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Enquanto você não amar um animal, sua alma estará adormecida


Enquanto você não descobrir o que implica amar um animal, não terá conseguido compreender o que é a nobreza e o despertar de emoções que podem curar a alma. Dar amor a um cão, gato ou qualquer ser vivo por menor, mais inquieto e singular que seja, é se enriquecer e descobrir que eles podem ter sentimentos tão valiosos quanto os nossos.

Todos já lemos inúmeras vezes sobre os benefícios de ter um animal de estimação em casa. Agora, o que é mais interessante ainda é descobrir que tudo isso tem um claro impacto com relação à economia na saúde pública. Segundo diversas pesquisas, os animais nos poupam diversas visitas ao médico, o que ajuda a saúde a economizar cerca de três milhões de euros por ano em países como Alemanha e Áustria.

Amar um animal é se ver refletido em seu olhar que espera tudo de nós, que convida a um carinho, que arranca um sorriso e emoções nobres. A única coisa que ele pede em troca é amor.

Cada um de nós poderia relatar com grande carinho esse momento em que alguém muito especial chegou em casa e a deixou do avesso - do mesmo jeito que com nossos corações. Alguma coisa desperta em nosso interior quando adotamos um cão, quando resgatamos um gatinho da rua, faminto, sujo e precisando de afeto.

É como se uma luz lá do fundo se acendesse, como se um mecanismo peculiar movesse as engrenagens da mudança para nos ajudar também a sermos pessoas melhores.

O animal “remédio” e as terapias milagrosas

Começaremos contando o caso de Claudia, uma paciente com Alzheimer que havia deixado de sentir interesse pelo mundo. Nenhuma atividade que realizava em sua residência produzia mudança em seu estado, exceto uma: quando os técnicos de animação sociocultural traziam quatro cadelinhas treinadas para esse tipo de terapia.

Claudia tinha preferência por uma das cadelinhas. Só de vê-la, seu olhar se acendia e sua energia despertava para se conectar com força à realidade. Nunca falhava. Segundo depois, essa paciente pegava o animal nos braços, beijava e lhe contava inúmeras coisas. Graças a essa interação, foi possível diminuir a administração de diversos remédios orientados para a resposta física, cognitiva e emocional. Os animais são verdadeiros remédios para as pessoas.

Segundo um estudo publicado na revista Frontiers in Psychology, esse “despertar” pode estar relacionado à ativação da ocitocina, conhecida como o hormônio do amor, afeto e carinho. Quando seus níveis aumentam, surge uma série de disparadores psicológicos e psicofisiológicos que favorecem que as pessoas estejam mais presentes e, por sua vez, mais receptivas a tudo que implique aspectos emocionais (abraços, carícias, palavras carinhosas…).

Olhar dos nossos animais

Às vezes, um animal pode até mesmo estabelecer uma melhor conexão emocional com o olhar do que uma pessoa.

Um animal tem uma capacidade de conexão emocional realmente incrível, seja através de um simples gesto, seja por um olhar. De fato, sabe-se que o contato visual entre um cão e seu tutor é tão genuíno e sincero que, graças a isso, o vínculo entre ambos se fortalece.

Existem muitos tipos de amor, mas o que se pode sentir por um animal é uma coisa excepcional que tira o melhor de nós mesmos e que, por sua vez, nos ajuda a sermos melhores pessoas.

Segundo uma interessante pesquisa publicada na revista Science, os cães reconhecem o sorriso da pessoa, mostram empatia e inclusive sabem interpretar nossas emoções só de nos olhar nos olhos. Tudo isso seria resultado de tantos anos de evolução em comum, nos quais se criou um vínculo excepcional que vai além de raças ou tamanhos. Emerge diretamente dos genes e do coração.

Transformamo-nos naquilo que vemos no olhar dos nossos animais de estimação

Dizem que o olhar do nosso cão é o melhor espelho para ver o reflexo das nossas próprias almas. É uma verdade tão verdadeira que merece a nossa atenção.

Se algum dos animais que criamos se esquiva e seu olhar tem o reflexo do medo, com certeza existe alguma coisa que não anda bem. O temor se nutre de um impacto emocional negativo.

Agora, poucas coisas podem ser tão terapêuticas quanto chegar em casa desanimado e com as lágrimas queimando como grãos de areia nos olhos para, de repente, nos vermos refletidos no olhar do nosso cão ou gato. É como se nos abraçassem e nos dissessem que vai dar tudo certo.

Para nossos animais, somos a coisa mais bela de seu mundo, e isso não se refere apenas à necessidade de alimento. Eles também precisam receber afeto.

