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sexta-feira, 26 de abril de 2024

«A Cicatriz» de Maria Francisca Gama [Opinião]


História muito bem escrita e com uma boa estrutura. Foi o primeiro trabalho que li da autora e fiquei impressionada, com vontade de continuar a conhecer os seus livros.
 
O temática é dura, contada sem filtros, com partes cruéis que podem sensibilizar alguns leitores. Senti-me extremamente triste ao longo desta leitura e ainda mais com o final. É duro. Não consigo nem imaginar uma situação destas, pelo que faço só uma pequena ideia de como deve ter sido para a autora pôr-se no papel desta personagem.
Terminada a leitura, só consigo pensar que a personagem podia (e devia) ter pedido ajuda. Tal como a autora nos mostrou o caminho para a direita e para a esquerda, acho que poderia ter havido um outro caminho se a personagem tivesse só um bocadinho mais de força para pedir ajuda.
 
Creio que entendo o que o autora pretendia com este livro, mas teria sido uma boa oportunidade para salientar a importância da ajuda psicológica.

Classificação: 4/5 estrelas

sexta-feira, 15 de março de 2024

«Uma Família Quase Normal» de Mattias Edvardsson [Opinião]


«Com uma reviravolta chocante, este é um thriller jurídico intenso que consegue, com sucesso, ser realista e emocionante.»
Booklist
 
Uma Família Quase Normal apresenta-nos uma premissa muito interessante. «Até onde seria capaz de ir se a sua filha fosse acusada de assassinato?»
Iniciei este livro sem expetativas; não conhecia o autor, não conhecia o livro, não sabia nada sobre ele. E a verdade é que fiquei agarrada logo nos primeiros capítulos. Acabei por devorar este livro em poucos dias.
 
A história apresenta-nos uma família perfeitamente normal. Adam, o pai, é um pastor da Igreja da Suécia. Ulrika, a mãe, é uma advogada de defesa. Ambos têm uma filha adolescente, a Stella.
Quando a Stella é acusada de assassinar brutalmente um homem bastante mais velho do que ela, a vida desta família sofre uma reviravolta completa.
 
Este livro foi estruturado de forma muito interessante. Está dividido em três partes, e cada parte é-nos contada na perspetiva de um membro da família. Primeiro, o pai, que nos dá uma visão do que é querer fazer tudo pela sua filha e sentir-se impotente ao ver a sua família completamente devastada. Além disso, permite-nos reflexões acerca do que é certo e do que é errado, do que é a verdade e do que é a mentira, bem como o que alguém estaria disposto a fazer pelos seus filhos.
Segue-se a perspetiva da Stella, a filha, que nos conta a história do seu ponto de vista, e com ela vamos perceber porque é que se envolveu em determinados comportamentos, e vamos ver que é adolescente normal com as suas dificuldades, as suas dúvidas, os seus sonhos.
Por fim, a perspetiva da mãe foi aquela que mais me agradou porque, sendo ela advogada de defesa, toda esta última parte se passa no tribunal, pelo que temos aqui um pouco de thriller jurídico. Gosto muito de livros com partes passadas em tribunal, embora na verdade não leia tantos quantos gostaria.
 
O livro é surpreendente, viciante de início ao fim, com capítulos pequenos que permitem uma leitura rápida. Não senti que houvesse partes mortas nem palha lá pelo meio; a história é mesmo muito dinâmica, está sempre qualquer coisa a acontecer. Conforme avançamos na história, só queremos desvendar estas teias de mentiras, encontrar a verdade, perceber quem é que afinal matou Christopher Olsen.
 
Passamos todo o livro a questionar tudo e todos e só muito perto do fim é que vamos ter a verdade completa nas nossas mãos.
 
Gostei mesmo muito deste thriller. Estava indecisa entre dar 4 ou 5 estrelas, mas, devido à estrutura diferente e original, com a pitada de thriller jurídico, acabei por decidir atribuir as 5 estrelas. Encontrei neste livro todos os ingredientes que aprecio num thriller: ação, reviravoltas e um ritmo frenético.
 
Mattias Edvardsson é mais um autor que tenciono continuar a acompanhar.

