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Alicia Silverstone diz que filho nunca tomou remédio graças ao veganismo


Aos 18 anos, Alicia Silverstone ficou famosa em 1995 pelo filme As Patricinhas de Beverly Hills (Clueless), e, aos 21, ela se tornou vegana. Mãe de Bear, de sete anos, ela revelou em entrevista ao Page Six que o menino nunca tomou remédio por causa dos benefícios do veganismo.

"Bear nunca tomou nada na vida. Ele pode ficar com o nariz escorrendo, mas não fica para baixo, ainda vai para a escola. Só duas vezes na vida ele me falou que não estava se sentindo bem e só durou algumas horas", conta a atriz. O menino é fruto do casamento de Alicia com o músico Christopher Jarecki, de quem se divorciou em maio deste ano.

Fonte: Quem Acontece 

Foto: Instagram / Reprodução

Alicia Silverstone empresta voz para vaca animatrônica criada pela PETA para fazer ativismo


A ONG norte-americana PETA criou uma forma diferente de levar o ativismo vegano para escolas, parques e outros espaços. Uma vaca criada com tecnologia animatrônica, um ramo da robótica, fala para os espectadores sobre os aspectos ruins de consumir laticínios.

Um robô em formato de vaca obviamente chama muita atenção em qualquer lugar, especialmente porque ele mexe a boca, o corpo e tem até expressões faciais. Uma ferramenta bastante interessante para passar mensagens.

A voz da simpática vaquinha high-tech foi gravada pela atriz vegana Alicia Silverstone, que ficou muito conhecida como Batgirl em um filme do Batman de 1997. Confira no vídeo abaixo como ficou esse projeto bastante peculiar (em inglês).




Fonte: Vista-se 


Facebook e Raise Vegan lançam sala de aula virtual voltada à criação de crianças veganas


O Facebook e a revista Raise Vegan estão lançando uma sala de aula virtual voltada à criação de crianças veganas. Na plataforma intitulada Vegan Pregnancy & Parenting, que já se passa dos 46 mil membros, os participantes pagam 9,99 dólares por mês para ter acesso a informações privilegiadas sobre fertilidade, nutrição, amamentação, desmame e nutrição até a idade adulta. O trabalho é coordenado pelos nutricionistas veganos Dahlia e James Marin.

“Temos apenas uma chance de criar filhos e, se eles estão perdendo nutrientes, isso terá efeito ao longo de suas vidas. Como pais, nós sabemos o quanto essas decisões podem nos deixar inquietos, então um argumento bem intencionado de um membro da família ou de alguém em posição de autoridade pode reverter a decisão de criar filhos veganos. Esses cursos são a maneira mais fácil de fornecer informações [sobre nutrição vegana]. Juntamente com os vídeos on-line, os assinantes recebem planos de refeições veganas semanais, listas de compras e acesso em tempo real aos coordenadores do curso”, explicou a CEO da Raise Vegan, Janet Kearney, ao VegNews, acrescentando que em breve todo o curso será oferecido em outros idiomas.

Fonte: Vegazeta 

Foto: Ellen Fisher

Afiliada da Globo na Baixada Santista apresenta matéria sobre crescimento do número de vegetarianos no Brasil




O programa Viver Bem, da TV Tribuna (afiliada da Rede Globo na Baixada Santista / SP), apresentou, no último sábado (26/5/2018), uma reportagem sobre a pesquisa que revelou o crescimento do número de vegetarianos no Brasil (leia mais aqui).

Fonte: TV Tribuna 

Respeito com os animais

     Foto: YouTube / Reprodução


Por Paulo Furstenau* 


Você se lembra da Liv Lima, a youtuber de seis anos que disse que não come carne porque gosta dos animais vivos? (Veja aqui.) Pois agora ela tem um novo vídeo dizendo o que pensa sobre ser vegetariana. 

Sempre com humor e inteligência, a menina já começa derrubando um dos argumentos mais batidos e vazios que marmanjos usam para justificar a insistência em um costume cada vez mais comprovadamente maléfico não somente para os animais, mas também para o próprio ser humano e para o planeta.

E o vídeo segue no formato de respostas a questões que chegaram dos internautas até ela. Liv admite que ainda come queijo, mas diz que sabe que ele vem do leite da vaca e que vai "aprendendo a não comer nada de animal", pois é o que a deixa feliz. 

O contrário vale para algumas verduras, que ela está aprendendo "de pouquinho em pouquinho" a gostar. A pequena youtuber é uma lactovegetariana em transição para o veganismo (leia aqui as diferenças), que, aos seis anos de idade, já sabe que somos seres em evolução, que não devemos cultivar velhos hábitos se eles implicam em sofrimento e morte de outros, pois o planeta Terra é de todos nós

Veja a seguir o vídeo completo. E clique aqui (ou no marcador 'veganismo na infância', ao final desta postagem) para ler diversas matérias sobre como é perfeitamente possível e saudável uma criança ter uma dieta sem carnes e até mesmo sem nada de origem animal (leite, ovos ou mel). 


