Mostrar mensagens com a etiqueta Zip Zip. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Zip Zip. Mostrar todas as mensagens
quarta-feira, 18 de maio de 2016
domingo, 29 de março de 2015
TEMPO ZIP
O programa de rádio "Tempo ZIP", sucessor do televisivo "ZIP-ZIP", foi para o ar no dia 29 de Março de 1970 - faz hoje 45 anos -, na Rádio Renascença.
Era transmitido diariamente das 00H00 às 03H00.
Além de Carlos Cruz, Fialho Gouveia e Raul Solnado, o programa tinha as colaborações, entre outros, de António Vitorino de Almeida, David Mourão-Ferreira, Fernando Lopes, Joaquim Letria, Michel Giacometti, Nuno Portas, Thilo Krasmann e Urbano Tavares Rodrigues.
No programa de estreia (ver imagem) foi proporcionado um sobrevoo de Lisboa num Caravelle da TAP. Nele viajaram, entre outros, Maria Teresa Horta, Rui Mingas, Manuel Freire, José Barata Moura, Tossan, Carlos Paredes, Filipe Nogueira, Vera Lagoa, Urbano Tavares Rodrigues, Cáceres Monteiro
Carlos Cruz coordenou a emissão nos estúdios da Renascença, Fialho Gouveia embarcou com José Nuno Martins e Raul Solnado e João Paulo Guerra ficaram no Villaret onde os cantores viriam a actuar.
Etiquetas:
Carlos Paredes,
José Barata Moura,
Radio,
Ruy Mingas,
Zip Zip
sexta-feira, 5 de julho de 2013
GEORGIE FAME CANTOU EM PORTUGUÊS
"Diário Popular", 13 de Outubro de 1969
Em Outubro de 1969, Georgie Fame cantou em português no "Zip-Zip" a canção brasileira "A Mulher da Gente", conforme extracto do "Diário Popular".
Foi uma espécie de surpresa que eu fiz. De presente que eu dei. Ninguém sabia que eu ia cantar em português, disse Georgie Fame na sua segunda apresentação em Lisboa...
Georgie Fame já tinha participado no programa "Variedades", da RTP, no dia 01 de Janeiro de 1969, e antes, em Novembro de 1968, num concurso no Monumental.
Etiquetas:
Cinema Monumental,
Concertos,
Georgie Fame,
Zip Zip
segunda-feira, 16 de abril de 2012
RAUL SOLNADO NO ZIP
segunda-feira, 26 de março de 2012
2º E ÚLTIMO EP DO CONTROLE
ZIP ZIP - ZIP 10.029/E
Botão de Rosa (Ilídio Nascimento/Abílio Fidalgo) - Bronzília (M. Junça/Mário Mateus) - Construindo O Amanhã (M. Junça/Mário Mateus) - Canto Ao Recordar-te (Abílio Fidalgo)
sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
YÉ-YÉ EM COIMBRA
(Os Álamos em Oliveira do Hospital 1963/64: Luís Filipe Colaço, José Veloso, Carlos Correia (Bóris) e Alberto Nogueira ("Pente"), baterista ocasional).
O chamado yé-yé teve em Coimbra os seus principais baluartes nos Álamos e no Conjunto Universitário Hi-Fi. Mas outros conjuntos houve.
O chamado yé-yé teve em Coimbra os seus principais baluartes nos Álamos e no Conjunto Universitário Hi-Fi. Mas outros conjuntos houve.
Os Álamos surgiram em Coimbra em 1963, na sequência da dissolução do conjunto do Orfeão de Coimbra, onde pontificavam José Cid, José Niza, Joaquim Caixeiro, Rui Ressurreição e Daniel Proença de Carvalho.
A primeira formação do Conjunto Universitário Os Álamos ainda manteve Rui Ressurreição, mas para a gravação do 1º EP ( "O Comboio" , Rapsódia EPF 5.305, de 1966) o grupo já era formado por Francisco Faria (voz), Luís Filipe Colaço (guitarra-solo), Duarte Manuel Brás (guitarra-ritmo), José Luís Veloso (guitarra-baixo) e José António Pereira (bateria).
"O Comboio" foi das primeiras canções jamais escritas por José Cid, que a ofereceu aos Álamos. José Cid assinava então José Cid Tavares.
O EP incluía mais três canções, curiosamente todas elas do repertório dos Beatles, mas só uma original de Lennon/McCartney, contrariamente ao que está indicado na contracapa: "The Night Before" (Lennon/McCartney), "Baby It's You" (Mack David/Barney Williams/Burt Bacharach, indicado erroneamente como sendo de Lennon/McCartney) e "Taste Of Honey" (Bobby Scott/Rick Marlow).
Os Álamos actuavam por todo o País, incluíndo Madeira (1964) e Açores (1966), e fizeram digressões por Angola (1967). Confessaram que rejeitaram contratos na África do Sul, Suiça e nas Canárias por causa dos estudos.
As sebentas sempre se sobrepuseram às violas. Continuamos como no princípio: desejosos da formatura. Não somos ié-iés furiosos. Ray Charles é o nosso monstro sagrado. Beach Boys e Beatles são também grandes para nós.
Em 1969, os Álamos editaram mais dois singles, "Stop That Game" , Sonoplay, SN-20.191 (Stop That Game/It's A New Day), e "Peter And Paul" , Sonoplay, SP 20.002 (Peter And Paul/Flip Side).
Na gravação do primeiro single participaram Carlos Correia (voz e guitarra) que substituiu Francisco Faria, José António Pereira (bateria), Luís Filipe Colaço (guitarra-ritmo), José Luís Veloso (guitarra-baixo), António José Albuquerque (teclas) e Rui Ressurreição (teclas).
