A mais recente polémica viseense chegou aos jornais nacionais e prende-se com a atribuição de lojas, em pleno centro histórico, destinadas a "industrias criativas". Os imóveis em causa foram reabilitados pelo município com recurso a fundos comunitários.
Na semana passada, a autarquia celebrou "protocolos de cooperação com sete artistas de Viseu e uma empresa de turismo cultural, tendo em vista a sua instalação na Incubadora de Indústrias Criativas do Centro Histórico de Viseu", lê-se no site institucional. Sucede que vários agentes culturais locais equacionaram os critérios de atribuição do espaço, reclamando falta de publicidade e transparência do processo por inexistência de concurso público, tendo sido redigida uma carta aberta dirigida ao edil viseense. O Má Despesa decidiu ir espreitar as "normas de admissão e utilização" do espaço e constatou que só são admissíveis candidaturas de empresas "que se encontrem em fase inicial de atividade (constituídas há menos de 18 meses)". Contudo, a empresa seleccionada para assinar o protocolo, a EON- Indústrias Criativas Ldª, foi criada em 10.08.2011 e já ocupa o imóvel municipal desde Fevereiro de 2015. Não obstante, desde Junho de 2014 aquela empresa já facturou 1.443.732,83 € só a entidades públicas. Por tudo isto, o Má Despesa está muito curioso para saber porque razão a autarquia considera justificável continuar a atribuir recursos públicos a título gratuito (espaço físico mobilado, electricidade, internet, serviço de recepção, entre outros- Cfr art.10.º das normas de admissão e utilização) à EON.