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sábado, 28 de outubro de 2017

PRIMEIRO IÉ-IÉ PORTUGUÊS FAZ HOJE 57 ANOS!!!


COLUMBIA - SLEM 2062 - 28OUT1960

Fui Louco Por Ti (Daniel Bacelar) - Nunca (Daniel Bacelar) - Oh! Carol (Howard Greenfield/Neil Sedaka) - Quero O Teu Amor (Should We Tell Him) (Everly)

As duas primeiras canções são interpretadas por Daniel Bacelar, as outras duas pelos Conchas. Ambos são acompanhados por Jorge Machado e seu conjunto.

Este é o 1º EP dos Conchas, o 1º de Daniel Bacelar, é também o primeiro disco ié-ié português. Foi editado faz hoje precisamente 57 anos!

Eis o resultado - encorajador e feliz, como poderão verificar depois de ouvir o disco - de uma tentativa que merece, que exige mesmo o apoio de todos os que se interessam pela música ligeira.

"Caloiros da Canção nº1" reune a escolha final do programa de rádio que tanto êxito obteve entre dezenas de candidatos que se exibiram com tanto brio e boa vontade e animados de tanta esperança foram finalmente escolhidos para este disco.

Daniel Bacelar - um rapaz de 17 anos que é também autor das canções que interpreta - e o duo "Os Conchas", um caso verdadeiramente excepcional de vocação artística.

Com este disco dá-se, assim, carta de alforria a três jovens artistas que, de agora em diante, ficam sujeitos ao juízo severo dos discófilos.

Não nos admiraria, porém, que, mais uma vez, coincidissem as opiniões. É que, tanto o público como nós, nos guiamos pela mesma bitola: o mérito real dos artistas. E esse está bem patente neste disco.

Texto apócrifo na contracapa do EP
PS - Daniel Bacelar conta aqui a história deste disco.

NOTAS SOLTAS:
“Fui Louco Por Ti”, de Daniel Bacelar, é a primeira canção original, gravada, do yé-yé português. Abre o EP “Caloiros da Canção”. A letra e a música são da autoria do próprio Daniel Bacelar, vencedor, a solo, do concurso radiofónico.

”Oh Carol”, pelos Conchas, foi a canção premiada no concurso radiofónico “Caloiros da Canção” de há 57 anos. Trata-se da versão portuguesa do êxito composto por Neil Sedaka e a história é simplesmente banal: havia tão-só que traduzir para português os êxitos de lá de fora, o que era então inédito.

”Hully Gully do Montanhês”, do Conjunto Académico João Paulo, é uma das mais originais canções do yé-yé português. Composta por Sérgio Borges e Carlos Alberto Gomes, venceu em 1965 o Grande Prémio do Disco, talvez o primeiro top de popularidade em Portugal, por votação conjunta de ouvintes da Rádio Renascença e de leitores da revista “Rádio & Televisão”.

”O Comboio”, pelos Álamos, é a primeira composição gravada de sempre da autoria de José Cid. Os Álamos são de Coimbra e José Cid estudava em Coimbra, onde formou o primeiro conjunto yé-yé portugês, os Babies, no final da década de 50. A canção é de 1966 e está assinada por José Cid Tavares.

Ana Maria é a primeira voz feminina do yé-yé português. Pertenceu aos Boys, de Carlos Correia, que tiveram de alterar a designação para Conjunto Universitário Hi-Fi. “Back From The Shore” é um original de Carlos Correia, de 1967. Anos mais tarde, Carlos Correia foi o viola de José Afonso em “Grândola Vila Morena”.

Considerada a Nico francesa, Catherine Ribeiro é filha de emigrantes portugueses em Lyon. Em 1967 gravou o seu primeiro disco, em Portugal, uma versão francesa de “With God On Our Side”, de Bob Dylan. A curiosidade deste registo, pouco conhecido, reside no facto de Catherine Ribeiro ser acompanhada pelos Sheiks, então no auge da sua fama.

domingo, 7 de dezembro de 2014

23ª HORA


A primeira emissão de "A 23ª Hora", um dos mais emblemáticos programas da rádio portuguesa, foi para o ar, na Rádio Renascença, no dia 07 de Dezembro de 1959, faz hoje 55 anos.

Foi criado por Joaquim Pedro, Matos Maia e João Pedro Baptista, emitindo inicialmente entre as 23H00 e a meia-noite e depois alargado até às 02H00.

O programa durou 15 anos (até Maio de 1974) e por ele passaram nomes como Maria Madalena, Dora Maria, Maria Isabel Nascimento, Rolo Duarte, Fernando Sylvan, Assis Pacheco (actor), Armando Marques Ferreira, Fernando Curado Ribeiro.