Vídeo original postado aqui 



Meu Nome É Liv nas redes sociais:





*Paulo Furstenau é jornalista voluntário da Associação Natureza em Forma

Veganismo chega a festas infantis e até site de relacionamento

Nenhum ingrediente usado é de origem animal (Foto: Tiago Queiroz / Estadão)


O primeiro hambúrguer feito por Carlos Dias, de 29 anos, era de lentilha. E não era muito bom. Mas a experiência deu gosto e cada vez mais certo, o que resultou no lançamento da lanchonete Animal Chef, em janeiro deste ano. Ao contrário do nome, nenhum ingrediente do cardápio é de origem animal.

“O veganismo é muito ligado a algo sem graça, sem sabor, saudável, com soja. A gente quer fugir de todos os estereótipos possíveis”, afirma Dias. 

Segundo pesquisa Ibope Inteligência inédita, 49% dos brasileiros com mais de 16 anos acham que produtos veganos podem ter a mesma qualidade dos que contêm ingredientes de origem animal e 60% comprariam produtos do tipo se custassem o mesmo que os demais. Atualmente, 551 produtos de 60 empresas têm o Selo Vegano, da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), que encomendou a pesquisa do Ibope.

Porta de entrada

Há dois anos, quando abriu a venda de marmitas veganas e vegetarianas Olivato Cozinha, Maria Eugênia Olivato, de 31 anos, estranhava que a maioria dos clientes era onívora. “O preconceito está acabando, e isso já é um grande passo. Acho legal que, pelo menos no almoço da semana, fiquem sem carne”, conta.

Uma de suas clientes mais antigas recentemente procurou Maria Eugênia para contar a novidade: tinha virado vegetariana. “Ela disse que a Olivato teve papel fundamental no processo, porque descobriu que pode se alimentar bem, de forma gostosa e saudável, sem ter carne no prato.”

Já Danuza Pazzini, de 36 anos, criou o Vegana Bacana em 2017 por perceber um nicho de mercado: festas infantis com comida vegana e vegetariana. “Descobri que não tinha nada do tipo por aqui”, lembra ela, que consome alimentos de origem animal. “Recebia e-mail de clientes agradecendo.”

Comunidades

Ao se tornar vegetariano há oito anos, o programador Rodrigo Albornoz, de 27 anos, se afastou de parte dos amigos, que não compreenderam sua opção. Quatro anos depois, veio a ideia: criar um site de relacionamentos para aumentar o ciclo de amizades. Nasceu aí o Loveg. “Vi muitos casais se formando, até gente que se casou”, diz o jovem, que pretende futuramente monetizar a ideia.

Em João Pessoa, a Nativa Escola foi lançada neste ano como a “primeira escola vegana de ensino regular do País”. “Temos uma metodologia democrática, com influência montessoriana”, diz a coordenadora Raíssa Batista, de 26 anos. Além da alimentação, as crianças, de um a quatro anos, são estimuladas a ter um bom convívio com animais.

Legumes e verduras saíram do nicho 

'Restaurante vegetariano' é termo em desuso – e essa é uma grande notícia. Significa que legumes e verduras estão virando protagonistas em cardápios de todos os tipos. O exemplo vem de restaurantes pelo mundo. Atualmente, o vegetal está em alta, e o mais importante: recebe tratamento antes dedicado apenas às proteínas de origem animal. E não há hamburgueria artesanal que não tenha pelo menos uma opção sem proteína animal. Já tem até sushibar especializado, o Sushimar Vegano. Outra coisa: mesmo quem serve apenas vegetais não quer mais ser chamado de vegetariano. O restaurante Homa, onde reinam grãos, tubérculos e hortaliças, se autodenomina um “restaurante sem bicho”.

Fonte: Estadão 

Primeira escola vegana do Brasil começa a funcionar em João Pessoa (PB) e já tem duas turmas


A Nativa Escola tem apenas algumas semanas de vida, mas já carrega um título e tanto: é a primeira escola vegana do Brasil.

A escola fica em João Pessoa, capital da Paraíba, e foi fundada por pessoas envolvidas diretamente com ONGs de proteção animal. Toda a alimentação das duas turminhas de crianças que já estudam lá é livre de produtos de origem animal e voltada para o saudável.

Engana-se quem pensa que a alimentação por lá é complicada. Segundo o chef de cozinha da escola – que veste uma linda camiseta com as inscrições “vegan power” (poder vegano) no vídeo abaixo –, as crianças gostam muito de tapioca e cuscuz. A alimentação tem ainda arroz integral, muitas frutas e outros itens bastante saudáveis e naturais.

A escola respeita os preceitos do veganismo, apresentando às crianças uma visão de mundo na qual os animais não são tratados como objetos e que o respeito a eles é um dos pilares da educação. A Nativa Escola tem ainda musicalização, acompanhamento de fonoaudióloga e todo o cardápio é montado por uma nutricionista especializada em alimentação vegana.

No vídeo abaixo, do canal do YouTube Manas Veganas, é possível conhecer um pouco mais sobre a escola, que tem um ambiente bem simples, mas que fica de frente para o mar quente que banha o nordeste.




Atualmente, a Nativa Escola tem duas turminhas com crianças até dois anos, mas já está com matrículas abertas para o berçário.


