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segunda-feira, 13 de abril de 2009

Como tornar o Benfica campeão?

Em termos pessoais, esta entrada no blogue tem um carácter especial. Para os leitores espero que, ultrapassado o impacto inicial, contribua para pôr a família benfiquista num estado permanente de tertúlia. Faço votos para que o artigo anterior constitua o ponto prévio para uma reflexão séria e um debate elevado. No fundo, é isso que me move: trocar comentários e esperar que os sócios e adeptos encarnados se unam em prol de um Benfica vitorioso.

SL Benfica 0-1 AA Coimbra

Fica difícil saber por onde começar. Poderia escrever a crónica da partida frente à Académica, embora seja mais relevante perspectivar as repercussões que podem advir desta derrota. De qualquer modo, o dia 11 de Abril de 2009 não foi muito diferente dos sentimentos vividos a 11 de Abril de 2008 com o 'bónus' de ambos os resultados poderem ser explicados através da visão de um adepto da Académica. Exactamente um ano depois, a história repete-se e o desfecho actual resulta dramático: o Benfica perde praticamente a hipótese de chegar ao título e o 2.º lugar, de acesso à pré-eliminatória da 'champions league', fica mais distante. Péssimo cenário em termos desportivos. Provável descalabro quanto ao aspecto financeiro.

Eleições em Outubro?

Durante esta semana, os actuais responsáveis encarnados - direcção, director desportivo e treinador - não vão ter tarefa fácil, para lidar com as capas dos jornais e com a pressão dos sócios. Tudo isto é lamentável. Mais uma vez, os adeptos presentes brindaram-nos com a solução mais fácil: mostrar lenços brancos ao treinador. Imagem que se repete, ano após ano. Tal como já escrevi, também acredito que o problema está no topo da pirâmide. Oxalá, a solução fique mais transparente aos olhos de todos nós. Uma coisa é certa: sou favorável à marcação de eleições antecipadas.

Rui Costa

Em qualquer cenário, não abdico de uma pessoa que vive o Benfica de forma tão ou mais (de certeza) apaixonada do que eu e que entrou naquele (no antigo) estádio com menos de 10 anos. Tanto eu, como, não estou enganado, a grande maioria dos benfiquistas não esquece a racionalidade - está sempre presente - mas o coração, duplamente encarnado, identifica-se e segue aqueles que sentem as vitórias e derrotas como todos nós. Resumindo, para mim Rui Costa será figura primordial, qualquer que seja o resultado das eleições, quer a actual direcção se mantenha, quer outra candidatura conquiste o apoio dos sócios.

SL Benfica: sentir, pensar e debater o clube

Volto a afimar: perante a situação presente e o panorama futuro, não é nada fácil sistematizar um histórico encarnado e branco. Até porque, o meu pensamento levar-me-ia a desenvolver rebuscadas teorias sobre os erros cometidos e a imaginar soluções maravilhosas capazes de trazer de volta a mística, as vitórias e os troféus. Haveria tanto para dizer que a informação emitida tem mesmo de sair a conta-gotas. Nestas alturas, as palavras soam sempre a pouco. O momento actual vai no sentido do meu apelo à reflexão e mobilização do maior número de benfiquistas para tertúlias conjuntas que se revelem conclusivas em pontos essenciais.

José Veiga

Chegamos à melhor parte. No Mágico SLB, a certa altura, na caixa de comentários, José Marinho escreveu o seguinte:

"Ontem estive com José Veiga e uma outra pessoa, que solicitou-me a assinatura de Veiga no seu livro 'Como tornar o Benfica campeão'. Perguntei-lhe se queria que o próprio José Veiga o fizesse pessoalmente. Assim foi, o José Veiga aceitou fazê-lo e aceitou conhecer essa pessoa. Porque é uma pessoa simples, porque é uma pessoa que não constrói barreiras na sua relação com os outros. Devo dizer que essa pessoa, um grande benfiquista, mantinha enormes reservas em relação a Veiga - por causa da sua ligação ao FC Porto e por causa da imagem de José Veiga que está construida em Portugal - e quis convencer-se pessoalmente do muito que tenho aqui escrito e defendido sobre o antigo director desportivo do Benfica".

Quem é essa pessoa a que José Marinho faz referência? Pois bem, fui eu que tive o privilégio de estar perante uma personalidade que não deixa ninguém indiferente. Aquando do lançamento do 'Anuário do Futebol Mundial 2008/09', merecidamente destacado neste espaço, José Marinho perguntou-me se queria um autógrafo dado pelo principal protagonista do livro 'Como tornar o Benfica campeão'. Assim foi, com o 'bónus' de estar na presença do próprio José Veiga.

