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domingo, 16 de julho de 2023

Moraes é hostilizado e tem filho agredido em Roma; PF identificou envolvidos

Legenda da foto: Andreia, Alex Zanatta (ao centro) e Roberto Mantovani Filho no Aeroporto de Guarulhos

Publicação compartilhada do site G1 GLOBO, de 15 de julho de 2023  

Moraes é hostilizado e tem filho agredido em Roma; PF identificou envolvidos

Agressões a família do ministro aconteceram nesta sexta (14) no aeroporto internacional de Roma. Polícia Federal abrirá inquérito para investigar o caso.

Por Júlio Mosquéra, César Tralli, Pedro Henrique Gomes, Daniela Lima e Isabela Camargo, TV Globo e g1

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi hostilizado por três brasileiros nesta sexta-feira (14) no Aeroporto internacional de Roma, na Itália. O filho do ministro foi agredido por um dos envolvidos.

As agressões à família de Moraes aconteceram por volta de 18h45 no horário local (13h45 no horário de Brasília). A Polícia Federal identificou os três agressores: uma mulher, identificada como Andreia Mantovani, e dois homens, identificados como Roberto Mantovani Filho e Alex Zanatta.

Moraes estava na Itália para realizar uma palestra na Universidade de Siena.

A TV Globo teve acesso a fotos feitas ainda no aeroporto de Roma e no aeroporto de Guarulhos, São Paulo.

A ação começou quando Andreia Mantovani chamou Moraes de “bandido, comunista e comprado”. Logo depois, Roberto Mantovani Filho gritou e agrediu fisicamente o filho do ministro.

Mantovani Filho chegou a acertar um golpe no rosto do rapaz. Com o impacto, os óculos do filho do ministro chegaram a cair no chão.

Após a agressão, Roberto, Andreia e Alex Zanatta prosseguiram com os xingamentos.

Mantovani Filho foi candidato a prefeito de Santa Bárbara do Oeste, município de São Paulo, em 2004, pelo PL. Atualmente, ele é filiado ao PSD.

A PF acionou o adido da polícia em Roma neste sábado (15) para as tratativas com a polícia italiana. As imagens poderão ser obtidas seguindo um acordo de cooperação internacional.

Os envolvidos na ação foram identificados pela Polícia Federal e abordados ao desembarcarem no Brasil na manhã deste sábado (15), com base em reconhecimento facial.

Segundo o Código Penal, os crimes praticados por brasileiros, embora cometidos no estrangeiro, ficam sujeitos à lei brasileira. Os três responderão a inquérito policial, que foi instaurado neste sábado (15).

O inquérito vai apurar acusações de agressão, ameaça, injúria e difamação.

Neste sábado (15), o ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), publicou em suas redes sociais uma manifestação de solidariedade, na qual repudiou agressões contra agentes públicos.

"Até quando essa gente extremista vai agredir agentes públicos, em locais públicos, mesmo quando acompanhados de suas famílias? Comportamento criminoso de quem acha que pode fazer qualquer coisa por ter dinheiro no bolso. Querem ser 'elite', mas não tem a educação mais elementar", escreveu Dino em uma rede social.

Em nota a Procuradoria-Geral da República informou na noite deste sábado que solicitou informações à Polícia Federal sobre as agressões sofridas pelo ministro e seu filho.

"O MPF tomará as medidas cabíveis a respeito do caso", diz o comunicado.

"O Procurador-Geral, Augusto Aras, que está fora do Brasil e em fuso horário muito diferenciado do horário oficial de Brasília, tão logo soube ocorrido, enviou mensagem ao magistrado a quem manifestou solidariedade. Aras considera repulsiva essa agressão, que se agrava -segundo ele- ao atingir a família do Ministro", acrescenta a nota.

Manifestações de solidariedade

Ministros, senadores e deputados também manifestaram solidariedade a Alexandre de Moraes e sua família.

Senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado:

"Atos de hostilidade como os que sofreram o ministro Alexandre de Moraes e sua família, ontem, são inaceitáveis. A eles, minha solidariedade. Mais do que criminoso e aviltante às pessoas, às instituições e à democracia, esse tipo de comportamento mina o caminho que se visa construir de um país de progresso, civilizado e pacífico. Todos os lados precisam colaborar para que o antagonismo fique no campo das ideias e das ações legítimas. Se a Nação, ainda dividida, não é capaz de substituir o ódio pelo amor, que o faça ao menos pelo respeito".