O olhar de um animal serve de espelho para fomentar nossa autoaceitação. Seus olhos sinceros nos oferecem outra perspectiva com a qual relativizar os problemas, ansiedades e estresse. É suficiente abraçá-los e logo o mundo volta ao seu equilíbrio.

Essa dose maravilhosa de ocitocina que nossos animais de estimação nos dão nos permite reconectar com a realidade, conjugar o afeto com o sonho para vencer as nuvens cotidianas com mais segurança. Porque todos estamos “um pouco adormecidos” até termos descoberto o que é amar um animal.

Fonte: Bem mais Mulher 

Foto: Reprodução


NOTAS DA NATUREZA EM FORMA:

1. Lembramos que animais de estimação não têm a função de nos fazer bem. Esse amor é uma consequência natural de uma relação saudável e bilateral, em que ambos - animal e tutor - cuidam um do outro. Leia aqui sobre guarda responsável.

2. Ressaltamos também que não são apenas cães e gatos que têm sentimentos e, portanto, merecem amor, respeito e cuidados. Leia aqui sobre senciência animal. 

Importância do Brasil na biodiversidade mundial é maior do que se pensava, dizem cientistas

Recifes de coral cobrem apenas 0,1% dos oceanos, mas são responsáveis 
pela sobrevivência de mais de 200 milhões de espécies (Foto: Getty Images)


Quase um quarto de todos os peixes de água doce do mundo - mais precisamente, 23% - está nos rios brasileiros, assim como 16% das aves do planeta, 12% dos mamíferos e 15% de todas as espécies de animais e plantas.

Esses números estão sendo compilados pela primeira vez por cientistas brasileiros após a publicação do estudo O Futuro dos Ecossistemas Tropicais Hiperdiversos, divulgado no final de julho na revista Nature.

"Já imaginávamos que o Brasil tinha essa quantidade de espécies, mas os números exatos estavam espalhados em bases de dados muito diferentes pelo mundo. É uma combinação de dados única", diz a bióloga Joice Ferreira, da Embrapa Amazônia Oriental, que participou do estudo e lidera os esforços para compilar os dados brasileiros.

"A condição do Brasil é muito única, mas, nas discussões políticas, o papel que o País tem na biodiversidade mundial é pouco considerável. Precisamos de um conjunto de políticas muito mais fortes e atuantes para lidar com essa biodiversidade."

O estudo, realizado por um grupo de 17 cientistas, incluindo quatro brasileiros, é a maior revisão de dados sobre a biodiversidade nos trópicos, segundo o biólogo marinho, zoólogo e botânico britânico Jos Barlow, da Universidade de Lancaster, no Reino Unido, que liderou a pesquisa.

"Sempre soubemos que a região era importante. Mas encontramos números surpreendentes. Mostramos, por exemplo, que 91% de todos os pássaros do mundo passam ao menos parte de suas vidas nos trópicos. Isso é incrível", expõe Barlow.

"Também fiquei impressionado com o fato de o Brasil ser responsável por um quarto dos peixes de água doce. Geralmente, esses ecossistemas são ignorados."

Os ecossistemas tropicais – florestas, savanas, rios e lagos e recifes de coral – 
concentram mais de três quartos das espécies do planeta (Foto: Adam Ronan)


Perda acelerada de espécies tropicais

No estudo, a equipe internacional de cientistas alerta para o fato de que a falta de ações de conservação e monitoramento dos ecossistemas tropicais pode causar, em breve, uma perda sem precedentes de espécies - muitas das quais sequer são conhecidas.

Os ecossistemas tropicais - florestas, savanas, lagos e rios e recifes de coral - cobrem 40% do planeta, mas abrigam mais de três quartos (78%) de todas as espécies.

Além disso, desses ecossistemas dependem as vidas de centenas de milhares de espécies. Os recifes de coral, por exemplo, são responsáveis pela subsistência e proteção de mais de 200 milhões, apesar de só cobrirem 0,1% dos oceanos.

Em todos esses locais, dizem os pesquisadores, a flora e a fauna sofrem a "ameaça dupla" das atividades humanas, como o desmatamento e a pesca predatória em excesso, e de ondas cada vez mais frequentes de calor, causadas pela mudança climática.

"A maior parte dos cientistas foca apenas um bioma. Mas nós mostramos que todos os ecossistemas tropicais estão sofrendo dos mesmos problemas", diz Barlow.

Espécies nos trópicos podem ser perdidas em breve por causa da atividade humana e do aquecimento global, mas são menos "lembradas" do que as de regiões polares, segundo pesquisadores 
(Foto: Alexander Lees)


"Quando falamos em mudança climática, falamos muito de seu impacto nas regiões polares, mas isso está devastando os trópicos. E o mundo parece ter dado um passo atrás no que se refere ao compromisso com ações relacionadas ao meio ambiente."