Classificação: 5/5 estrelas

sexta-feira, 8 de março de 2024

«A Boa Irmã» de Sally Hepworth [Opinião]

 
«Nem os maiores fãs de thrillers psicológicos conseguem antecipar o final deste livro. Incrível.»
Library Journal
 
A Boa Irmã é uma história sobre duas gémeas: a Fern e a Rose. Este livro acompanha sobretudo o dia a dia da Fern, intercalando com passagens de diário escritas pela Rose.
 
Sem revelar muita informação, a Fern é bibliotecária, tem um segredo obscuro no seu passado e, por isso, é importante manter sempre uma rotina. Quando descobre que a irmã não pode ter filhos, decide que pode ajudá-la e engravidar para lhe dar o seu bebé. Afinal, qualquer pessoa faria isso por uma irmã, certo?
O problema é que essa sua missão vai abalar a sua vida e destruir-lhe a rotina que planeia com tanto cuidado.
 
Confesso que fui para este livro sem muitas expetativas e acabei mesmo surpreendida. Para começar, a profissão da Fern, bibliotecária, é um aspeto positivo, uma vez que grande parte da história se passa na biblioteca e ficamos familiarizados com as atividades que ela realiza. Além disso, a Fern tem uma personalidade peculiar, ela interpreta de forma diferente as normas sociais e a forma como as outras pessoas pensam.
 
As entradas de diário escritas pela Rose, por sua vez, dão-nos a conhecer a relação das gémeas uma com a outra, e com a mãe de ambas. Ficamos a saber que a infância delas não foi muito boa e que não tinham a melhor das relações com a mãe.
 
Este livro cativou-me por completo desde o início, prendeu-me, despertou-me o interesse e, a certa altura, já estava completamente viciada e dava por mim a pensar neste livro a toda a hora.
 
O final é surpreendente e a autora construiu esta narrativa com muita mestria, porque temos duas narradoras em quem não sabemos se podemos confiar, nem qual das duas está a dizer a verdade. Ou será que estão ambas a mentir?
 
Para concluir, os principais ingredientes deste thriller psicológico são uma escrita envolvente, um ritmo que nos mantém presos, dois narradores pouco confiáveis e reviravoltas excelentes. Recomendo muito e quero, sem dúvida, continuar a acompanhar esta autora.

Classificação: 4/5 estrelas

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

«Enquanto o Fim Não Vem» de Mafalda Santos [Opinião]


Não vou revelar muito acerca deste livro, porque acho que quanto menos o leitor souber sobre ele, melhor.
Posso dizer que foi o primeiro trabalho que li da Mafalda Santos e que ela nos apresenta uma ideia ousada e surpreendente.
 
Neste livro, o inspetor Lobo está a investigar a morte de uma jovem, a Laura. Depois temos outra personagem, o Afonso, um escritor cansado de obedecer ao que a editora quer que ele escreva, e que só deseja escrever algo mais ao seu gosto.
 
Este livro funcionou muito bem, prendeu-me desde o primeiro capítulo. Acho que a história está bem estruturada e é extremamente viciante. Se pudesse, tê-lo-ia lido todo numa tarde, porque o livro nos agarra de verdade. A cada novo capítulo, eu só queria saber mais, e começaram a surgir reviravoltas incríveis que me faziam querer desvendar tudo.
 
A verdade é que nada neste livro é o que parece e a ideia está muito fora da caixa. Tenho de dar os parabéns à autora por isso.
 
Contudo, escrevo esta opinião e classifico este livro ignorando o último capítulo. Depois de tanta emoção, aquele final não resultou de todo comigo. Terminei a leitura e senti que algo ficou a faltar. Foi um final abrupto, que eu percebi, mas ao mesmo tempo não percebi. Esperava qualquer coisa diferente e mais bem explicada. Depois havia ainda um epílogo que não senti que fosse necessário.
 
Não quero que a minha opinião se baseie apenas na desilusão que foi o final, uma vez que tudo o resto funcionou e o livro cumpriu o seu propósito e me manteve entretida e a ansiar sempre por mais uma página. Embora o final não tenha funcionado comigo, acredito que possa ser surpreendente para outros leitores.
 
Ficou a vontade de ler outros trabalhos de autora!

Classificação: 4/5 estrelas

sexta-feira, 19 de janeiro de 2024

«O Meu Outro Marido» de Dorothy Koomson [Opinião]

 
«O suspense atingiu um novo nível.»
Black Girls Book Club
 
Gosto muito de ler Dorothy Koomson e fico sempre entusiasmada quando ela lança um novo thriller. O seu trabalho anterior, Eu Sei o Que Vocês Fizeram, não me encheu as medidas, por isso foi com muita satisfação que dei as boas-vindas a este novo thriller.

