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sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

O caso do Edifício Transparente (e sem fim)



A notícia foi discreta. “A Câmara Municipal do Porto ainda não conseguiu vender o Edifício Transparente (ET), no Porto. O processo de ajuste directo para vender o imóvel, iniciado há um ano pela autarquia, não se concretizou, depois da hasta pública também não ter tido licitadores. A autarquia colocou o edifício à venda a 16 de Fevereiro de 2017 por 7,96 milhões de euros e, sem quaisquer interessados em comprar o imóvel, colocou-o à venda por ajuste directo durante um ano, isto é, por um valor até cinco por cento inferior ao valor base de licitação do imóvel em causa”, escreveu o JPN

A explicação do caso Edifício Transparente tinha já sido alvo de ampla análise no livro “Má Despesa Pública”, que chegou às livrarias em... 2012.

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Movida do Porto na revista Sábado



A revista Sábado decidiu destacar na edição desta semana o caso da directora de movida da Câmara do Porto, avançado pelo Má Despesa esta segunda-feira.

segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Quanto custa uma directora de movida de uma cidade?



O município do Porto anunciou em Maio do ano passado a criação de um novo cargo na sua estrutura: directora da movida (sic). A nova responsável funciona como provedora das várias partes em conflito, nomeadamente moradores, comerciantes e público, em tudo o que tivesse a ver com negócios e actividades nocturnas. Saiu agora no Base o ajuste directo com os custos dos “serviços previstos no estatuto do Director da Movida”: 56.951,10 euros (válido por um ano e três meses). 








segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Marcas à moda do Porto


A nova imagem da cidade do Porto, promovida pela autarquia, esteve em destaque na imprensa nos últimos dias. O Má Despesa, como sempre, lá foi pesquisar ao portal Base e encontrou o contrato no valor de 55 mil euros (+IVA). O contrato detalha que são 30 mil para a criação da logomarca e webdesign, 15 mil para um livro e 10 mil para consultoria.
Nuno Santos (o adjunto da presidência que ameaçou denunciar o Má Despesa Pública devido a umerro da autarquia) explicou ao jornal Público “que estes valores cabem no orçamento do Gabinete de Comunicação e que nem sequer fazem ultrapassar o orçamento anual, uma vez que a produção da revista municipal, com um custo, por ano, a rondar os 200 mil euros, está suspensa”. 
Se 55 mil euros lhe parecem muito para a componente criativa, digital e livro da autarquia do Porto, espere até ver o que vai sair do Instituto Politécnico do Porto. É que a entidade acaba de fazer um ajuste directo no valor de 63 mil euros “por serviços de desenvolvimento da marca e da identidade visual” do instituto.

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Quanto custam os telemóveis dos assessores?


O novo primeiro-ministro de Itália, Matteo Renzi, tem estado a anunciar vários cortes na despesa pública. Entre as medidas de muitos milhões de euros, existem várias propostas com reduzido impacto nas contas públicas, mas de grande simbolismo. Uma delas é a redução para cinco no número máximo de carros oficiais por ministério, um cenário tão distante da realidade portuguesa quando, como se ficou a saber na semana passada, só a Câmara do Porto tem 10 motoristas ao serviço do executivo… Outra das medidas de Renzi consiste em disponibilizar online todas as despesas da administração pública. “Os cidadãos têm de saber não só quanto, mas também como é que a administração gasta o dinheiro. Vamos colocar online até quanto custam os telemóveis dos assessores. Será uma revolução. Se todas as regiões, por exemplo, disponibilizarem quanto gastam em saúde, ao fim de três anos teremos uma ferramenta muito eficaz de comparação, transparência e poupança”, explicou Renzi, citado pelo El País. Quando foi a última vez que os políticos portugueses fizeram alguma coisa em nome da transparência das contas públicas e do acesso à informação?

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Lembra-se da Casa do Cinema que nunca foi usada? Está à venda


A Câmara do Porto vai vender a Casa Manoel de Oliveira, na Foz. O valor base de licitação da primeira fracção é de 568.800 euros e da segunda é de pouco mais de um milhão de euros. Esta parece ser a última etapa de uma novela, que esteve em destaque no Má Despesa Pública, tanto no blogue como o livro “Má Despesa Pública” (Aletheia). Mas poderá não acabar aqui. Está prometida uma nova Casa do Cinema Manoel de Oliveira, a ser instalada em Serralves, com projecto do arquitecto Álvaro Siza Vieira. Recorde aqui todo o drama em torno de uma história que tinha tudo, incluído dinheiros públicos, para já ter chegado ao fim.

