segunda-feira, 13 de agosto de 2018
FILIPE MENDES MORREU HOJE
Não sei se era bom ou mau guitarrista, ou mesmo assim-assim. Não era isso que me motivava!
Sei sim que perdi hoje um bonito amigo e que não tive ocasião de me despedir dele. Estivémos quase, mesmo quase, não foi Luis? No dia 31 de Julho (ainda guardo o horário das visitas) e eu a despedir-me dos netos a caminho de França.
Adeus, Filipe, gosto muito de ti e tenho uma grande dívida de gratidão para contigo.
Sei que não gostavas (detestavas mesmo!) de "Calmas São As Imagens", para mim, uma das melhores músicas portuguesas de sempre, feita por ti. E eu sempre te azucrinava para a tocares (o Vitor Mamede que o diga!).
No dia 16 de Maio de 2015, nos 50 anos dos Chinchilas, tocaste-a especialmente para mim, com um novo arranjo, do outro mundo.
"Foi a primeira vez que a tocámos ao vivo", confessaste-me e escreveste no alinhamento: "para o LPA com um grande abraço de grinaldas sonoras".
Chorei, como choro hoje!
Não é por acaso que nunca te tratei como Phil Mendrix!
Um beijo, Filipe!
Luís Pinheiro de Almeida
Imagem de Teresa Lage
sábado, 25 de junho de 2016
sábado, 16 de maio de 2015
CALMAS SÃO AS IMAGENS
Os Chinchilas assinalaram hoje 50 anos de actividade com um concerto maior na Casa do Artista, em Lisboa.
A grande surpresa da noite foi a interpretação de "Calmas São As Imagens" (1968), uma das grandes canções pop portuguesas dos anos 60.
Terá sido a primeira vez que os Chinchilas tocaram a canção ao vivo, segundo confessou o próprio autor, Filipe Mendes.
"Porquê só agora?", interpelei o guitarrista no final. "O grupo não gosta muito da canção", respondeu.
Uma pena!
Trata-se da única canção que os Chinchilas compuseram e gravaram em português na década de 60.
No livro "Biografia do Ié-Ié", coloquei-a no Top 10 das melhores canções da época.
Os Chinchilas apresentaram-se em palco com a sua formação mais conhecida, Filipe Mendes (guitarra), Vítor Mamede (bateria), José Machado (teclas) e João Maló (baixo), mas nas quase duas horas de concerto, outros protagonistas foram sendo chamados.
Um deles, Alfredo Azinheira (baixo), elemento original, foi chamado precisamente para acompanhar "Calmas São As Imagens", outro, Vítor Alves, que foi vocalista numa ausência de Filipe Mendes, para cantar "Sunshine Of Your Love", dos Cream, e o tradicional "The House Of The Rising Sun".
Uma convidada, Maria Paulos, fez coros (como outrora fizeram Daphne Stock e Judy Brennan) e cantou (bem) a solo "You Can Make It", um gospel.
Como é habitual nos concertos dos Chinchilas, o grande espectáculo é a guitarra de Filipe Mendes (e a sua permanente boa disposição) que não se fez rogado e homenageou o seu mestre, Jimi Hendrix, com uma excelsa interpretação de "Stone Free".
Na verdade, o que se ouviu na Casa do Artista - e bem - não foi tanto uma recordação dos Chinchilas dos anos 60, com uma ou outra excepção, mas um concerto adulto baseado nos solos psicadélicos da guitarra de Filipe Mendes que até chamou ao palco a sua irmã Sílvia para uns coros.
José Machado também fez gosto à garganta em "Can't Get Enough Of It" (Bad Company) e João Maló em "Don't Let Me Be Misunderstood" (Animals) e "Gimme Some Loving" (Spencer Davis Group").
LPA
CHINCHILAS, 50 ANOS
Os Chinchilas tocam hoje às 22H00 na Casa do Artistas em Lisboa para celebrar 50 anos de carreira.
Os Chinchilas são uma das bandas portuguesas de rock mais emblemáticas, mais icónicas.
Formaram-se em 1965 sob a batuta de Filipe Mendes, outra figura lendária da guitarra eléctrica em Portugal.
Estão agora a comemorar 50 anos de actividade com o mesmo frenesim de outrora.