O encontro foi marcado para as 15h00, da passada quinta-feira, e prolongou-se até cerca das 16h30. Foram quase duas horas na companhia de uma figura que reúne uma história de vida para contar, dono de uma experiência ímpar no mundo do futebol. Tal como previa, José Veiga demonstrou um grande carisma e uma enorme força interior: sem dúvida, uma personalidade fortíssima. Curiosamente, não obstante ficarem vincadas, à 'flor da pele', características pessoais associadas à autoridade, disciplina e liderança, mais que não seja pelo discurso certeiro e apurado, o nervosismo inicial foi rapidamente ultrapassado pela abertura e boa disposição reveladas. Muito sinceramente, a primeira impressão foi extremamente positiva: José Veiga dispõe de um trato fácil, colocando o seu interlocutor à-vontade para intervir e dialogar em plano de igualdade.

Como devem calcular, existe um ou outro episódio que merece o rótulo de foro privado. Espero que compreendam. No entanto, ao contrário do que alguns possam pensar, o encontro não se assemelhou a nenhuma reunião secreta, com matérias catalogadas como estritamente confidenciais, quase como se fosse parte de um intrincado plano conspirativo. Longe disso. Então, afinal, perguntam vocês: falámos sobre o quê?

José Veiga começou por perguntar-me como teve início a minha paixão pelo Benfica, qual a minha relação com o futebol e o que fazia em termos profissionais. Referi-lhe este 'cantinho' chamado Catenaccio e aproveitei a oportunidade para colocar questões relacionadas com a minha Dissertação de Mestrado sobre as SAD's, a qual mereceu especial atenção, talvez pelo facto de ter sido empresário de jogadores. Conversámos sobre a questão da gestão de activos, leia-se direitos de inscrição desportiva sobre jogadores profissionais, calcorreámos aspectos ligados à prospecção de jovens talentos, inclusive sobre ferramentas de análise vocacionadas para o 'scouting' e debatemos a relação da formação com a política económico-financeira.

Depois, sem querer desrespeitar o teor particular da conversa, diria que o Benfica preencheu grande parte da tertúlia, nomeadamente alguns momentos vividos pelo próprio enquanto director desportivo passando, obrigatoriamente, pela época do último título: a experiência de Trapattoni, a blindagem de balneário, a qualidade do plantel, a importância dos sócios (adeptos) e a grandiosidade do clube. Em termos gerais, diria que o diálogo mantido foi um reavivar das memórias incluídas no livro. Com a diferença em que parte dos espisódios foi contada pela voz do próprio. Como é óbvio, tem outro impacto.

Em suma: agradeço a amabilidade de José Marinho em ter-me proporcionado uma rara oportunidade de estar na presença de uma personagem ligada à história recente do Benfica. Um momento único. Porém, é escusado questionarem-me sobre uma suposta candidatura, porque pura e simplesmente... não há candidato! Ainda por cima, creio que o Benfica não deveria estar dependente da boa vontade de um indivíduo, de forma isolada, sem considerar a constituição de uma equipa de trabalho e pôr em cima mesa a definição de uma estratégia global, orientada desde - direccção da SAD, director desportivo, treinador/equipa técnica, escolha do plantel, política de formação, modalidades, gestão económico/financeira, entre outras. Dizer mais do que isto, seria passar a fronteira do razoável para entrar no universo dos boatos e suposições.

Volto a repetir: foram, praticamente, duas horas muito bem passadas, sendo um privilégio ter gozado desta ocasião. Agora, como costumo dizer: a confiança não se ganha num olhar; conquista-se com a convivência, através da 'leitura' de actos e comportamentos. O encontro superou as expectativas? Sim, indubitavelmente. A primeira impressão foi positiva? Sem dúvida. Por vezes, na blogosfera, temos o hábito (do qual também me penitencio) de tecer considerações sem conhecer directamente as pessoas. Na maioria das vezes, a nossa opinião também está condicionada pela nossa ignorância, isto é, influenciada por desconhecimentos práticos ou por preconceitos dos quais até perdemos a origem. Humildemente, esta crónica está muito longe de identificar e resolver os problemas do Benfica. Espero, porém, ter levemente contribuído para que os benfiquistas reflictam e debatam seriamente sobre as soluções.

