É verdade. Na democracia portuguesa, há votos que valem mais do que outros.
Começam por nos dizer que votar é um direito e um dever, mas depois há votos que são atirados para o lixo. Isso mesmo: há dezenas de milhar de votos que não contam para nada!
Vejamos os números...
O PS teve 2.077.695 votos e elegeu 97 deputados. Feita uma simples operação de dividir, chega-se à conclusão que cada deputado socialista foi eleito com 21.420 votos.
No caso do PSD, cada deputado "vale" 20.429 votos. Já o CDS recebeu 28.238 votos para cada um dos 21 deputados que elegeu.
No caso do Bloco de Esquerda foram 34.879 votos por deputado. A coligação PSC-PEV teve 29.800 votos por cada deputado eleito.
Se, até aqui, a situação já não parece ser muito democrática, torna-se ainda mais negra se pensarmos que o PCTP/MRPP teve 52.784 votos e não elegeu qualquer deputado! Com esse número de votos, o PS e o PSD elegeriam dois deputados.
O MEP também tem razões para se sentir prejudicado com a actual lei eleitoral: obteve 24.475 votos e não elegeu nenhum deputado. E o PND, que recebeu 21.476 votos dos eleitores, também não elegeu qualquer deputado, enquanto outros partidos elegeram deputados com menor número de votos.
Sim, eu sei que é a lei que possibilita estas situações aberrantes.
Por isso, afirmo que a actual lei eleitoral não presta. Há que mudá-la!
Ou, então, teremos de concluir que há portugueses com um voto especial e outros com um voto que vale zero.
É por estas e por outras (como o regime ser democrático na teoria mas comportar-se em muitas situações como monárquico...) que a abstenção ultrapassou os 40% nas recentes eleições legislativas. E vai continuar a subir.
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quinta-feira, 8 de outubro de 2009
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
Hemiciclo
Eleitores 9,5 milhões / PS - 2 milhões PSD 1,6 milhões / CDS 600 mil / BE 560 mil / PCP-PEV 450 mil. Votantes: 5,7 milhões. Abstenção: 3,8 milhões.
Inscritos: 9.514.322 / Votantes: 5.683.967 / DEPUTADOS – PS 97 / PSD 81 / CDS 21 / BE 16 / PCP 15.
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
O próximo Governo
O PS foi o partido mais votado e, naturalmente, deve ser indigitado pelo Presidente da República para formar Governo.
Mas pode suceder que não consiga fazer passar o Programa de Governo na Assembleia da República.
É uma (forte?) probabilidade.
Não vejo nenhum comentador analisar este cenário.
Pouco provável, é certo; mas possível.
Vivemos numa democracia parlamentar ou não vivemos?
Mas pode suceder que não consiga fazer passar o Programa de Governo na Assembleia da República.
É uma (forte?) probabilidade.
Não vejo nenhum comentador analisar este cenário.
Pouco provável, é certo; mas possível.
Vivemos numa democracia parlamentar ou não vivemos?
Mudanças nocturnas
Hoje de manhã, Manuela Ferreira Leite já tinha cedido o espaço a Carlos Encarnação.
Citação
PROCURA-SE
Ministro das finanças para país à rasca. Défice 7%, dívida pública 80% do PIB. Governo de esquerda minoritário com programa eleitoral despesista e com dificuldades em encontrar apoios no parlamento.
(in "Blasfémias")
Ministro das finanças para país à rasca. Défice 7%, dívida pública 80% do PIB. Governo de esquerda minoritário com programa eleitoral despesista e com dificuldades em encontrar apoios no parlamento.
(in "Blasfémias")
Até amanhã
Boa noite!
Vou dormir a primeira noite dos últimos anos sem o peso da maioria absoluta.
:)))))))))
Vou dormir a primeira noite dos últimos anos sem o peso da maioria absoluta.
:)))))))))
domingo, 27 de setembro de 2009
Pensamento do dia
Deve ser muito monótona a vida política dos eleitores que votam sempre no mesmo partido...
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
Citação do dia
FIM DE FESTA
As duas coisas mais relevantes da campanha foram:
1) A nobreza de MFL. Nunca mencionou os casos que envolveram Sócrates nos últimos anos. Parafraseando o meu amigo Pedro Caeiro (nos comentários aqui no blogue ao episódio da loira do PSD), Sócrates não teria durado um dia se estivéssemos nos EUA.
2) O n.º 3 do CDS por Moura é cigano e foi preso por roubar palha.
1) A nobreza de MFL. Nunca mencionou os casos que envolveram Sócrates nos últimos anos. Parafraseando o meu amigo Pedro Caeiro (nos comentários aqui no blogue ao episódio da loira do PSD), Sócrates não teria durado um dia se estivéssemos nos EUA.
2) O n.º 3 do CDS por Moura é cigano e foi preso por roubar palha.
(Filipe Nunes Vicente, no blogue Mar Salgado)
Reflexões pré-eleitorais
1.
2.
3.
