais nenhum dos seus livros.

Classificação: 2/5 estrelas

domingo, 7 de setembro de 2014

"Estarás Aí?" de Guillaume Musso [Opinião]

Guillaume Musso é um autor francês de quem já tive oportunidade de ler dois romances: Salva-me, uma história que me arrebatou, e E Depois..., que não me fascinou tanto como o anterior, mas que não me fez desistir do desejo de ler mais obras do autor.

As temáticas abordadas nos livros de Guillaume Musso são um pouco fora do comum, ora vejamos: em Salva-me temos um anjo que vem à Terra com uma missão; E Depois... trata-se de uma experiência de quase morte e o regresso à vida; em Estarás Aí? encontramos a temática das viagens no tempo, mais especificamente o regresso ao passado.

Destas três temáticas, a das viagens no tempo é, sem dúvida, a que mais entusiasmo me provoca, pelo que tive a certeza de que iria adorar este livro desde o momento em que o comprei. Só me arrependo de não o ter lido mais cedo.

Na história conhecemos Elliott, um médico que nunca se recompôs do desaparecimento de Ilena, a mulher que amava, morta há 30 anos. Um dia, uma situação extraordinária vai permitir-lhe recuar no tempo e encontrar o jovem que ele era há 30 anos. Ao regressar ao instante decisivo em que um gesto seu pode salvar Ilena, conseguirá ele modificar o destino implacável que determinara a sua vida desde então?

No início deste livro, encontramos algumas questões que servem tanto para nossa reflexão como para introduzir a história. Uma delas é a seguinte: "Já todos nos confrontamos com a questão pelo menos uma vez: se nos fosse concedida a oportunidade de voltarmos atrás, o que alteraríamos na nossa vida?".
O que Elliott mais desejava na vida era rever a mulher que perdeu há 30 anos atrás. No entanto, voltar ao passado e interferir com a mais pequena coisa, poderá trazer consequências imprevisíveis ao futuro.

Guillaume Musso tem um dom para nos prender às páginas do livro com a sua escrita fluida e com verdadeiros momentos de suspense. Por essa razão, este é um livro de leitura compulsiva que não desejamos largar e onde encontramos personagens carismáticas e envolventes e uma história extremamente bem estruturada.

A história é romântica e emocionante e certamente fará as delícias a leitores que, tal como eu, apreciem um toque de ficção científica aliada ao romance. Tenho a certeza de que vou recordar esta história e as suas personagens durante bastante tempo. Aconselho vivamente esta leitura!

Classificação: 4/5 estrelas

terça-feira, 2 de setembro de 2014

"As Gotas de um Beijo" de Carina Rosa [Opinião]

Este ano já tive oportunidade de ler O Intruso, a primeira obra publicada de Carina Rosa. Posteriormente, segui com atenção a publicação deste seu segundo romance: As Gotas de um Beijo. Confesso que inicialmente não gostei muito da capa - pelo menos de a ver no computador - mas mudei de ideias assim que tive o livro na mão. Adoro o formato pequeno dos livros da Alfarroba e este ficou uma autêntica ternura.

As Gotas de um Beijo é essencialmente uma história de amor que contempla um triângulo amoroso. É a história de David, um quarentão divorciado, dono de um stand de automóveis; de Diana, a grande amiga de infância de David, que foi um grande apoio quando o casamento deste fracassou; e é também a história de Laura, uma mulher bela e misteriosa que trabalha na loja ao lado do stand de David.
Quando a vê pela primeira vez, David sente-se fascinado pela sua beleza, pelos seus cabelos ruivos, e rapidamente se apaixona pela mulher da porta ao lado. Mas este amor vem competir com a grande amizade (ou será algo mais?) que ele sente por Diana, e David sabe que em breve chegará o momento de escolher.

Quando escrevi a opinião do livro O Intruso, mencionei um aspeto que, na minha opinião, deveria ser melhorado pela autora: as frases muito pequenas que acabavam por tornar a leitura menos fluida devido às pausas que a pontuação exigia.
Esse aspeto foi trabalhado e melhorado no presente livro, dando a sensação de que estamos perante um estilo de escrita completamente diferente. As frases estão bem estruturadas, o próprio texto está consistente, o que transforma esta leitura em algo agradável e prazeroso.