Para Joice Ferreira, da Embrapa, também é preciso considerar que a maior parte dos países tropicais são regiões mais pobres, com menor capacidade de pesquisa.

"Nossa região alimenta todas as outras do mundo com recursos naturais, mas a maior parte das pesquisas sobre os trópicos é liderada por países desenvolvidos", afirma.

"Isso nos coloca numa situação de vulnerabilidade, porque temos uma capacidade menor de resposta às mudanças climáticas. Estamos colocando em risco um número muito grande de espécies."

Dificuldade para catalogar dados no Brasil

Segundo Barlow, um dos principais problemas das regiões tropicais é a falta de investimento na coleta e catalogação de espécies. Ou seja, sequer sabemos tudo o que está em perigo com o aumento das temperaturas globais.

Atualmente, cerca de 20 mil novas espécies são descobertas no mundo a cada ano. Mas, nesse ritmo, os pesquisadores estimam que seriam necessários pelo menos 300 anos para catalogar toda a biodiversidade do planeta.

O Brasil tem 16% das aves de todo o planeta; 91% das aves do mundo 
passam ao menos parte da vida nos trópicos (Foto: Getty Images)


"Descrever novas espécies tem que ser um trabalho colaborativo global, com pesquisadores tendo acesso a recursos e espécimes em muitos museus e coleções. Mas tudo isso é dificultado pela burocracia excessiva - algo que o Brasil conhece muito bem", diz o britânico.

Joice diz que ainda falta no Brasil um programa "abrangente e integrado de avaliação da biodiversidade". A maior parte das pesquisas, ela afirma, são feitas em locais de fácil acesso - como a beira dos rios e as margens de estradas - e na região sudeste, onde se concentra a maior parte dos pesquisadores.

"Tentamos aos trancos e barrancos cumprir as metas internacionais, mas é tudo muito grosseiro e genérico. Num país muito menor como o Reino Unido, se conhece a fauna e a flora de cada quilômetro do país", compara.

"Precisamos fazer programas de monitoramento amplo em todos os biomas brasileiros e programas de conservação nos outros biomas, além da Amazônia. Mas o que vemos é justamente o contrário disso, um corte massivo de financiamento para ciência e tecnologia, especialmente nos recursos humanos."

Em 2014, o governo brasileiro criou o Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SiBBr), uma espécie de atlas das espécies do País, ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). A iniciativa, no entanto, avança a passos lentos na tarefa de catalogar apenas o que já se sabe sobre a fauna e a flora nativas.

"Nunca chegamos numa amostragem de toda a biodiversidade espacial. O território brasileiro é grande demais, nunca tivemos investimento com regularidade suficiente e os programas de pesquisa nunca se preocuparam em traçar uma estratégia que abrangesse o território todo", diz a bióloga Andrea Nunes, coordenadora de Biomas do MCTIC e diretora-geral do SiBBr.

Sistema de catalogação da biodiversidade brasileira tem cerca de 15 milhões de registros, mas falta financiamento e cultura de compartilhamento de dados, segundo bióloga 
(Foto: Leonardo Merçon / Getty Images)


O principal obstáculo encontrado pelo sistema é justamente a dificuldade de convencer os pesquisadores a registrarem, uma por uma, todas as espécies que já pesquisaram.

"O Brasil não tem cultura de compartilhamento de dados. Esse problema começa pela própria academia, que usa dados de biodiversidade para a publicação de teses de mestrado, doutorado, e quase joga esses dados fora. Muitos pesquisadores acham que faz parte de seu trabalho compartilhar esses dados primários", afirma a diretora.

"Além disso, o MCTIC apoiava as instituições de pesquisa pagando bolsistas para estruturar os dados e alimentar o sistema. Há cerca de um ano e meio, não podemos mais oferecer essa ajuda."

Andrea estima que, atualmente, o SiBBr tenha cerca de 15 milhões de espécies em sua base de dados. Mas, só nas seis principais coleções do Brasil - instituições como Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e Museu de Zoologia de São Paulo -, pode haver até 40 milhões de registros.

"Imagine que essas coleções ainda não foram completamente catalogadas em nosso sistema, e que o Brasil tem mais de 300 coleções do tipo. Ninguém sabe o número total de registros de espécies que temos. Até porque pode haver muita coisa duplicada", diz.