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Câmara do Porto ameaça denunciar Má Despesa porque a autarquia publicou uma informação com um "erro"


A propósito do post sobre as fardas dos motoristas da presidência daCâmara do Porto, o Má Despesa recebeu do adjunto do presidente Rui Moreira a mensagem que se segue.

«A informação está errada. É mentira, a farda do presidente não custou 5.800 euros como insinuam maldosamente. Como também saberão os anónimos autores deste blog, não é possível publicar contratos no portal BASE, pelo que também nesse pormenor do texto, há, no mínimo, uma incorreção grave. Quem publica a informação que está publicada no BASE são as plataformas de contratação pública e está, neste caso, publicada conforme a Lei manda, ou seja, contendo a informação que está transcrita no formulário principal do procedimento, COMO MANDA A LEI!
Esclarece-se ainda que a informação está publicada no BASE com um erro. Não se trata de "motoristas afectos à presidência" mas sim "motoristas afetos ao executivo". São 10 motoristas que recebem periodicamente fardas, como aliás, todos os outros funcionários da autarquia a quem a farda é requerida, como funcionários das portarias, bombeiros, funcionários do gabinete de atendimento ao munícipe, etc. A Polícia Municipal do Porto, dependente da CMP recebe subsidio para a aquisição das fardas.
As fardas dos motoristas incluem várias peças de roupa que deverá durar vários anos. Já nos mandatos do Dr. Rui Rio (e imagino em todas Câmaras) este custo sempre foi assumido pela Câmara, por valor nunca inferior.
Trata-se, por isso, de roupa discreta e "barata" e não da "última moda", conforme escrevem insidiosamente. Nada no procedimento sobre o qual não procuram obter informação lhes diz que se trata da última moda.
Solicita-se, por isso, que os autores anónimos deste blogue, retirem este infeliz post, com a máxima urgência ou procederemos à denúncia do mesmo à plataforma blogspot que o suporta.»

Posto isto, os autores do Má Despesa Pública esclarecem:

1. Ao contrário do que afirma o adjunto do presidente, em nenhum momento se escreveu que a farda do presidente Rui Moreira custava 5.800 euros. Esse foi o valor da farda dos motoristas da presidência, tal como está escrito no post e consta no Base. O nosso texto limita-se a reproduzir uma informação publicada no portal Base, como é nossa regra ao falar de montantes pecuniários;

2. Ao contrário do que indica o adjunto, nos termos da Portaria n.º 85/2013, é de publicação obrigatória a explicitação, de forma precisa e completa, dos bens, serviços e obras objecto do contrato publicado. São também de publicação obrigatória os contratos, respectivos anexos e eventuais aditamentos. O Má Despesa já escreveu várias vezes sobre este assunto, como por exemplo aqui;

3. O adjunto afirma que a informação publicada no Base está errada e que, entretanto, foi corrigida. Fica o alerta para situações futuras sobre a leviandade com que a publicação de contratos no Base é tratada na Câmara do Porto. Em nenhum momento o adjunto explica o que falhou nos procedimentos internos da autarquia para que tenha sido cometido este “erro” para o qual a autarquia só despertou após denúncia do Má Despesa;

4. Ao contrário do que escreve o adjunto, os autores no blogue não são anónimos. Uma simples pesquisa no Google ajuda-lo-ia em decifrar tamanho mistério. Aconselhamos também a aquisição do livro "Má Despesa Pública nas Autarquias" (edições Aletheia);

6. O adjunto não esclarece se a Câmara convidou várias entidades a apresentar propostas para as fardas, no sentido de cumprir as regras da contratação pública, nomeadamente as da transparência, concorrência e eficiência na afectação dos recursos públicos. Terá sido esta a proposta mais vantajosa que a autarquia encontrou, na óptica do interesse público? Aguardamos resposta quanto a isto.

7. Os autores consideram muito preocupante para a democracia portuguesa que a autarquia do Porto queira, perante um aparente erro da sua própria responsabilidade, suspender o blogue Má Despesa Pública, denunciando-o ao Blogspot. Isto, a poucos dias do 25 de Abril. Registe-se.

Os autores,
Bárbara Rosa
Rui Oliveira Marques

quarta-feira, 9 de abril de 2014

A farda do motorista do presidente da Câmara do Porto


Os polícias até já saíram à rua para se manifestarem contra o facto de terem de pagar pela farda que usam no exercício das suas funções. Na Câmara Municipal do Porto tudo é diferente. Os motoristas do presidente bem que podiam usar uma roupa discreta mas esse não terá sido o entendimento de Rui Moreira. Aparentemente é preciso andar de acordo com o último grito da moda. Por isso, a autarquia acaba de gastar 5.800 euros na “aquisição de fardamento para motorista afetos à Presidência(sic)”. Quantos motoristas e fardas estão em causa para um valor tão exorbitante? A resposta fica em suspenso, já que a autarquia não se dignou publicar o contrato no portal Base, tal como obriga a lei.  