Vencedor de um Óscar da Imprensa (1964), a Vigésima, como era vulgarmente conhecida, viveu a sua maior pujança com João Martins (a partir de 1964), também ele vencedor de um Óscar da Imprensa (1965).

O programa contou com rubricas emblemáticas como "Cinco Minutos de Jazz" (José Duarte), "Os Corvos Ao Ouvido" (Leitão de Barros), "Convrss Curtas E Médias" (Américo Leite Rosa), "Os Homens Da Meia-Noite" (Santos Fernando e Ferro Rodrigues), "Ao Sabor Do Improviso" (António Sérgio) e "Quando Os Corações Se Encontram" (Maria Carlota Álvares da Guerra).

Eu próprio levei muitos singles ingleses para serem estreados no programa. Lembro-me de "You Were On My Mind" (Crispian St. Peters) e "19th Nervous Breakdown" (Rolling Stones). Se calhar houve outros, mas não me lembro.

À época, recebia muitos discos de Londres de uma penpal, Leo Wilson.

João Martins saiu do programa e da Rádio Renascença em 1968.

Fonte: "A Rádio Em Portugal", Rogério Santos, Edições Colibri, 2014

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

FOLK 2


AQUILA - EP 01-1 - edição portuguesa (1966)

Golden Ring (Valadares Marques/Vasco Luís) - Depending (Vasco Luís) - Pretty Girl (Vasco Luís) - The World (Vasco Luís)

Em 1966, sendo eu dirigente associativo na Associação Académica da Faculdade de Direito de Lisboa (AAFDL) "contratei" para um daqueles fantásticos "convívios" que se realizavam na Sala de Leitura da Faculdade, este duo, constituído por Vasco Luís, 20 anos, precisamente estudante de Direito, e Rui Manuel, 22, estudante dos Estudos Ultramarinos.

Indiferentes ao yé-yé, optaram pelo folk, então um horizonte praticamente inédito nos conjuntos de então.

Bob Dylan e Peter, Paul and Mary eram os músicos preferidos. De Donovan, exaltavam as suas qualidades de instrumentalista, melhor do que Dylan, e a sua voz doce, agradável. De Joan Baez diziam que era "única, apesar de a voz não ser a ideal".

Na contracapa do EP escreve Valadares Marques:

A folk-music teve em 1965 o seu primeiro ano de popularidade. A rádio lançou-se abertamente na "exploração" desta "nova" expressão musical, o público aceitou e... começaram a surgir discos, a serem comercializados novos artistas.

Em Portugal, dois jovens se vinham dedicando já há alguns anos a este género de música, embora desconhecidos do grande público: Vasco Luís e Rui Manuel.


Nas horas livres, em reuniões de amigos, lá estavam cantando e tocando "aquilo", sempre com agrado geral.


Até que chegou a vez de se "mostrarem" ao público anónimo da rádio. Imediatamente se revelaram diferentes, não permitindo que se lhes chame "mais um conjunto". Folk 2 tem personalidade, boa execução e maioria de reportório inédito.


Folk 2, na rádio, é êxito. No disco, é... isto!


Este EP inaugurou a etiqueta Aquila, dirigida por João Martins, então "patrão" da "23ª Hora".

Os jovens de cá não ficaram indiferentes ao aparecimento, em 1965, de um novo género musical que logo conseguiu apaniguados - folk music. A comprová-lo, temos o caso específico de Rui Manuel e Vasco Luís, dois moços que, após actuações privadas, se decidiram a gravar comercialmente. Trata-se de um duo afinadinho, plenamente. Mas porquê títulos em inglês?

Rádio & Televisão, 7 de Janeiro de 1967

segunda-feira, 11 de junho de 2012

FERNANDO GUERRA


PHILIPS - 369 005 - 1969

A Festa (Fernando Guerra) - Sweet Evelyn (Fernando Guerra)

Arranjos e direcção de Thilo Krasmann, produção de João Martins.

Em Junho de 1969, Fernando Guerra partilhou o palco do Festival Internacional de Scheveningen, na Haia, com nomes como Gilbert Bécaud, Dusty Springfield, Melanie e Wallace Collection.

sábado, 14 de agosto de 2010

MECHANICAL DREAM


POLYDOR - 10 021 CR - 1969

Skate (Dean Parish) - La Valse Des Lilas (Michel Legrand/Eddy Marnay) - Nobody Loves You When You Are Down And Out (J. Cox) - How Can I Be Sure (Young Rascals)

Supervisão musical de Thilo Krasmann, produção de João Martins.

