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quinta-feira, 13 de março de 2008

[Uefa Cup 1/8] Getafe 1-0 SL Benfica

Benfica diz adeus à Taça Uefa. Rui Costa despede-se dos relvados europeus. Sentado, no banco encarnado, esteve Eusébio. Ao seu lado, ex-jogadores que marcaram gerações de adeptos: Chalana, Rui Águas e Shéu. Cada um, no seu tempo, proporcionou momentos inolvidáveis, numa corrente de alegria entre todos os benfiquistas. A certa altura, enquanto o coração apertava a ver aquela exibição, desejei que todos eles vestissem a camisola vermelha e saltassem para o relvado. Se para mim foi penoso assistir aquele espectáculo, imagino o que ia na cabeça daquelas velhas glórias. Pena que não seja possível recuar no tempo. O passado deixa saudades, o presente entristece e só o futuro permite sonhar.
Não sei se o Getafe é o Estrela da Amadora de Espanha, como já tenho lido. Aquilo que sei é que a equipa da zona de Madrid faz a sua estreia em competições da Uefa e jogava sem oito ou nove dos habituais titulares. É certo que o Benfica perdeu a eliminatória na derrota do dia 6 de Março, mas esperava-se mais.
Por conseguinte, não é fácil escrever sobre a partida de ontem. Para quê falar de táctica, quando nem sequer existe um modelo de jogo definido? Para quê falar de talento, quando nem sequer se vislumbra atitude, empenho e motivação? Repetir os mesmos argumentos, torna-se fastidioso. Os principais problemas estão identificados, as razões foram apontadas em crónicas anteriores. Ainda assim, fique ciente o seguinte: a paixão não se perde e a esperança num futuro melhor não esmorece. Resta-nos isso, porque o momento actual é de completa descrença.
Ontem, após a eliminação, peguei no livro de José Marinho "Pela Mística Dentro" e devorei página, atrás de página. Foi a minha forma de esquecer a exibição e uma tentativa de ganhar ânimo com a leitura de estórias e episódios de boa memória. Aconselho o livro a todos. Principalmente nesta altura de maior descrédito, de apagamento da chama benfiquista. Ao contrário de Luís Filipe Viera que teima em anunciar novos ciclos que, com todo o respeito, só analfabetos aplaudem, José Marinho mostra-nos o ciclo da história, levando-nos a acreditar que o percurso do passado pode tocar o sucesso do futuro.

sexta-feira, 7 de março de 2008

[Uefa Cup 1/8] SL Benfica 1-2 Getafe

Os museus não ganham jogos. Pelo que li aqui, parece que a frase foi proferida por um jogador do Getafe, horas antes da partida. Eu acrescentaria: nem museus, nem camisolas encarnadas, nem o mítico "inferno" da Luz. Como encontrar argumentos capazes de contrariar esta realidade? Talvez se tivéssemos jogado com onze. Ficou a sensação de que com mais um homem, o Benfica poderia sovar o 10.º classificado da liga espanhola.
Houve um período, na década de 90 e no virar do séc. XXI, em que qualquer confronto com equipas italianas era sinónimo de derrotas. Com algumas vitórias morais à mistura. Desde logo, a derrota na final da Liga dos Campeões, na época 1989/90, frente a AC Milan. Depois disso, outros clubes como Juventus, Parma, Inter e Lazio cruzaram-se no destino dos encarnados.
Ultimamente, o sentimento de impotência vem da vizinha Espanha. Celta de Vigo (de má memória), Villarreal – derrota na Luz 0-1, na fase de grupos – Barcelona, Espanyol e, agora, Getafe. Temos de ser realistas. Sabendo que esta equipa, praticamente renovada, em que vários atletas cumprem a primeira presença em competições europeias e sem vários dos habituais (prováveis) titulares – David Luíz, Petit, Maxi Pereira ou Bynia, Nuno Gomes ou Makukula – seria difícil fazer melhor.
Sobre o jogo propriamente dito, este ficou condicionado pela expulsão de Cardozo antes dos dez minutos de jogo. Não comento o lance, até porque no estádio só me apercebi do árbitro mostrar a cartolina roja. Já referi que não escrevo sobre arbitragem, mas se a tarefa já não se afigurava fácil com onze, que esperar dos restantes oitenta minutos a actuar com dez? Por conseguinte, julgo que não faz sentido desenvolver a vertente táctica. Escrever sobre como se comportou o 4x3x2, em detrimento da hipótese 4x4x1 parece-me desnecessário.
Antes desta partida, a minha preocupação prendia-se mais com a perspectiva de sofrer um golo ou da equipa revelar desacerto na finalização. Sinceramente, apesar do bom toque de bola da equipa espanhola, a ideia que ficou é que o Getafe estava ao alcance de um Benfica personalizado. Alías, na temporada passada fui ver aquele triste 0-0 com o Espanyol e o clube de Barcelona deixou-me melhor impressão.
Assim, nas minhas expectativas iniciais, esperava concentração e inspiração. A equipa ofereceu suor e transpiração. Quando assim é, mesmo insatisfeito com o resultado, não posso ficar indiferente à atitude dos jogadores.
A minha réstea de esperança reside nesse facto: desconfio do talento, mas acredito no esforço individual e colectivo. Hoje e durante os próximos dias sei que o sentimento aponta para o pessimismo. Mas, no próximo dia 12 de Março, vou acreditar que a desilusão de ontem possa transformar-se numa jornada gloriosa. À Benfica. Há espaço para sonhar.

