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sexta-feira, 26 de abril de 2024

«A Cicatriz» de Maria Francisca Gama [Opinião]


História muito bem escrita e com uma boa estrutura. Foi o primeiro trabalho que li da autora e fiquei impressionada, com vontade de continuar a conhecer os seus livros.
 
O temática é dura, contada sem filtros, com partes cruéis que podem sensibilizar alguns leitores. Senti-me extremamente triste ao longo desta leitura e ainda mais com o final. É duro. Não consigo nem imaginar uma situação destas, pelo que faço só uma pequena ideia de como deve ter sido para a autora pôr-se no papel desta personagem.
Terminada a leitura, só consigo pensar que a personagem podia (e devia) ter pedido ajuda. Tal como a autora nos mostrou o caminho para a direita e para a esquerda, acho que poderia ter havido um outro caminho se a personagem tivesse só um bocadinho mais de força para pedir ajuda.
 
Creio que entendo o que o autora pretendia com este livro, mas teria sido uma boa oportunidade para salientar a importância da ajuda psicológica.

Classificação: 4/5 estrelas

sexta-feira, 15 de março de 2024

«Uma Família Quase Normal» de Mattias Edvardsson [Opinião]


«Com uma reviravolta chocante, este é um thriller jurídico intenso que consegue, com sucesso, ser realista e emocionante.»
Booklist
 
Uma Família Quase Normal apresenta-nos uma premissa muito interessante. «Até onde seria capaz de ir se a sua filha fosse acusada de assassinato?»
Iniciei este livro sem expetativas; não conhecia o autor, não conhecia o livro, não sabia nada sobre ele. E a verdade é que fiquei agarrada logo nos primeiros capítulos. Acabei por devorar este livro em poucos dias.
 
A história apresenta-nos uma família perfeitamente normal. Adam, o pai, é um pastor da Igreja da Suécia. Ulrika, a mãe, é uma advogada de defesa. Ambos têm uma filha adolescente, a Stella.
Quando a Stella é acusada de assassinar brutalmente um homem bastante mais velho do que ela, a vida desta família sofre uma reviravolta completa.
 
Este livro foi estruturado de forma muito interessante. Está dividido em três partes, e cada parte é-nos contada na perspetiva de um membro da família. Primeiro, o pai, que nos dá uma visão do que é querer fazer tudo pela sua filha e sentir-se impotente ao ver a sua família completamente devastada. Além disso, permite-nos reflexões acerca do que é certo e do que é errado, do que é a verdade e do que é a mentira, bem como o que alguém estaria disposto a fazer pelos seus filhos.
Segue-se a perspetiva da Stella, a filha, que nos conta a história do seu ponto de vista, e com ela vamos perceber porque é que se envolveu em determinados comportamentos, e vamos ver que é adolescente normal com as suas dificuldades, as suas dúvidas, os seus sonhos.
Por fim, a perspetiva da mãe foi aquela que mais me agradou porque, sendo ela advogada de defesa, toda esta última parte se passa no tribunal, pelo que temos aqui um pouco de thriller jurídico. Gosto muito de livros com partes passadas em tribunal, embora na verdade não leia tantos quantos gostaria.
 
O livro é surpreendente, viciante de início ao fim, com capítulos pequenos que permitem uma leitura rápida. Não senti que houvesse partes mortas nem palha lá pelo meio; a história é mesmo muito dinâmica, está sempre qualquer coisa a acontecer. Conforme avançamos na história, só queremos desvendar estas teias de mentiras, encontrar a verdade, perceber quem é que afinal matou Christopher Olsen.
 
Passamos todo o livro a questionar tudo e todos e só muito perto do fim é que vamos ter a verdade completa nas nossas mãos.
 
Gostei mesmo muito deste thriller. Estava indecisa entre dar 4 ou 5 estrelas, mas, devido à estrutura diferente e original, com a pitada de thriller jurídico, acabei por decidir atribuir as 5 estrelas. Encontrei neste livro todos os ingredientes que aprecio num thriller: ação, reviravoltas e um ritmo frenético.
 
Mattias Edvardsson é mais um autor que tenciono continuar a acompanhar.

Classificação: 5/5 estrelas

sexta-feira, 8 de março de 2024

«A Boa Irmã» de Sally Hepworth [Opinião]

 
«Nem os maiores fãs de thrillers psicológicos conseguem antecipar o final deste livro. Incrível.»
Library Journal
 
A Boa Irmã é uma história sobre duas gémeas: a Fern e a Rose. Este livro acompanha sobretudo o dia a dia da Fern, intercalando com passagens de diário escritas pela Rose.
 
Sem revelar muita informação, a Fern é bibliotecária, tem um segredo obscuro no seu passado e, por isso, é importante manter sempre uma rotina. Quando descobre que a irmã não pode ter filhos, decide que pode ajudá-la e engravidar para lhe dar o seu bebé. Afinal, qualquer pessoa faria isso por uma irmã, certo?
O problema é que essa sua missão vai abalar a sua vida e destruir-lhe a rotina que planeia com tanto cuidado.
 