O misticismo dos Chinchilas começa logo no baptismo.
Porquê Chinchilas, nome de animal? Chinchila é um roedor elitista, cuja pele as tias de Cascais gostavam de ostentar em casacos compridos.
Mas chinchila é também nome de animal e os Animals, de Eric Burdon, eram, à época, um dos mais prestigiados conjuntos britânicos de blues, a grande sede dos Chinchilas.
Mas nem sempre os Chinchilas foram Chinchilas, também foram Alberto Morde Na Mãe e Monstros.
Mas ficaram Chinchilas, até hoje.
Filipe Mendes, tido como o “Jimi Hendrix português” e por isso também conhecido como Phil Mendrix, tinha então 16 anos quando se juntou a Alfredo Azinheira, 15 anos, viola-baixo, José Machado, 14 anos, teclista, e Vítor Mamede, 13 anos, baterista, para formar um conjunto da moda, mas diferente, os Chichilas.
E ganharam logo o Festival de Música Moderna da Costa do Sol e o Festival Rock de Tomar. Neste último Festival, Vítor Mamede foi eleito o melhor baterista e Alfredo Azinheira o melhor baixo, portanto, a melhor secção rítimica do Festival.
Entrada de arromba!
A prova de fogo viria a 18 de Setembro de 1965 quando os Chinchilas participaram numa eliminatória, a quarta, do Concurso Ié-Ié, realizado no Teatro Monumental, em Lisboa, a grande montra da música moderna portuguesa de então.
A vontade de ganhar era tanta que os Chinchilas inscreveram-se no Concurso com dois nomes diferentes: Monstros e Chinchilas. Eram então formados por Carlos Bastos, futuro fadista, viola-ritmo, Gilberto Guerreiro, viola-baixo, Vítor Mamede, bateria, José Machado, teclas, e Filipe Mendes, viola-solo.
Ficaram em 2º lugar na eliminatória, só superados pelos Jets.
Na eliminatória seguinte, no dia 6 de Novembro de 1965, já com a sua única designação oficial, os Chinchilas voltaram a ficar em 2º lugar, suplantados desta feita por um conjunto de Coimbra, Boys, onde pontificava Carlos Correia, Bória, futuro acompanhante de José Afonso.
Nesta eliminatória, os Chinchilas eram formados por Filipe Mendes, José Machado, Mário Piçarra, filho do tenor Luís Piçarra, Fernando e Vítor Mamede.
Os Chinchilas que provocaram grande burburinho na sala apresentaram-se de casaco preto com botões de metal branco e calças cinzentas, a moda da época, e tocaram, entre outras canções, “I’m Down”, dos Beatles, “Do You Love Me?”, celebrizado pelo Dave Clark Five, e “I Love You So”, original da banda, mais tarde rebaptizada de “Marry Me”.
Na 1ª meia-final do Concurso, no dia 8 de Janeiro de 1966, ganha pelos Sheiks, os Chinchilas foram fiéis ao 2º lugar.
Na final do Concurso, no dia 30 de Abril de 1966, ganha pelos Claves, os Chinchilas, sem Filipe Mendes, ausente nos Estados Unidos, ficaram em 6º lugar.
Embalados pelas actuações ao vivo, onde Filipe Mendes era a grande estrela pelos seus solos piscadélicos na guitarra, os Chinchilas editaram em 1967 o seu 1º EP que incluia uma versão de “I’m A Believer”, de Neil Diamond, celebrizada pelos Monkees, e três originais, “Take That Train”, “Crying” e “Marry Me”.
Gravaram o disco Filipe Mendes, voz e viola-solo, Salvatore Klumbos (Pino Klumbos), de nacionalidade venezuelana, viola-ritmo, José Machado, órgão, Alfredo Azinheira, viola-baixo, e Vítor Mamede, bateria.
No ano seguinte, em 1968, surgiu um single, “Calmas São As Imagens”, uma das mais fantásticas canções portuguesa da época, original de Filipe Mendes e uma versão de “Don’t Want You No More”, do Spencer Davis Group.
Por esta altura, já Salvatore Klumbos tinha abandonado o conjunto para residir em Itália e João Maló tomado o lugar de Alfredo Azinheira, chamado a cumprir serviço militar obrigatório.