Fonte: BBC Brasil 

Deutsche Welle: “Testes com animais geram sofrimento e nem sempre os resultados aplicados dão certo”


A Deutsche Welle publicou recentemente uma matéria afirmando que testes com animais geram dor, sofrimento e nem sempre os resultados aplicados depois em humanos dão certo. Para referenciar o que foi publicado, a DW cita as descobertas dos cientistas do Centro de Alternativas aos Testes em Animais da Escola de Saúde Pública Bloomberg, da Universidade Johns Hopkins, nos EUA, que criaram um sistema de mapeamento de relações entre estruturas químicas e propriedades tóxicas que pode acabar definitivamente com os testes em animais.

Com esse sistema de inteligência artificial, é possível mapear automaticamente as propriedades tóxicas de qualquer composto químico com muito mais precisão do que os testes em animais. Os cientistas conseguiram obter uma precisão média de 87% nos resultados, indo além dos 81% de eficácia obtidos nos testes em animais.

Segundo o principal cientista do projeto, Thomas Hartung, que também é professor do Departamento de Saúde Ambiental e Engenharia da Escola Bloomberg, esse sistema pode garantir resultados muito mais confiáveis. Além disso, o sistema de inteligência artificial é considerado tão inovador que permite testar muito mais produtos químicos do que os testes em animais.

Hartung e outros cientistas montaram há dois anos o maior banco de dados toxicológico do mundo. O sistema baseado em computadores conta com informações sobre as estruturas e propriedades de 10 mil compostos químicos com base em 800 mil testes toxicológicos realizados separadamente.

“Há uma enorme redundância nesse banco de dados – descobrimos que muitas vezes o mesmo produto químico foi testado dezenas de vezes da mesma maneira”, revela Hartung, acrescentando que o custo acaba sendo muito alto para um coelho, por exemplo, que tem seus olhos agredidos inúmeras vezes e desnecessariamente no teste de irritabilidade. A estimativa é de que 400 mil coelhos sofram com testes todos os anos.

Veja aqui a matéria da Deutsche Welle.

Fonte: Vegazeta 

Foto: Reprodução 

Turismo para conservar a natureza

O Parque Nacional da Serra da Bocaina, situado na divisa entre os estados do 
Rio de Janeiro e São Paulo, é rico em fauna e flora da mata atlântica (Foto: Divulgação)


Por Márcia Hirota e Erika Guimarães*

A visitação aos parques nacionais é uma estratégia extremamente importante para engajar a sociedade e promover sua reconexão com a natureza. Especialmente na mata atlântica, que abriga uma parcela significativa da população brasileira urbana, essas áreas são muitas vezes os últimos refúgios onde as pessoas podem desfrutar de práticas esportivas, recreativas e de lazer.

Não faltam estudos que evidenciam os efeitos positivos para a saúde física e emocional de se estar na natureza. O Japão é um dos países que mais têm investido no desenvolvimento de pesquisas nessa área. Cientistas da Universidade de Chiba (Tóquio) demonstraram, por exemplo, que um passeio em um ambiente natural pode relaxar e melhorar alguns aspectos da saúde, como a redução da concentração de cortisol no sangue — o chamado hormônio do estresse — e da pressão arterial; o fortalecimento do sistema imunológico; o aumento da capacidade de concentração e a melhora em quadros de depressão. Lá, os chamados “banhos de floresta” têm sido considerados uma prática de saúde pública.

Medidas semelhantes ganham cada vez mais importância em países como Austrália e Estados Unidos, reforçando a grande contribuição da visitação nas áreas protegidas para a saúde e bem-estar.

Se bem implantados, o turismo e a visitação podem ser grandes aliados para promover a conservação das áreas protegidas e o engajamento da sociedade. E podem ainda ter um impacto relevante no desenvolvimento econômico dos municípios que ficam no entorno dessas áreas.

Os números confirmam que o impacto econômico da visitação aos parques e outras áreas naturais protegidas é muito grande — mas existe um potencial ainda maior. Um estudo realizado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) mostrou que a visitação em 2015 teve um impacto econômico de R$ 1 bilhão e gerou mais de 43 mil empregos, sendo que cada real investido na gestão dessas unidades produziu outros sete reais em benefícios econômicos diretos para o País.

Para isso, é preciso adotar medidas com o objetivo de garantir a abertura à visitação e a estruturação de todos os parques nacionais brasileiros, em especial naqueles que estão mais próximos dos centros urbanos. Isso deve ser feito de maneira organizada, lançando mão de uma agenda e parcerias com empresas ligadas ao setor do turismo e com as comunidades do entorno das unidades de conservação, por meio das concessões de serviços, permissões e outros instrumentos.

Essa agenda contribui não só para que as unidades de proteção cumpram os objetivos para os quais foram criadas, mas também funcionem como um polo indutor para alavancar o turismo e movimentar as economias locais nas regiões onde estão inseridas.