PS - Domingo é dia de vindimar. Literalmente. Lá estarei, Jorge, nas faldas da Estrela.
Terminada a campanha eleitoral, verifico que os grandes temas foram os seguintes:
a) "Jornal Nacional de sexta-feira" da TVI
b) Afastamento de Manuela Moura Guedes
c) Asfixia democrática
d) Vigilância ao Presidente da República
e) Gato Fedorento esmiúça os sufrágios
f) Salazar
Os partidos, como é óbvio, têm todo o direito de escolher os temas que mais ajudem a esclarecer os eleitores.
O mesmo direito, aliás, que eu - cidadão eleitor - tenho de, depois de amanhã, agir em conformidade.
a) "Jornal Nacional de sexta-feira" da TVI
b) Afastamento de Manuela Moura Guedes
c) Asfixia democrática
d) Vigilância ao Presidente da República
e) Gato Fedorento esmiúça os sufrágios
f) Salazar
Os partidos, como é óbvio, têm todo o direito de escolher os temas que mais ajudem a esclarecer os eleitores.
O mesmo direito, aliás, que eu - cidadão eleitor - tenho de, depois de amanhã, agir em conformidade.
2.
O anúncio da visita do Papa a Portugal, em Maio do próximo ano, feito ontem pela Presidência da República, suscita-me as seguintes reflexões:
a) Não consigo entender a visível "incomodidade" dos principais dignitários da Igreja portuguesa;
b) Não compreendo que razões justificariam que o anúncio da visita fosse adiado por causa das eleições;
c) Parece-me que - finalmente! - Cavaco Silva vai começar a agir do modo que os seus eleitores gostariam que tivesse agido desde o primeiro dia no Palácio de Belém, deixando de agir "ao gosto" daqueles que votaram Manuel Alegre, Mário Soares, Jerónimo de Sousa ou Francisco Louçã. Mais vale tarde do que nunca.
a) Não consigo entender a visível "incomodidade" dos principais dignitários da Igreja portuguesa;
b) Não compreendo que razões justificariam que o anúncio da visita fosse adiado por causa das eleições;
c) Parece-me que - finalmente! - Cavaco Silva vai começar a agir do modo que os seus eleitores gostariam que tivesse agido desde o primeiro dia no Palácio de Belém, deixando de agir "ao gosto" daqueles que votaram Manuel Alegre, Mário Soares, Jerónimo de Sousa ou Francisco Louçã. Mais vale tarde do que nunca.
3.
Se Deus quiser, segunda-feira de manhã, às 8h00, cá estarei no posto de trabalho, independentemente de quem for o vencedor das eleições legislativas da véspera.
O que é uma felicidade, neste tempo em que mais de meio milhão de portugueses está desempregado.
Bom fim-de-semana. E, por favor, sejam felizes!
O que é uma felicidade, neste tempo em que mais de meio milhão de portugueses está desempregado.
Bom fim-de-semana. E, por favor, sejam felizes!
PS - Domingo é dia de vindimar. Literalmente. Lá estarei, Jorge, nas faldas da Estrela.
terça-feira, 22 de setembro de 2009
Pérolas eleitorais (XV)
Pérolas da campanha eleitoral
«Augusto Santos Silva foi o pior ministro da Comunicação Social desde o 25 de Abril, diz Balsemão»
«Augusto Santos Silva foi o pior ministro da Comunicação Social desde o 25 de Abril, diz Balsemão»
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
Pérolas eleitorais (XIV)
Pérolas da campanha eleitoral
«Há certos comentários ou certas linguagens, vindas de determinadas pessoas, que não me merecem o mínimo dos comentários.»
(Manuela Ferreira Leite, hoje, em Bragança, aludindo a declarações de Mário Soares)
«Há certos comentários ou certas linguagens, vindas de determinadas pessoas, que não me merecem o mínimo dos comentários.»
(Manuela Ferreira Leite, hoje, em Bragança, aludindo a declarações de Mário Soares)
As crianças e o PS
Reacções de crianças quando descobrem que os pais pensam votar no Partido Socialista!
Pérolas eleitorais (XIII)
Pérolas da campanha eleitoral
«O Sócrates tem condições para ganhar. Talvez não com a maioria absoluta, mas para ganhar.»
(Mário Soares em Matosinhos)
«O Sócrates tem condições para ganhar. Talvez não com a maioria absoluta, mas para ganhar.»
(Mário Soares em Matosinhos)
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
País real
A campanha... que não existe
«O sempre tão lesto, incisivo e mortífero José Sócrates não se atreveu - mais uma vez - sequer a tocar no nome de António Preto no debate com Manuela Ferreira Leite. O caso BPN - provavelmente o maior escândalo da legislatura - não foi referido uma única vez. E Ferreira Leite, por seu lado, nunca falou do Freeport ou de qualquer outro tema que tenha cozido Sócrates em lume brando nos últimos anos. Mesmo à famosa asfixia democrática não sobrou fôlego para se fazer ouvir durante o debate. O caso Manuela Moura Guedes foi há dez dias mas parece que já foi há dez anos. Como explicar isto?