O Meu Outro Marido oferece-nos uma premissa incrível: uma mulher está a ser acusada de homicídio e não pode provar a sua inocência; para isso, teria de revelar a verdade sobre o seu outro marido.

Desta forma, vamos conhecer Cleo, uma romancista bestseller e também argumentista de uma série de grande sucesso.
 
Cleo decidiu afastar-se de tudo na sua vida, incluindo do seu marido, Wallace, de quem se quer divorciar.
É aqui que a narrativa se inicia e a ação vai alternando entre presente e passado. O passado é muito importante para percebermos como é que a Cleo chegou ao momento presente.
 
Diria que a primeira metade do livro é calminha, ainda sem contornos de thriller. Mais para a frente, conforme vão surgindo algumas revelações surpreendentes, a história ganha um novo ritmo, tornando-se de leitura compulsiva.

Dorothy criou uma teia complexa de mentiras envolvendo a nossa protagonista. Tudo se complica quando começam a ser cometidos homicídios baseados na série televisiva escrita por Cleo e ela parece ser a principal suspeita. Mas será mesmo?

O Meu Outro Marido surpreendeu-me por completo, prendeu-me às suas páginas e ofereceu-me momentos de grande tensão. Foi uma leitura mesmo boa, que só mostra o grande talento de Dorothy Koomson a navegar entre géneros literários diferentes.
Recomendo vivamente esta leitura e só posso ficar à espera do próximo trabalho da autora.

Classificação: 4/5 estrelas

sexta-feira, 12 de janeiro de 2024

«Cães Maus Não Dançam» de Arturo Pérez-Reverte [Opinião]


Este livro foi-me recomendado por uma colega do curso de Revisão de Texto, quando eu desabafei com ela sobre como raramente encontrava um livro cuja revisão me satisfizesse por completo.
 
Assim, este foi o meu primeiro contacto com o trabalho do escritor espanhol Arturo Pérez-Reverte, que já foi repórter de guerra durante 21 anos e tem bastantes obras publicadas.
 
Cães Maus Não Dançam é um pouco diferente de tudo o que eu já li, porque é contado na perspetiva de um cão, o Negro.
 
É um livro com muito humor negro e com algumas lições de humildade que nos são dadas por estes animais. Por vezes, os humanos não tratam os animais tão bem como deveriam, ao contrário dos cães, que nos são sempre fiéis.
 
É igualmente um livro duro, na medida em que tem descrições de lutas de cães, pelo que deve ser lido com cuidado pelos leitores mais sensíveis que possam não se sentir bem com este tipo de temática.
 
Para mim, o livro foi uma completa surpresa. Inicialmente, li apenas três capítulos, e no dia seguinte li tudo ao fim, de tão agarrada que me sentia à história.
 
Cães Maus Não Dançam é uma história divertida, mas também muito triste, e com uma mensagem de esperança e de que devemos tratar melhor os animais.
 
Por fim, posso referir que foi uma surpresa tão boa que vou sem dúvida pesquisar outras obras de Arturo Pérez-Reverte para ler em breve.
 
E, sim, confirmo, a revisão deste livro está muito bem conseguida. Dou os parabéns à revisora! A escrita do autor é muito boa e acredito que a tradução também tenha ajudado a originar este resultado tão bom!

Classificação: 4/5 estrelas

sexta-feira, 15 de dezembro de 2023

«A Cirurgiã» de Leslie Wolfe [Opinião]


Estava muito empolgada por ler este livro. Foi a minha primeira experiência com Lesley Wolfe e, uma vez que é um stand-alone (não faz parte de nenhuma série), achei que seria ótimo para começar.
 
A Cirurgiã apresenta uma premissa muito interessante: «E se tivesse de salvar a vida de alguém que odeia?»
Esta história é sobre uma cirurgiã que perde um paciente na mesa de operações. Mas quem é aquele paciente? E será que ela é inocente ou culpada?
 
