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segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

[Taça de Portugal] Leixões 0-0 SL Benfica (5-4 gp)

A época futebolística vista na perspectiva de um jogador de sueca. A estória conta-se do seguinte modo...

Era uma vez um ex-jogador de futebol, tornado director desportivo por via das circunstâncias. Antigo internacional português, procurava um parceiro para as jogatanas de sueca referentes à nova época. Um jovem treinador espanhol, que tinha dado cartas em Valência, apresentava referências positivas. Ultrapassada a fase de negociação, deu-se início ao planeamento da estratégia passível de guiar esta dupla.

A primeira decisão foi comprar um baralho novinho, na expectativa de saírem em sorte cartas valiosas. De seguida, dirigiram-se ao clube onde se disputavam as provas nacionais e internacionais. Os adversários eram provenientes dos mais diversos lugares, prevendo-se uma maratona a exigir a máxima concentração. A partida teve início, com trunfo copas. Bom prenúncio, terá pensado o director desportivo, pois trata-se de uma naipe vermelho, associado à paixão. Do lado do jovem treinador espanhol, as cartas mostravam um 4x4x2, com apenas dois trunfos. Todavia, a ausência de um naipe iria permitir contrariar a dinâmica adversária e alguns Ases, e Manilhas, compunham a mão. Quanto ao companheiro de equipa, a distribuição era mais homogénea, mas predominavam as cartas de copas e ouros. À partida, o apoio estava garantido, desde que privilegiando o respeito pela jogada do parceiro. Finalmente, as primeiras cartas começaram a ser deitadas sob a mesa.

Posteriormente à tremideira inicial, derivado de algum desconforto face ao novo baralho, surgiu a conquista da primeira vaza e logo contra um rival directo. A sala vibrou com aplausos. Na jogada seguinte, desta feita contra uma equipa italiana, uma excelente combinação consentiu a captura de preciosos pontos. A confiança estava em alta. Entretanto, uns jogadores turcos e gregos também davam nas vistas. O emparelhamento do sorteio ditou que seriam os próximos opositores. A tensão aumentava e o treinador espanhol decidiu-se pelo lançamento de um Ás de espadas. Infelizmente, ambos os contendores estavam de corte a esse naipe e a dupla maravilha acabou por sofrer a primeira decepção. Por sua vez, no palco nacional, o equilíbrio era a nota dominante. Caprichosamente, um novo sorteio juntou a dupla vestida de encarnado com uns surpreendentes rapazes pescadores vindos do norte do país. De forma algo desafortunada, o jogador nascido em Madrid avança com uma Manilha prontamente tomada pelo último interveniente na rodada. Após a competição internacional, perdeu-se a hipótese de vencer um troféu interno.

Presentemente, é visível o ambiente de consternação. Alguns apoiantes decidiram abandonar a sala, insatisfeitos com o rumo dos acontecimentos. Não é o meu caso. Tive oportunidade de observar todas as jogadas e mantenho a fé nesta dupla prometedora. Contudo, ensinamentos têm de ser retirados. Ao contrário do póquer, onde uma boa mão pode ser apimentada por um bluff oportuno, na sueca tem de se ir a jogo obrigatoriamente. Em abono da verdade, um bom baralho pode significar um óptimo ponto de partida. Em seguida, requere-se um toque quase científico na forma como se baralha e ajuda, em muito, ter cartas poderosas. Mas, por vezes, tal não é suficiente. Em certas vazas, exige-se outro tipo de abordagem. Sim, o jogo da época ainda não terminou. No entanto, daqui para a frente, torna-se crucial entender melhor o 'timing' de algumas escolhas, nomeadamente saber ler as jogadas do adversário. Depois, na hora certa, é uma questão de apostar nos trunfos que restam.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Leixões SC: os novos "bebés" de Matosinhos

Quem não conhece a história dos "bebés" de Matosinhos? Nos finais dos anos 60, quando o Estádio do Mar era um viveiro de grandes jogadores. Foi um período brilhante aquele em que os "meninos" de Matosinhos, com a sua classe futebolística, atormentaram os mais diversos adversários.

História

O Leixões Sport Club, fundado a 28 de Novembro de 1907, pisa solo firme em Matosinhos, mas espreita a imensidão do mar através dos olhos das suas gentes. Apesar de ser um clube com diversas modalidades, existem três que se destacam: a natação, o voleibol e, claro, o futebol. Como veremos mais adiante, o Leixões possui, no seu panorama futebolístico, alguns êxitos de nomeada, dos quais se destacam uma vitória na Taça de Portugal, frente ao FC Porto, várias presenças na Taça Uefa e uma presença na Taça das Taças, indo até aos quartos-de-final desta mesma competição. Por fim, o clube é conhecido pelo seu grande número de adeptos, intensamente fervorosos e apaixonados.