Relativamente à história, achei-a interessante e credível. Os temas abordados, como a violência doméstica e até a inclusão de um triângulo amoroso, tornam a história mais real, mais possível de acontecer à nossa volta, às pessoas que nos rodeiam.
A violência doméstica é um problema grave da nossa sociedade e gostei da forma como a autora o abordou, conferindo um toque de perigo e tensão à história.

No que diz respeito às personagens, a minha preferida é a Diana, por ser uma mulher forte e sensata. Não gostei muito do David devido à indecisão constante que sentia pelas duas mulheres. Por sua vez, a Laura interessou-me exatamente por ser uma mulher fragilizada e com segredos na sua vida.

Gostei imenso do final do livro e, por momentos, cheguei a pensar que iria acontecer algo mais dramático (e, por breves segundos, desejei mesmo que acontecesse).

Neste livro, a autora atribui muita ênfase aos sentimentos das personagens, descrevendo constantemente as suas dúvidas, desejos, pensamentos e receios. Talvez tenha sido este aspeto que não me permitiu apaixonar-me por esta história, fascinar-me pelos momentos belos e sofridos de David, Diana e Laura.

Em conclusão, esta é uma história que vai aquecer o coração dos mais românticos e Carina Rosa é uma autora que está a desenvolver o seu potencial, por isso acredito que deve ser lida. Recomendo As Gotas de um Beijo a leitores que apreciem histórias repletas de sentimentos e que desejem envolver-se num turbilhão de emoções.
Pela minha parte, ficarei a aguardar a próxima obra da autora, a quem desejo desde já muito sucesso a nível profissional!

Classificação: 3/5 estrelas

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

"Espero por Ti" de Jennifer Armentrout [Opinião]

A belíssima capa deste livro, a sua publicação pela 5 Sentidos, chancela da Porto Editora, assim como a bolinha vermelha no canto superior direito, levaram-me a pensar que estaria perante um livro erótico, o que não é totalmente o caso. Este livro insere-se melhor na categoria de romance contemporâneo e jovem-adulto.

Avery Morgansten é uma jovem de dezanove anos que se candidata a uma universidade a centemas de quilómetros de casa, como forma de fugir ao passado e ao acontecimento fatídico que, cinco anos antes, mudou a sua vida para sempre. Porém, quando conhece Cameron Hamilton, um colega mais velho, cujos olhos são capazes de derreter qualquer uma, o seu mundo muda novamente.
A atração estre os dois é inegável, mas Avery sabe que envolver-se com ele é perigoso. Até onde estará ela disposta a ir e o que fará para esquecer o passado e viver aquela relação intensa e apaixonada?

Desde a primeira frase do livro que adorei e me senti cativada pela escrita desta autora. O seu estilo de escrita descontraído, simples e com passagens repletas de humor, transmite-nos na perfeição as emoções vivenciadas pelas personagens. A sedução e a tensão entre Avery e Cam é palpável; as emoções sentem-se à flor da pele.

Avery é uma jovem perturbada com um passado traumático, passado esse que é desvendado aos poucos. A autora fez um bom trabalho ao adicionar suspense em cada capítulo, deixando-nos loucos de curiosidade. O acontecimento em si não é difícil de adivinhar após algum tempo de leitura, pelo que a parte interessante é ver como é que Avery vai ultrapassar o passado.

Cameron é um jovem irresistível, extremamente carinhoso e sedutor, e a autora consegue facilmente que nós, leitoras, tal como Avery, nos apaixonemos por ele.

Juntos, Cam e Avery são um casal maravilhoso, e Cam será um grande apoio para Avery, agora que chegou o momento de enfrentar o passado.

Embora eu não considere este livro erótico (pelo menos comparando com outros livros cujo cariz sexual é muito mais explícito), ele apresenta cenas picantes e repletas de sensualidade. Porém, esta é sobretudo uma história de amor, com personagens profundas, e que nos mostra como o amor é capaz de curar as nossas feridas.