Entrei com muita expetativa e achei o primeiro capítulo muito bom, conduzindo-nos de imediato para a cirurgia e para como tudo começou.
Depois, sinto que a narrativa esfriou, e a verdade é que as primeiras 90 páginas são aborrecidas, com a informação sempre a enrolar e sem desenvolvimento. A certa altura, quase ponderei desistir do livro, porque um thriller tem de me prender, e não dar-me sono nas primeiras páginas.
 
A história é contada em dois pontos de vista: na primeira pessoa, temos o ponto de vista da médica, e, na terceira pessoa, o ponto de vista de uma procuradora que se vai envolver neste caso.
 
Algures na página 100 é-nos dado um pormenor interessante e que me deu forças para continuar a avançar na leitura.
 
No entanto, acredito que este livro não funcionou nada bem comigo. Embora tenha sido relativamente interessante até ao fim, continuei a sentir que havia partes chatas e que não me cativavam.
 
Não gostei da voz da protagonista — a médica. Não sei dizer se terá sido da tradução ou mesmo de ser escrito na primeira pessoa. Não me pareceu que funcionasse e não senti empatia nenhuma pela personagem; chegava até a irritar-me porque os pensamentos dela andavam sempre à volta do mesmo.
Também não adorei o outro ponto de vista da procuradora, que se tornou na vilã.
 
Na verdade, o que mais me cativou neste livro foram as partes médicas, a descrição das cirurgias e dos procedimentos, embora o livro não se tenha centrado muito nisto.
Se bem me recordo, nunca tinha lido um thriller médico e fiquei com vontade de experimentar outros livros do género.
 
Em suma, não fiquei convencida com esta autora. Achei um thriller muito fraquinho e pouco interessante. Num futuro próximo, não tenciono ler mais nada da autora.

Classificação: 2/5 estrelas

sexta-feira, 17 de novembro de 2023

«A Última Festa» de Lucy Foley [Opinião]


A Última Festa é um thriller ambientado num local isolado cheio de neve, numa propriedade nas terras altas escocesas.
 
Todos os anos, um grupo de amigos da universidade reúne-se para festejar a passagem de ano juntos. Tudo começa de forma perfeita, enquanto admiram a paisagem, comem, bebem, conversam e relembram episódios do passado.
 
Porém, um dos hóspedes vai ser encontrado morto e, ao mesmo tempo, uma tempestade de neve impede que a ajuda chegue. Isto significa que estão todos presos naquele local, e um deles é o assassino.
 
Achei a premissa deste livro muito interessante, no entanto, inicialmente achei a história bastante confusa. São muitas personagens, há vários pontos de vista e tive dificuldades em ambientar-me e perceber quem era quem. Conforme progredia na leitura, este aspeto melhorou: já reconhecia as personagens e sentia-me curiosa com o que ia sendo revelado acerca do passado de cada um.
 
Na minha opinião, este é um thriller de ação lenta. A história decorre devagar, há algum mistério (queremos descobrir qual dos hóspedes morreu e quem o matou), mas, como leitora, prefiro thrillers que realmente se tornem de leitura compulsiva.
 
Em suma, foi uma história morna, gostei do final com todas as pontas atadas e creio que a autora nos respondeu a todas as dúvidas. Contudo, não acho que tenha sido uma história memorável, facilmente me esquecerei dela daqui a algum tempo. Apesar de tudo, não descarto a possibilidade de ler mais trabalhos da autora no futuro.

Classificação: 3/5 estrelas

sexta-feira, 10 de novembro de 2023

«Um Longo Caminho para a Água» de Linda Sue Park [Opinião]


«A história inesquecível de uma rapariga e de um rapaz no Sudão. Um livro que toca profundamente todos os leitores.»
Publishers Weekly
 
Um Longo Caminho para a Água é baseado na história verídica de Salva Dut, um menino que teve de fugir da guerra no Sudão e que, muitos anos depois, criou o projeto Water for Sudan, Inc. que tem como objetivo a criação de poços no Sudão para que os seus habitantes tenham acesso a água.
 
Este é um pequeno livro para jovens a partir dos 11/12 anos, e que nos conta paralelamente duas histórias: a de Nya, uma menina de 11 anos, que todos os dias caminha várias horas para ir buscar água para a sua família; e a de Salva, um menino da mesma idade, que vai percorrer uma parte do continente africano com outros refugiados que procuram um lugar seguro.
 
É uma história muito bonita de sobrevivência, luta, conquista, de resiliência nas piores situações possíveis.
 