Painel de espectadores referente à Liga Sagres

Palmarés futebolístico

55 Presenças na Taça de Portugal:
- Vencedor em 1960/61 – Leixões 2-0 FC Porto
- Finalista vencido em 2001/02 – Leixões 0-1 Sporting
22 Presenças na I Liga/I Divisão
6 Presenças na II Liga/Liga de Honra (Campeão em 2006/07)
40 Presenças na II Divisão B (Campeão em 2002/03)
1 Presença na antiga I Liga
3 Presenças na antiga II Liga (Campeão em 1937/38)
6 Presenças no Campeonato de Portugal
1 Presença na Taça das Taças (Quartos-de-final em 1961/62)
3 Presenças na Taça Uefa

Resultados históricos

Defesa

Começemos pela baliza. O guarda-redes Beto tem sido, sem dúvida, um dos baluartes da equipa. A última exibição em Alvalade, frente ao clube que o formou, só vem reforçar uma futura chamada à selecção principal. Do lado direito, o jovem Vasco Fernandes (180cm), presença assídua nos Sub-21, tem comprovado o seu enorme potencial. Ao centro, face à indisponibilidade, por lesão, de Nuno Silva, Joel (187cm) constitui uma dupla tranquila com o seu colega de sector, o brasileiro Elvis (185cm). Por fim, do lado esquerdo, Laranjeiro (184cm), ex-capitão da União de Leiria, garante experiência e solidez ao quarteto mais recuado. O facto dos principais intervenientes disporem de considerável estampa atlética permite a adopção de um bloco médio-baixo, sem perigo do confronto aéreo, contribuindo para uma proveitosa organização defensiva.

Meio-campo

Na sua 9.ª época consecutiva a sentir a brisa de Matosinhos, Bruno China, 26 anos, é um exemplo de fidelidade ao mar. Completamente familiarizado com o ambiente que o rodeia, funciona como esteio do colectivo, dentro e fora do campo. A braçadeira de capitão assenta-lhe bem. Descaído na meia-direita, o novo herói do Leixões dá pelo nome de Roberto Sousa. De origem brasileira, com passagem pelo Celta de Vigo, tem óptima leitura de jogo e qualidade técnica individual digna de registo. Presentemente, é elemento fundamental para os equilíbrios da zona intermediária. Do lado contrário, descaído na meia-esquerda, Hugo Morais tem uma dupla virtude: por um lado, no processo de recuperação, interpreta eficazmente os processos de basculação; por outro lado, quando na posse de bola, reconhece os terrenos que pisa e cruza a preceito.

Ataque

Como treze golos marcados à 8.ª jornda da Liga Sagres, o Leixões nunca deixou de alvejar as redes adversárias. Mesmo após a saída de Jorge Gonçalves, para o Racing de Santander, mantém-se a validade de diferentes opções. Vejamos alguns exemplos mais representativos. Na vitória caseira frente ao Sp. Braga (2-0), alinharam de início Zé Manuel, Roberto e Marques. Na partida do dragão (2-3), José Mota escolheu Diogo Valente, Braga e o mesmo Marques. Para finalizar, no jogo contra o Sporting (0-1), a dupla avançada foi constituída por Diogo Valente e Braga. Em suma, a qualidade dos vários intérpretes, baseada num futebol positivo, resulta numa performance ofensiva elogiada pela imprensa desportiva. Contudo, a evidência dessa vantagem competitiva fundamenta-se numa simbiose (quase perfeita) entre o acerto das contratações e a construção táctica da equipa.

Estrela

De forma natural, aceita-se que em qualquer plantel há sempre quem mais se destaque. No onze titular dos "bebés" de Matosinhos, o expoente máximo tem sotaque brasileiro e chama-se Wesley. Ao contrário do que se possa pensar, não foi por mero esquecimento que deixei o most valuable player para o fim da crónica. Com efeito, aos 28 anos, este médio-avançado não pára de surpreender, sendo, até ao momento, o melhor marcador da equipa com cinco golos. Pena que os milhões do Dubai ou da Arábia Saudita abram a perspectiva do jogador sair em Janeiro. Não será só o Estádio do Mar a perder um dos seus ídolos. É o futebol português que fica mais pobre.

Fontes/Links

Site Oficial