Cortesia de Luís Futre

quinta-feira, 1 de julho de 2010

PAULO DE CARVALHO


POLYDOR - 75001 LH

Dia da Lua (Paulo de Carvalho/Dórdio Guimarães) - The Man Is Alone (Paulo de Carvalho/Vasco Noronha)

Arranjos e direcção de Thilo Krasmann, produção de João Martins.

Fotomontagem com elementos gentilmente cedidos pelos Serviços de Informações e Assuntos Culturais da Embaixada dos Estados Unidos da América, em Lisboa.

Cortesia de Luís Futre

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

JOSÉ AFONSO, PRÉMIO DA IMPRENSA 1969


LA COOPERAZIONE ITALIANA - DR LCI 001 - edição italiana (1976)

Lato 1



P'Ra Não Dizer Que Não Falei Das Flores (Francisco Fanhais) - Se Os Teus Olhos Se Vendessem (José Afonso) - Foi Na Cidade Do Sado (José Afonso) - Canta Camarada Canta (José Afonso) - Eu Hei-de Ir Colher Macela (José Afonso)

Lato 2



O Pão Que Sobra À Riqueza (José Afonso) - Vampiros (José Afonso) - Senhora do Almortão (José Afonso) - Letra Para Um Hino (Francisco Fanhais) - Ladaínha do Arcebispo (Francisco Fanhais)

Versões inéditas, gravadas em 1975 nos Santini Edizioni, em Roma, com músicos italianos.

Em 1969, há 40 anos, José Afonso ganhou o Prémio de Honra dos Prémios da Imprensa pela alta qualidade da sua obra artística, como autor e intérprete.

Outros prémios desse ano:

CINEMA: José Fonseca e Costa, pela curta-metragem "A Cidade" (o júri, constituído por Eduardo Geada, Lauro António e Seixas Santos, não atribuiu os Prémios de Filme de Longa Metragem, Actor e Actriz).

FADO: Prémio de Prestígio a Amália Rodrigues pelo alto nível mantido na interpretação e divulgação do fado em Portugal e no estrangeiro.

MÚSICA LIGEIRA: Cançonetistas - Fernando Tordo e Manuel Freire (criador de "A Pedra Filosofal", de António Gedeão), ex-aequo, pelo valor puramente musical e interpretativo, mas também pela sua representatividade em linhas de evolução da música ligeira internacional; Compositor - Fernando Tordo, pela riqueza harmónica, melódia e rítmica dos trabalhos gravados em disco; Letrista - José Carlos Ary dos Santos, pelo conjunto dos seus poema musicados, para além do seu valor literário.

RÁDIO: Locutor - Rui Pedro, por ter excedido a rotina do trabalho de cabina; Melhores Programas - "1-8-0", de Paulo Medeiros, e "Impacto", de João Martins, ex-aequo, o primeiro pela sua vivacidade e actualidade, o segundo pelo esforço de elevação do nível cultural e divulgação da música portuguesa.

TELEVISÃO: "ZIP-ZIP", programa de Raul Solnado, Carlos Cruz e Fialho Gouveia, pela sua contribuição para uma televisão viva, popular, voltada para temas, problemas e pessoas do nosso tempo e do nosso País; Vedeta - Raul Solnado pela sua actuação no "Zip-Zip"; Realizador - Luís Andrade por aquele e outros programas transmitidos do Villaret.

Os Prémios da Imprensa foram criados em 1962 como Óscares da Imprensa por sugestão do tenor lírico Luís Piçarra à Caixa de Previdência dos Profissionais da Imprensa de Lisboa (hoje Casa da Imprensa), no regresso de um dos seus muitos espectáculos no estrangeiro.

Logo em 1963 passaram a designar-se Prémios da Imprensa, que se mantiveram até 1976, com duas interrupções, em 1965 e 1973.

Os Prémios da Imprensa voltaram a ser atribuídos em 1981, mas a iniciativa não teve continuidade. Dez anos mais tarde, em 1990, foram retomados como Prémios Bordalo que, tanto quanto sei, duraram até 2000.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

POR CAUSA DE JOÃO MARTINS


AQUILA - LP-51-1 - 1968

Lado A

Boémias da Viela - Promessa - Janeiro Proibido - A Minha Cor - Este Mundo Que Eu Perdi - O Meu Fim

Lado B

Rapsódia - Último Adeus - Estou Sempre de Passagem - Fado da Carta - Os Corvos - Por Morrer Uma Andorinha

A produção deste LP é de João Martins, por isso aqui aparece, já que, como já confessei, não sou grande fã do fado de Lisboa.