Um romance lindo que recomendo aos fãs do género e cuja autora vou continuar a acompanhar!

Classificação: 4/5 estrelas

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

"Conspiração Mortal" de J. D. Robb [Opinião]

Após ler os 4 primeiros volumes desta série da qual já sou fã, acabei por quebrar a ordem e dedicar-me ao volume 8, visto que o livro não era meu e não queria demorá-lo em casa por muito tempo.

O meu receio de encontrar spoilers de livros anteriores não se concretizou, ou melhor, só encontrei pequenos apontamentos, e que me pareceram inofensivos, dos livros que ainda não li.
Por outro lado, este volume deixou uma pista para um acontecimento que poderá surgir em breve e que me deixou com uma certa curiosidade.

Em relação ao caso policial do presente livro, tudo começa quando um sem-abrigo é encontrado assassinado nas ruas de Nova Iorque, tendo-lhe sido removido o coração com uma precisão cirúrgica. A Tenente Eve Dallas fica encarregue da investigação e rapidamente descobre crimes semelhantes em várias cidades e todos eles misteriosamente arquivados. Desta forma, ela percebe que enfrenta um assassino cruel e suficientemente poderoso para ocultar o seu rasto de crime.

Pela primeira vez, o trabalho de Eve é posto em causa quando o seu nome é associado à morte de um colega polícia. Nunca tinha visto Eve tão transtornada e quebrou-me o coração assistir ao seu sofrimento.

Além do apoio dos seus amigos, recebeu também um forte apoio de Roarke, que tem melhorado de livro para livro e me pareceu especialmente fascinante neste volume.

O caso policial não foi dos que mais me agradou mas apreciei todo o perigo que ele envolveu e os ataques pessoais aos investigadores, colocando-nos perante uma conspiração que envolvia até membros da política.

Vou, sem dúvida, continuar a acompanhar esta série que reúne alguns dos meus ingredientes preferidos: romance, investigação policial e ambiente futurista.

Classificação: 4/5 estrelas

terça-feira, 19 de agosto de 2014

"Cartas da Nossa Paixão" de Karen Kingsbury [Opinião]

Quando comecei a ler este livro, presumi que se tratava de um romance contemporâneo, o que não está errado. Contudo, após uma breve pesquisa, percebi que o livro também se inseria na categoria de romance religioso (ou igualmente chamada de ficção inspiracional), caracterizada por apresentar uma narrativa de grande teor religioso, onde Deus assume um papel muito importante, quase como se fosse uma personagem.

Foi este mesmo aspeto que quase me levou à loucura e me irritou seriamente à medida que progredia na leitura.
Apesar de não ser muito dada à religião, tento respeitar as outras religiões, bem como as pessoas pelas suas crenças.
No entanto, ao ler este livro, onde a autora demonstrou que também ela é muito devota à religião, senti-me, de certa forma, enganada. Senti que tudo o que acontecia e não acontecia às personagens era atribuído a Deus, o que me deixou com a sensação de que elas não tinham vontade própria, não agiam por si e tudo o que faziam era por Deus, para Deus e para o glorificar.

Isto foi o que mais me desiludiu no livro; confesso que não esperava uma componente religiosa tão forte, o que acabou por me perturbar o prazer na leitura.

Falando agora um pouco da história, penso que é um tema já bastante abordado na literatura. Ellie e Nolan são dois adolescentes que se amam e que, por circunstâncias fora do seu controlo, se veem separados por muitos quilómetros e acabam por perder o contacto. Onze anos depois, chega a data do reencontro e ambos sonham com aquele momento. Será que, passados tantos anos, ainda há alguma hipótese de serem felizes?

Gostei imenso do início do livro e de ver esta amizade tão grande entre os dois jovens.
A autora conseguiu prender-me à leitura e este foi um livro que li relativamente rápido. Tenho de admitir que apreciei muito a escrita da autora e a carga emocional e dramática que ela imprimiu nestas páginas. A sua escrita é realmente comovente e dou os parabéns por isso à autora.

Acredito que se se retirassem as partes religiosas, o livro ficaria perfeito para quem gosta de histórias de amor e de perdão com segundas oportunidades e finais felizes.

