Esta introdução, em forma de desabafo, serve para demonstrar a minha admiração por figuras emblemáticas, velhas glórias e velhos mestres, episódios marcantes e jornadas épicas que merecem ser contadas e recordadas. Cândido de Oliveira cabe nestes pressupostos. Começou a jogar futebol na Casa Pia de Lisboa, tendo passado em 1914 para a primeira categoria do Sport Lisboa e Benfica, de onde sairia em 1920 para criar o Casa Pia Atlético Clube. Foi capitão da selecção nacional no primeiro jogo desta, em 1921. Como treinador, foi seleccionador nacional (orientou a equipa portuguesa que chegou aos quartos-de-final do torneio de futebol dos Jogos Olímpicos de 1928) e técnico do Sporting Clube de Portugal, onde ganhou o campeonato nacional da I Divisão. Esteve preso no campo de concentração do Tarrafal entre 1942 e 1944. Em 1945, fundou com António Ribeiro dos Reis o jornal A Bola, com o qual colaboraria até à sua morte. Pela sua importância no futebol português, foi dado o seu nome à Supertaça instituída pela Federação Portuguesa de Futebol.
Há cerca de um mês, adquiri o livro «Os segredos do futebol» e hoje chegou à minha caixa de correio mais uma relíquia descoberta na magnífica KhronosBazaar: «A evolução táctica no futebol». Datado de 1949, é um prazer folhear páginas que, embora marcadas pelo tempo, são capazes de nos oferecer lições actuais ao traduzir pensamentos e reflexões tão pertinentes. No fundo, é como respirar a essência pura das origens do jogo. Voltar a sentir futebol.
Sem comentários:
Enviar um comentário