Embora seja uma narrativa mais simples para os jovens, eu gostei muito e senti-me cativada e sempre curiosa por descobrir de que forma é que a história destas duas crianças se iria cruzar.
 
O final é muito bom e dá-nos uma mensagem de esperança. Acredito que vou recordar esta história no futuro. Parece-me ser também um presente perfeito para oferecer aos jovens leitores.

Classificação: 4/5 estrelas

sexta-feira, 27 de outubro de 2023

«A Criada» de Freida McFadden [Opinião]


Se procuras um livro de leitura compulsiva para ler numa tarde, este é o livro perfeito.
 
Sentia-me curiosa em relação a este livro, por ser tão falado, e não resisti a comprá-lo.
 
A Criada é uma história extremamente viciante que prende de facto o leitor. Para mim, isto é um ponto muito positivo porque quando pego num thriller, gosto que ele me faça ler 150 páginas de seguida, sem querer parar.
 
A história tem uma aura sombria e uns contornos maquiavélicos que me agradaram.
A primeira parte do livro é sobre Millie, que vai trabalhar para a casa da família Winchester. Ela precisa desesperadamente daquele emprego e está disposta a tudo para agradar à sua nova patroa.
Achei que as personagens deste livro eram todas um pouco loucas, mas, conforme vamos lendo, vamos compreendendo de onde vem alguma dessa loucura.
 
Apenas achei o final um pouco fácil demais, ou seja, algo rebuscado, uma solução um bocado inverosímil.
 
Em suma, acho que o livro é bom para se ler numa tarde, para quem precisar de um page-turner. Contudo, não acho que seja um dos melhores thrillers de sempre, tal como está a ser vendido.
 
Um livro semelhante é o Ao Fechar a Porta, da B. A. Paris, que adorei e o qual continuo a preferir.
 
Por fim, deixo apenas uma palavra para a tradução e a revisão deste livro, que me desiludiram um pouco. Encontrei muitos problemas de revisão (inicialmente, incomodaram-me, embora depois tenha conseguido abstrair-me). Esperava, sinceramente, um pouco mais de qualidade desta editora.

Classificação: 4/5 estrelas

sexta-feira, 20 de outubro de 2023

«Sem Medo» de Lisa Gardner [Opinião]


Que saudades que eu tinha de ler um policial empolgante, como acabou por se revelar este Sem Medo, da Lisa Gardner.
O livro faz parte de uma série da detetive D. D. Warren, mas lê-se perfeitamente como livro isolado.
 
Comprei este livro por impulso. Fui atraída pelas cores da capa e pela premissa.
 
Se vens de uma família de assassinos…
Isso faz de ti o quê?
 
Neste livro, vamos conhecer as duas filhas de um assassino em série: a Adeline e a Shana, que acabaram por ter destinos diferentes, transformando-se em duas pessoas completamente distintas.
Adeline deixou o pesadelo para trás e agora é uma médica de sucesso, uma psiquiatra especializada no tratamento da dor.
A sua irmã Shana assassinou um rapaz aos 14 anos e está presa desde então, ou seja, passou quase toda a sua vida na prisão.
 
Este livro vai girar bastante à volta de todo o aspeto psicológico das duas irmãs, de como serem filhas de um assassino em série afetou as suas vidas. Será que a vontade de matar poderá ser em parte genética? Será que vem da educação, da natureza a que somos expostos?
 
Depois temos a detetive D. D. Warren, que foi ferida numa cena de crime e não está a trabalhar. Vai necessitar da ajuda da doutora Adeline, enquanto estão a investigar dois homicídios muito violentos daquele que passa a ser conhecido como o Assassino da Rosa.
E é desta forma que a vida de todos se vai interligar, uma vez que a polícia terá de consultar Shana, que poderá ajudá-los a capturar o assassino.
 
Este livro é de leitura compulsiva desde o início; acho que a autora fez um excelente trabalho.
A doutora Adeline sofre ainda de um problema genético raro: a insensibilidade à dor, ela não sente dor. Este livro dá-nos uma perspetiva muito boa de como é a vida de uma pessoa com este problema. Pode parecer incrível (afinal, quem é que gosta de sentir dor?), mas, tendo em conta tudo o que condiciona a sua vida, percebemos que na verdade a dor é uma coisa boa, que nos deixa alerta e nos pode até salvar a vida.
 