Serviço

Endereço: Av. João Maurício, 2.051 – Jardim Oceania – João Pessoa (PB)
Telefone: (83) 3246-0001
Facebook: clique aqui 




Fonte: Vista-se 


NOTA DA NATUREZA EM FORMA:

Enquanto isso, na Bahia, o programa Escola Sustentável, também lançado neste ano (2018), promete cortar em dois anos 100% dos alimentos de origem animal da merenda escolar de quatro cidades do sertão baiano. Leia aqui

"Não Matarás", de Eline Bélier e Marcos Favela



Música: Eline Bélier
Letra e interpretação: Eline Bélier e Marcos Favela
Animação: Leandro Franco


Olha, chega de inocência, sai da inconsciência
O que é que você anda pondo à mesa?
Um corpo, morto, assassinado
De uma alma pega de surpresa
Na vilania de um crime abalizado
Pela mais pura humana incoerência

(Pela mais pura humana incoerência
Tanto bem-estarista* alegando inocência
Não existe inocente nessa mesa
Quem mata é assassino
Desperte da sonolência)

Anda, desperta logo dessa sonolência
E faça a sua escolha consciente
Mesmo que tenha que ir contra a corrente
Tire da sua vida a morte e a crueldade
Ocultas nas artimanhas da publicidade
E verá o resultado luminoso dessa experiência

(Experiência que traz um resultado luminoso
Do tipo que transcende quem sou ou quem somos
Do tipo que transcende quem sou ou quem somos)

Pense: que vida pode valer mais que outra vida?
Teria acaso a divindade injusta preferência?
Ou essa imperfeição tem fonte no orgulho humano?
(É, no orgulho humano)

Deixe de lado essa vaidade descabida
Ouça o que diz a tua consciência
Agindo assim não há de haver engano
(Não, não há de haver engano)

Diga, nas linhas tortas da tua religião
Será que não te ensinaram, não
Que tua busca pela luz e pela paz
Será inútil, terá sido em vão
Se não cumprires o não matarás?

(É, ações valem mais do que só palavras
Escritas em livros, não valem nada!
E quando a ação é ultrapassada
A voz não cala)

Sim, eu li nos textos, está nas escrituras
Livros sagrados de todas as culturas
E todos eles têm nos seus preceitos
Um mandamento para não matar
Que o homem fez questão de deturpar

(Deturpou tudo de bom que existia lá
Por isso, unidos, vamos lembrar
Que o caminho pra paz: Não Matarás!)

Vem, não é difícil se tornar vegano
O Amor será o teu grande argumento
Para acabar de vez com todo o sofrimento
(Com todo o sofrimento)

Dos inocentes levados a holocausto
Por um impulso coletivo insano
Que já deixou teu coração exausto
(Que já deixou seu coração exausto
O caminho pra paz: Não Matarás!)

Chega de inocência, sai da inconsciência
Desperta logo dessa sonolência
Nenhuma vida vale mais que outra vida
Não mate, não matarás!

(Não Matarás! Não Matarás!
Não Matarás! Não Matarás!
Segunda, terça, quarta, quinta
Sexta, sábado e domingo
Não Matarás! Não Matarás!
Segunda, terça, quarta, quinta
Sexta, sábado e domingo
Não Matarás! Não Matarás! Não Matarás!)


NOTAS DA NATUREZA EM FORMA:

1. Veja também:




*2. Bem-estarista é a pessoa que acredita (ou conhece a realidade e ainda assim concorda) nas mentiras propaladas pela indústria da carne sobre o bem-estarismo, que envolve medidas que, segundo os exploradores, trazem bem-estar aos animais enquanto eles aguardam sua morte - e até no momento dela. Os maiores exemplos disso são as galinhas criadas "livres de gaiola" e o "abate humanitário". 

Leia aqui sobre a realidade das galinhas criadas "livres de gaiola" e veja o documentário A Carne É Fraca, do Instituto Nina Rosa, todo filmado em matadouros que orgulhosamente se dizem praticantes do "abate humanitário", e tire suas próprias conclusões. 

Ellen Pompeo, a Meredith Grey da série 'Grey's Anatomy', tornou sua família inteira vegana


Meredith Grey é uma das médicas mais famosas do mundo das séries. E a atriz que a interpreta em Grey's Anatomy, Ellen Pompeo, também tem demonstrado conhecimento e preocupação com questões de saúde: depois de uma visita recente a seu médico, ela decidiu se tornar vegana — e levar sua família inteira na transição.

Sua médica, Dra. Kristi Funk, autora do livro Breasts: The Owner’s Manual in Hollywood, recomenda uma dieta sem nada de origem animal como prevenção contra o câncer de mama. "Desde então, toda a minha família se tornou vegana", conta Ellen. Segundo a atriz, o processo tem sido divertido e seus três filhos têm se adaptado bem ao novo estilo de vida.

“Eu não acho que seja difícil — na verdade, é até mais fácil, porque a carne você tem que cozinhar antes que estrague... Lentilhas, arroz e feijão eu já tinha na despensa. Você só precisa comprar legumes e verduras, mas isso dura uma semana — eu acho que estamos todos nos sentindo melhor.”

Além da recomendação médica, Ellen também adotou o estilo de vida por razões globais: "Penso que estamos em um momento crítico para o nosso planeta, e, nos Estados Unidos, essa questão da saúde está fora de controle. Doença é um grande negócio que eu conheço muito bem. A mensagem do veganismo não apenas vai nos ajudar, mas também ajudar o planeta".

Ellen Pompeo e diversas outras celebridades têm sido porta-vozes do veganismo e vêm inspirando milhares de pessoas a experimentar uma dieta mais compassiva.