Provavelmente, este será o primeiro ou um dos primeiros álbuns de João Braga.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

ANIMAL DO ESPECTÁCULO


Tenho para mim que não se fez ainda o devido reconhecimento a João Martins, um verdadeiro animal da rádio que esteve também na produção de discos (Fausto, Filarmónica Fraude, Jotta Herre) e na televisão.

Fala-se muito do "Em Órbita" e do "Página Um" , com toda a justeza, aliás, este ano vai-se falar muito do ZIP-ZIP (sempre são 40 anos), mas da "23ª Hora" e do seu animador, pouco ou nada.

Muito antes do "Em Órbita", era a "23ª Hora", na Rádio Renascença, que fornecia a música jovem, a nova música que se fazia lá fora.

Começou a ser transmitido em 1958 com Joaquim Pedro, Matos Maia e João Pedro Baptista, seus criadores, e João Martins, Armando Marques Ferreira e Fernando Curado Ribeiro.

Não sendo tão elitista nem inovador como "Em Órbita", a "23ª Hora" cumpria no entanto os objectivos de então que eram sobretudo as novidades que produziam extra-fronteiras, designadamente a chamada música pop anglo-saxónica, bem como o yé-yé português.

Em 1969, há 40 anos, João Martins abandonou a Rádio Renascença e foi para o Rádio Clube Português fazer "Impacto", esse sim, já com a forte concorrência de "Em Órbita".

A minha preocupação constante é a qualidade, dizia então João Martins.

João José dos Santos Martins nasceu em Lisboa em 1939.

Segundo o "Diário Popular" da época, João Martins é um notável exemplo de perseverança.

Quase autodidacta - continua o jornal - trouxe para a Rádio um estilo europeu, adiantado em relação aos seus pares na locução de cabina.

Adoptou para o nível português os padrões triunfantes em Radio Caroline, Radio England e Radio London: um ar pop despreocupado, fruto (afinal) de longa preparação de cada programa.

Foi o primeiro locutor português a entrevistar Cliff Richard, Adamo, Shirley Bassey, Searchers, Norrie Paramor.

Foi também o grande divulgador das interpretações de Thilo's Combo, Sheiks e Quinteto Académico, Mercês da Cunha Rego, João Braga e João Ferreira Rosa.

Um pequeno orgulho, conforme confessou.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

FLOR DE LARANJEIRA


PHILIPS - 431 922 PE - 1969

Flor de Laranjeira - Problema da Escolha - Menino - O Milhões

Este é o 1º EP da Filarmónica Fraude, editado no dia 19 de Março de 1969.

A produção é de João Martins, da "23ª Hora".

Da esquerda para a direita, António Antunes da Silva (guitarra), João Manuel Viegas Carvalho (guitarra, só participou nesta gravação, tendo abandonado o conjunto para prosseguir os estudos), João José Pinheiro Brito (voz), José João Parracho (baixo), Júlio Vital dos Santos Patrocínio (bateria) e António Luís Linhares Corvelo de Sousa (teclas).

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

FILARMÓNICA FRAUDE


PHILIPS - 841 407 PY (ESTEREOFÓNICO também utilizável em Mono) - (1969)

Epopeia (1ª Profecia) (António Pinho/Luís Linhares) - Na Ilha Virgem (António Pinho/Luís Linhares, sobre motivo popular) - Digo-Dai (António Pinho/Luís Linhares, sobre motivo popular) - Só Marinheiros E Escravos Se Afundam Com A Nau (António Pinho/Luís Linhares) - Homenagem Póstuma (António Pinho/Luís Linhares, sobre motivo popular) - Por Vós (Desgostoso, Carrancudo E Magro) (António Pinho/Luís Linhares) - Centenário (António Pinho/Luís Linhares) - Sebastião Morreu! (António Pinho/Luís Linhares) - Epílogo (António Pinho/Luís Linhares) - Os Bem-Aventurados (António Pinho/Luís Linhares) - 25 (António Pinho/Luís Linhares) - 2ª Profecia (Bandarra-Luís Linhares)

Este LP, raro na discografia nacional e que atinge preços irracionais no site de leilões MIAU, foi produzido por João Martins e Luís Vilas-Boas, ambos, infelizmente, já falecidos, com arranjos de Jorge Machado e sonoplastia, de Moreno Pinto.

A capa é da autoria de Lídia Martinez.

Cortesia de João Pinheiro de Almeida

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

FILARMÓNICA FRAUDE


PHILIPS 369 007 PF - 1969

Epopeia - Digo Dai

A direcção musical é de Thilo Krasmann e os arranjos de Jorge Machado. A produção é de João Martins e de Luís Villas Boas.