"Stop That Game" é da autoria de Carlos Correia, que mais tarde acompanharia José Afonso à viola, com arranjos de Rui Ressurreição, e "It's A New Day" é uma composição de Isabel Motta e Rui Ressurreição.
No segundo e último disco dos Álamos, "Peter And Paul" é da autoria de Rui Ressurreição e Isabel Motta, enquanto "Flip Side" é da autoria exclusiva de Carlos Correia, também conhecido como Bóris, actual Doutor em Física e professor universitário em Coimbra.
Sendo Coimbra a cidade dos estudantes, seria natural que outros conjuntos universitários surgissem e em 1967 foi editado o primeiro EP do Conjunto Universtário Hi-Fi (ex-Boys) ("Back From The Shore" , Parlophone, LMEP 1271, de 1967).
Também este EP incluía uma versão dos Beatles, "I Call Your Name" (Lennon/McCartney), mas na estética dos Mamas and Papas.
As outras 3 canções são "Back From The Shore" (Carlos Correia/António Figueiredo), "Three Days Of My Life" (Carlos Correia) e "Words Of A Mad" (Carlos Correia).
Nesta altura, os Hi-Fi eram formados por Alexandre Carlos Reboxo Vaz (viola-baixo), António Manuel Sousa Freitas (bateria), Luís Manuel Bulhões Pimentel Paula de Matos (viola-ritmo), Carlos Correia (futuro Álamos, viola-solo) e Ana Maria (voz), actual professora universitária na Alemanha.
Por vezes, também Rui Ressurreição (ex-Álamos, teclas) também participava, como foi o caso do Festival da Canção do Douro, no Porto (1967) e da gravação do 1º EP.
Os Hi-Fi só editaram mais um EP, em 1968, "Crystals And Trees", Parlophone LMEP 1296, com três originais, "Crystals And Trees" (Carlos Correia), "Standing The Scene" (Carlos Canelhas/Carlos Correia) e "Running Away" (Carlos Correia) e uma versão "I See The Rain" (Campbell/Mc Aleese), dos Marmalade.
Antes das gravações dos discos, em 1965, o Conjunto Universitário Hi-Fi tinha a designação de Boys , tendo então vencido a 11ª eliminatória do Concurso Yé-Yé do Teatro Monumental, em Lisboa.
Eram então formados por Vítor Manuel (vocalista), Luís Manuel Bulhões Pimentel Paula de Matos (viola-ritmo), Alexandre Carlos Reboxo Vaz (viola-baixo), Carlos Correia (viola-solo) e António Lima (bateria).
Na transição dos Boys para os Hi-Fi (66-67), ficaram pelo caminho Vítor Manuel (voz), substituído por Ana Maria (voz) e António Lima substituído por António Manuel Sousa Freitas (bateria).
Em 1968, Duarte Brás saíu dos Álamos e com outro estudante também natural dos Açores, Ciríaco Martins, formou o duo Duarte & Ciríaco (ex-Folkers) que viria a gravar três discos (2 EPs e um single) na onda folk:
- "Nós", Sonoplay SON 100.002, de 1969, com direcção artística de Carlos Guitart: "Naufrágio" (Popular/Cristóvão Aguiar), "Canção de Embalar" (Popular), "Estrada Real" (Duarte/Fausto José) e "Trova A Este Vilancete" (Ciríaco/Francisco de Sousa (séc. XVI))
- "Duarte & Ciríaco" , Movieplay SON 100.005, s/data, com arranjos e acompanhamentos de Carlos Correia, som de Moreno Pinto e direcção artística de Rui Ressurreição: "Chária", "Bravos", "Cantares do Zé da Lata 1 e 2", todos motivos populares.
- "Duarte & Ciríaco" , Movieplay SP 20.009, s/data, com arranjos e direcção de orquestra de Thilo Krasmann, supervisão de Rui Ressurreição e som de Moreno Pinto: "Este Parte, Aquele Parte" (Rosalia de Castro/José Niza) e "Selva-Mundo" (José Niza).
O duo gravou um programa Zip-Zip para a RTP e um PBX para o RCP (João Paulo Guerra), tudo em 1969.
O "folk" veio de avião desde a América para a Terceira. Foi através da base aérea americana que a "folk music" entrou nos Açores. A nossa ambição é produzir um "folk" absolutamente português e a melodia coimbrã faz intrinsecamente parte de nós próprios.
Esta é a discografia do yé-yé (lato sensu) de Coimbra: Álamos (3), Conjunto Universitário Hi-Fi (2) e Duarte & Ciríaco (3), num total (escassíssimo) de oito discos e 26 canções:
ÁLAMOS (1966-1969):
O Comboio - Baby It's You - Taste Of Honey - Night Before (Rapsódia EPF 5305 - 1966)
Stop That Game - It's A New Day (Sonoplay SN 20.191 - 1969)
Peter And Paul - Flip Side (Sonoplay SP 20.002 - 1969)
HI-FI (1967-1968):
Back From The Shore - Three Days Of My Life - I Call Your Name - Words Of A Mad (Parlophone LMEP 1271 - 1967)
Crystals And Trees - Standing The Scene - Running Away - I See The Rain (Parlophone LMEP 1296 - 1968)
DUARTE & CIRÍACO (1969-...):
Nós - Naufrágio - Canção de Embalar - Estrada Real - Trova A Este Vilancete (Sonoplay 100.002 - 1969)
Duarte & Ciríaco - Chária - Bravos - Cantares do Zé da Lata 1 & 2 (Sonoplay 100.005 - s/data)
Duarte & Ciríaco - Este Parte, Aquele Parte - Selva-Mundo
Mas outros conjuntos yé-yé houve que também tiveram a sua projecção local, mas não discográfica.