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Autárquicas (2): Vai votar em condenados?



Como se sabe, o conhecido ex-jogador de futebol João Vieira Pinto é candidato à freguesia da Campanhã (Porto) pelo PSD. João Pinto considerou irrecusável o desafio lançado por Luís Filipe Menezes e o Má Despesa até compreenderia (ambos) não fosse o facto do ex-futebolista ter sido condenado a um ano e meio de prisão (pena suspensa) por fraude fiscal qualificada. Ao menos, e a título de agradecimento ao país que tanto lhe permite, espera-se que João Pinto cumpra a sentença judicial antes das eleições e pague ao Estado os 600 mil euros, acrescidos de juros de mora, devidos a título de indemnização a todos nós.  E vamos ver como correm as contas da campanha nesta freguesia...

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Porto: 250 mil euros para a revista da Câmara


É este o valor detectado pelo Má Despesa Pública na produção da revista da Câmara Municipal do Porto, mas é possível que o valor real seja bem superior. As despesas dizem respeito à produção, impressão e distribuição, como pode confirmar aqui, aqui, aqui e aqui.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Circuito da Boavista por 712 mil


Em 2009, a empresa municipal Porto Lazer gastou, segundo cálculos do Má Despesa Pública, a partir do Portal dos Contratos Públicos, 712 mil euros para montar o Circuito da Boavista. Dia 17 o evento está de volta ao Porto.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Elefantes Brancos (5): A herança do Euro 2004


I
O Euro 2004 teve lugar entre 12 de Junho e 4 de Julho. A distribuição de jogos pelo país obrigou à renovação e construção de infra-estrutura, acessibilidades e equipamentos desportivos por todo o país. Os estádios renovados ou reconstruídos situam-se em Lisboa, Porto, Algarve, Guimarães, Braga, Leiria, Coimbra e Aveiro.
Uma auditoria do Tribunal de contas (TC), logo em 2005, apontava custos concretos para os 23 dias do evento. Mais de mil milhões de euros em investimento público geral, com um índice de derrapagem de 13,3% só referente às acessibilidades, e encargos assumidos para as próximas décadas. Na proporção da comparticipação pública 61% foi concedido a promotores privados (clubes) e 39% para os promotores públicos (autarquias, turismo de Portugal, etc.).
Citando casos isolados, o top das derrapagens vai para o Estádio Municipal de Braga. Obra premiada (Prémio Secil 2004) e arquitecto premiado (Prémio Pritzker 2011) o desvio médio do custo previsto foi de 360%, numa média geral de derrapagem de 230%.


II
Se os efeitos a curto prazo foram os referidos, a longo prazo a manutenção dos equipamentos assume o seu peso. O sobredimensionamento dos estádios perante o uso futuro fica à cabeça, pela taxa de utilização de 20 a 30% dos lugares construídos.
Caso mais crítico é situação dos estádios municipais, que dependem das autarquias para a sua manutenção. As empresas municipais criadas para a gestão dos estádios acumulam prejuízos anuais (4 milhões em Leiria ou 1,7 milhões para Loulé/Faro). Em Braga o empréstimo que pagou a obra custará 10% do orçamento municipal nos próximos 20 anos. Em Leiria os 4 milhões anuais de despesa resumem o evento: 30.000 lugares num estádio com uma ocupação anual de 1000 espectadores (2006).


III
Derrapagens, euforia, endividamento, manutenção, custos, despesa, turismo, auditoria. A informação escrita sobre o Campeonato Europeu de Futebol - Euro 2004 inclui, entre outras, a maioria destas palavras. O consenso reúne-se quanto a um paradigma de má despesa pública. Milhões de euros, milhares de cachecóis, 10 estádios e 7 anos depois, os resultados ainda são difíceis de sintetizar. 43,5 milhões de euros de despesa por cada dia de campeonato pode ser um resumo.