Gostei mesmo muito. A história está extremamente bem conseguida. Como habitual, não fui capaz de descobrir o assassino e achei que as suas motivações faziam bastante sentido. Em suma, é uma leitura empolgante, que recomendo muito!

Classificação: 4/5 estrelas

sexta-feira, 13 de outubro de 2023

«A Coroa» de Kiera Cass [Opinião]


A Coroa termina a história da série A Seleção, após cinco volumes desta distopia com uma premissa tão cativante e divertida de acompanhar.
 
Neste livro, Eadlyn vai finalmente ter de fazer a sua escolha, e mostrar que está pronta para se tornar rainha e governar o seu povo.
Ela acabará por descobrir que a escolha não é tão fácil como parecia e que é muito mais importante do que imaginava.
 
O final é muito amoroso. Esta é uma história de princesas, de reis e rainhas, e naturalmente o leitor sabe que terá direito a um final feliz.
 
Volto a referir que esta série é ideal para ser lida por jovens que queiram começar a ler. Embora eu já seja mais crescida e aprecie outro tipo de livros mais maduros, gostei muito de acompanhar a série e fiquei até curiosa por ler outros trabalhos da autora.

Classificação: 4/5 estrelas

sexta-feira, 6 de outubro de 2023

«A Herdeira» de Kiera Cass [Opinião]


Embora o género jovem-adulto (YA) já não me cative tanto atualmente, tenho gostado bastante de acompanhar esta série, uma vez que acho a premissa muito gira.
 
Este é o quarto volume; nos livros anteriores, acompanhamos a seleção para casar o príncipe Maxon. Este livro decorre 20 anos depois, com a filha de ambos: a princesa Eadlyn, para a qual vai ser feita uma nova seleção.
 
Adorei ver a seleção numa nova perspetiva, ou seja, do ponto de vista da princesa. Ela tem uma personalidade muito teimosa, muito independente, e não quer casar, sente que não precisa de um companheiro para governar. Por conseguinte, vai dar luta durante todo este processo.
 
Em suma, esta é uma série perfeita para jovens que queiram começar a ler. São livros simples, fáceis de ler e que cativam logo desde a primeira página.

Classificação: 4/5 estrelas

sexta-feira, 22 de setembro de 2023

«Violeta» de Isabel Allende [Opinião]


Há bem mais de dez anos que eu não lia nada de Isabel Allende. Trouxe Violeta da biblioteca e o livro revelou-se uma surpresa muito boa.
 
Não me recordava do estilo de escrita da autora; pelo que parece, as suas histórias são narradas com pouquíssimo diálogo. Por vezes, este aspeto pode tornar o livro denso para alguns leitores, e neste caso aconselho uma leitura mais pausada.
 
Este livro tem uma escrita maravilhosa, com algum sentido de humor que me fez soltar gargalhadas, bem como outras passagens que deixam o leitor emocionado. A escrita é tão boa que o leitor dá por si embalado numa história muito bonita.
 
Desta forma, numa narrativa contada na primeira pessoa, vamos conhecer a história de Violeta, uma jovem que nasce em 1920, numa família com cinco irmãos. Violeta dirige a sua história a Camilo, uma pessoa muito importante para ela.
Vamos acompanhando a sua vida durante a Grande Depressão, e de terem passado de uma vida boa para uma vida mais pobre, a viver numa região selvagem e remota. Vamos conhecer os amores e desamores de Violeta, os seus amigos, pessoas que a ajudaram e a quem ela também ajudou.
 
Esta história manteve-me entretida durante vários dias e soube-me muito bem. Geralmente, prefiro livros com mais ação, sinto necessidade de ser quase constantemente estimulada, mas este livro mais calmo e de leitura lenta cativou-me por completo.
 
Ficou, sem dúvida, a vontade de ler mais Isabel Allende num futuro próximo. E tenho sorte, a biblioteca da minha residência tem inúmeros livros da autora.

Classificação: 4/5 estrelas

sexta-feira, 15 de setembro de 2023

«O Elevador» de Filipa Fonseca Silva [Opinião]


O Elevador foi uma surpresa muito boa. Numa escrita fresca e cativante, a autora prende o leitor desde a primeira página, tal como prende as suas personagens num elevador.
 
A premissa deste livro não é propriamente original; recordo-me de já ter lido um outro livro todo passado num elevador.
 