Destes, os mais relevantes terão sido os Protões, que ficaram em segundo lugar no Festival Yé-Yé realizado em Coimbra em 1966. Havia também os Pops e os Scoubidous.
E, fundamental para a história do rock nacional, os Babies, tidos como os primeiros roqueiros portugueses.
Nasceram em Coimbra, em 1958, com José Cid (rabecão, piano e voz), António Portela (piano e acordeão), António Igrejas Bastos (bateria e voz) e Rui Nazaré (guitarra).
A verdade é que Coimbra sempre foi mais conhecida pelo seu fado e pela sua canção do que propriamente pelo yé-yé.
A primeira formação do Conjunto Universitário Os Álamos ainda manteve Rui Ressurreição, mas para a gravação do 1º EP ( "O Comboio" , Rapsódia EPF 5.305, de 1966) o grupo já era formado por Francisco Faria (voz), Luís Filipe Colaço (guitarra-solo), Duarte Manuel Brás (guitarra-ritmo), José Luís Veloso (guitarra-baixo) e José António Pereira (bateria).
"O Comboio" foi das primeiras canções jamais escritas por José Cid, que a ofereceu aos Álamos. José Cid assinava então José Cid Tavares.
O EP incluía mais três canções, curiosamente todas elas do repertório dos Beatles, mas só uma original de Lennon/McCartney, contrariamente ao que está indicado na contracapa: "The Night Before" (Lennon/McCartney), "Baby It's You" (Mack David/Barney Williams/Burt Bacharach, indicado erroneamente como sendo de Lennon/McCartney) e "Taste Of Honey" (Bobby Scott/Rick Marlow).
Os Álamos actuavam por todo o País, incluíndo Madeira (1964) e Açores (1966), e fizeram digressões por Angola (1967). Confessaram que rejeitaram contratos na África do Sul, Suiça e nas Canárias por causa dos estudos.
As sebentas sempre se sobrepuseram às violas. Continuamos como no princípio: desejosos da formatura. Não somos ié-iés furiosos. Ray Charles é o nosso monstro sagrado. Beach Boys e Beatles são também grandes para nós.
Em 1969, os Álamos editaram mais dois singles, "Stop That Game" , Sonoplay, SN-20.191 (Stop That Game/It's A New Day), e "Peter And Paul" , Sonoplay, SP 20.002 (Peter And Paul/Flip Side).
Na gravação do primeiro single participaram Carlos Correia (voz e guitarra) que substituiu Francisco Faria, José António Pereira (bateria), Luís Filipe Colaço (guitarra-ritmo), José Luís Veloso (guitarra-baixo), António José Albuquerque (teclas) e Rui Ressurreição (teclas).
"Stop That Game" é da autoria de Carlos Correia, que mais tarde acompanharia José Afonso à viola, com arranjos de Rui Ressurreição, e "It's A New Day" é uma composição de Isabel Motta e Rui Ressurreição.
No segundo e último disco dos Álamos, "Peter And Paul" é da autoria de Rui Ressurreição e Isabel Motta, enquanto "Flip Side" é da autoria exclusiva de Carlos Correia, também conhecido como Bóris, actual Doutor em Física e professor universitário em Coimbra.
Sendo Coimbra a cidade dos estudantes, seria natural que outros conjuntos universitários surgissem e em 1967 foi editado o primeiro EP do Conjunto Universtário Hi-Fi (ex-Boys) ("Back From The Shore" , Parlophone, LMEP 1271, de 1967).
Também este EP incluía uma versão dos Beatles, "I Call Your Name" (Lennon/McCartney), mas na estética dos Mamas and Papas.
As outras 3 canções são "Back From The Shore" (Carlos Correia/António Figueiredo), "Three Days Of My Life" (Carlos Correia) e "Words Of A Mad" (Carlos Correia).
Nesta altura, os Hi-Fi eram formados por Alexandre Carlos Reboxo Vaz (viola-baixo), António Manuel Sousa Freitas (bateria), Luís Manuel Bulhões Pimentel Paula de Matos (viola-ritmo), Carlos Correia (futuro Álamos, viola-solo) e Ana Maria (voz), actual professora universitária na Alemanha.
Por vezes, também Rui Ressurreição (ex-Álamos, teclas) também participava, como foi o caso do Festival da Canção do Douro, no Porto (1967) e da gravação do 1º EP.
Os Hi-Fi só editaram mais um EP, em 1968, "Crystals And Trees", Parlophone LMEP 1296, com três originais, "Crystals And Trees" (Carlos Correia), "Standing The Scene" (Carlos Canelhas/Carlos Correia) e "Running Away" (Carlos Correia) e uma versão "I See The Rain" (Campbell/Mc Aleese), dos Marmalade.
Antes das gravações dos discos, em 1965, o Conjunto Universitário Hi-Fi tinha a designação de Boys , tendo então vencido a 11ª eliminatória do Concurso Yé-Yé do Teatro Monumental, em Lisboa.
Eram então formados por Vítor Manuel (vocalista), Luís Manuel Bulhões Pimentel Paula de Matos (viola-ritmo), Alexandre Carlos Reboxo Vaz (viola-baixo), Carlos Correia (viola-solo) e António Lima (bateria).