Filipe Mendes também foi chamado à tropa e os Chinchilas fizeram uma pausa enquanto o “Jimi Hendrix português” gravava um single a solo, “Ring Stone Eyes” e “O Urso Ki”, que o Diário Popular classificou de “invulgar maratona musical”.
Em 1970, Filipe Mendes conseguiu reunir as condições para uma nova formação dos Xinxas com Luís Pedro Fonseca nas teclas, Guilherme Inês na bateria e Pedro Romeiro no baixo com a qual gravou o terceiro disco dos Chinchilas, “Barbarela”.
“Barbarela” tinha a ver com o Festival Internacional Barbarela, realizado nesse ano em Palma de Maiorca, onde João Ribeiro, que tinha sido dos Beatnicks, substituiu Pedro Romeiro.
No Verão de 1970, no dia 26 de Agosto, os Chinchilas estavam agendados para o abortado Festival dos Salesianos a que a Polícia de Choque pôs termo à bastonada por alegada falta de autorização para a sua realização, mas no ano seguinte, em 1971, os Chinchilas puderam participar no Festival de Vilar de Mouros ao lado de Elton John e de Manfred Mann. Eram um trio formado por Filipe Mendes, Basílio Fernandes, no baixo, e João Heitor na bateria.
O grupo desfez-se logto a seguir, Filipe Mendes seguiu uma outra carreira na música com a Heavy Band, Antítese, Roxigénio. Nos últimos anos, além de renascer os Chinchilas tem actuado com os Ena Pá 2000 e os Irmãos Catita, de Manuel João Vieira.
Vítor Mamede esteve no Sindicato, com Jorge Palma e Rão Kyao, colaborou com a Banda do Casaco e os Green Windows e foi autor de sucesso em Festivais RTP da Canção.
Alfredo Azinheira foi a voz dos Académicos de Timor, onde cumpriu serviço militar e se apaixonou pelo território, juntou-se aos Petrus Castrus e aos Plutónicos e fundou os Ferro & Fogo. Ganhou o Festival RTP da Canção em 1987 com “Neste Barco À Vela”, de sua autoria, que interpretou com os Nevada.
Na sua actual composição, com Filipe Mendes, Vítor Mamede, José Machado e João Maló, os Chinchilas reapareceram no dia 27 de Julho de 2012 no renovado Ritz Club, em Lisboa, e, desde então, têm tocado aqui e ali.
Luís Pinheiro de Almeida
terça-feira, 7 de abril de 2015
CHINCHILAS: 50 ANOS!
Os Chinchilas estão a assinalar 50 anos de carreira!
E em Maio vai haver novidades, como um espectáculo na Casa do Artista, em Lisboa.
segunda-feira, 23 de março de 2015
PORTUGAL TODAY'S MUSIC
TECLA - TE-6003
Lado A
O Vento Mudou (Nicolay Breyner) - El Mundo Te Quiero Dar (Hermanas Benavente) - Choro (João Maria Tudela) - Balança (Madalena Iglésias) - Outra Vez (Agostinho dos Santos) - Take That Train (Chinchilas)
Lado B
O Teu Olhar (Edmundo Falé) - Festa no Liceu (Florbela) - Vem Ouvir O Mar (Agostinho dos Santos) - El Lisboeta (Hermanas Benavente) - Por Causa Dum Olhar (António Calvário) - Let Me Live My Life (Jets)
quinta-feira, 27 de dezembro de 2012
sexta-feira, 14 de dezembro de 2012
NOITE YÉ-YÉ NA PASSAROLA
Luís Pinto de Freitas e Luís de Freitas Branco, dos Claves, interpretam a bonita balada "Crer".
Mais de 100 pessoas reuniram-se hoje num jantar na "Passarola", em Lisboa, para ouvir os conjuntos yé-yé portugueses dos anos 60.
Houve música a rodos.
Além da banda residente, Tertúlia (com destaque para Luís Rosa, na guitarra), Alfredo Azinheira com os A Ferro & Fogo cantou, por exemplo, "Keep On Running" e "A Whiter Shade Of Pale", a sua música preferida, conforme confessou.