Adquirido pelo irmão caçula no dia 26 de Novembro de 1969.

Cortesia de João Pinheiro de Almeida

terça-feira, 16 de setembro de 2008

1º LP DE FAUSTO (1970)


PHILIPS - 6330 001 - 1970

Lado A

Madrugada (Bettencourt  da Câmara/Fausto) - Vem Amiga (Bettencourt da Câmara/Fausto) - Denúncia Involuntária da Atracção (António Pinho/Luís Linhares) - Chora, Amigo, Chora (Fausto) - Quando Um Homem Quer Partir (Fausto) - África (Fausto)

Lado B

Depois (Fausto) - Homens (Fausto) - Quando Eu Morrer Um Dia (B. da Câmara/Fausto) - Criança Mulher-Parte I (Fausto) - Ó Pastor Que Choras (José Gomes Ferreira/Fausto) - Criança Mulher-Parte II (Fausto)

Arranjo e direcção de orquestra de Jorge Machado, assistência musical de Jorge Beckman, som de Moreno Pinto, produção de João Martins.

Músicos: Luís Waddington (guitarra), Edmundo Silva (baixo) e António Maurício (bateria)

Voz de José Manuel Nunes em "Madrugada".

segunda-feira, 7 de julho de 2008

CRISPIAN ST PETERS


DECCA - PEP 1159 - 1966

You Were On My Mind – Wat I’m Gonna Be – The Pied Piper – Sweet Dawn My True Love

Neste disco sei que “You Were on My Mind” é a canção forte, de referência, “o grande êxito de Crispian St. Peters”, tal como se pode ler na capa. Mas gosto muito de “The Pied Piper”.

Cândido Mota, no “Em Orbita”, a anunciar o disco, as primeiras espiras a rodarem e ele a dizer: “sigam-me que eu sou o tocador da flauta mágica".

Disco comprado na Discoteca Universal”, em Lisboa, no dia 30 de Junho de 1966, por expressa e oportuna indicação do “Em Órbita”.

Colaboração de Gin-Tonic

(nota do editor: eu, por mim, tenho a subida honra de ter sido o introdutor de Crispian St. Peters e de "You Were On My Mind" em Portugal, em 1965. Não mais me esqueci disso. Mal recebi o disco, fui imediatamente levá-lo à "23ª Hora", de João Martins. Foi o êxito total! O "Em Órbita" ainda estava a dar os primeiros passos).

quarta-feira, 16 de abril de 2008

PENINA: ORIGINAL DOS JOTTA HERRE


PHILIPS - 431 923 PE - edição portuguesa (1969)

Penina (Paul McCartney) - North (Carlos Pinto/Aníbal Cunha) - The Needing Of Love (Aníbal Cunha) - To Grandma (Aníbal Cunha)

Da esquerda para a direita: Aníbal Cunha, Rui Pereira (já falecido), Carlos Pinto e Giuseppe Flamínio (José Carlos Flamínio).

Arranjo e direcção musical de Thilo Krasmann, produção de João Martins.

domingo, 6 de abril de 2008

TU SOZINHO NÃO ÉS NADA


POLYDOR 10.025 CR - 1970

Retalhos De Uma Noite - Antes De Ti - Erguer A Voz E Cantar - Sei De Uma Menina

“Erguer a voz e cantar” é uma canção que vem ao encontro daquilo que há dias “Mr. Ié-Ié” manifestava, ao preferir a canção de intervenção pré-25 de Abril do que a que se lhe seguiu.

Daqui também resvala essa frase batida, que tem tanto de terrível como de ambígua: então éramos felizes só que não o sabíamos.

É uma canção-chave dos “filhos da madrugada”. Não havia encontro, reunião, passeio, o que quer que se fizesse naqueles tempos, que não aparecesse o “canta amigo canta, vem cantar a nossa canção, tu sozinho não és nada, juntos temos o mundo na mão”, fazendo vincar a ideia de que nenhum homem é uma ilha isolada, que ninguém ganha a Volta à França sozinho ou, como se pode ler no bonito poema, “Tecendo a Manha” , de João Cabral de Melo Neto: “um galo sozinho não tece uma manhã, ele precisará sempre de outros galos”.

O jornalista Mário Contumélias, reportando para a revista “Cinéfilo” de 6 de Abril de 1974 o I Encontro da Canção Portuguesa, que se realizara a 30 de Março, escrevia: “Fosse lá porque fosse, naquela noite, no Coliseu, senti-me . E isso não nos acontece todos os dias. Isso é importante!”.