Desta forma, um casal fica preso quando o elevador avaria. Estando insatisfeitos com a sua relação (mais ela do que ele), e uma vez que têm pela frente algumas horas de espera, vão ter de se confrontar com o estado da relação.
 
A autora alterna capítulos de diálogos entre o casal com narrativa em que conhecemos um pouco da vida de cada personagem, como se conheceram, como foram ali parar...
 
É um livro pequeno, lê-se perfeitamente numa tarde. A história, de certa forma, deixa-nos a pensar naquilo que faz falta numa relação. Quando as pessoas são diferentes e parecem ter muito pouco em comum, será que o amor basta para manter uma relação. Será que o amor poder ser mais forte do que tudo?
 
Gostei bastante e ficou a vontade de conhecer outros trabalhos da autora.

Classificação: 3/5 estrelas

sexta-feira, 8 de setembro de 2023

«O Convite» de Vi Keeland [Opinião]


Este livro veio mesmo na melhor altura, quando eu estava a precisar de uma leitura leve e relaxante para descansar a cabeça.
 
A Stella e o Hudson conhecem-se de uma forma muito caricata, quando ela invade uma festa de casamento para o qual não foi convidada. Fiquei imediatamente agarrada à história depois deste início tão divertido.
 
Na minha opinião, os livros de Vi Keeland já não têm muito para oferecer, principalmente aos leitores que fogem de narrativas muito semelhantes. Desta vez funcionou na perfeição comigo, porque procurava uma leitura descontraída.
 
Devorei o livro praticamente durante um fim de semana. Distraiu-me, fez-me rir, fez-me torcer pelas personagens, e até me ensinou sobre perfumes — como tal, cumpriu o prometido.

Classificação: 4/5 estrelas

sexta-feira, 18 de agosto de 2023

«Não Digas Nada» de Mary Kubica [Opinião]


«O thriller de estreia de Mary Kubica constrói o suspense de forma consistente e obriga o leitor a tentar adivinhar o final até à última página.»
Booklist
 
Não Digas Nada é o primeiro livro que leio de Mary Kubica. É um thriller psicológico que me chamou a atenção desde que o vi na biblioteca.
 
A história é sobre o rapto de Mia Dennett, filha de uma família influente, sendo o seu pai um juiz de sucesso. Sabemos que ela foi raptada para que se pedisse um resgate, contudo, o rapto acaba por não correr como o esperado porque o raptor não conclui o trabalha e vê-se obrigado a mantê-la refém numa cabana, ambos escondidos da polícia.
 
O que achei interessante neste livro é que ele é contado a três vozes: a de Eve, mãe de Mia; a de Gabe, um inspetor que está a investigar o rapto; e, por fim, a voz de Colin, o raptor.
Além disso, temos também o antes e o depois de Mia regressar a casa. Assim, quando iniciamos esta leitura, sabemos que Mia foi raptada, esteve algum tempo refém e regressou a casa. O que não sabemos é tudo o que aconteceu pelo meio.
 
Achei o início um pouco lento. Não tive dificuldade a adaptar-me às diferentes vozes, uma vez que são distintas, mas senti que no início me custou a entrar na história e a sentir interesse.
 
Este livro apresenta uma versão muito curiosa de um rapto. Temos toda a perspetiva do raptor, o Colin, que é um homem interessante com um passado difícil. As suas atitudes para com Mia são de a querer proteger, embora ela esteja claramente assustada com os acontecimentos.
 
Por outro lado, temos uma família cheia de segredos, em que nada é o que parece. O pai de Mia é um homem horrível, tornando-se difícil simpatizar com ele.
 
Passada talvez a primeira metade, o livro tornou-se de leitura compulsiva. Vemos como Mia está muito transtornada depois do seu regresso, e nos dias que se seguem, mas não sabemos o que provocou isso.
 
Estou contente porque tudo me surpreendeu. O final foi agridoce, no sentido de que talvez eu quisesse outro desfecho para as personagens. Porém, o último capítulo deixou-me boquiaberta, uma vez que este final é muito fora da caixa. Uau!!
 
Em conclusão, esta autora foi uma surpresa para mim. A história é interessante, sobretudo por ser contada a três vozes. No fim, creio que todas as pontas ficaram unidas, nada ficou por explicar, e só posso dizer que a autora me cativou e voltarei a ler mais trabalhos dela.