Uma banda formada por José Machado (Chinchilas), Ricardo Levy (Jets e Sindicato), Júlio Gomes (Jets e Sindicato), Vítor Mamede (Chinchilas e Sindicado), Jaime Queimado (Gentlemen e muitas outras bandas) tocou "Blue Suede Shoes" e "Gloria".
Os Guitarras de Fogo foram ao palco cantar, por exemplo, "Fly Me To The Moon", "Que C'Est Triste Venise" e "L'Italiano (I Asciatemi Cantare)". Grande presença (literalmente) e poderosa voz de João Charana.
Os Claves, vencedores do Concurso Yé-Yé do Teatro Monumental, encantaram com "Petite Fleur", "Pour Un Flirt", "Crer" e "Goodbye My Love Goodbye", arrancando fortes aplausos.
Quando Daniel Bacelar foi chamado ao placo, já o Ricky Nelson português tinha abandonado o edifício, furtando-se uma vez mais a cantar "Marcianita".
Os Ekos puseram toda a gente a dançar com "Só", "Longe de Ti" e "Esquece".
A noite, que já ia longa, terminou com o show de guitarra de Phil Mendrix, acompanhado pelos seus colegas dos Chinchilas José Machado (teclas) e Vítor Mamede (bateria), terminando com "I'm A Believer", do primeiro EP do conjunto.
domingo, 18 de novembro de 2012
CARLOS BASTOS
RR - EP 0052
O Homem Que Veio Do Futuro - Diário Da Vida - A História De Uma Princesinha - Retrato Do Borrachinho
Originais de Carlos Bastos, ex-membro dos Chinchilas, e autor de uma fantástica versão fadista de "Hey Jude", dos Beatles.
sexta-feira, 27 de julho de 2012
quinta-feira, 26 de abril de 2012
quarta-feira, 18 de abril de 2012
PAULO DE CARVALHO
TRIUMPH RECORDS - 2496 027 - edição portuguesa
A
The Day Of The Angels (Paulo de Carvalho/Vasco Noronha) - I'm Warning (Paulo de Carvalho/Vasco Noronha) - The Man Is Alone (Paulo de Carvalho/Vasco Noronha) - People Begin To See (Paulo de Carvalho/Vasco Noronha) - Sorrow And Pain (Edmundo Silva) - Walk On The Grass (Manolo Diaz)
B
O Dia Da Lua (Paulo de Carvalho/Dórdio Guimarães) - Cantar (Paulo de Carvalho) - Choro (Paulo de Carvalho) - O Homem Sentado (Paulo de Carvalho/Vasco Noronha) - Idade Dos Lilazes (Paulo de Carvalho/Dórdio de Guimarães) - Flôr Sem Tempo (José Calvário/José Sotto Mayor)
Todas as canções são acompanhadas pelos Fluido (Paulo de Carvalho, Filipe Mendes, ex-Chinchilas, Edmundo Silva, ex-Sheiks, e Cristiano Semedo (ex-Banda 4) com excepção dos dois instrumentais, "Walk On The Grass" e "Flôr Sem Tempo", gravadas pelo Sindicato (Ricardo Levy e Júlio Gomes, ex-Jets, Eduardo Oliveira (Necas), Vítor Mamede, ex-Chinchilas, e Jorge Palma).
sábado, 4 de fevereiro de 2012
sábado, 2 de julho de 2011
CHINCHILAS NUMA GARAGEM DE SINTRA
OS CHINCHILAS TOCAM HOJE EM SINTRA
quinta-feira, 30 de junho de 2011
CHINCHILAS ERAM MALANDROS
A vontade era tanta, que os Chinchilas participaram por duas vezes no Concurso Yé-Yé, realizado no Teatro Monumental de Lisboa de 28 de Agosto de 1965 a 30 de Abril de 1966 e ganho pelos Claves.
"Não fomos os únicos a utilizar essa táctica", revela Vítor Mamede.
segunda-feira, 18 de abril de 2011
CHINCHILAS
Chinchilas (1967): Filipe Mendes, 20 anos, solista, Alfredo José, 19 anos, baixo, José Machado, 18 anos, teclista, e Vítor Mamede, 17 anos, baterista.