Na transição dos Boys para os Hi-Fi (66-67), ficaram pelo caminho Vítor Manuel (voz), substituído por Ana Maria (voz) e António Lima substituído por António Manuel Sousa Freitas (bateria).
Em 1968, Duarte Brás saíu dos Álamos e com outro estudante também natural dos Açores, Ciríaco Martins, formou o duo Duarte & Ciríaco (ex-Folkers) que viria a gravar três discos (2 EPs e um single) na onda folk:
- "Nós", Sonoplay SON 100.002, de 1969, com direcção artística de Carlos Guitart: "Naufrágio" (Popular/Cristóvão Aguiar), "Canção de Embalar" (Popular), "Estrada Real" (Duarte/Fausto José) e "Trova A Este Vilancete" (Ciríaco/Francisco de Sousa (séc. XVI))
- "Duarte & Ciríaco" , Movieplay SON 100.005, s/data, com arranjos e acompanhamentos de Carlos Correia, som de Moreno Pinto e direcção artística de Rui Ressurreição: "Chária", "Bravos", "Cantares do Zé da Lata 1 e 2", todos motivos populares.
- "Duarte & Ciríaco" , Movieplay SP 20.009, s/data, com arranjos e direcção de orquestra de Thilo Krasmann, supervisão de Rui Ressurreição e som de Moreno Pinto: "Este Parte, Aquele Parte" (Rosalia de Castro/José Niza) e "Selva-Mundo" (José Niza).
O duo gravou um programa Zip-Zip para a RTP e um PBX para o RCP (João Paulo Guerra), tudo em 1969.
O "folk" veio de avião desde a América para a Terceira. Foi através da base aérea americana que a "folk music" entrou nos Açores. A nossa ambição é produzir um "folk" absolutamente português e a melodia coimbrã faz intrinsecamente parte de nós próprios.
Esta é a discografia do yé-yé (lato sensu) de Coimbra: Álamos (3), Conjunto Universitário Hi-Fi (2) e Duarte & Ciríaco (3), num total (escassíssimo) de oito discos e 26 canções:
ÁLAMOS (1966-1969):
O Comboio - Baby It's You - Taste Of Honey - Night Before (Rapsódia EPF 5305 - 1966)
Stop That Game - It's A New Day (Sonoplay SN 20.191 - 1969)
Peter And Paul - Flip Side (Sonoplay SP 20.002 - 1969)
HI-FI (1967-1968):
Back From The Shore - Three Days Of My Life - I Call Your Name - Words Of A Mad (Parlophone LMEP 1271 - 1967)
Crystals And Trees - Standing The Scene - Running Away - I See The Rain (Parlophone LMEP 1296 - 1968)
DUARTE & CIRÍACO (1969-...):
Nós - Naufrágio - Canção de Embalar - Estrada Real - Trova A Este Vilancete (Sonoplay 100.002 - 1969)
Duarte & Ciríaco - Chária - Bravos - Cantares do Zé da Lata 1 & 2 (Sonoplay 100.005 - s/data)
Duarte & Ciríaco - Este Parte, Aquele Parte - Selva-Mundo
Mas outros conjuntos yé-yé houve que também tiveram a sua projecção local, mas não discográfica.
Destes, os mais relevantes terão sido os Protões, que ficaram em segundo lugar no Festival Yé-Yé realizado em Coimbra em 1966. Havia também os Pops e os Scoubidous.
E, fundamental para a história do rock nacional, os Babies, tidos como os primeiros roqueiros portugueses.
Nasceram em Coimbra, em 1958, com José Cid (rabecão, piano e voz), António Portela (piano e acordeão), António Igrejas Bastos (bateria e voz) e Rui Nazaré (guitarra).
A verdade é que Coimbra sempre foi mais conhecida pelo seu fado e pela sua canção do que propriamente pelo yé-yé.
Colaboração de Luís Pinheiro de Almeida
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
1º EP DE CONTROLE
ZIP/MOVIEPLAY - 10.006/E
Flor Serena (M. Junça/O Controle) - Cinzeiro (M. Junça/O Controle) - Um Mundo Novo (M. Junça/O Controle) - Nada Se Perde (M. Junça/O Controle)
Supervisão de Thilo Krasmann.
Este EP foi-me oferecido pelo programa de rádio "Tempo Zip", mas não faço a mais pequena ideia de quem seja O Controle.
Um viajante deste blogue aventa a hipótese de a capa deste EP ser da autoria de João Vieira, possivelmente o artista plástico pai do multifacetado artista Manuel João Vieira (Ena Pá 2000, Irmãos Catita, Corações de Atum, etc..) o eterno eventual candidato à Presidência da República, falecido há dois anos.
Sobre este assunto, o disco nada diz.
Sobre este assunto, o disco nada diz.
quarta-feira, 1 de junho de 2011
2º DISCO DOS XARHANGA (1973)
ZIP ZIP - ZIP 30 047/S - 1973
Great Goat - Smashing Life (In A City)
Ambas as canções têm letra de Carlos Cavalheiro (voz) e música de Júlio Pereira, ex-Petrus Castrus e ex-Playboys (piano, órgão e viola).
Os restantes membros da banda, nesta gravação, são Carlos Patrício (baixo e pedaleira) e Zé da Cadela (bateria).
Great Goat - Smashing Life (In A City)
Ambas as canções têm letra de Carlos Cavalheiro (voz) e música de Júlio Pereira, ex-Petrus Castrus e ex-Playboys (piano, órgão e viola).
Os restantes membros da banda, nesta gravação, são Carlos Patrício (baixo e pedaleira) e Zé da Cadela (bateria).