Deputado Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados:

"Minha solidariedade ao ministro do STF, Alexandre de Moraes, e sua família agredida no aeroporto de Roma. É inaceitável que se use o argumento de liberdade de expressão para agredir, ofender e desrespeitar autoridades constituídas. Isso não pode continuar. Democracia se faz com debate e não violência."

Senador Davi Alcolumbre (União-AP), presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado:

"É inadmissível a agressão sofrida contra o ministro do @STF_oficial, Alexandre de Moraes e membros de sua família. Não conseguiremos apreender e acompanhar todas as mudanças da sociedade enquanto vivermos nesse contexto extremamente preocupante e suas graves consequências. Nossos maiores objetivos devem ser e sempre serão a pacificação, a unificação de um país democrático, de fato e de direito. O diálogo sempre será a porta aberta para sermos mais humanos como pessoas e como nação. Deixo aqui a minha solidariedade ao ministro Alexandre de Moraes, à sua família e todo o meu repúdio aos tristes fatos ocorridos."

Deputado José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara:

"Nossa solidariedade ao ministro do STF, @alexandre e sua família, hostilizados de forma covarde por bolsonaristas em Roma. Esse é o legado cruel, de ódio, deixado pelo ex-presidente, q através de suas falas irresponsáveis, estimulou o conflito contra as instituições democráticas."

Deputada Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT:

"Ataque a Alexandre de Moraes e sua família é deplorável, resultado do ódio disseminado por lideranças bolsonaristas, que só sabem estimular a violência alimentada por mentiras. Isso tem de acabar. Todo rigor da lei aos agressores e toda solidariedade ao ministro @alexandre e sua família."

Senador Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado:

"Me solidarizo com o ministro Alexandre de Moraes e a sua família, vítimas de hostilidade e agressão física em Roma, na última sexta-feira. Não permitiremos que cenas como essa se tornem rotina. A democracia é o território da convivência de divergências e nós, como democratas, não admitiremos que o discurso de ódio encontre espaço no nosso país."

Alexandre Padilha, ministro da Secretaria de Relações Institucionais:

"Toda solidariedade ao ministro @alexandre e à sua família, agredidos por antidemocratas. A defesa do Estado de Direito e a segurança de nossas instituições, incluindo de seus agentes públicos, são pilares essenciais da democracia. Confiamos que as autoridades competentes conduzirão uma investigação rigorosa, garantindo que os responsáveis sejam responsabilizados perante à Justiça."

Paulo Pimenta, ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social:

"Lamentável as agressões sofridas pelo ministro do @STF_oficial Alexandre de Moraes e sua família, no aeroporto de Roma, na última sexta. Manifesto minha total indignação contra os atos de um grupo raivoso e antidemocrático que, infelizmente, ainda existe no Brasil e fora dele. Ao ministro e família, minha solidariedade. Fascistas não passarão!"

Paulo Teixeira, ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar:

"Minha solidariedade ao ministro @alexandre, vítima de agressões em Roma, Itália. Os derrotados não se conformam com a ineligibilidade do seu chefe e agridem a justiça. Minha solidariedade ao ministro Alexandre de Moraes, que com a sua família, foi vítima de agressões de fanáticos brasileiros, inconformados com a ilegibilidade do seu líder."

Senador Renan Calheiros (MDB-AL), senador presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado Federal:

"A agressão de ogros contra Alexandre de Moraes mostra que é hora de punir os crimes de ódio, alguns já tipificados. Vamos enquadrar a intolerância política, como propus no “pacote da Democracia”. Vou procurar o relator Veneziano do Rego e o Presidente para votarmos em agosto."

Senador Rogério Carvalho (PT-SE):

"É inaceitável que a violência tenha chegado a esse ponto. Expresso minha solidariedade ao Ministro @alexandre e sua família. Os responsáveis foram identificados pela Polícia Federal e esperamos que sejam devidamente responsabilizados."

Senador Sérgio Moro (União-PR):

"Nada justifica ataques ou abordagens pessoais agressivas contra Ministros do STF ou seus familiares. Minha solidariedade ao Min @alexandre. Não é esse o caminho."

Texto e imagem reproduzidos do site g1 globo  com/politica