Grupo pioneiro da do rock psicadélico em Portugal, os Chinchilas formaram-se em 1964 à volta do guitarrista Filipe Mendes, 16 anos, hoje ainda em actividade, e tido como o Jimi Hendrix português.
Os outros músicos eram Alfredo José, 15 anos, viola baixo, José Machado, 14 anos, teclista, e Vítor Mamede, 13 anos, bateria.
Conhecemo-nos em Belém, porque o meu avô, que me ofereceu a primeira viola, morava no mesmo bairro do Vítor, do Zé e do Joe. Começámos a ensaiar e a tocar na Sociedade Recreativa Sol & Dó. Um ano depois, passámos a ensaiar em minha casa e o grupo precisou então de um nome, recorda Filipe Mendes.
Como gostávamos dos Animals, foi uma das influências, e como estavam na moda os casacos e as criações de chinchilas... e as miúdas achavam os bichinhos muito giros, ficámos Chinchilas!
Começámos nos bailes de finalistas, alongando as músicas, a improvisar e a alongar as partes instrumentais e a entrar no psicadelismo, desde o som distorcido da guitarra às roupas bizarras, passando pela decoração dos instrumentos com motivos psicadélicos.
Em 1965, os Chinchilas venceram o Festival de Música Moderna da Costa do Sol e em 1966 ficaram em 6º lugar no Concurso Yé-Yé, realizado no Teatro Monumental, em Lisboa, por iniciativa do Movimento Nacional Feminino.
Na eliminatória do Concurso, disputada a 06 de Novembro de 1965, ganha pelos Boys, de Coimbra, futuros Conjunto Universitário Hi-Fi, os Chinchilas ficaram em 2º lugar.
Relatos da época indicam que a actuação do conjunto provocou grande burburinho na sala, devido ao ruidoso apoio dos fãs.
A banda era então formada por Filipe Mendes, 17 anos, viola solo, José Machado, 16 anos, teclas, Mário Piçarra, 18 anos, viola acompanhamento, Fernando, 19 anos, viola baixo, e Vítor Mamede, 15 anos, bateria.
Vestiram casaco preto com botões de metal branco e calças cinzentas e tocaram “Around On Around”, “In Down”, “Do You Love Me?” e “I Love You So”, esta última da autoria do grupo.
Na final do Concurso, disputada no dia 29 de Agosto de 1966, vencida pelos Claves, os Chinchilas ficaram em 6º lugar.
Carlos Bastos, figura ímpar do fado de Lisboa e autor de notáveis versões em fado malandro de canções pop como “Hey Jude”, dos Beatles, e/ou “Satisfaction”, dos Rolling Stones, clama que uma das suas coroas de glória foi precisamente ter participado, com 19 anos, nesta final dos Chinchilas.
Era viola-acompanhamento. Os seus companheiros na banda eram então Mário João, 19 anos, viola-solo, Alfredo José, 17 anos, viola-baixo, José Machado, 16 anos, teclas, e Vítor Mamede, 16 anos, bateria.
Em 1967, os Chinchilas editaram o 1º EP (Tecla 1017) com “I’m A Believer” (Neil Diamond), “Take That Train” (Filipe Mendes), “Crying” (Filipe Mendes) e “Marry Me” (Vítor Mamede/Filipe Mendes).
Eram então formados por Filipe Mendes (voz e viola solo), Salvatore Klumbos (viola acompanhamento), José Machado (órgão), Alfredo José (viola baixo) e Vítor Mamede (bateria).
O segundo disco (Tecla 20001) surgiu em 1968 com “Calmas São As Imagens” (Filipe Mendes) e “Don’t Want You No More” (Spencer Davis).
Por esta altura, Salvatore Klumbos já tinha abandonado o grupo e João Maló substituído Alfredo José que tinha ido para a tropa, tendo ficado até à dissolução em 1969.
Ainda assim fizémos muitos concertos e gravámos o disco das “Imagens”. Penso que a nossa música na altura bebia no rythm 'n blues, soul e rock puro e duro. Alguma influencia psicadélica só mesmo do Hendrix, é certo que lhe fugia para aí o pé, lembra João Maló.