O produtor foi Victor Mamede.
Os Xarhanga tiveram uma vida muito efémera, em 1973. Banda de heavy metal, deixou apenas dois singles.
O primeiro baterista foi Rui Venâncio que só gravou o primeiro single, também em 1973, "Acid Nightmare/Wish Me Luck" (ZIP ZIP - ZIP 30.043/S).
Na capa do disco, da esquerda para a direita: Júlio Pereira (guitarra e teclas), Carlos Patrício (baixo), Carlos Cavalheiro (voz) e Zé da Cadela (bateria).
Etiquetas:
Carlos Cavalheiro,
Júlio Pereira,
Moreno Pinto,
rock português anos 70,
Vítor Mamede,
Xarhanga,
Zip Zip
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
VERSÕES DE JOSÉ AFONSO
ZIP ZIP - ZIP 10 051/E
3 Novas & 3 Velhas (José Jorge Letria/Carlos Alberto Moniz) - As Noivas De Bilros (José Afonso) - Romance Feudal (José Jorge Letria) - Sete Fadas (António Quadros/José Afonso)
Arranjos e direcção de Pedro Osório, supervisão de Victor Mamede. Direcção de produção de João Viegas.
3 Novas & 3 Velhas (José Jorge Letria/Carlos Alberto Moniz) - As Noivas De Bilros (José Afonso) - Romance Feudal (José Jorge Letria) - Sete Fadas (António Quadros/José Afonso)
Arranjos e direcção de Pedro Osório, supervisão de Victor Mamede. Direcção de produção de João Viegas.
Etiquetas:
Carlos Alberto Moniz,
José Afonso,
José Jorge Letria,
versões,
Zip Zip
sábado, 2 de outubro de 2010
ZIP-ZIP DA FOMEGA
sábado, 14 de agosto de 2010
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
O ÚLTIMO ZIP
ZIP ZIP - COM 2006 L
A
Indicativo Zip (Conjunto ZIP) - Raul Solnado Apresenta - Nuno Martins Fala ´De Nuno Martins - É Natal (José Barata moura) - Conversa Entre Fialho Gouveia E Carlos Cruz - Makeu (Ruy Mingas) - Raul Solnado Fala E Apresenta João Braga - Praia Perdida (João Braga) - O Neto De Fritz (Raul Solnado) - Olhos Castanhos/Ó Tempo Volta P'ra Trás/Quando Cai Uma Mulher/Menina Das Tranças Pretas (José Pracana) - Raul, Carlos E Fialho Conversam E Cantam "A Mulher Da Gente"
B
Eu Hei-De Ir, Oh Zé/Oliveirinha Da Serra (Orquestra Zip) - Temporal No Monte (Música Novarum) - Entrevista Com Raul Solnado - Selecção da Música do Filme "Verdes Anos" (Carlos Paredes e Fernando Alvim) - Indicativo ZIP (Orquestra ZIP) - Despedida de Raul Solnado
A
Indicativo Zip (Conjunto ZIP) - Raul Solnado Apresenta - Nuno Martins Fala ´De Nuno Martins - É Natal (José Barata moura) - Conversa Entre Fialho Gouveia E Carlos Cruz - Makeu (Ruy Mingas) - Raul Solnado Fala E Apresenta João Braga - Praia Perdida (João Braga) - O Neto De Fritz (Raul Solnado) - Olhos Castanhos/Ó Tempo Volta P'ra Trás/Quando Cai Uma Mulher/Menina Das Tranças Pretas (José Pracana) - Raul, Carlos E Fialho Conversam E Cantam "A Mulher Da Gente"
B
Eu Hei-De Ir, Oh Zé/Oliveirinha Da Serra (Orquestra Zip) - Temporal No Monte (Música Novarum) - Entrevista Com Raul Solnado - Selecção da Música do Filme "Verdes Anos" (Carlos Paredes e Fernando Alvim) - Indicativo ZIP (Orquestra ZIP) - Despedida de Raul Solnado
quarta-feira, 30 de junho de 2010
domingo, 6 de junho de 2010
1º DISCO (EP) DOS EFE 05 (1969)
ZIP ZIP - ZIP 10.017/E - 1969
Cartaxinho - O Homem da Barca - A Tourada - Ribeira Vai Cheia
Cantam porque gostam de cantar.
Começou há dois anos o EFE 5. Começaram a cantar música folclórica norte-americana e actuavam em convívios estudantis e espectáculos académicos. Mais tarde marcaram presença na TV, integrados em doism programas ZIP-ZIP.
O conjunto EFE 5, que é constituído por Fátima (Rodrigues), Maria João (Lencastre), Carlos (Rodrigues), João e Agostinho (Borges), apresenta hoje um repertório novo - canções populares alentejanas interpretadas em estilo diferente, muito pessoal.
Texto apócrifo da contra-capa.
Supervisão de Thilo Krasmann, com de Heliodoro Pires.
Cartaxinho - O Homem da Barca - A Tourada - Ribeira Vai Cheia
Cantam porque gostam de cantar.
Começou há dois anos o EFE 5. Começaram a cantar música folclórica norte-americana e actuavam em convívios estudantis e espectáculos académicos. Mais tarde marcaram presença na TV, integrados em doism programas ZIP-ZIP.
O conjunto EFE 5, que é constituído por Fátima (Rodrigues), Maria João (Lencastre), Carlos (Rodrigues), João e Agostinho (Borges), apresenta hoje um repertório novo - canções populares alentejanas interpretadas em estilo diferente, muito pessoal.