Restantes jogos dos oitavos-de-final da Taça UEFA:

Anderlecht (Bélgica)-Bayern (Alemanha), 0-5
(Altintop, 9m; Luca Toni, 45m; Podolsky, 57m; Klose, 67m; Ribery, 86m)

Fiorentina (Itália)-Everton, (Inglaterra), 2-0
(Kuzmanovic, 70m; Montolivo, 81m)

Marselha (França)-Zenit St. Petersburgo (Rússia), 3-1
(Cissé, 36m e 54m; Niang, 47m); (Arshavin, 82m)

Bolton (Inglaterra)-SPORTING (PORTUGAL), 1-1
(McCann, 25m); (Vukcevic, 70m)

Rangers (Escócia)-Werder Bremen (Alemanha), 2-0
(Cousin, 45m; Davis, 48m)

Bayer Leverkusen (Alemanha)-Hamburgo (Alemanha), 1-0
(Gekas, 77m)

Tottenham (Inglaterra)-PSV Eindhoven (Holanda), 0-1
(Farfan, 36m)

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

[Cap. III] Dossier Getafe Club de Fútbol

Ontem, o Getafe recebeu o Racing Santander, em partida a contar para as meias-finais da Copa del Rey, tendo vencido por 3-1 [vídeo]. Os golos foram apontados por De la Red, Javier Casquero e Manu del Moral e o resultado alcançado deixa boas perspectivas para que o adversário do Benfica atinja a final, pela segunda vez consecutiva.
Depois de termos visto, nos capítulos anteriores, o resumo da carreira em 2007/08 e a vertente táctica associada ao modelo de jogo, iremos contemplar as principais individualidades (jogadores-chave) da equipa liderada por Michael Laudrup:

Nome completo
Roberto Carlos Abbondanzieri, Pato
Posição: Guarda-redes
Camisola: 13
Informação
Nasceu em Bouquet (Santa Fé). Ágil, dotado de enormes reflexos e excelente colocação na baliza.
[Vídeo]



Nome completo
David Belenguer Reverte
Posição: Defesa central
Camisola: 4
Informação
Nasceu em Villasar (Barcelona). Defesa sóbrio, de posicionamento irreprensível e experiência importante. Sobressai pela elegância na hora de disputar e conduzir a bola.


Nome completo
Lucas Matías Licht
Posição: Defesa/Ala esquerdo
Camisola: 12
Informação
Nasceu em Brissa (Buenos Aires). Lateral de passada larga, de chegada à área contrária e com atributos de finalização. Um autêntico "carrilero" da banda esquerda.


Nome completo
Francisco Javier Casquero Paredes
Posição: Pivot defensivo
Camisola: 22
Informação
Nasceu em Talavera (Toledo). Centrocampista de grande visão de jogo, organiza o futebol do Getafe e é detentor de forte remate.
[Vídeo]


Nome completo
Rubén De la Red Gutiérrez
Posição: Médio centro/N.º 10
Camisola: 10
Informação
Nasceu em Arroyomolinos (Madrid). Médio criativo, de pendor ofensivo, dispõe de atributos técnicos que fazem a diferença.
[Vídeo]


Nome completo
Juan Ángel Albín Leites
Posição: Médio ofensivo/N.º 10
Camisola: 16
Informação
Nasceu em Salto (Uruguai). Jogador polivalente, foi internacional em todas as categorias e apresenta margem de progressão elevada. É o homem encarregue dos lances de bola parada.
[Vídeo]

Nome completo
Manuel del Moral Fernández
Posição: Ponta-de-lança
Camisola: 14
Informação
Nasceu em Jaén. Sem ser excessivamente dotado do ponto de vista técnico, compensa com muita rapidez e alguma habilidade. Tem sempre os olhos postos na baliza.
[Vídeo]

Nome completo
Ikechukwu Uche
Posição: Avançado solto
Camisola: 18
Informação
Nasceu em Aba (Nigéria). Avançado muito rápido e habilidoso, é perigosíssimo no contra-ataque e sabe aproveitar as oportunidades.
[Vídeo]