Com o fim dos Chinchilas em 1969, Filipe Mendes gravou um single a solo que o “Diário Popular” classificou de “invulgar maratona musical” (Tecla TE 20005, “”Ring Stone Eyes” e “O Urso Ki”.
A minha ida para a tropa obrigou-me a desfazer os Chinchilas. E a falta de quem me acompanhasse tornou imperioso o recurso às minhas possibilidades. Como toco, razoavelmente, vários instrumentos, pude assim abalançar-me a executar, sozinho, o trabalho de um conjunto.
Mas em 1970, os Chinchilas ainda editaram um 3º disco (Tecla TE 20020) com “D. João” e “Barbarela”, com o teclista Luís Pedro Fonseca e o baterista Guilherme Inês, mais tarde dos Salada de Frutas, e o baixista Pedro Romeiro.
“Barbarela” tinha a ver com o Festival Internacional Barbarela, realizado em 1970 em Palma de Maiorca.
Embora não previstos no programa, os Chinchilas reuniram-se depois como trio para participar à borla no primeiro Festival de Vilar de Mouros, em 1971, ao lado de Elton John e Manfred Mann, entre outros.
Mal dormidos, apresentaram um som heavy, prejudicado pela má qualidade de um amplificador que já estava a trabalhar há oito horas, escreve Fernando Zamith em “Vilar de Mouros – 35 Anos de Festivais” (Edições Afrontamento, 2003).
Tenho a recordação de um som com alta qualidade e mesmo que estivéssemos “mal dormidos”, o que não corresponde à realidade, pois o Dr. Barge era um excelente anfitrião e até nos recebeu em casa, foi um som “up”, com um trio composto por uma secção rítmica com o baterista virtuoso João Heitor (mais tarde Rão Kyao, Araripa Jazz, Da Vinci), lembra, por seu turno, Filipe Mendes.
O grupo desfez-se logo a seguir e Filipe Mendes fundou o Grupo 5/Heavy Band (1971-1975), influenciado por um rock mais pesado.
Depois ainda esteve nos Psico (1977) e nos Roxigénio (1978-1982). Na década de 90 integrou os Ena Pá 2000 e os Irmãos Catita.
Vítor Mamede, por seu lado, esteve nos Sindicato (início da década de 70), com Jorge Palma, Rão Kyao, João Maló, Rui Cardoso e Ricardo Levy, colaborou com a Banda do Casaco e os Green Windows, acompanhou dezenas de outros artistas e foi autor de sucesso em Festivais RTP da Canção (por exemplo, “Dai-Li, “Dai-li Dou”, em 1978).
Luís Pinheiro de Almeida
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
FILIPE DE BRITO
Pauliteiros do Douro (José Maria Antunes) - Feia (Belo Marques) - Urso Ky (Filipe Mendes) - Tecto na Montanha (José Afonso)
Arranjos e direcção de orquestra de Filipe de Brito, supervisão de Thilo Krasmann.
Na contracapa deste EP, Rui Ressureição escreve que só assim, pelo estudo e valorização pessoal dos nossos músicos - em tão reduzido número - poderemos pensar numa verdadeira renovação da música portuguesa que, por enquanto, não passa de projecto bem intencionado.
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
1º DISCO DOS CHINCHILAS (1967)
I'm A Believer (Neil Diamond) - Take That Train (Filipe Mendes) - Crying (Filipe Mendes) - Marry Me (Vítor Mamede/Filipe Mendes)
Neste EP, os Chinchilas eram formados por Filipe Mendes (viola solo, vocalista), Salvatore Klumbos (viola acompanhamento), José Machado (orgão), Alfredo José (viola baixo) e Vítor Mamede (bateria).
Técnicos de som Heliodóro Pires e Fernando Cortês, capa de Manuel Peres.
Cortesia de PPBEAT
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
CONJUNTO MISTÉRIO REINVENTA-SE
Além do Conjunto Mistério, também uns renovados Chinchilas participam na Gala.
Outros nomes são, por ordem alfabética, Argentina Santos, António Pinto Basto, Carlos Guilherme, Carlos Mendes, Eduardo Nascimento, Fernando Machado Soares, Lenita Gentil, Maria Amélia Canossa, Maria Armanda, Paulo Alexandre e Trio Odemira.