“Estavam lá, não sei se já vos disse, 5 mil pessoas. Eram 10 horas, passavam 30 minutos da hora prevista para o começo do espectáculo. Cantava-se em coro “Canta, Canta Amigo Canta… Era assim que os 5 mil pediam que o espectáculo, também ele começasse".

Aquela noite, de finais de Março de 1974, fazia já antever o que, uma vintena de dias depois, veio a acontecer: a última página, o consumar-se o grito do poeta à rapariga para que ela não esquecesse que um dia iriam soltar a Primavera no País de Abril, o microfone que falaria numa noite às 4 e tal…

Este disco foi produzido por João Martins, uma bela voz, um enorme homem da rádio, um autêntico animal de rádio, para que se perceba bem aquilo que quero dizer. Pena, muita pena mesmo, que, para cima de um milhão de cigarros que fumou, mas que lhe deram muito prazer, o tenham levado tão cedo do nosso convívio.

(António Macedo também nos deixou em 1999, com 53 anos - nota do editor)

Todas as músicas são de António Macedo, também os poemas, excepto “Retalhos de Uma Noite” que é de Maurício Cunha.

Colaboração de Gin-Tonic

segunda-feira, 31 de março de 2008

IA DANDO PRÓ TORTO, MAS SAFOU-SE...


A liderança da AA60 estava "à nora" e para que não "desse o berro", o Jaime decidiu agarrar naquilo com a modesta ajuda de alguns carolas onde eu me incluia.

Pensou-se então organizar um grande espectáculo no Olga Cadaval com a presença dos velhotes e as bandas possíveis dos anos 60-70. A cena passou-se em 2003.

Fomos acolhidos com toda a simpatia pela gerência do Olga Cadaval que se colocou totalmente à nossa disposição, o que cumpriram impecávelmente até ao último momento, diga-se de passagem (não me posso esquecer que até o próprio Seara, presidente da Câmara, esteve presente na plateia a dar-nos imensa força - são coisas que caem bem nos tempos que correm!!!) .

Uns meses antes, eu tinha visto em Londres uma peça musical "BUDDY", sobre a vida do Buddy Holly, e achei que eles tinham tido uma ideia absolutamente brilhante ao colocarem no palco uma pseudo-cabina de rádio, onde dois locutores iam relatando os factos e davam entrada aos números musicais.

Falei com o Jaime, e como tinha trazido o VHS do dito show, visionámo-lo, tendo ficado resolvido que era exactamente isso que íamos fazer.

Lembrei-me da "23ª hora" da RR (tinha tudo a ver com a época) e como tinha as melhores relações com o João Martins, apesar de já não o ver há anos, telefonei-lhe e o homem recebeu-nos de braços abertos e lágrimas nos olhos, disponibilizando-se logo e na hora a engatar a Maria José Baião, o que ela aceitou imediatamente, para formar o tal duo de apresentadores.

Teríamos portanto uma reedição ao vivo no palco do Olga Cadaval da velhinha "23ª Hora". Era giro, não era? Fomos à Renascença onde fomos recebidos simpáticamente por um senhor cujo nome não me lembro (talvez o Jaime se lembre!!!), o qual se colocou imediatamente á nossa disposição. O museu da RR estava totalmente á nossa disposição para serem colocadas no palco velhos equipamentos das antigas cabinas de locução para dar aquele look sixties.

FICÁMOS ABSOLUTAMENTE BABADOS, pois os velhotes iriam apresentar uma coisa absolutamente original (para cá claro!!!) e íamos dar um espectáculo que iria dar brado.

Fomos ao Algarve convidar o Vitor Gomes e claro que toda a gente tinha o seu cachet. Cerca de uma semana antes, telefona-me o pobre do Jaime e diz-me "à rasca": "Daniel, a Renascença deu o dito por não dito e afastou-se do projecto".

Então o Jaime teve a ideia brilhante de irmos falar com o Luis Pedro Fonseca (apaga-fogos) pois podia ser que ele tivesse uma ideia para salvar a coisa. E teve!!!!

De parceria com o Paulo Coelho, que escreveu e locutou o guião, substituiu-se a tal cabine de rádio e respectivos locutores por umas projecções de video em ecrã gigante. Lá fui de "monco caido" apresentar as minhas desculpas ao João Martins que foi de uma receptividade total e grande amigo (mal sabia eu que já se encontrava em fase terminal de um cancro.... custou-me muito mais tarde, quando soube, ainda hoje me custa!!!).