Foto: Reprodução


NOTA DA NATUREZA EM FORMA:

Se você também gosta da série The Big Bang Theory, leia aqui.

No país do churrasco, movimento por um dia sem carne é o maior do mundo

Merendeira serve prato vegetariano a alunos da rede pública de São Paulo (Foto: Divulgação)


Pular o consumo de carne um dia na semana é um movimento mundial, que vem ganhando cada vez mais adeptos em todo o planeta. Nos Estados Unidos, a campanha Meatless Monday, criada em 2003 pelo publicitário e filantropo Sid Lerner, depois de saber que os norte-americanos consomem 15% mais carne do que o necessário, hoje está presente em 35 países.

Em Gante, na Bélgica, todas as quintas-feiras o cardápio é vegetariano nas escolas e órgãos públicos desde 2009. No Reino Unido, a campanha é encabeçada pelo ex-Beatle Paul McCartney. Na Argentina, conhecida por seu apreço à picanha, desde 2017, o presidente Mauricio Macri criou o Lunes Vegano.

No Brasil, o movimento Segunda sem Carne existe desde 2009, em parceria com a Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), convidando as pessoas a substituir a proteína animal pela proteína vegetal ao menos uma vez por semana.

Por meio da Secretaria do Meio Ambiente, a campanha chegou à rede pública de ensino de São Paulo em 2011, oferecendo refeições livres de produtos animais nas escolas do município*. Hoje, a ação se estende a outros estados e é considerada a maior do mundo. "Só em 2017, foram 47 milhões de refeições Segunda sem Carne na rede pública", diz a gerente de campanhas da SVB, Monica Buava

Uma pesquisa do Datafolha de 2017 mostra que 63% dos brasileiros quer reduzir o consumo de carne e 73% se sente mal informado sobre como os animais são tratados na pecuária. Do ponto de vista do consumo consciente, é importante diminuir as opções de carne no prato pelo impacto ambiental gerado, especialmente pela produção da carne bovina.

A pecuária é uma das maiores responsáveis pelo desmatamento e pelas emissões de gases de efeito estufa, além de ser grande consumidora de água. Sabendo que a carne é um ingrediente culturalmente importante no cardápio do brasileiro, deixar de consumi-la ao menos uma vez por semana é um passo importante para diminuir a pegada ambiental. 

Bobó de shitake

Uma das barreiras enfrentadas por quem deseja aderir ao movimento é a cultura de que não se pode ter uma dieta nutritiva sem a proteína animal. Era no que acreditava a campeã olímpica Fernandinha do Vôlei até cinco anos atrás, quando se interessou pela Segunda sem Carne ao ver uma postagem no Instagram.

Depois de duas semanas aderindo à campanha, ela resolveu ir além e se tornou vegana. A decisão se deu mais pelo ativismo contra o manejo dos animais do que por gosto pessoal. "Eu adorava carne vermelha mal passada. Hoje, sou fã de bobó de shitake, e a saúde vai muito bem", diz.

Facilitar o acesso da população a receitas vegetarianas e veganas é uma das preocupações do movimento, que oferece a consultoria Opção Vegana para restaurantes gratuitamente. "Como boa parte da população almoça fora de casa, é importante ter opções nos restaurantes, para que elas não se sintam limitando suas possibilidades ao diminuir o consumo da carne", diz Monica. "Ao contrário, elas podem ampliar o leque e descobrir novos sabores."

Quebrar o mito de que a alimentação vegetariana e vegana é cara é outra meta. "Só se for à base de produtos importados e industrializados, senão, sai mais barato do que comer carne", afirma a gerente da SVB.



*NOTA DA NATUREZA EM FORMA:

Inspirado na Segunda sem Carne, o programa baiano Escola Sustentável promete cortar em dois anos 100% dos alimentos de origem animal da merenda escolar de quatro cidades do sertão baiano - todos os dias. Leia aqui.

Crianças adotam dieta vegana na capital paulista

Alice, Fábio, Eduardo, Fernando (da esq. para a dir.) e Daniele (em pé): café da manhã especial (Foto: João Bertholini / Veja SP)


No café da manhã da coach Daniele Zukerman, o copo de leite, os ovos mexidos e os iogurtes estão fora do cardápio há cinco anos. Por ali, a maior parte da família, incluindo os filhos Eduardo, de 11 anos, e Alice, 4, não consome nenhum tipo de alimento de origem animal. Para o lanche da escola, paçoca, bala de coco e outras guloseimas compõem a seleção. Tudo preparado de acordo com a filosofia vegana, que prega o consumo de ingredientes e matérias-primas que não envolvam sofrimento nem exploração animal.

Ou seja, além de carne, não valem mel nem mesmo gelatina (que traz colágeno do boi), por exemplo. Itens cuja produção demande testes em bichos ou artigos como lã e couro também são vetados. “O Eduardo, que optou pela prática para acompanhar meu estilo de vida, leva orgulhoso para o colégio meus bolos”, comemora Daniele. O único que come, às vezes, alimentos sumidos da dieta dos irmãos é o filho mais velho, Fernando, 12.