Texto apócrifo da contra-capa.
Supervisão de Thilo Krasmann, com de Heliodoro Pires.
Etiquetas:
Carlos Alberto Moniz,
EFE 5,
Thilo Krasmann,
Zip Zip
quinta-feira, 3 de junho de 2010
quinta-feira, 27 de maio de 2010
EMBLEMA DO ZIP
quarta-feira, 26 de maio de 2010
ARY DOS SANTOS NO ZIP
Ary dos Santos participou no Zip-Zip no dia 11 de Agosto de 1969.
Ary dos Santos, com um pouco de propaganda a Amália Rodrigues à mistura num estilo muito convencional e seguro de si, recitou (e convenhamos que não mal de todo) alguns dos seus poemas e explicou quais as razões por que a sua poesia não está traduzida.
Falou também nos inconvenientes de traduzir poesia e nas vantagens de um poeta fazer versos para canções. Tudo muito convencional.
"Diário Popular", 10 de Agosto de 1969
Ary dos Santos, com um pouco de propaganda a Amália Rodrigues à mistura num estilo muito convencional e seguro de si, recitou (e convenhamos que não mal de todo) alguns dos seus poemas e explicou quais as razões por que a sua poesia não está traduzida.
Falou também nos inconvenientes de traduzir poesia e nas vantagens de um poeta fazer versos para canções. Tudo muito convencional.
"Diário Popular", 10 de Agosto de 1969
CAETANO E GIL NO ZIP-ZIP
Caetano Veloso e Gilberto Gil participaram no Zip-Zip de 04 de Agosto de 1969.
Provenientes do Brasil e em viagem para Londres, Gilberto Gil e Caetano Veloso, nomes firmes da música de vanguarda no país irmão explicaram ao público do Zip-Zip o que foi o Tropicalismo e porque o movimento já não existe.
Seguiu-se um "tropicalíssimo show" que o público aplaudiu calorosamente, mas talvez não o bastante para a categoria dos artistas convidados.
Provenientes do Brasil e em viagem para Londres, Gilberto Gil e Caetano Veloso, nomes firmes da música de vanguarda no país irmão explicaram ao público do Zip-Zip o que foi o Tropicalismo e porque o movimento já não existe.
Seguiu-se um "tropicalíssimo show" que o público aplaudiu calorosamente, mas talvez não o bastante para a categoria dos artistas convidados.
"Diário Popular", 03 de Agosto de 1969
MÁRIO CASTRIM E O ZIP-ZIP
1
As variedades caiam na rotina, viviam na rotina e para a rotina. Por isso, a rotina não as fixava. Para não variar, as variedades avariavam-se de semana a semana. Sem espírito de missão não pode haver espírito de emissão. Quando muito, haverá o de micção. Dequalquer maneira. E ai de quem vive no r-do-chão...
Dizia-se que era por falta de dinheiro (do tal dinheiro que não faz a felicidade mas proporciona a facilidade...); que era falta de meios técnicos (embora houvesse - e quanto! - a técnica dos "meios"...); que era a podreza do mercado (embora fosse mais evidente o mercado da pobreza).
Dizia-se tudo isto - e eis que tudo isto desaba com a primeira emissão de uma nova rubrica de variedades, "Zip" de seu nome. "Zip" que ainda antes de ontem não possuía nenhum significado - e se carregou de significado a partir de ontem.
De súbito prova-se que era possível o humor; que era possível refrescar as variedades, que era possível a convivência da inteligência e do riso. Com "Zop", inicia-se na Televisão portuguesa, no 13º ano da sua existência, a escalada da naturalidade. Subiu-se um degrau. E embora a escada seja longa, subsiste a realidade: subiu-se um degrau...
2
Quer, passadas que foram as duas horas de emissão, om público não haja dado a mínima prova de cansaço, eis a prova cabal da "novidade" de "Zip". O público não se fatigou como poderia temer-se perante a duração de alguns quadros, nomeadamente a entrevista com Almada e a presença do toureiro a haver Manuel Valente. O primeiro, salvou-se pela presença do próprio Almada; o segundo salvou-se pelo trabalho de equipa em que o jovem (oxalá não ex-futuro) toureiro colaborou com todo o fulgor da sua... inexperiência.
3
(A propósito, e entre parêntesis: "Zip" terá de evitar o desgradável aproveitamento das pessoas apanhadas de improviso, no fulgor da sua... inexperiência ou da sua inconsciência. A utilização das pessoas, a transformação delas em objecto, paga-se caro. Volta-se, em geral, contra os utentes das pessoas. É a história quem nos ensina isto, e não apenas a história do espectáculo, mas a outra, a que se afundou no vício solitário do H maiúsculo. Se o "Zip" quer manter-se de pé na plataforma da simpatia popular, não deve permitir que o seu humor provoque um riso com auréola de remorso. Que ninguém tenha vergona de ter rido -eis o caminho que "Zip" deve seguir se, como digo, quiser manter-se de pé. Sim, porque viver deitado - é fácil! E cómodo. Os tapetes que o digam).
4
Se não a equipa completa do PBX, foi o espírito do PBX que se transferiu para o palco do Villaret. Espírito de PBX no que aí se entende por facilidade de comunicação, pelo sentido da reportagem, pela presença ao vivo das pessoas, pela voz da rua. Isso foi notório no quadro da exposição de Almada Negreiros em plena rua, expressivamente saudada por Rogério Paulo. Ainda bem, portanto, que a colabração Carlos Cruz-Fialho Gouveia não se destruiu.