Ainda houve outras "cenas giras"de "grandes artistas", mas, de qualquer maneira, aquilo foi um sucesso. O Olga esgotou totalmente, havia gente em pé nas coxias e atrás. Tudo foi feito com todo o amor. O programa foi feito pela Iara, nora do Jaime, criativa em publicidade. Incluimos os nomes do João Martins e da Maria José Baião nas "outras participações" para assim, pelo menos, prestar-lhes uma pequena homenagem.

No meio disto tudo, o pobre do Jaime sofreu à brava como todos nós e perdeu mais alguns cabelos naquela careca.

Mas enfim, foi muito giro, o público delirou e os velhotes não envergonharam, além disso a minha gata Lidia ganhou um lar... mas isso é outra historia!!!!

Colaboração de Daniel Bacelar

No evento participaram Daniel Bacelar, Diamantes Negros, Edmundo Silva & Duarte Mendes, Edmundo Falé, Ekos, Guitarras de Fogo, Luís e Pedro de Freitas Branco (Claves/Like A Rolling Stone), Old Blues Band, Pamela Murphy, Quarteto 1111, Regiophoniaorchestra, Rockfellas e Vítor Gomes.

domingo, 30 de março de 2008

RÁDIO CLUBE PORTUGUÊS


Navegando nas profundezas dos meus baús de antiguidades, descobri mais este documento absolutamente único e inédito.

Por ele se pode constatar que as músicas minhas que passavam na rádio eram gravadas exclusivamente pelos produtores dos diversos programas, como o Ápio Garcia, o Aurélio Carlos Moreira, o Armando Marques Ferreira, o João Martins, etc.

Eram dezenas de músicas, quase todas de minha autoria, e algumas exclusivas de um certo programa, para cativar os ouvintes aficionados.

Essa a razão de a popularidade de que usufruí na época ser aparentemente inversamente proporcional ao número de discos comerciais meus que foram editados.

É que as rádios tocavam constantemente as gravações das minhas músicas que tinham em fita.

Isso aconteceu antes, durante, e muito tempo depois das edições comerciais do EP da Alvorada (com 4 músicas) e do EP da EMI (com 1 música).

Cortesia de Zeca do Rock

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

BELMIRO AZNAVOUR

Lá por 1964 ou 65, apareceu na Rádio Renascença, no programa «A 23-ª Hora», de João Martins, um LP intitulado «Chantez Comme Aznavour».

Era constituído pelos «play-backs» que tinham servido aos grandes sucessos de Charles Aznavour, tocados pela orquestra e coros dirigidos, salvo erro, por Michel Legrand. Só faltava a voz solista, daí o convite expresso no título.

Teriam de decorrer ainda 40 anos para nascer o conceito de «karaoke» que, no entanto, acudiu à cabecinha pensadora deste seu correspondente.

Logo propus ao técnico de som Moreno Pinto fazermos um truque humorístico: eu traduziria literalmente uma letra e cantaria em português por cima da música do LP, com pronúncia nortenha para criar mais efeito.

Diríamos que era um irmão de Aznavour, de nome Belmiro, que tinha vindo há muitos anos para Portugal e agora se queria afirmar no mundo do disco.

Como na «23.ª Hora» se um dizia «mata» outro haveria de dizer «esfola», o José Duarte, dos «5 minutos de Jazz», disse logo que cantaria em dueto comigo, interrompendo-me propositadamente para corrigir as asneiras.

Pegou-se no «Et Pourtant», fomos para um dos estúdios e gravámos. Foi um tremendo êxito, com telefonemas dos ouvintes a querer saber pormenores desse irmão de Aznavour e... a pedir mais.

A segunda peça foi «Que C'est Triste Venise», desta vez cantada só por mim, já com umas «buchas» a fugir à letra original. Outro êxito, outra chuva de telefonemas.

Mas tínhamos combinado manter segredo sobre a personagem Belmiro Aznavour, porque não convinha misturar o nome do Quinteto Académico com aquele destempero.

Era um gozo, depois do programa acabar, às 2 da manhã, ir a equipa toda, mais os visitantes que por lá apareciam (Sheiks, Mistério, Carlos do Carmo, João Maria Tudela, sei lá!) para a Riba d'Ouro, onde se juntava a malta do teatro, locutores de outras estações de rádio, e a conversa à nossa mesa ser sempre «Mas quem será o gajo?».

A pressão sobre o João Martins e o Moreno Pinto era enorme: «Eh pá, diz lá! Pela nossa amizade... Eu não digo a ninguém...». E eu presente, impassível. Aconteceu até que o Rádio Clube Português tinha relançado a figura do Sr. Messias, que também falava (mas só falava) à nortenha. Ouvi coisas como esta: «Agora que pusemos no ar o Sr. Messias, vêm vocês com esse Belmiro, ainda por cima a cantar, e com a verdadeira orquestra do Aznavour! Como é que conseguiram isso, caraças?». Ninguém se desmanchou.

