Aquorea é o romance de estreia da autora portuguesa M. G. Ferrey. Senti uma enorme conexão com este livro após conhecer a sinopse, tive um
feeling de que iria gostar e acabei por comprá-lo em pré-venda. Não me arrependi!
No dia do funeral do avô, Arabela Rosialt, uma jovem de 17 anos, cai ao mar e afoga-se. Porém, quando acorda, reencontra-o, e ao mesmo tempo descobre que está em Aquorea, uma comunidade que prospera há muitos anos abaixo do nível do mar.
O que me surpreendeu logo nos primeiros capítulos foi a escrita irrepreensível da autora. Este podia perfeitamente ser um livro traduzido de uma qualquer autora americana. Digo isto porque não é aquela escrita mais característica dos autores portugueses. E não considero isto um aspeto negativo, antes pelo contrário. Foi a escrita que me conquistou logo na primeira página!
A autora pensou, imaginou e descreveu o mundo de Aquorea ao detalhe e tenho de a felicitar por isso porque a história está incrivelmente criativa. Conhecemos a forma como esta comunidade vive, os seus valores e princípios, a forma como subsistem, a ausência de dinheiro ou de uma moeda, o tipo de profissões que existem... Os pormenores são ricos e deliciosos!
Acredito que quase nenhum leitor conseguirá ficar indiferente a Aquorea e desejará saltar para dentro destas páginas, tal como eu desejei várias vezes ao longo destes capítulos.
[Fotografia da minha autoria]
São bastantes as personagens que povoam este livro e que vamos conhecendo. Todas estão bem caracterizadas e com as suas peculiaridades, e não há uma única que esteja ali por acaso, só a enfeitar. Todas têm o seu papel e acredito que terão ainda espaço para crescimento no volume seguinte.
Adorei a Ara e a Petra. Zanguei-me com o Kai e logo a seguir apaixonei-me por ele. Adorei o Colt e tenho algumas teorias para ele!
Aquorea é um daqueles livros que apetece devorar e, ao mesmo tempo, ler bem devagar para que nunca termine. Por diversas vezes dei comigo a arranjar tarefas com que me entreter para justificar a ausência de tempo para ler, pois não queria de maneira nenhuma despedir-me desta história.
A narrativa passa-se quase toda debaixo do mar, em Aquorea. Alguns capítulos decorrem à superfície e achei-os extremamente importantes, uma vez que mostram o desespero da família de Ara e a forma como estão, ou não, a lidar com a perda da filha.
Este livro fez-me sentir bem. Fez-me sentir calma, serena. Fez-me sentir exatamente aquela paz e tranquilidade que sentimos quando caminhamos sozinhos pela praia e nos sentamos no areal, a ouvir o som do mar e a desfrutar do cheiro a maresia. Não me lembro de outro livro que me tenha feito sentir desta forma.
Aquorea é uma mistura entre young-adult (os protagonistas são jovens entre os 17 e os 20 e poucos anos) e fantasia, embora não seja aquela fantasia pura onde encontramos sereias, vampiros, lobisomens e outro tipo de monstros.
Parece-me ser uma história transversal a muitas idades, por isso acredito que até os leitores menos cativados por fantasia poderão gostar deste livro.
Aquorea apaixonou-me, conquistou-me, arrebatou-me completamente. Fiquei rendida ao amor de Ara e Kai e vivi os seus dilemas como se fossem os meus.
Que história bonita! Que história maravilhosa! Sinto-me extremamente grata à M. G. Ferrey por ter tornado este mundo real, por tê-lo partilhado com os leitores. Disse-lhe numa mensagem que este livro merece o mundo e continuo a acreditar nisso. Este livro tem todos os ingredientes para ser um sucesso internacional. Fico a torcer por isso e, claro, para que não demore muito a ter o segundo volume nas minhas mãos!
Classificação: 5/5 estrelas