Receber bem e ampliar a oferta de atrativos é condição fundamental para garantir uma melhor experiência dos visitantes e contribuir para um desafio ainda maior: engajar pessoas para se tornarem aliadas da causa ambiental.

*Márcia Hirota é diretora executiva da Fundação SOS Mata Atlântica e Erika Guimarães é gerente de Áreas Protegidas da Fundação SOS Mata Atlântica

Fonte: O Globo 

SVB refuta matéria da revista Época Negócios que afirma que o veganismo não é sustentável


A Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), por meio de seu Departamento de Meio Ambiente, refutou uma matéria publicada na última quarta-feira (8/8/2018) no portal da revista Época Negócios.

O título da matéria já mostra que a jornalista que assina o texto, Micaela dos Santos, não compreende bem sobre o que está prestes a dissertar: “Veganismo é o hábito alimentar menos sustentável, diz estudo”. Veganismo é uma filosofia de vida, e não um hábito alimentar.

Em estudos científicos, é comum o uso da expressão 'vegan diet' (dieta vegana) para apontar uma alimentação sem nada de origem animal. Mas o nome da filosofia de vida adotada pelos veganos, “veganismo”, nunca é utilizado para definir dieta ou hábito alimentar, pois ele engloba muito mais do que a alimentação.

Porém o erro mais grave publicado pela revista Época Negócios está mesmo no corpo da matéria. Segundo análise da SVB, a Época Negócios divulgou exatamente o contrário do que o estudo concluiu.

A matéria da Época Negócios afirma que o estudo, publicado originalmente em 2016 e ressuscitado agora pela revista, afirma que “ingerir pequenas porções de carne e leite é melhor do que não consumir nenhuma”.

Na verdade, o estudo diz que essa afirmação estaria correta apenas em um cenário fictício em que toda a área de pastos dos Estados Unidos fosse absolutamente infértil para plantações de vegetais.

Ainda segundo a SVB, o estudo afirma que, considerando o cenário real, a dieta sem nenhum ingrediente de origem animal é mais eficiente, mais sustentável.

Você pode ler integralmente as conclusões da SVB em relação à matéria da revista Época Negócios no site oficial da ONG (leia aqui).

Apenas para citar dois importantes e recentes estudos sobre o tema, em junho deste ano a conceituada Universidade de Oxford, da Inglaterra, emitiu um documento afirmando que a alimentação utilizada pelos veganos é a mais eficiente para proteger o meio ambiente (leia aqui).

Em julho, o jornal britânico The Independent destacou um outro estudo que mostra que a produção de carne e leite polui mais do que a produção de petróleo (leia aqui).

Fonte: Vista-se 

Iluminação das ruas afeta cadeia alimentar de animais, mostra estudo

Quando a claridade é intensa, as vespas se distraem e se afastam das presas 
(Foto: Photocurry/Pixabay)


Uma pesquisa publicada em 26 de julho [2018], pela Universidade de Exeter, no Reino Unido, revelou que a iluminação das ruas durante a noite influencia as teias alimentares de algumas espécies.

De acordo com a investigação, luzes pouco intensas podem facilitar a vida de algumas vespas que se alimentam de pulgões, um tipo de inseto que consome a seiva das plantas. Com esse auxílio, a eficácia do predador chega até mesmo a dobrar. No entanto, quando a claridade é intensa, as vespas se distraem com a luz e se afastam de suas presas. Assim, a intensidade da iluminação noturna das vias está diretamente ligada à quantidade de pulgões em uma região.

Essa alteração na dinâmica da vida animal, causada pelo homem e suas construções, pode ocorrer em outros ecossistemas, afirmam os pesquisadores. Segundo estudos, mariposas e morcegos também podem ser afetados pela iluminação de um ambiente.

Veja, a seguir, alguns exemplos de investigações que examinaram os efeitos da interferência humana sobre as mais variadas formas de vida.

A presença de pessoas limita os movimentos dos animais

Em 26 de janeiro deste ano, pesquisadores da Universidade de Constança, na Alemanha, publicaram um artigo que revelou que, em áreas com grandes quantidades de pessoas, os mamíferos terrestres (a exemplo dos bois) se mexem pouco, quando em comparação à sua movimentação normal. A diferença é notável: nesse tipo de lugar, esses seres se locomovem de 50% a 67% menos do que em regiões onde há baixos níveis de atividade humana.

De acordo com um dos cientistas envolvidos no estudo, a diminuição dos movimentos desses animais pode ter consequências negativas, como uma redução na dispersão de sementes e até mudanças nas cadeias alimentares.