Classificação: 4/5 estrelas

sexta-feira, 11 de agosto de 2023

«O Tatuador de Auschwitz» de Heather Morris [Opinião]


«Uma história bela e pungente sobre a determinação de um homem de sobreviver em Auschwitz... É uma história de esperança e perseverança, de uma beleza que emerge quando tudo à volta parece estar pintado de preto.»
Library Thing

O Tatuador de Auschwitz conta-nos a história real de Lale Sokolov que chega ao campo de concentração de Auschwitz-Birkenau em 1942 e se torna tatuador: tem de tatuar os seus colegas prisioneiros.
 
No meio de todos os horrores, Lale vai conhecer Gita e apaixonar-se por ela.
 
É um livro baseado em entrevistas que a autora fez ao longo de vários anos a Lale e que nos mostra a força de um homem a fazer tudo para sobreviver naquele que foi um dos acontecimentos mais terríveis da História mundial.
 
A escrita é acessível a qualquer leitor, não há floreados nem grande densidade de informação. É um livro curto e conciso, tendo-me feito apenas desejar que alguns capítulos ou cenas fossem mais desenvolvidos.
 
Esta é uma história de humanidade, de compaixão e de luta pela sobrevivência, que certamente conseguirá cativar o leitor e tocar-lhe no coração.

Classificação: 4/5 estrelas

sábado, 5 de agosto de 2023

«O Meu Coração entre Dois Mundos» de Jojo Moyes [Opinião]

 
«A leitura deste livro fá-lo-á sentir-se enternecido e feliz.»
Look
 
Este é o terceiro volume da história de Louisa Clark, depois de Viver Depois de Ti e Viver Sem Ti.
 
Louisa vai viver para Nova Iorque, onde conseguiu um emprego novo, a trabalhar para uma família muito rica de Manhattan.
 
Quando chega a um novo país, uma nova cidade, está confiante e convencida de que conseguirá enfrentar todos os desafios, apesar da distância que se impõe entre ela e o seu novo namorado, Sam.
 
Este livro traz de novo a perspetiva da Louisa e a sua voz divertida e inocente a contar-nos todas as peripécias que lhe acontecem.
 
Louisa terá de se adaptar ao dia a dia de uma família muito rica e vai também ser inserida na alta sociedade nova-iorquina, na qual conhecerá um homem que lhe traz recordações do passado. Com tudo isso a acontecer na sua vida, Lou vai ter de descobrir quem ela é.
 
Gostei muito de acompanhar as novas peripécias da Louisa em Nova Iorque. Considero que este livro teve altos e baixos; tal como no livro anterior, houve momentos em que senti que havia algumas partes para encher a narrativa. Contudo, foi uma história com um rumo interessante e um final perfeito para a Louisa.
 
Se o segundo livro da série nos falava sobre como seguir em frente depois de se perder alguém que se ama, este continua a abordar esse assunto, mas também fala sobre a importância de percebermos quem realmente somos e de sermos fiéis a nós mesmos, ou seja, não alterarmos a nossa personalidade, os nossos comportamentos, a nossa maneira de ser, por causa de outra pessoa. Devemos respeitar e manter viva a nossa essência.
 
Em conclusão, esta é uma trilogia muito boa. Claro que nem o segundo nem o terceiro volume são tão bons como o primeiro — que foi incrível e inesquecível —, mas eu quis lê-los para saber como continuava a história da Louisa. Não me arrependo de todo!

Classificação: 4/5 estrelas

sexta-feira, 7 de julho de 2023

«Terra Americana» de Jeanine Cummins [Opinião]

 
«Um romance que acelera o nosso ritmo cardíaco e nos faz ficar acordados a ler até às três da manhã num acesso de adrenalina.»
Los Angeles Times

A família de Lydia é vítima de um massacre às mãos de narcotraficantes. Lydia e o filho de oito anos são os únicos sobreviventes e têm de fugir do México imediatamente.
 
Para proteger o filho, Lydia vai embarcar numa corrida contra o tempo, em que cada minuto conta. Vai pôr à prova a força que nem sabia que tem. Vai fazer coisas impensáveis. Vai passar por situações muito perigosas.
 
Uma narrativa poderosa, uma leitura aflitiva, sobre a situação dos migrantes no México. Terra Americana é um livro inesquecível!

Classificação: 5/5 estrelas