Confesso que fui para este livro sem muitas expetativas e acabei mesmo surpreendida. Para começar, a profissão da Fern, bibliotecária, é um aspeto positivo, uma vez que grande parte da história se passa na biblioteca e ficamos familiarizados com as atividades que ela realiza. Além disso, a Fern tem uma personalidade peculiar, ela interpreta de forma diferente as normas sociais e a forma como as outras pessoas pensam.
 
As entradas de diário escritas pela Rose, por sua vez, dão-nos a conhecer a relação das gémeas uma com a outra, e com a mãe de ambas. Ficamos a saber que a infância delas não foi muito boa e que não tinham a melhor das relações com a mãe.
 
Este livro cativou-me por completo desde o início, prendeu-me, despertou-me o interesse e, a certa altura, já estava completamente viciada e dava por mim a pensar neste livro a toda a hora.
 
O final é surpreendente e a autora construiu esta narrativa com muita mestria, porque temos duas narradoras em quem não sabemos se podemos confiar, nem qual das duas está a dizer a verdade. Ou será que estão ambas a mentir?
 
Para concluir, os principais ingredientes deste thriller psicológico são uma escrita envolvente, um ritmo que nos mantém presos, dois narradores pouco confiáveis e reviravoltas excelentes. Recomendo muito e quero, sem dúvida, continuar a acompanhar esta autora.

Classificação: 4/5 estrelas

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

«Enquanto o Fim Não Vem» de Mafalda Santos [Opinião]


Não vou revelar muito acerca deste livro, porque acho que quanto menos o leitor souber sobre ele, melhor.
Posso dizer que foi o primeiro trabalho que li da Mafalda Santos e que ela nos apresenta uma ideia ousada e surpreendente.
 
Neste livro, o inspetor Lobo está a investigar a morte de uma jovem, a Laura. Depois temos outra personagem, o Afonso, um escritor cansado de obedecer ao que a editora quer que ele escreva, e que só deseja escrever algo mais ao seu gosto.
 
Este livro funcionou muito bem, prendeu-me desde o primeiro capítulo. Acho que a história está bem estruturada e é extremamente viciante. Se pudesse, tê-lo-ia lido todo numa tarde, porque o livro nos agarra de verdade. A cada novo capítulo, eu só queria saber mais, e começaram a surgir reviravoltas incríveis que me faziam querer desvendar tudo.
 
A verdade é que nada neste livro é o que parece e a ideia está muito fora da caixa. Tenho de dar os parabéns à autora por isso.
 
Contudo, escrevo esta opinião e classifico este livro ignorando o último capítulo. Depois de tanta emoção, aquele final não resultou de todo comigo. Terminei a leitura e senti que algo ficou a faltar. Foi um final abrupto, que eu percebi, mas ao mesmo tempo não percebi. Esperava qualquer coisa diferente e mais bem explicada. Depois havia ainda um epílogo que não senti que fosse necessário.
 
Não quero que a minha opinião se baseie apenas na desilusão que foi o final, uma vez que tudo o resto funcionou e o livro cumpriu o seu propósito e me manteve entretida e a ansiar sempre por mais uma página. Embora o final não tenha funcionado comigo, acredito que possa ser surpreendente para outros leitores.
 
Ficou a vontade de ler outros trabalhos de autora!

Classificação: 4/5 estrelas

sexta-feira, 19 de janeiro de 2024

«O Meu Outro Marido» de Dorothy Koomson [Opinião]

 
«O suspense atingiu um novo nível.»
Black Girls Book Club
 
Gosto muito de ler Dorothy Koomson e fico sempre entusiasmada quando ela lança um novo thriller. O seu trabalho anterior, Eu Sei o Que Vocês Fizeram, não me encheu as medidas, por isso foi com muita satisfação que dei as boas-vindas a este novo thriller.

O Meu Outro Marido oferece-nos uma premissa incrível: uma mulher está a ser acusada de homicídio e não pode provar a sua inocência; para isso, teria de revelar a verdade sobre o seu outro marido.

Desta forma, vamos conhecer Cleo, uma romancista bestseller e também argumentista de uma série de grande sucesso.
 
Cleo decidiu afastar-se de tudo na sua vida, incluindo do seu marido, Wallace, de quem se quer divorciar.
É aqui que a narrativa se inicia e a ação vai alternando entre presente e passado. O passado é muito importante para percebermos como é que a Cleo chegou ao momento presente.
 
Diria que a primeira metade do livro é calminha, ainda sem contornos de thriller. Mais para a frente, conforme vão surgindo algumas revelações surpreendentes, a história ganha um novo ritmo, tornando-se de leitura compulsiva.

Dorothy criou uma teia complexa de mentiras envolvendo a nossa protagonista. Tudo se complica quando começam a ser cometidos homicídios baseados na série televisiva escrita por Cleo e ela parece ser a principal suspeita. Mas será mesmo?

O Meu Outro Marido surpreendeu-me por completo, prendeu-me às suas páginas e ofereceu-me momentos de grande tensão. Foi uma leitura mesmo boa, que só mostra o grande talento de Dorothy Koomson a navegar entre géneros literários diferentes.
Recomendo vivamente esta leitura e só posso ficar à espera do próximo trabalho da autora.

Classificação: 4/5 estrelas