O homem muda a dieta de algumas espécies

Com base na análise da nutrição de ratos em três ilhas da Polinésia, ao longo de um período equivalente a dois mil anos, pesquisadores descobriram que o consumo de alimentos dos animais dependia da atividade humana no ambiente. Os cientistas do Instituto Max Planck pela Ciência da História Humana conseguiram revelar, por meio da dieta dos roedores, as mudanças que as pessoas fizeram nos ecossistemas regionais. O trabalho foi publicado em 4 de junho deste ano.

Conforme o homem tomava conta de um lugar nessas ilhas, com plantações e construções, toda a dinâmica da vida em volta daquela área era alterada, o que acabava por mudar os padrões alimentares dos ratos. As mudanças feitas na região podiam resultar, por exemplo, na extinção de espécies e em mudanças na composição do solo.

Animais diurnos adotaram hábitos noturnos por nossa causa

Profissionais da Universidade da Califórnia em Berkeley publicaram, em 14 de junho de 2018, um estudo sobre o impacto que o homem tem nos hábitos e comportamentos animais. Segundo a investigação, muitas espécies diurnas têm adotado um comportamento noturno apenas para evitar contato com pessoas [leia mais aqui].

As formas de atividade humana que levaram a essa alteração vão desde a caça até simples caminhadas. Ou seja, o avanço das cidades não precisa ser predatório para interferir nas vidas de outros seres vivos.

Fonte: Veja 

Cachorros correm para ajudar quando tutores choram, indica estudo


Um fenômeno que muitos tutores de cachorros já testemunharam por conta própria foi atestado por um estudo realizado por cientistas norte-americanos e publicado no periódico Learning & Behavior.

Pesquisadores mostraram que esses animais não apenas notam quando seus tutores estão tristes, mas correm para ajudá-los em situações assim.

Nos testes, os cães reagiram mais rápido para abrir uma porta e chegar até o tutor quando a pessoa do outro lado fazia sons de choro do que quando ela cantarolava uma canção de ninar.

Participaram da pesquisa 34 cachorros e seus tutores. Os animais envolvidos na pesquisa eram de diferentes raças, tamanhos e idades.

Animais reagiram mais rápido ao choro

Os cães ficaram em um ambiente ao lado de outro menor, onde estava seu tutor. O animal conseguia enxergar a pessoa por um painel de vidro. A porta estava fechada apenas com imãs para que pudesse ser aberta mais facilmente com a ajuda das patas ou do focinho.

Os participantes foram divididos em dois grupos: no primeiro, os humanos deviam cantarolar e pedir ajuda em um tom normal de voz a cada 15 segundos; no outro, deviam pedir ajuda de forma alarmada e fazer sons de choro.

Não houve uma diferença significativa no número de cães que abriram a porta - foram nove no grupo que cantarolava e sete no grupo que chorava - nem em sua reação de acordo com raça ou idade do animal.

Mas, no caso dos tutores que choravam, os animais reagiram muito mais rápido. Eles levaram 23,43 segundos em média para abrir a porta, em comparação com 95,89 segundos no grupo que cantarolava.

Os cientistas destacam que não é possível saber se outros fatores levaram os cães a abrir as portas, mas a maior velocidade com que os animais de tutores que choravam fizeram isso indica que eles estavam reagindo ao fato de o humano estar em uma situação de estresse e tentaram ajudar.

Apesar da pequena dimensão do estudo e do fato que alguns tutores eram melhores em simular sons de choro e cantarolar do que outros, os cientistas dizem que ele ajuda a entender o que influencia o comportamento desses animais.

"O experimento encontrou indícios de que cães agem para ajudar humanos, e a velocidade com que abriram a porta indica que são sensíveis ao estado emocional de seus tutores", dizem os pesquisadores.

Fonte: BBC Brasil 

Foto: Getty Images 

Controle populacional de javalis


Por Sérgio Greif*

Em 5 de dezembro de 2017, fui convidado a tomar parte da sessão da CPI de Maus-Tratos contra os Animais, que tratou da caça ao javali em SP. Infelizmente, o rito da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, onde deputados e autoridades têm o direito de fazer uso do tempo que quiserem, não me permitiu realizar a apresentação (disponível aqui).

No presente texto, pretendo abordar a situação dos javalis no Brasil, incluindo sua introdução, expansão, consequências e controle da espécie.

História dos javalis no Brasil

Javalis (Sus scrofa) são animais de ampla distribuição geográfica, nativos da Europa, Ásia e norte da África e posteriormente introduzidos nas Américas e Oceania. Mediante um intenso trabalho de domesticação e seleção artificial, iniciado 10 mil anos atrás nas regiões da Turquia e da China, essa espécie deu origem ao porco doméstico (Sus scrofa domesticus), com distribuição geográfica ainda maior do que a versão selvagem da espécie.