Pacientes interessados em manter hábitos como os da família Zukerman aparecem em números crescentes em consultórios de pediatras e nutricionistas da cidade. De olho no aumento dessa população, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) lançou, no ano passado, um guia de orientação para os médicos que atendem essas pessoas. A última pesquisa divulgada pelo Ibope Media sobre o assunto, em 2012, estima que pelo menos 7% dos paulistanos cortaram a carne de sua rotina alimentar, ou seja, são vegetarianos. Vale dizer que o veganismo é uma prática mais restritiva*.

“Trata-se de uma alimentação segura para quem realiza sempre acompanhamento médico”, garante a especialista Mônica Moretzsohn, do Departamento Científico de Nutrologia da SBP. “Essas crianças acabam ingerindo gorduras de melhor qualidade e não têm problemas com taxas prejudiciais de colesterol.”

A substituição de ingredientes é o grande segredo para conseguir os nutrientes abundantes em carnes de vaca, peixe e frango. “O cálcio, comum nos laticínios, é encontrado também nas folhas verde-escuras, como a couve”, diz a nutricionista especializada no assunto Ana Ceregatti. Em seus consultórios, na região de Pinheiros e em Campinas, 40% dos pacientes são gestantes ou crianças veganas e vegetarianas.

Nem todos os desafios ocorrem na cozinha. A convivência com outras crianças foi motivo de apreensão para a veterinária Camila Violante, 39, há sete anos vegana devido à preocupação com o sofrimento dos bichos. Por não aceitarem a dieta de seus filhos, Heitor, 10, e Helena, 8, os colegas se negavam a almoçar com eles. “Minha filha chorava muito por não ter amigos”, lamenta Camila.

Os pequenos viraram adeptos da prática desde cedo — assistiram com a mãe, por exemplo, ao documentário A Carne É Fraca, de 2004, a respeito dessa indústria, e são treinados a ler rótulos. Hoje em outro colégio, os garotos são discretos ao falar de seu estilo de vida e levam chocolates especiais às festas de aniversário para substituir o brigadeiro, sem ficar de fora da diversão.

Apesar do crescente interesse por essa filosofia, os médicos estão longe de um consenso sobre o assunto. Presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran), Durval Ribas Filho aconselha evitar o veganismo até os sete anos. “Uma proteína como a carne, com alta concentração de aminoácidos, muito necessários nessa fase de formação, não existe no mundo vegetal. O que mais se aproxima é a soja, mas sem ser igual”, afirma. “Sabemos que ingerir grande quantidade de carne vermelha faz mal, mas sua ausência na infância também traz prejuízos.”**

Fonte: Veja SP 


NOTAS DA NATUREZA EM FORMA:

*1. Saiba aqui as diferenças entre vegetarianismo e veganismo.

**2. A Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB) rebateu, em suas redes sociais (veja aqui no Facebook), essa posição equivocada do médico: "(...) No final do texto, divulgaram a opinião de um especialista que, em resumo, dizia que o veganismo não é adequado para crianças menores de sete anos, que os aminoácidos presentes na carne não são encontrados no reino vegetal e a ausência desses nutrientes causaria prejuízos ao desenvolvimento infantil. Esse pronunciamento está incorreto e não condiz com achados científicos e pareceres internacionais. ⠀ 

A Associação Dietética Americana já se posicionou a favor do veganismo em todas as fases da vida. Além disso, estudos científicos não encontram diferenças tanto no desenvolvimento quanto no estado nutricional de crianças vegetarianas quando comparadas a crianças onívoras. Portanto a alimentação sem alimentos de origem animal e balanceada, como toda alimentação deve ser, é segura desde o nascimento até a fase adulta. ⠀ 

Ao ingerir alimentos fontes de proteína, o processo metabólico a transformará em aminoácidos, para que então sejam absorvidos. Existem 20 aminoácidos que nosso corpo precisa, sendo que estes podem ser chamados de essenciais (precisamos consumir) ou não essenciais (somos capazes de produzir). Os aminoácidos essenciais serão ingeridos através da alimentação tanto onívora quanto vegana. Não existe nenhum aminoácido essencial que não esteja presente no reino vegetal. ⠀ 

Portanto a citação da matéria também está equivocada e desatualizada, e não se comprova quando analisamos tabelas nutricionais. Dessa forma, o Departamento de Nutrição Materno Infantil da Sociedade Vegetariana Brasileira pleiteará à Veja SP o direito de resposta. ⠀ 

Nós, da SVB, trabalhamos para levar informações e orientar as famílias que aderem ao vegetarianismo, a fim de tornar essa prática ainda mais segura e saudável para as crianças, corrigindo informações desprovidas de embasamento científico que circulam na mídia".

Além da SVB, uma fonte confiável e embasada sobre assuntos relacionados ao veganismo é o grupo Médicos Vegetarianos. Saiba mais aqui.

3. Leia aqui outras matérias sobre veganismo na infância.

4. Outra ressalva sobre a reportagem da Veja replicada acima: o texto original traz, ao final, alguns exemplos de produtos veganos para crianças, com seus respectivos preços - elevados, diga-se de passagem, como apontou o portal Vista-se, induzindo o leitor a pensar que aderir ao veganismo custe caro e não seja, portanto, para todos. O que é um grande erro. Leia aqui o que disse o Vista-se a respeito. 

O desenho da minha vida: uma vaca na indústria do leite



A artista vegana Sooyeon Jang e a cineasta Michelle Cehn se juntaram às organizações World of Vegan e Vegan Outreach para revelar, por meio de ilustrações, como é a vida das vacas exploradas na indústria do leite. 