(...)
Mas, de facto, quando eu tenho o caso Freeport e tu tens o caso BPN, quando eu tenho o caso Manuela e tu tens o caso Marcelo, quando eu tenho o caso Fátima e tu tens o caso Isaltino, torna-se complicado andar a atirar certo tipo de pedras para o telhado do vizinho. E por isso, os dois pilares do regime democrático que mais têm sido postos em causa durante o consolado de Sócrates - os poderes judicial e mediático - têm-se mantido de fora do debate, exceptuando dois ou três esgares de indignação para inglês ver. Eu não duvido que o país ande muito endividado, que o emprego esteja alto, que a crise seja dura e que o TGV mereça uma discussão séria. Mas quando vemos uma justiça completamente desacreditada e uma comunicação social cada vez mais amordaçada, não faz qualquer sentido que questões tão estruturantes quanto estas nem sequer entrem na agenda eleitoral. Deixar tais temas de fora da campanha e debater apenas a economia é como ter um automóvel com o motor gripado e andar a discutir a mudança dos pneus.»
Estamos bem entregues...
O país está de rastos.
Com problemas bem graves para analisar (Desemprego, Educação, Saúde, Justiça, Segurança, Endividamento Externo, etc.), a campanha eleitoral decorre sob o signo das "brincadeiras".
Estamos bem entregues, não haja dúvidas.
«A este ritmo de campanha e contra-campanha...
... acabaremos a discutir as aparições de Fátima, a demissão de Palma Carlos, o desaparecimento do processo do regicídio, o caso Angoche, as razões que levaram Guterres a deixar o poder, quem vendeu a Portugal as armas para a operação Mar Verde, as pastas que faltam no arquivo PIDE ou a morte de Sá Carneiro…»
Com problemas bem graves para analisar (Desemprego, Educação, Saúde, Justiça, Segurança, Endividamento Externo, etc.), a campanha eleitoral decorre sob o signo das "brincadeiras".
Estamos bem entregues, não haja dúvidas.
«A este ritmo de campanha e contra-campanha...
... acabaremos a discutir as aparições de Fátima, a demissão de Palma Carlos, o desaparecimento do processo do regicídio, o caso Angoche, as razões que levaram Guterres a deixar o poder, quem vendeu a Portugal as armas para a operação Mar Verde, as pastas que faltam no arquivo PIDE ou a morte de Sá Carneiro…»
(in "Blasfémias")
«O "Diário da Manhã", mais conhecido por Diário de Notícias, titula que "assessor de Cavaco Silva encomendou caso de escutas". Repare-se na escolha cirúrgica do verbo "encomendar". Eu também podia escrever que o alguém "encomendou" o título ao DN. Que há "encomendas" distribuídas com parcimónia pelos media. Que os media vivem de "encomendas". Que as "encomendas" são a causa de existir dos media. Ou, no limite, que os "jornalistas" são umas belas "encomendas", tipo concierge de condomínios de luxo, etc., etc. O DN não gosta de Fernando Lima. E este regime protagonizado pelo admirável líder não gosta de Cavaco. Um mais um igual a cinquenta. De resto, importa "debilitar" Cavaco para depois de 27 de Setembro. Porque não interessa nada saber se há serviços de informações oficiais ao serviço de causas partidárias e, dentro destas, de uma pequena, abusadora e precária clique. Não.»
(in "Portugal dos Pequeninos")
«Isto já começa a parecer uma esterqueira. Muito pior que o pântano de Guterres.
O PS está empenhado em não discutir os problemas do País, seja o desemprego (mais de meio milhão de desempregados), seja a pobreza (mais de 2 milhões de portugueses pobres), o encerramento de empresas (no último ano fecharam 50 mil empresas), a dívida pública (passou de 58,3% do PIB, em 2004, para estimados 74,8%, em 2009), a dívida externa (passou de 64% do PIB, em 2004, para estimados 100,6%, em 2009), etc., etc.
Em vez de se avaliar estes 4 anos e meio de Governo socialista, os Portugueses estão a ser autenticamente bombardeados todos os dias com inventonas destinadas a tentar cercar a oposição democrática, em particular o PSD por este ser a única alternativa ao actual poder rosa.»
O PS está empenhado em não discutir os problemas do País, seja o desemprego (mais de meio milhão de desempregados), seja a pobreza (mais de 2 milhões de portugueses pobres), o encerramento de empresas (no último ano fecharam 50 mil empresas), a dívida pública (passou de 58,3% do PIB, em 2004, para estimados 74,8%, em 2009), a dívida externa (passou de 64% do PIB, em 2004, para estimados 100,6%, em 2009), etc., etc.
Em vez de se avaliar estes 4 anos e meio de Governo socialista, os Portugueses estão a ser autenticamente bombardeados todos os dias com inventonas destinadas a tentar cercar a oposição democrática, em particular o PSD por este ser a única alternativa ao actual poder rosa.»
(in "31 da Armada")
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
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