Fonte: ZeroZero e Getafe Site Oficial

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

[Cap. II] Dossier Getafe Club de Fútbol

No primeiro capítulo analisámos a carreira do Getafe em 2007/08. Foi objectivo resumir a performance das várias competições, La Liga, Uefa Cup, Copa del Rey, procurando ilustrar com dados estatísticos, assim como destacar alguns vídeos das partidas mais relevantes. No capítulo que se segue, a atenção irá incidir sobre a vertente táctica associada ao modelo de jogo.
Costuma dizer-se que uma equipa joga à imagem do seu treinador. Segue o seu conceito de futebol, definido em princípios de jogo que melhor sirvam as suas convicções pessoais. O adversário do Benfica não é excepção e o estratega tem nome dinamarquês famoso: Michael Laudrup.
Enquanto jogador, era elegantíssimo com a bola nos pés. Ficou célebre a forma como progredia no espaço central e depois soltava um passe de ruptura açúcarado. Um dos seus movimentos preferidos era meter a bola na esquerda, ou direita, ao mesmo tempo que olhava para o lado contrário. Ronaldinho Gaúcho faz questão de perpetuar a magia.
No final da carreira, Laudrup deixou no ar uma profecia: “Daqui a dez anos, não haverá mais jogadores como eu. Todos irão preferir atletas”. Anos mais tarde, como treinador, nota-se que o nível de exigência transmite-se para o relvado, a que não será alheio o facto do Getafe praticar um futebol positivo, virado para o golo. Como vimos, a escassez de empates da equipa espanhola é um sintoma desse carácter voltado para as vitórias.
Em termos meramente tácticos, o desenho habitual mostra o 4x4x2 em linha, dito clássico. Provavelmente, este será o sistema que a equipa espanhola mostrará ao público presente no Estádio da Luz, no próximo dia 6 de Março. Para ilustrar o esquema base, normalmente utilizado, nada como exemplificar através do último confronto frente ao vizinho Real Madrid:

Começemos pelo sector mais recuado. A dupla de centrais é constituída por Daniel "Cata" Díaz, argentino que veio do Boca Juniors e por David Belenguer, experiente capitão que completou 35 primaveras. No flanco direito, o romeno Cosmin Contra alterna com David Cortés; na faixa oposta, o ala Lucas Licht divide o protagonismo com o francês Signorino, ex-Nantes.
Subindo uns metros, na zona intermediária, várias opções garantem a fluidez do modelo de jogo e Laudrup não tem receio de promover a rotatividade. Ainda assim, há sempre aqueles que mais se destacam: Javier Casquero, preferencialmente ligado a tarefas de marcação e recuperação; Pablo Hernández, dono do corredor direito; De la Red, jovem talento (22 anos) na construção de jogo; Fabio Celestini, internacional suiço, ponto de equilíbrio para o colectivo; Esteban Granero (20 anos), coqueluche do clube e temível no remate.
Na frente, quando Laudrup opta pelo 4x2x3x1, o uruguaio Ángel Albín pisa terrenos típicos de um n.º 10, mas o melhor marcador do campeonato espanhol é o avançado Manuel "Manu" del Moral. Como companheiro de área, enquanto Kepa (1,85m e 83kg) é o possante ponta-de-lança para os momentos difíceis, o nigeriano Uche é o homem de todos os momentos, evidenciando-se nas transições ofensivas.
Prevendo-se que o Benfica mantenha a sua estrutura disposta no 4x2x3x1, é esperado que Laudrup opte pelo tradicional 4x4x2, semelhante, no papel, ao que venceu o Real Madrid em pleno Santiago Bernabéu. De qualquer modo, José António Camacho tem de preparar a eliminatória ao detalhe, pois o Getafe sabe como posicionar-se em 4x1x3x2 – Javier Casquero como pivot defensivo - e 4x2x3x1. Consoante as características do adversário e mediante as circunstâncias do próprio resultado, a equipa espanhola dispõe de maleabilidade táctica que lhe permite alterar o rumo dos acontecimentos. Para não variar, a chave está no meio-campo.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

[Cap. I] Dossier Getafe Club de Fútbol

Depois de Barcelona, na temporada 2005/06, Espanyol, na época 2006/07, o seguinte adversário – espanhol - do Benfica, na Europa, dá pelo nome de Getafe Club de Fútbol. Nos próximos dias, iremos conhecer melhor o actual 10.º classificado de La Liga delimitando a análise por três capítulos: no primeiro, será apresentado um resumo da carreira em 2007/08 através de dados estatísticos e vídeos mais relevantes; no segundo, a atenção irá incidir sobre a vertente táctica associada ao modelo de jogo; por fim, no terceiro, o objecto de estudo vai contemplar as principais individualidades (jogadores-chave) da equipa liderada por Michael Laudrup.