A tradução e dublagem de O Desenho da minha Vida: Uma Vaca na Indústria do Leite foram feitas pelo canal do YouTube Fala Vegan (veja aqui a versão original em inglês, no canal do World of Vegan).

Sobre as opções de leites vegetais mencionadas no vídeo, saiba aqui como fazer em casa. Leites deliciosos e sem crueldade! (E bem mais baratos quando feitos em casa.)

Vamos acabar com o bullying alimentar nas escolas


“Educação não é só falar 'por favor' e 'obrigada', e sim saber fazer escolhas que afetem o mínimo possível os outros e o meio ambiente.” Assim escreveu Bela Gil em seu blogue em uma das inúmeras vezes que precisou justificar por que colocava banana-da-terra e batata-doce na marmita de sua filha.

Certamente, Bela Gil e seus filhos optaram por um padrão alimentar diferente da maioria. E, nesse caso, a maioria é carnívora. Todos os dias, pais como ela e seus filhos escutam todos os tipos de comentários, desde “o que você come, afinal?” a “essa dieta faz mal! Todo mundo precisa de proteína para viver!”. Tais declarações, além de abundantes em linguagem violenta, são repletas de desconhecimento total sobre o assunto.

Uma adulta como a Bela Gil certamente teve dificuldade em lidar com tantas críticas em relação à sua alimentação. Ela virou até meme: “Você pode trocar um churrasco de picanha por um churrasco de melancia”.

Mas foquemos nossa atenção em sua filha, que, aos nove anos, é mais indefesa. Você já imaginou o quanto deve ser difícil quando seus coleguinhas falam em um tom sarcástico sobre sua comida? Todo santo dia? Isso é bullying, amigos. Vale lembrar o conceito: “Bullying é uma situação que se caracteriza por agressões intencionais, verbais ou físicas, feitas de maneira repetitiva, por um ou mais alunos contra um ou mais colegas”. 

Nossas crianças não nascem com preconceitos; elas aprendem. Nós, pais, somos grandes responsáveis por essa aprendizagem. Devemos criar nossos filhos para serem capazes de conviver com outros pares que optam por estilos de vida diferentes do nosso. A escolha deles não pode nos gerar raiva ou incômodo. Se gera, é preciso saber os motivos. E, nesse caso, recomenda-se a terapia.

Para criarmos filhos que respeitem outras crianças vegetarianas, devemos conhecer um pouquinho desse universo. A Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB) classifica o vegetarianismo como “o regime alimentar que exclui todos os tipos de carnes. O vegetarianismo costuma ser classificado da seguinte forma:

(a) Ovolactovegetarianismo: utiliza ovos, leite e laticínios na alimentação;

(b) Lactovegetarianismo: utiliza leite e laticínios na alimentação;

(c) Ovovegetarianismo: utiliza ovos na alimentação;

(d) Vegetarianismo estrito: não utiliza nenhum produto de origem animal na alimentação*.

Segundo a médica Sofia Garcia Whiteman Barranha, “as dietas vegetarianas, desde que adequadamente planejadas, são seguras para todas as fases do ciclo de vida, e apresentam mesmo alguns benefícios em relação a outros regimes alimentares. É importante que os profissionais de saúde tenham competências para estabelecer planos alimentares que se adequem a cada indivíduo, explorando os potenciais benefícios”. A conclusão de Sofia pode ser encontrada em diversos outros profundos trabalhos acadêmicos nacionais e internacionais.

Portanto, em casa, reconheça os benefícios de dietas diferentes da sua. E todas merecem nosso respeito. Vamos ajudar a acabar com o bullying nas cantinas e refeitórios de nossas escolas.

Fonte: Metrópoles 

Foto: iStock


NOTAS DA NATUREZA EM FORMA:

*1. Lembramos que a dieta ideal - tanto para a saúde humana quanto para os animais - é a vegetariana estrita. A proteína animal, inclusive a encontrada no leite de vaca, laticínios e ovos, é prejudicial em diversos sentidos (leia aqui). E a obtenção dessas secreções causa igual sofrimento e dor aos animais, tanto quanto a retirada de suas carnes. 

O veganismo é uma filosofia de vida que segue a dieta vegetariana estrita e vai além na defesa pelos animais: veganos não usam nada de origem animal no vestuário (couro, lã, seda, penas), boicotam produtos de empresas que fazem testes em animais, não frequentam lugares que exploram animais para "entretenimento", como zoológicos, circos, aquários etc. Saiba mais aqui.

2. E é perfeitamente possível - e até melhor - uma criança seguir uma alimentação sem nada de carnes ou secreções animais. Leia aqui outras matérias sobre veganismo na infância. 

Conheça esse lindo livro vegano brasileiro que mistura fantasia, ilustrações e receitas


Leporim - Aventuras e Receitas da Feiticeira Vegana é o nome do livro de receitas da autora paulista Eliana Trujillo. Lançado recentemente pela editora Alaúde, a publicação é extremamente bem acabada e rica em detalhes.

O livro tem uma forte vocação para agradar crianças e levá-las à cozinha para ter mais contato com os alimentos, mas certamente também vai conquistar os adultos. Leporim tem capa dura, vários detalhes brilhantes e ilustrações lindíssimas na parte de dentro.