No Brasil, a espécie chegou pelas mãos de Martim Afonso de Sousa em 1532, e como outros animais trazidos da Europa, tais como bovinos, equinos, marrecos e gansos, eram criados de forma extensiva e com frequência alçavam-se, retornando ao estado asselvajado e vindo a constituir populações de animais ferais.

Há descrição de populações de porcos asselvajados presentes no Brasil desde o século 16. No século 18, porcos domésticos escaparam no Pantanal, vindo a constituir a hoje conhecida população de “porcos-monteiros”[1,2].

A partir de 1989, começaram a surgir registros da presença de javalis selvagens no Rio Grande do Sul. Esses espécimes chegavam ao Brasil provavelmente devido à permeabilidade da fronteira com o Uruguai, país onde a espécie havia sido introduzida por volta de 1925 por pessoas que desejavam recriar as antigas caçadas da Europa e não consideravam que sua população poderia crescer sem controle.

Na década de 1990, com a onda das “carnes exóticas” no Brasil, o javali foi introduzido oficialmente por suinocultores, que importavam matrizes trazidas da Europa e do Canadá. Essas matrizes serviram para formar o plantel brasileiro e serem cruzadas com porcos domésticos, criando um híbrido denominado javaporco, com características mistas.

A carne de javali e javaporco não atingiu o grande mercado devido à sua desvantagem competitiva em relação à carne de porcos domésticos. Por exemplo, javalis ganham peso mais lentamente do que porcos domésticos. Para engordar um porco de 100 a 150 kg, são necessários apenas seis meses, enquanto para engordar um javali de 70 a 100 kg, são necessários cerca de dois anos. Além disso, o aproveitamento da carcaça do porco é de 70%, enquanto a do javali é de 50%.

Resultou que a carne do javali só poderia ser comercializada a um custo bastante superior à carne suína, preço este que o consumidor não aceitava pagar. Dessa forma, os suinocultores soltaram os javalis no campo.

O javali como animal invasor

Javalis (e porcos, de maneira geral) são animais que apresentam alta versatilidade adaptativa, são bastante resistentes, pouco específicos em relação à alimentação e apresentam alta fecundidade.

Em relação à sua fecundidade, são animais que atingem a maturidade sexual antes do primeiro ano de vida, em geral entre o oitavo e 10º mês. Uma fêmea pode vir a ter 14 filhotes por ano, com taxa de sobrevivência até a idade adulta de 70%. Disso resulta que cada fêmea virá a ter entre nove e 10 filhotes ao ano. Sua longevidade é de cerca de 12 anos, mantendo sua capacidade reprodutiva até essa idade.

A Equipe Javali no Pampa calcula que uma população de 10 fêmeas e um macho em seis anos terá se transformado em 3,5 mil javalis. Levantamento realizado por Pedrosa e outros mostra a distribuição de javalis e porcos ferais no Brasil[3].

A espécie é considerada invasora, acima de tudo, pelo entendimento que se tem de que sua dispersão não é controlada pela ação de inimigos naturais ou competidores à altura. Entende-se, portanto, que a espécie cresce sem controle, o que supostamente justificaria sua caça, cumprindo ao ser humano, portanto, o papel do predador inexistente.

Em determinada construção retórica, o ser humano caçador de javalis estaria não apenas exercendo um papel em um nicho ecológico desocupado, como também protegendo o meio ambiente, uma vez que os “javalis destroem nascentes e cursos d´água, competem por habitat e recursos naturais, predam a fauna nativa e criações domésticas”. É o caçador ecologista.

Discutamos, pois, de que forma a caça ao javali fora implementada no Brasil e o quanto das acusações que lhe são atribuídas podem ser verdadeiras.

A implementação da caça ao javali no Brasil

A Instrução Normativa nº 8/2010 do Ibama explicitamente PROÍBE a caça de javalis e outras espécies sem estudos que comprovem sua eficácia e necessidade. Trata-se, portanto, de legislação pautada em princípios éticos e científicos, pois, na ausência de consenso científico irrefutável, o ônus da prova se encontra do lado de quem pretende caçar.


Essa mesma Instrução Normativa criou um grupo de trabalho para apresentar e definir propostas para melhorar a eficiência do controle do javali na natureza. Sem, no entanto, que os trabalhos houvessem sido desenvolvidos, o Ibama lançou, em 2013, nova Instrução Normativa (IN nº 03/2013), onde decretava a nocividade do javali e dispunha sobre seu manejo e controle.

Para entendermos do que se trata esse “manejo e controle” ditados pela IN Ibama nº 03/2013, entendamos que seu artigo 2º § 1º declara que "considera-se controle do javali a perseguição, o abate, a captura e marcação de espécimes seguidas de soltura para rastreamento, a captura seguida de eliminação e a eliminação direta de espécimes" e que o § 2º esclarece que "o controle do javali será realizado por meios físicos".