Tenho algumas reservas em recomendar este livro a leitores que não apreciam romances com exagerado teor religioso mas, caso isto não vos faça diferença, então creio que será uma leitura agradável.

Quanto a mim, provavelmente não irei ler mais nenhum livro desta autora.

Classificação: 2/5 estrelas

sábado, 16 de agosto de 2014

"A Grande Revelação" de Julia Quinn [Opinião]

A vontade de continuar a conhecer as histórias dos irmãos Bridgerton era enorme; por essa razão, não fui capaz de manter este livro aqui por casa durante muito tempo sem me atirar a ele!

Este quarto volume da série conta-nos a história de Penelope Featherington e do seu amor de sempre: Colin Bridgerton. Depois de o amar durante mais de dez anos e de julgar que o conhece na perfeição, Penelope vai descobrir que o seu amado esconde um segredo que prova que ele é muito mais que aparenta.
Por sua vez, Colin regressa a Londres após uma viagem ao estrangeiro e está decidido a mudar as coisas, nomeadamente a sua fama de mulherengo. Contudo, a realidade (ou melhor, Penelope) vai surpreendê-lo... e de que maneira!

Este livro divide-se assim entre a relação de Penelope e Colin e a revelação da identidade de Lady Whistledown, um dos aspetos que eu mais aguardava. A introdução das crónicas e desta personagem misteriosa conferiu aos livros um certo tom de secretismo que me empolgava de leitura para leitura. E foi mesmo uma revelação surpreendente; adorei todos os mexericos que causou na sociedade londrina, bem como o desafio de Lady Danbury em oferecer mil libras a quem desmascarasse Lady Whistledown.

Gostei muito de conhecer uma nova Penelope e a sua personalidade um pouco diferente da de menina tímida e desinteressante que parecia ser nos volumes anteriores.
Por seu lado, Colin desiludiu-me um pouco. Sempre foi descrito como o mais divertido, descontraído e bem-disposto dos irmãos e gostei imenso da sua participação nos livros anteriores da série. Porém, neste livro, passou a maior parte do tempo a zangar-se (às vezes, por coisas mínimas) e de mau humor. Felizmente, acabou por se redimir e demonstrar uns comportamentos encantadores e bem mais dignos de um Bridgerton.

A Eloise foi outra das irmãs que recebeu um grande destaque neste livro (como melhor amiga de Penelope) e que me deixou muito curiosa por conhecer a sua história.

Para terminar, este é mais um livro que as fãs de Julia Quinn vão adorar. Como sempre, a autora provoca-nos gargalhadas e leva-nos às lágrimas logo de seguida, enquanto nos cativa com uma história romântica e enternecedora.

A razão de ter fugido às 5 estrelas que habitualmente atribuo aos livros desta autora prende-se por ter sentido que faltou algo, qualquer coisa que não consigo definir. Apesar de ter adorado esta história e todos os desenvolvimentos, sinto que faltou algum do encanto que tanto me apaixonou nos livros anteriores.
Mas leiam, atirem-se a esta história que é mais uma da família Bridgerton que vale a pena conhecer.

Classificação: 4/5 estrelas


domingo, 10 de agosto de 2014

"Espero por ti em Paris" de Diana Mendonça e David Marle [Opinião]

Li este pequeno livro numa tarde, num par de horas. É a leitura ideal para descontrair após livros mais pesados e intensos.

Esta é a história de Carolina e Philippe, dois jovens que viveram um romance aos 20 anos, embalados pela bela cidade de Paris. Contudo, o destino acaba por separá-los, obrigando-os a marcar encontro para cinco anos depois.
Agora, Carolina está no topo da Torre Eiffel, à espera de Philippe e recordando os sonhos do passado. Será que ele vai aparecer? E será que os contos de fadas existem fora das folhas de papel?

Espero por ti em Paris é o primeiro romance de Diana Mendonça e David Marle. Achei a escrita simples, bonita e muito agradável, mas verifiquei um excesso de "frases feitas" e clichés comuns.