“Decidida a compartilhar histórias dessa floresta encantada com outras crianças, [Eliana Trujillo] escreveu e ilustrou o livro Leporim – Aventuras e Receitas da Feiticeira Vegana, pois acredita que por meio dessa obra possa inspirar crianças e adultos a construírem um futuro mais consciente e seguro para os animais”, diz o site oficial do livro.

Os nomes das receitas também viajam pelo lúdico: “Bolo de Lama do Ogro sem Dentes”, “Bolo do Espantalho de Ouro”, “Flocos de Liberdade”, “Baba Mole de Dragão”, “Docinhos sem Sorte e sem Azar”, “Bolinhos Preguiçosos com Poeira de Cem Anos”, “Crocantes com Caspa de Dragão” e “Poção Limosinha” são apenas alguns exemplos.

Cada receita é acompanhada de uma história da floresta mística de Leporim, uma oportunidade única de ler para as crianças e levá-las à cozinha para preparar pratos que estão na história.

Leporim – Aventuras e Receitas da Feiticeira Vegana está à venda nas melhores livrarias e na loja virtual do portal Vista-se.



Fonte: Vista-se 


NOTA DA NATUREZA EM FORMA:

Outro belo projeto literário brasileiro e vegano voltado para crianças e lançado recentemente é a coleção de livros PAZ – Pessoas e Animais, AmiZades Legais. Conheça aqui.

Veganos do Sertão: cidades baianas retiram proteína animal da merenda escolar

Crianças da Escola Municipal Otávio Costa, que fica em povoado de Serrinha, 
já provam os alimentos da nova dieta (Foto: Divulgação) 


Um programa inédito no Brasil, lançado nesta semana em Serrinha (BA), promete cortar em dois anos 100% dos alimentos de origem animal da merenda escolar de quatro cidades do sertão baiano (Serrinha, Barrocas, Biritinga e Teofilândia). Batizado de Escola Sustentável, o programa Educação de Jovens e Adultos (EJA) abrange 30 mil estudantes de 137 unidades escolares.

O programa busca a melhoria na qualidade da alimentação escolar, através da oferta de merenda “preventiva de doenças, livre de ingredientes de origem animal e eficiente do ponto de vista econômico e ambiental”. Prevê também medidas como a implantação de hortas escolares, educação humanitária, reformas das cozinhas e ações para capacitação de 450 merendeiras das cidades envolvidas – o treinamento em Serrinha ocorreu durante esta semana e já foi realizado em Barrocas.

No último dia 19 [março de 2018], os gestores das cidades envolvidas assinaram com o Ministério Público (MP-BA) um termo de ajustamento de conduta (TAC) para a implantação do projeto-piloto do programa. No dia 24, foi realizada uma reunião pública para apresentação do Escola Sustentável em Teofilândia, além de palestra sobre educação humanitária para a comunidade e agentes públicos da educação, saúde e meio ambiente locais. Durante o dia, também houve uma exposição de agricultura familiar com produtos já adaptados à proposta alimentar do Escola Sustentável, sem uso de ingredientes de origem animal, além de artesanato e adoção de plantas por crianças das creches locais. 

Até o final de 2019, a cada semestre serão cortados 25% dos alimentos com proteína animal nas quatro cidades; a merenda então passará a contar com mais produtos da agricultura familiar (frutas, legumes e verduras) e outros de origem vegetal.

Capacitação das merendeiras de Biritinga, uma das cidades que adotaram o programa 
(Foto: Divulgação)


Merendeiras provam refeição do novo cardápio, com tutoria do chef André Vieland 
(Foto: Divulgação)


Lista do corte

Entre os alimentos usados comumente na merenda escolar dessas cidades, os que vão ser cortados logo de início são as carnes de gado (servidas como charque junto com feijão ou moídas), carneiro, aves, peixes, ovos, leite de vaca e manteiga. Em substituição a eles, entram a carne de soja, o leite de arroz, a pasta de amendoim (no lugar da manteiga), legumes, verduras, raízes, frutas, grãos e pão integral. Nessa primeira fase, as escolas servirão produtos de origem vegetal em ao menos um dos dias da semana.

A duração de dois anos do programa é a fase de experimentação, e sua implantação definitiva dependerá dos resultados de exames feitos nos estudantes. Eles serão submetidos a exames periódicos de hemograma, ferritina, vitamina B12, colesterol total, triglicerídeos, glicemia e mapeamento do estado nutricional antropométrico, que analisa as medidas de peso, estatura e composição corpórea.

Reunião pública para apresentação do Escola Sustentável em Teofilândia (Foto: Divulgação)


Capacitação realizada pela HSI para fornecedores da agricultura familiar e economia solidária 
(Foto: Divulgação)


Inspiração

A ideia de implantar o Escola Sustentável se inspirou na campanha Segunda Sem Carne, que surgiu em 2003 nos EUA e hoje está em mais de 40 países, incluindo o Brasil (desde 2009), em 100 cidades de São Paulo. 

A diferença para o programa baiano é que a Segunda Sem Carne não prevê o corte de 100% dos alimentos de origem animal do cardápio. Mas nem por isso a Segunda Sem Carne tem sido ineficiente: apenas em 2017, duas mil toneladas de carne deixaram de ser servidas aos alunos paulistas, segundo a Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB).

