Parece mentira mas dizem que amanhã a Guiné Equatorial (GE) vai aderir à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), apesar do português nunca ter sido idioma do país. Teodoro Obiang, presidente do país há 35 anos, é considerado um dos piores presidentes africanos à luz dos padrões internacionais e até já conseguiu ser eleito pelo espectacular valor de 103% dos votos. Obiang, também conhecido por ser adepto da tortura, encontra-se em Timor para participar na X Cimeira de chefes de Estado e de Governo da CPLP, tendo em vista a adesão da GE aos países lusófonos. A GE é o terceiro maior produtor de petróleo de África mas cerca de 20% das crianças morrem antes dos cinco anos e a população não tem acesso a serviços de educação e saúde. A água potável ainda é uma miragem para a maioria dos conterrâneos de Obiang (fonte: Observador). O filho, Teodorín, é vice-presidente segundo do país- cargo não previsto na Constituição da GE-, proprietário de 61% da floresta nacional- prendas de aniversário do pai - e fundador de uma empresa madeireira. Teodorín farta-se de gastar dinheiro a um nível galáctico: só nos EUA gastou cerca de 315 milhões de dólares em propriedades e bens de luxo entre 2004 e 2011, e não lhe falta um prédio em Paris, quadros de Rodin e estátuas de Michael Jackson (fonte: Observador). O vice-presidente segundo da GE tem problemas judiciais nos EUA, França e Brasil, acusado de desvios de fundos públicos e suspeitas de corrupção e branqueamento de capitais. Para limpar a imagem do filho, Obiang nomeou-o embaixador na UNESCO. Em Fevereiro, os chefes da diplomacia da CPLP recomendaram, por unanimidade, a adesão da Guiné Equatorial à organização, país nada democrático e, por sinal, com a pena de morte regulada nos códigos militar e penal.