Excerto de um texto brilhante de
Luiz Carvalho no "
Instante fatal", intitulado
"A mente fascista de Louçã"...
«
Louçã comporta-se como um daqueles meninos reles e queixinhas que passam a vida a apontar a dedo os colegas que beijaram a colega ou que fumaram uma beata na casa de banho. Mas que fecham os olhos quando um colega
gay é apanhado em
flagra, pois isso seria pisar as minorias.
Estas merdas em campanha eleitoral mostram como
Louçã tem mentalidade
salazarenta e usa aquele vómito fácil que os pobrezinhos têm, quando o vizinho compra um
Hyundai novo, a vizinha dorme com o canalizador e não com ele, ou quando algum colega de trabalho é mais competente e tem sucesso na carreira.
Esta dos telemóveis não lembrariam ao homem das botas e não nos admiremos que o bloco da esquerda não venha a propor ao
atarantado Sócrates que volte a repor a licença de isqueiro, já que esse objecto é a razão de os cigarros acenderem.
E já agora um imposto sobre a água suja do imperialismo, sobre as marcas de roupa e
preservativos.
Com uma dimensão política desta categoria, que já chega aos telemóveis, o Doutor
Louçã já não é mais do mesmo, é menos do mesmo, e demonstra o perigo que representa a engorda de um
grupúsculo que é votado por
fascistóides e por cidadãos sem rumo, nem partido para votar.
Este vazio democrático criado pelo domingueiro engenheiro só podia dar nisto. A
mediocridade traz sempre consigo uma tragédia. Só nos faltava agora uma esquerda moralista, queixinhas e merdosa, como aqueles que a sustentam.»