Na Bahia, a iniciativa, que tem a cooperação técnica da Humane Society International (HSI), ONG global que atua na defesa dos direitos dos animais, nasceu de uma conversa informal entre a promotora Letícia Baird, de Serrinha, e prefeitos do Sertão. “Conversávamos sobre castração de animais de rua e outras ações para o meio ambiente, quando surgiu essa ideia da promotora e fomos aprofundando o assunto, até assinar os TACs”, comenta o prefeito Adriano Lima (MDB), de Serrinha, onde há mais de 14 mil estudantes.

Apesar de já constatar que teve de gastar mais com merenda escolar neste ano, em relação a 2017, devido à compra de mais produtos da agricultura familiar, Lima diz que a preocupação maior é com os resultados do programa. “Não sei ao certo em quanto aumentou, mas, inicialmente, estamos pensando mais em fazer com que os alunos tenham uma alimentação mais saudável. E esse aumento do custo se deu pela quantidade que foi maior e pelos próprios produtos da agricultura familiar, mais caros de serem produzidos.”

Crianças de creches de Teofilândia aprenderam sobre cuidados 
com o meio ambiente e adotaram plantas (Foto: Divulgação)


Pais que não concordarem com dieta podem enviar outra merenda na mochila

A promotora Letícia Baird, atuante na área do meio ambiente e dos direitos dos animais, informou que os pais de alunos que não se sentirem à vontade para dar aos seus filhos a alimentação proposta pelo programa Escola Sustentável terão a liberdade de dar a eles a merenda escolar levada de casa.

“Não se trata de imposição alimentar, de alimentação restritiva. Estamos tratando de recurso público, que tem de ser gasto com eficiência. Uma das cláusulas do TAC prevê que, se o pai discordar da alimentação oferecida pelo município, pode enviar para o filho a merenda na bolsa. Isso está expresso”, destaca a promotora.

Letícia explica que uma das bases em que o programa está amparado é a própria Constituição Federal, no que se refere à eficiência no uso dos recursos públicos. “A alimentação atualmente não traduz essa eficiência. As despesas mais pesadas na merenda escolar são mais com carne e leite em pó”, critica.

“O custo financeiro e ambiental com esses alimentos não é compatível com a lei do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que diz que o cardápio tem de se pautar na sustentabilidade e diversificação agrícola da região”, continua a promotora, lembrando que há diversos estudos que mostram que “carne processada é causadora de diversas enfermidades”.

“O custo ambiental da produção de carne é muito maior que o da produção de grãos. A produção de 120 gramas de carne bovina gera 9 kg de emissão de gases do efeito estufa, consome 2.400 litros de água e ocupação de nove metros quadrados de área. A produção desses 120 gramas de carne é o equivalente a 500 quilos de grãos. Então, com três quilos de grãos, se alimenta muito mais pessoas”, conclui Letícia Baird.

Promotora Letícia Baird cita benefícios da alimentação vegetal para a saúde e meio ambiente 
(Foto: Divulgação) 


Alunos estão obesos e desnutridos, diz nutricionista

Durante a fase de estudos para implantação do programa Escola Sustentável, foi realizado um levantamento com as Secretarias de Saúde das cidades envolvidas e constatado que os alunos estavam com obesidade e problemas de subnutrição. Os dados, por serem sigilosos, não foram divulgados.

“Analisei os dados. Eles são preliminares e internos. Vão se tornar um projeto de pesquisa para o ensino superior e apontam que as crianças estão com baixo peso ou excesso de peso, o que não deixa de ser um problema nutricional. Essa é uma realidade no Brasil: a cada criança desnutrida, há três obesas”, declara a nutricionista e pesquisadora Camilla Almeida Menezes, mestre em alimentos, nutrição e saúde pela Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Uma das voluntárias no projeto, ela explica que não há motivo para receios na troca da proteína animal pela vegetal, e critica o uso de alimentos processados, que possuem altos índices de sódio. O valor da proteína é muito superestimado pela sociedade. Para se ter uma ideia, a quantidade necessária de proteína para uma criança é de 0,8 a 1,2 grama por quilo. Ou seja, é muito fácil atingir isso com 70 a 80 gramas de grãos”, explica.

A gerente de políticas alimentares da HSI Brasil, Sandra Lopes, informa que a ONG atuará com profissionais no monitoramento dos resultados das pesquisas nutricionais e na análise dos resultados sobre gastos públicos com a merenda escolar. “Daremos o apoio necessário para que o processo de compra seja racionalizado e possibilite que as crianças se alimentem melhor, valorizando os produtos regionais e movimentando também a economia local.”

Entre outras ações que as prefeituras terão de fazer, conforme os termos de conduta, estão ações educativas diversas, como a VegSertão, uma feira científica sobre produtos regionais de origem vegetal, e a proibição da comercialização de produtos estranhos à alimentação escolar oferecida nas unidades.

Foto: Prefeitura de Serrinha 


Fonte: Jornal Correio 


NOTAS DA NATUREZA EM FORMA:

1. Mais uma excelente notícia para o movimento de libertação animal no Brasil! Que o programa Escola Sustentável cresça e fique forte - e em todo o País. Leia também: Médicos brasileiros criam grupo de profissionais vegetarianos e ativistas 

2. Leia aqui matérias sobre veganismo na infância.