"Zip", no entanto, pode definir-se como sendo o espírito de PBX+"Horizonte" de Baptista Rosa+o humor de Solnado. PBXHS - eis a fórmula química bem capaz de produzir viva reacção no meio televisivo.
Como bem se percebe, o humor de Solnado foi essencial para o êxito do primeiro "Zip". O seu humor não fabricado, o comentário vivo ou a mímica conhecedora do terreno que pisa. Nós sabemos como a televisão gasta os artistas. Sabemos como os envelhece depressa. Sabemos que a capacidade de renovação dos artistas não pode competir com a capacidade de desgaste do pequeno visor. Até quando poderá Raul Solnado resistir a tamanha usura, mesmo tendo em conta o seu excepcional poder de invenção? Não o sei, ninguém o sabe. A verdade é que os os artistas vivem das reservas que souberam acumular. Deixar que as suas reservas se renovem - é um conselho do grande Malakowski. Durante algumas semanas, Solnado viverá das suas reservas. E depois? Depois começa o grande perigo, começa o grande perigo, começa a grande vontade de fugir. Começam as mãos nas ilhargas do jogador de futebol: cansado.
O problema resolver-se-á, ou atenuar-se-á com a montagem da máquina adequada.
Bob Hope pode ser, nesse aspecto, exemplo vivo. As anedotas com que faz rir (boçalmente, claro) o americano médio são produzidas não por ele - mas pela "sua" máquina.
É urgente, para já, que Solnado de férias ao truque do telefone. Cada artista pode trazer consigo o pântano em que se afunde. O pântano pode chamar-se telefone.
5
Dos intervenientes neste primeiro "Zip" pouco há a dizer: foi um "Zip" em rodagem...
Mariema imitou sofrivelmente a Simone e nada mais. Adriano Correia de Oliveira valeu, especialmente, como valor de presença, quer como um símbolo de renovação de processos. A sua primeira canção, alentejana de origem, saiu muito empobrecida de estilização. Ana Faria é uma esperança: deixou um rasto de juventude e sadio entendimento das coisas. Os telespectadores gostariam de tornar a ouvi-la. Célia de Sousa pouco mais fez além do sorriso inicial e da distribuição dos prémios. Nuno Martins foi a actuação destoante deste "Zip": má dicção, falta de naturalidade, nenhum sentido das oportunidades. Um "braços cruzados" e está tudo dito. Nuno Nazaré bem podia ter deixado a viola para quem tivesse nisso algum futuro...
6
A realização de Luís Andrade utilizou rodriguinhos de ritmos camamários já muito usados e, portanto, muito capazes de fatigar o telespectador. Por outro lado, não se incorporou no trabalho de equipa. Houve desfasmentos notórios, saltitou demasiado. Não conseguiu ligar as "faenas" - e quando isso acontece, o resultado não é brilhante. O seu melhor período foi o de Almada. Teve o instinto do valor: agarrou-se à máscara do artista, daí só o arrancaram à força e nunca para seu bem.
7
Trata-se, como já disse, de um "Zip" em rodagem. Natural é que venha a aprender com a sua experiência. Cono sucede nas "revistas", a "première" saiu demasiado extensa. Não ultrapassar os 90 minutos como no futebol, parece-me boa norma. Aliás, um bom talhe na abertura já ganha tempo precioso...
8
Para terminar, um voto: que o "Zip", para usar a expressão de Manuel valente, "seja capaz de parar os pés diante do touro". É desses que o público gosta.
PS
Na vida há destas coisas, como diz o compadre que todos temos. O programa que João Villaret foi das poucas coisas vivas e populares que aconteceram na Televisão Portuguesa. Passaram-se muitos anos antes que surgisse qualquer coisa que pudesse dar-nos oportunidade de falar de vida e de popularidade. Parece que essa oportunidade existe agora - e a ela encontra-se ligado ainda o nome de "Villaret". Não há dúvida: "Zip" nasceu sob bom signo.
As variedades caiam na rotina, viviam na rotina e para a rotina. Por isso, a rotina não as fixava. Para não variar, as variedades avariavam-se de semana a semana. Sem espírito de missão não pode haver espírito de emissão. Quando muito, haverá o de micção. Dequalquer maneira. E ai de quem vive no r-do-chão...
Dizia-se que era por falta de dinheiro (do tal dinheiro que não faz a felicidade mas proporciona a facilidade...); que era falta de meios técnicos (embora houvesse - e quanto! - a técnica dos "meios"...); que era a podreza do mercado (embora fosse mais evidente o mercado da pobreza).
Dizia-se tudo isto - e eis que tudo isto desaba com a primeira emissão de uma nova rubrica de variedades, "Zip" de seu nome. "Zip" que ainda antes de ontem não possuía nenhum significado - e se carregou de significado a partir de ontem.
De súbito prova-se que era possível o humor; que era possível refrescar as variedades, que era possível a convivência da inteligência e do riso. Com "Zop", inicia-se na Televisão portuguesa, no 13º ano da sua existência, a escalada da naturalidade. Subiu-se um degrau. E embora a escada seja longa, subsiste a realidade: subiu-se um degrau...
2
Quer, passadas que foram as duas horas de emissão, om público não haja dado a mínima prova de cansaço, eis a prova cabal da "novidade" de "Zip". O público não se fatigou como poderia temer-se perante a duração de alguns quadros, nomeadamente a entrevista com Almada e a presença do toureiro a haver Manuel Valente. O primeiro, salvou-se pela presença do próprio Almada; o segundo salvou-se pelo trabalho de equipa em que o jovem (oxalá não ex-futuro) toureiro colaborou com todo o fulgor da sua... inexperiência.