A história encontra-se bem estruturada e o final em aberto deixa o leitor a imaginar qual terá sido o desfecho desta história de amor.

Não gostei muito da personalidade de Philippe aos 20 anos; achei-o imaturo e irritou-me que estivesse sempre a choramingar por não conseguir realizar o seu maior sonho. Por um lado,  compreendo que deve ter sido muito frustrante para ele mas, por outro, não gostei da sua atitude.

O livro aborda igualmente a temática das relações à distância, com a qual infelizmente estou muito familiarizada, e por isso fui capaz de sentir na pele as dificuldades por que eles passaram.

Em conclusão, esta não é uma história que vá permanecer muito tempo na minha memória, no entanto ajudou-me a relaxar e permitiu-me conhecer mais um trabalho de dois autores portugueses.

Classificação: 2/5 estrelas

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

"Tríptico" de Karin Slaughter [Opinião]

Tríptico é a minha estreia com as obras de Karin Slaughter. Não conhecia esta autora, mas a verdade é que ela já vendeu 30 milhões de exemplares em todo o mundo.

Antes de mais, devo dizer que adoro a capa deste livro; tudo nela é hipnotizante!

Tríptico conduz-nos para uma história dividida em três partes. Na primeira, conhecemos o dia-a-dia de Michael Ormewood, detetive da Polícia de Atlanta, que é chamado à cena de um brutal homicídio num bairro social.
A segunda parte apresenta-os Jonathan Shelley, um homem que se encontra em liberdade condicional (a tentar recomeçar a sua vida) após cumprir pena de prisão pela violação e homicídio de uma jovem, 20 anos antes. Esta parte contextualiza o presente e o passado de John, até ao momento em que ocorrem os acontecimentos vivenciados por Michael Ormewood. Aparentemente, os dois homens não parecem ter nada em comum, mas é então que a autora decide lançar a primeira bomba...
Segue-se a terceira parte, a qual descreve a investigação levada a cabo pelo agente especial Will Trent, ajudado pela detetive Angie Polaski.

Este policial não obedece à fórmula habitual encontrada nos livros do género, isto é, a procura pelo assassino. Neste livro, conhecemos o assassino desde muito cedo e, por isso, a ação centra-se nos passos dados pelos investigadores de forma a desvendarem este crime.
Para mim, a identidade do assassino foi uma surpresa, até porque cheguei a sentir uma certa compaixão por essa personagem antes de descobrir que afinal era responsável por crimes tão hediondos.

A autora atribui grande destaque ao passado das personagens principais; todas estão, de uma forma ou de outra, vulneráveis e perturbadas pelo passado. Essa vulnerabilidade está bem presente no decorrer da história, e é transportada para o leitor que rapidamente se começa a sentir impressionado pelos segredos perturbadores das personagens.

Este é um thriller intenso, inquietante e de leitura compulsiva, que nos envolve num clima tenso e sombrio. A estrutura do texto está excelente e as reviravoltas chocantes vão surgindo de forma extremamente habilidosa.

Apesar da dificuldade que habitualmente sinto em classificar os policiais e thrillers, atribuí 5 estrelas a este livro pois acredito que merece um destaque especial que o permita distinguir de outras leituras do género.

Recomendo este livro sem qualquer reserva a quem desejar envolver-se numa história fascinante e onde as emoções são de alta intensidade!

Classificação: 5/5 estrelas

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

"Lili", um conto de Manuel Alves [Opinião]

Lili é um conto infantil que retrata o tema dos medos das crianças, dos sonhos e pesadelos, e que nos deixa a mensagem de que devemos ser nós próprios a enfrentar e vencer os nossos medos.

Achei o conto uma verdadeira delícia, capaz de cativar tanto as crianças como os adultos. A escrita é simples, bonita, e os diálogos são muito ternurentos. As ilustrações, feitas pelo próprio autor, conferem-lhe um toque original e que me fez lembrar os livros de ilustrações que eu coloria na minha infância.

Esta história deixou-me com muita curiosidade em ler outros trabalhos do autor, bem como a continuação deste conto, intitulada Lili - O Natal no Fundo da Caixa.

Classificação: 4/5 estrelas