Manuel Rodrigues

Fontes:
DN Diário de Notícias 20.12.2005, Agência Lusa via Fórum Bolso no Bolso 20.12.2005 e Expresso, 29.12.2006

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Elefantes Brancos (3): Um edifício sem função transformado em shopping


I
Concebido no âmbito do programa Polis do Porto o edifício foi inaugurado em 2001, para as comemorações da Capital Europeia da Cultura. O projecto, do premiado arquitecto catalão Solà-Morales, pretendeu rematar a ligação entre o arque da cidade e marginal da Foz. As ideias geraram um edifico longo e envidraçado, sem programa definido, protegido do vento e mar mantendo-se aberto à paisagem.
Miradouro desnivelado, conjunto de percursos, ou contentor espacial são várias das designações para o objecto construído. Com tradução do conceito de “avanço tecnológico”, “excelência” e “nobreza”, Edifício Transparente acabou por ser a designação oficial.

II
A diversidade de definições ilustra a dificuldade em reunir consenso quanto à função do edifício. De facto, até ser lançado um concurso de reconversão do espaço, o edifício transparente não foi mais do que 4 pisos de rampas à entrada de Matosinhos. Sem uso definido além de “marco visual” assim permaneceu até ao lançamento de um projecto de reconversão em 2007. Só após obras orçadas em 15 milhões de euros foi definido um uso para o edifício. Como galeria comercial de lojas e restaurantes, à beira mar, mediante concessão pública até 2024. Questionado se não estaria perante mais um shopping, Carlos Prata, autor do projecto, preferiu classificar o novo espaço como "concentração comercial".

III
A CMP tentou vender o edifício, em 2011, por 4.068 milhões de euros, mas a venda foi inviabilizada por se encontrar o mesmo em zona de domínio público marítimo. Este factor contribui também para alguns dos problemas actuais como a falta de estacionamento próximo e entraves patrimoniais a alterações mais profundas na estrutura, como o fechamento da fachada sul, mais exposta ao vento, ou a colocação de publicidade exterior. Questões a juntar à polémica de um edifício ainda incompreendido por quem o usa e por quem o pagou.

Manuel Rodrigues

Fontes:
JN – Jornal de Noticias 28.01.2009 e JPN – Jornalismo Porto Net 16.05.2011

terça-feira, 7 de junho de 2011

Elefantes Brancos (2): A Casa do Cinema que nunca foi usada


I
“O arquitecto fez uma obra bonita, mas esqueceu-se da sala de projecções” foi um comentário do realizador Manoel de Oliveira, na primeira visita efectuada à Casa do Cinema. Foi construída na Foz, entre 1998 e 2003, segundo projecto do arquitecto Souto Moura, no âmbito da Capital Europeia da Cultura - Porto 2001, e terminada com 2 anos de atraso. Com um custo inicial de 750 mil euros, é propriedade do município desde então. Após 8 anos permanece por inaugurar.

II
A história da Casa do Cinema vem do interesse do município em reunir o espólio do centenário cineasta num centro de documentação. Fitas, prémios e demais património cultural, propriedade de Manoel de Oliveira, seriam assim conservados num edifício público criado para tal.
O projecto, premiado e documentado, não respondeu porém ao programa. Dificuldades de diálogo ou problemas financeiros, as desculpas sucederam-se desde então perante os erros acumulados.
O acervo cedido pelo cineasta foi colocado, provisoriamente, num apartamento alugado pela CMP, para a sua catalogação. Desde 2005 a renda deixou de ser paga pelo município e passou a ser o realizador a custear a sua conservação.

III
Quanto ao edifico, permanece fechado e sem uso desde então. Construído numa zona residencial da Foz, situa-se escondido e isolado no centro do lote. Sem sinalética ou informação quanto à sua localização, é hoje apenas lugar de romaria arquitectónica, com claros sinais de degradação e vandalismo no exterior.
Para evitar mais degradação a Câmara Municipal do Porto propôs, em 2007, acolher na casa alguns serviços municipais, após algumas obras de remodelação. Os sinais de abandono permanecem inalterados.
O realizador homenageado recusou, em 2011, receber a “Chave da Cidade” no seu 100º aniversário. Argumentou a recusa pelos anos de “comportamento incorrecto” do município para com o seu espólio e para com a Casa do Cinema que nunca o acolheu.

Manuel Rodrigues

Fontes:
DN – Diário de Noticias 02.02.2007, JN – Jornal de Notícias 03.08.2007 e
TVI 31.03.2011

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terça-feira, 26 de abril de 2011

Casa Manoel de Oliveira degradada antes de abrir

Manoel de Oliveira vai dar nome a uma sala de cinema no Cinema São Jorge, em Lisboa. Entretanto, no Porto, a Casa do Cinema, desenhada por Souto Moura econstruída com dinheiro público para albergar o acervo do cineasta, continua vazia. (A notícia do DN é de 2007, mas continua muito actual)