3
(A propósito, e entre parêntesis: "Zip" terá de evitar o desgradável aproveitamento das pessoas apanhadas de improviso, no fulgor da sua... inexperiência ou da sua inconsciência. A utilização das pessoas, a transformação delas em objecto, paga-se caro. Volta-se, em geral, contra os utentes das pessoas. É a história quem nos ensina isto, e não apenas a história do espectáculo, mas a outra, a que se afundou no vício solitário do H maiúsculo. Se o "Zip" quer manter-se de pé na plataforma da simpatia popular, não deve permitir que o seu humor provoque um riso com auréola de remorso. Que ninguém tenha vergona de ter rido -eis o caminho que "Zip" deve seguir se, como digo, quiser manter-se de pé. Sim, porque viver deitado - é fácil! E cómodo. Os tapetes que o digam).
4
Se não a equipa completa do PBX, foi o espírito do PBX que se transferiu para o palco do Villaret. Espírito de PBX no que aí se entende por facilidade de comunicação, pelo sentido da reportagem, pela presença ao vivo das pessoas, pela voz da rua. Isso foi notório no quadro da exposição de Almada Negreiros em plena rua, expressivamente saudada por Rogério Paulo. Ainda bem, portanto, que a colabração Carlos Cruz-Fialho Gouveia não se destruiu.
"Zip", no entanto, pode definir-se como sendo o espírito de PBX+"Horizonte" de Baptista Rosa+o humor de Solnado. PBXHS - eis a fórmula química bem capaz de produzir viva reacção no meio televisivo.
Como bem se percebe, o humor de Solnado foi essencial para o êxito do primeiro "Zip". O seu humor não fabricado, o comentário vivo ou a mímica conhecedora do terreno que pisa. Nós sabemos como a televisão gasta os artistas. Sabemos como os envelhece depressa. Sabemos que a capacidade de renovação dos artistas não pode competir com a capacidade de desgaste do pequeno visor. Até quando poderá Raul Solnado resistir a tamanha usura, mesmo tendo em conta o seu excepcional poder de invenção? Não o sei, ninguém o sabe. A verdade é que os os artistas vivem das reservas que souberam acumular. Deixar que as suas reservas se renovem - é um conselho do grande Malakowski. Durante algumas semanas, Solnado viverá das suas reservas. E depois? Depois começa o grande perigo, começa o grande perigo, começa a grande vontade de fugir. Começam as mãos nas ilhargas do jogador de futebol: cansado.
O problema resolver-se-á, ou atenuar-se-á com a montagem da máquina adequada.
Bob Hope pode ser, nesse aspecto, exemplo vivo. As anedotas com que faz rir (boçalmente, claro) o americano médio são produzidas não por ele - mas pela "sua" máquina.
É urgente, para já, que Solnado de férias ao truque do telefone. Cada artista pode trazer consigo o pântano em que se afunde. O pântano pode chamar-se telefone.
5
Dos intervenientes neste primeiro "Zip" pouco há a dizer: foi um "Zip" em rodagem...
Mariema imitou sofrivelmente a Simone e nada mais. Adriano Correia de Oliveira valeu, especialmente, como valor de presença, quer como um símbolo de renovação de processos. A sua primeira canção, alentejana de origem, saiu muito empobrecida de estilização. Ana Faria é uma esperança: deixou um rasto de juventude e sadio entendimento das coisas. Os telespectadores gostariam de tornar a ouvi-la. Célia de Sousa pouco mais fez além do sorriso inicial e da distribuição dos prémios. Nuno Martins foi a actuação destoante deste "Zip": má dicção, falta de naturalidade, nenhum sentido das oportunidades. Um "braços cruzados" e está tudo dito. Nuno Nazaré bem podia ter deixado a viola para quem tivesse nisso algum futuro...
6
A realização de Luís Andrade utilizou rodriguinhos de ritmos camamários já muito usados e, portanto, muito capazes de fatigar o telespectador. Por outro lado, não se incorporou no trabalho de equipa. Houve desfasmentos notórios, saltitou demasiado. Não conseguiu ligar as "faenas" - e quando isso acontece, o resultado não é brilhante. O seu melhor período foi o de Almada. Teve o instinto do valor: agarrou-se à máscara do artista, daí só o arrancaram à força e nunca para seu bem.
7
Trata-se, como já disse, de um "Zip" em rodagem. Natural é que venha a aprender com a sua experiência. Cono sucede nas "revistas", a "première" saiu demasiado extensa. Não ultrapassar os 90 minutos como no futebol, parece-me boa norma. Aliás, um bom talhe na abertura já ganha tempo precioso...
8
Para terminar, um voto: que o "Zip", para usar a expressão de Manuel valente, "seja capaz de parar os pés diante do touro". É desses que o público gosta.
PS
Na vida há destas coisas, como diz o compadre que todos temos. O programa que João Villaret foi das poucas coisas vivas e populares que aconteceram na Televisão Portuguesa. Passaram-se muitos anos antes que surgisse qualquer coisa que pudesse dar-nos oportunidade de falar de vida e de popularidade. Parece que essa oportunidade existe agora - e a ela encontra-se ligado ainda o nome de "Villaret". Não há dúvida: "Zip" nasceu sob bom signo.
Mário Castrim, "Diário de Lisboa", 27 de Maio de 1969
O BONECO DO ZIP
O boneco do ZIP, que era oferecido aos convidados dos programa, foi inventado por um funcionário da RTP, Manuel Pires.
Subscrever:
Mensagens (Atom)