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terça-feira, 22 de abril de 2014

Portugal de 1842: Os dois mil cavalos ao serviço do Estado



“No livro que ando a ler - Recordações de um Portugal de 1842, escrito por um príncipe alemão de visita ao nosso país - ele queixa-se dos excessos de um Estado que não se pode dar ao luxo de gastar o que não tem. Entre várias coisas que ele diz ( e são muitas), adoro o segmento em que fala nas cavalariças reais. Sim, é isso mesmo que leram. Cavalariças - onde chegaram a existir mais de 2000 cavalos para servir não só a Coroa, mas principalmente tudo o que eram personagens que serviam o Estado: desde empregados a ministros. Toda a gente sentadinha em seges e carruagens - rua abaixo, rua acima, por uma cidade fétida, decadente, pobre e triste - a precisar urgentemente que alguém olhasse por ela. O príncipe lá tenta dissertar, chamando a atenção que é preciso usar o dinheiro que existe para desenvolver o reino e blá blá blá. Mas da ala mais conservadora à ala mais radical, todos querem os mesmos preceitos e comodidades. Ou seja, todos querem o luxo elevado da sua função. 180 anos depois, continuamos na mesma - com um estado sem dinheiro, que vive a ideia política do estatuto e da riqueza - que desbarata o que não tem, que dá a quem não deve e que trata o povo como essa gente piolhosa e analfabeta que graças a deus só sai à rua para saudar clubes de futebol. Ontem como hoje, venham os milhões para gastar em carrinhos, motoristas e como diz a notícia, 4 milhões em assessorias, só numa semana”, mensagem de Vicente Alves do Ó (realizador), no Facebook

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

O caso do material de golfe do Banco de Portugal



Na semana passada o Má Despesa escreveu que o Banco de Portugal tinha comprado material de golfe por cinco mil euros. Passado uns dias, o caso chegou às páginas do jornal i. Após a publicação dessa notícia, o banco emitiu um comunicado em que esclarecia que, na verdade, se trataria de “um carro eléctrico, que é utilizado no centro de formação do Banco de Portugal essencialmente para o transporte de pessoas com dificuldades de locomoção”. Leia o excerto do comunicado:

«O jornal I publicou na sua edição de hoje uma notícia, com destaque de primeira página e sob o título “Banco de Portugal gastou 5 mil euros em material de golfe”, que merece o seguinte esclarecimento:
1.O equipamento em causa, adquirido em Setembro de 2010, não serve nenhum propósito relacionado com aquela modalidade, pois o Banco de Portugal não possui qualquer campo de golfe.
2.Trata-se, isso sim, de um carro eléctrico, que é utilizado no centro de formação do Banco de Portugal essencialmente para o transporte de pessoas com dificuldades de locomoção, permitindo a sua deslocação entre as instalações destinadas à formação e reuniões e a cantina, que se situam em edifícios distintos.»

No seguimento deste comunicado, o Má Despesa endereçou as seguintes seis questões ao Banco de Portugal. Aguardamos resposta, que partilharemos com os leitores:

1. Onde é que se encontra localizado esse carro de golfe? Encontra-se localizado numa zona de acesso ao público?
2. Existe alguma relação entre o orçamento do Banco de Portugal e o grupo de golfe do Grupo Desportivo do Banco de Portugal? Existe alguma contribuição líquida do orçamento da instituição para este tipo de modalidade?
3. Foram detectados ajustes directos na ordem das centenas de milhares de euros dedicados a actividades turísticas. Quais as justificações para estas despesas?
4. Por várias vezes foram detectados ajustes directos de carros para o Banco de Portugal. Qual é a actual frota automóvel do Banco? Quais os critérios para a atribuição de veículos a funcionários?
5. O Banco gastou 10 mil euros na compra de uma obra da artista Fernanda Fragateiro. Esta obra está colocada num local de acesso ao público em geral?
6. O Banco tem 15 edifícios situados em 12 localidades. Mesmo assim, porque optam por realizar eventos em hotéis de luxo? Qual o orçamento anual alocado a eventos?

Ontem foi conhecido que o Banco de Portugal possui uma quinta com cavalos para os seus funcionários.