Época 2007/08





Maior vitória em casa: Getafe 2-0 Athletic, Barcelona e Real Múrcia
Maior vitória fora: Recreativo 1-3 Getafe

Maior derrota fora: Sevilha 4-1 Getafe
Maior derrota em casa: Getafe 0-3 Valladolid

Resultados Relevantes [vídeos]

24/02/2008 Real Madrid 0-1 Getafe
27/01/2008 Recreativo 1-3 Getafe
19/01/2008 Getafe 3-2 Sevilha
13/01/2008 Real Bétis 3-2 Getafe
16/12/2007 Getafe 1-3 Villarreal
10/11/2007 Getafe 2-0 Barcelona
07/10/2007 Mallorca 4-2 Getafe
25/08/2007 Sevilha 4-1 Getafe

Da leitura dos dados resulta, desde logo, uma conclusão interessante: em vinte e cinco jornadas do campeonato espanhol, o empate a zero só se verificou em duas ocasiões, ambas no Coliseum Alfonso Pérez, casa do Getafe. Os visitantes foram o Deportivo (J.ª 4) e Valência (J.ª 24).
Ainda no que a golos diz respeito, refira-se que a equipa espanhola ficou em branco por nove vezes e manteve as suas redes invioláveis em oito partidas. Se acrescentarmos o facto de só se terem registado cinco empates, pode-se afirmar, com alguma segurança, que o Getafe joga no intuito da vitória. Por vezes a aposta corre bem, noutras ocasiões nem tanto.
Muito provavelmente, poderá ser reflexo das ideias do treinador Michael Laudrup. Enquanto jogador sempre privilegiou a beleza de movimentos, assente na qualidade de passe, em detrimento de preocupações tácticas excessivamente rígidas. Mesmo sentado no banco, vestindo a camisola da liderança, julgo que o dinamarquês não perdeu a noção de bom futebol.



Carreira Europeia [vídeos]

1/16 final Getafe 3-0 AEK Atenas
1/16 final AEK Atenas 1-1 Getafe
Grupo G Getafe 2-1 Anderlecht
Grupo G Aalborg 1-2 Getafe
Grupo G Getafe 1-2 H. Tel-Aviv
Grupo G Tottenham 1-2 Getafe
Round 1 Twente 3-2 Getafe
Round 1 Getafe 1-0 Twente

O maior destaque vai direitinho para a campanha da equipa espanhola no Grupo G: três vitórias em quarto partidas, sendo que o único precalço ocorreu no Coliseum Alfonso Pérez, diante da equipa israelita.
Mesmo assim, o Getafe garantiu brilhantemente a primeira posição muito por culpa do desempenho conseguido em território inglês, frente ao poderoso Tottenham, recente vencedor da Liga Inglesa. Que sirva de aviso ao que o Benfica pode esperar: um grupo de jogadores que não se esconde nos grandes palcos. Curiosamente, 2-1 foi o único desfecho conhecido.
Do confronto com o clube de Atenas, mantém-se a virtude do golo conseguido fora de portas. Por sua vez, no encontro da 2.ª mão, o Getafe soube resolver a eliminatória a seu favor, raramente estando em causa a passagem aos 1/8 final.



Todos Jogos [vídeos]

1/4 final Mallorca 1-0 Getafe
1/4 final Getafe 1-0 Mallorca
1/8 final Levante 0-1 Getafe
1/8 final Getafe 3-0 Levante
Round 4 Getafe 4-1 Burgos
Round 4 Burgos 0-1 Getafe

Mais uma vez, fica demonstrado que esta equipa não tem uma predisposição natural para o empate. Depois de na época anterior ter alcançado a final (vitória do Sevilha), o Getafe parece caminhar, a passos largos, para repetir a proeza. O próximo obstáculo chama-se Racing de Santander, enquanto na outra meia-final o Barcelona defronta o Valência de Ronald Koeman.
Por esta altura, pode-se já concluir que o Getafe apresenta um futebol positivo. Quer na qualidade de jogo patenteada, quer na busca constante do golo que permita a vitória. À partida, o papel do treinador Michael Laudrup é sinónimo dessa ambição.
Por conseguinte, não é por acaso que o Getafe conseguiu alguns resultados que podem ser apelidados de surpreendentes: Real Madrid 0-1, Sevilha 3-2, Barcelona 2-0, Aalborg 1-2 e Tottenham 1-2. Fica provado que o adversário do Benfica pode vencer qualquer equipa, em qualquer campo. A questão está em saber que Getafe marcará presença na Luz, no próximo dia 6 de Março.

Fonte: ZeroZero