sábado, 23 de fevereiro de 2008

L.F.Vieira, J.Marinho e J.Veiga

Ponto prévio: não conheço, de forma pessoal, qualquer dos visados no título do post. Este afastamento presencial das figuras citadas implica que a minha opinião será imparcial e o mais objectiva possível. Obviamente, não disponho de todos os dados e os inputs são adquiridos através da generalidade da imprensa desportiva. Neste sentido, tentarei ser justo nas minhas apreciações, mas tudo o que for escrito a seguir depende, tão só, da visão de um sócio do Benfica há dezassete anos.
Há dias, nas minhas deambulações pela blogosfera, deparei-me com alguns textos de José Marinho, no Eterno Benfica. O ex-jornalista da Sport TV, co-autor do livro de José Veiga "Como tornar o Benfica campeão", surpreende pela sua aparição na internet, mas são as suas crónicas que levantam discussão. Até ao momento, destacam-se as seguintes: O Ciclo Preparatório, Salir a jogar e A fuga de Miccoli. É precisamento este último registo, com cerca de cinquenta comentários, que merece uma reflexão mais profunda.
Os leitores mais fiéis, visitantes do antigo endereço, reconhecem a minha postura crítica e tornar-se-ia fastidioso enunciar todos os episódios ocorridos entre duas figuras que marcaram o passado recente do Benfica. De qualquer modo, não querendo que o texto fique demasiado exaustivo, gostaria de me posicionar face ao antagonismo latente entre Luís Filipe Vieira e José Veiga.
Sobre o actual presidente, resumiria da seguinte forma: por um lado, devolveu à Instituição um ambiente de credibilidade e rigor, fruto de um trabalho empenhado de saneamento financeiro; por outro lado, o seu discurso populista revela dificuldades de comunicação e uma inaptidão para lidar com a política desportiva do clube.
Quanto ao ex-dirigente encarnado, formulo o seguinte ponto de vista: por um lado, foi elemento crucial na temporada 2004/05, pois o seu profissionalismo e blindagem do balneário foram factores decisivos para a conquista do título nacional, onze depois; por outro lado, em certos negócios relativos a entradas/saídas de jogadores, nunca foi clara a sua posição enquanto ex-empresário, aliado a uma desconfiança que pairava sobre as suas ligações anteriores ao FC Porto.
Voltemos a José Marinho. Concordo, na generalidade, com o teor das palavras escolhidas. Estranho a escolha do veículo utilizado para fazer passar a mensagem. Já vão perceber.
Há tempos, interpelei um conhecido analista de futebol e questionei o facto de ele não fomentar a troca acesa de opiniões. Como penso que o seu know-how traria uma outra forma de encarar o futebol, seria interessante promover o debate e criar laços entre quem escreve e quem lê. A resposta foi contrária às minhas pretensões, pois no seu entender a blogosfera é um espaço crescente para o insulto gratuito e a maioria sofre de clubite aguda.
Este episódio faz-me pensar no propósito de José Marinho, jornalista de um orgão de informação e autor de várias publicações, vir expor-se para a blogosfera em nome da liberdade individual de opinião. Retorquir a comentários anónimos ainda me causa mais impressão. Valerá a pena esta descida aos meandros da internet, onde em cada benfiquista há uma sentença? Qual a finalidade desta auscultação junto das massas? Fica a questão.
O tema resvala para algo que se começa a desenhar: probabilidade de um cenário repartido para as eleições de 2009. Há muitos sinais que o indicam. Por aquilo que me é dado a observar, quer através da imprensa desportiva, quer com base em diversos estados de espírito visíveis na blogosfera, o universo benfiquista ameaça dividir-se entre aqueles que apoiam Luís Filipe Vieira e aqueles que esperam uma alternativa credível. Num dos cenários, à espreita, pode estar José Veiga. Será que a campanha já teve início?
Não duvido da bondade de intenções de José Marinho. Tal como afirmei, partilho da sua visão. A argumentação é plausível e o conteúdo, pelo menos no que diz respeito à identificação dos problemas, tem fundamento. Discordo, porém, da excessiva colagem ao ex-director desportivo. A mudança só faz sentido quando não existem falsas intenções. A prioridade são benfiquistas de créditos firmados nas mais variadas áreas de jurisdição de um clube de futebol, acima de quaisquer suspeitas.
Por conseguinte, duvido que José Veiga encaixe nesta categoria. Julgo-o um homem perigoso no sentido em que o seu percurso deixa um rasto de dúvidas. Ninguém sabe o que lhe vai na cabeça. Será a ânsia de poder? A busca de notoriedade? A procura de influência, no mundo do futebol, que facilite a execução de negócios? Será a verdadeira paixão benfiquista? O que move este homem? Como estabelecer um traço de confiança?
Para terminar, conclui-se que a liderança do Sport Lisboa e Benfica assemelha-se a um duelo típico de um western. De um lado, Luís Filipe Vieira e sus muchachos. Do outro lado, o cowboy José Veiga, sozinho ou acompanhado.
Qual o papel efectivo de José Marinho, no meio disto tudo? É ele que carrega os revólveres e faz a contagem dos passos? Quem ficará para limpar o sangue? Da minha parte, fiquem a saber que não me incluo em nenhum lado da barricada. Westers nunca foi mesmo o meu género preferido...