A coisa acabou no terceiro episódio: "La Mama". Cantei também a solo, depois de ter criado quase uma letra nova, desta vez com rima, mas pus a Mãe dos ciganos a morrer com uma grande bebedeira, rodeada do ambiente festivo onde não faltavam artistas na berra como os «Hollies», os «Rolling Stones», Eddie Vartan (que tinha vindo recentemente a Lisboa), «Os Sheiks» e, claro, o «Quinteto Académico».

Só que, desta vez, alguns telefonemas foram de protesto. Que não se brincava com coisas sérias, que era achincalhar a morte de uma pessoa, que era desrespeitar a canção original, enfim, um quase escândalo. A Direcção da Rádio Renascença, então a Emissora Católica Portuguesa, mandou acabar completamente com aquilo.

Mais tarde pedi ao Moreno Pinto as fitas. Tinha-as deitado fora! Passaram mais uns anos e já não sei quem tinha as gravações, feitas do rádio. Sem outros meios, gravei com um gravador de «cassettes» encostado ao altifalante. Hoje, com a ajuda dos programas informáticos para música, consegui limpar algum ruído dessa «cassette» preciosa.

Colaboração de Daniel Gouveia

Nota: se alguém estiver interessado nestas gravações é só pedir educadamente.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

HOMENAGEM A MORENO PINTO

Meus queridos amigos "velhotes" dos anos 60, membros das diversas bandas da altura, com certeza que este nome vos trará grandes recordações.

Para nós, "putos" daquela altura, cheios de ilusões, o Moreno seria o que o George Martin foi para os Beatles, pois aquele "mago das AMPEX" (gravadores profissionais de bobines que equipavam as nossas estações de rádio da altura) era um verdadeiro artista, tirando todo o partido destas velhas máquinas.

De tal maneira foi, que um belo dia nos estúdios da Valentim de Carvalho que tinham sido inaugurados na altura com as últimas tecnologias, alguém me perguntou: mas como é que ele fêz isto?

Para já, o meu grande abraço a quem fêz esta pergunta, pois demonstrou uma enorme modéstia e vontade de saber, apesar de ser o responsável pelo melhor estúdio de som da altura.

Mas continuemos... Moreno Pinto foi o homem que teve a paciência de gravar todos os concorrentes ao concurso "Caloiros da Canção", patrocinado pela Valentim de Carvalho e por um programa matinal na RR, "CLUBE DAS 10", de Carlos Moutinho e Alberto Rodrigues, onde o GRANDE JOÃO MARTINS (23ª HORA) dava os primeiros passos como uma espécie de "moço de recados".

Foi exactamente nesse concurso, ganho por mim (puro acidente, pois nem tinha concorrido... mas isso é outra história) e pelos Conchas que foi editado o primeiro disco EP de rock 'n' roll (se é que se pode classificar como tal), ideia do também saudoso Pozal Domingues, produtor da Valentim de Carvalho.

Tempos depois, já João Martins (infelizmente já não está entre nós) era um conhecido produtor e locutor radiofónico com o seu famoso programa "23ª HORA", o Moreno Pinto perdia horas sem fim a gravar para este programa nos estúdios da RR as actuações dos grupos da altura, eu e os Gentlemen, Conjunto Mistério, Ekos e tantos outros aos quais peço desculpa de não mencionar pois não me lembro (desculpem... já cá cantam 64 anos), mas para quem vai o meu abraço.

Nunca vi naquele HOMEM um gesto de enfado, mas sim uma total dedicação e amizade por todos.

Na fotografia anexa, tirada exactamente numa dessas sessões de gravação, pode-se ver eu (quase de costas), julgo que o Jaime Queimado e os irmãos Claude e Jorge Carp e, claro, o Moreno Pinto que até parece estar a dizer: ENTÃO QUE TAL????.

Sei que se encontra entre nós e bem de saúde e, o mais importante, no activo!!! Nunca mais o encontrei, já lá vão mais de 40 anos, mas nunca o esqueci, bem como, estou certo, toda aquela malta que por lá passou.

Acho que não havia melhor sítio para expressar a minha homenagem, extensiva a todos aqueles que se queiram associar, do que este blog tão vocacionado a estas coisas dos anos 60.

Sabe-se lá se um dia, num daqueles almocinhos dos GGA (como o Luis lhes chama !!!) alguém me fará a surpresa de trazer o Moreno Pinto!!! Duvido que o meu Pacemaker aguentasse!!!

Colaboração de Daniel Bacelar