O recém-eleito eurodeputado Marinho e Pinto declarou ementrevista ao I o que, muito provavelmente, sentem os restantes eurodeputados
portugueses. “Não há queixas de natureza financeira. O dinheiro que
disponibilizam para os deputados é chocante”, disse. Posto isto, o que podem
estes eleitos fazer a tanto dinheiro? É certo que os deputados do PCP e Bloco
têm a tradição de entregar parte da remuneração aos respectivos partidos, mas
há outras formas de distribuir essa remuneração junto da sociedade civil. Rui
Tavares, enquanto eurodeputado, criou uma bolsa mensal de 1.500 euros. Aqui ao
lado, em Espanha, o partido Podemos anunciou ontem que os cinco eurodeputados
eleitos apenas poderão receber 1.930 euros, o que equivale a três salários
mínimos em Espanha. O restante valor, subtraído aos 8 mil euros brutos, será
destinado a organizações e associações. O mesmo acontecerá ao dinheiro que
sobrar dos subsídios de alojamento e transporte. Além disso, os salários serão
tributos em Espanha (e não apenas na Bélgica), mesmo que isso implique que tenham de
pagar impostos mais altos. E por cá? Os nossos eurodeputados estão preocupados
com o bem comum?