Assim, a dita legislação não apenas autoriza a caça de javalis, como também limita as possibilidades de atuação a esta única. Pelo rigor da Instrução, não se poderia realizar um controle não letal e humanitário de javalis.

Entendamos, pois, de que forma passamos de uma Instrução Normativa fundamentada na ética e na ciência (IN nº 8/10) para uma pautada em valores tão distintos destes. De acordo com dados de 2014, a suinocultura no Brasil é um negócio de US$ 1,5 bilhão. Ocorre que a Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) não permite a venda de carne de porcos para outros países sem as devidas certificações de sanidade. Com vistas a manter a fluidez desse mercado, por exemplo, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) criou, em 2012, o Programa Nacional de Sanidade Suídea (PNSS).

Até 2013, a OIE ainda aceitava que os países se autodeclarassem “livres de peste suína clássica”. Até aquele ano, bastava essa autodeclaração de sanidade para que um país pudesse comercializar carne suína para outros países. Até aquele ano, também, o Mapa ainda reconhecia a maior parte do Brasil como livre da doença (IN Mapa 52/2013), porém, em 2015, a certificação já passaria a ser realizada pela OIE, e caso essa sanidade não pudesse ser verificada, a exportação de carne de porco do Brasil estaria comprometida.

Obviamente que tal sanidade é fácil de ser verificada nas criações comerciais, mas de que forma controlar a sanidade de javalis e porcos asselvajados? Em 2012, a Embrapa estruturou um programa de vigilância epidemiológica e manejo populacional de suídeos asselvajados na área livre de peste suína clássica, cuja finalização está planejada para setembro de 2018.

Essa consideração com o controle de javalis surge, portanto, não como uma preocupação com o fato de que eles destroem nascentes e cursos d´água, competem por habitat e recursos naturais, predam a fauna nativa e criações domésticas, mas sim como uma demanda dos suinocultores preocupados em exportar carne suína.

O mesmo grupo que deu causa ao problema, importando javalis para criá-los como animais de corte, agora externaliza esse problema para a sociedade, e, pressionando o órgão do meio ambiente, força para que se promulgue instrução normativa que, sem comprovação de eficácia, permita que se faça o que antes proibia. Foi a suinocultura que trouxe o javali para o Brasil, e é ela que agora fomenta sua caça.

O Ibama se viu forçado a emitir autorizações de caça ao javali em 2013. Em 2014, para o estado de São Paulo, essa atribuição de cadastrar interessados na caça aos javalis e javaporcos asselvajados passa à Secretaria do Meio Ambiente, seguindo o acordo de cooperação técnica para gestão compartilhada da fauna silvestre no estado. Em 8 de novembro de 2017, é implementado no Brasil o Plano Nacional de Prevenção, Controle e Monitoramento do Javali (Sus scrofa).

A caça do javali propriamente dita

Uma breve busca na internet revela cenas de caçadores orgulhosos expondo seus troféus recém-abatidos ainda no campo ou javalis pendurados em suportes ou caminhonetes, com armas de fogo e cães de caça à sua volta.


Embora essa exibição de virilidade possa fornecer bom material para estudos antropológicos e psicológicos, delongarei tais observações para outro momento. Creio que, em pleno século 21, ao menos uma parcela mais instruída da população ocidental conseguirá ver na caça uma mera necessidade de reafirmação.

Discutamos, pois, o ato da caça ao javali em si: de acordo com o engenheiro agrônomo Rafael Salerno, da rede Aqui Tem Javali, cerca de 80% do controle de javalis no Brasil é feito com uso de cães. De acordo com o caçador Mario Knichalla Neto, mais de 90% dos controles são finalizados com facas ou zagaias, que são um tipo de lança[4].

Pelo uso de armas brancas, cães e pelas fotos, vemos, portanto, que a caça ao javali não serve para o mero controle da espécie, pois os caçadores fazem disso recreação e esporte. No controle de pragas de lavoura, como insetos e roedores, se utilizam métodos letais de amplo espectro, que não visem o indivíduo, mas toda a população.

Mas, no caso dos javalis, não apenas o controle é feito um a um, como há também relatos de que alguns são deixados, especialmente os pequenos demais para se transformarem em troféus, para que cresçam e possam ser caçados mais tarde, em uma versão macabra do raciocínio de sustentabilidade.

Há também relatos de capturas desses indivíduos pequenos demais para se tornarem troféus para sua comercialização a pessoas que tenham interesse em introduzir os javalis em suas regiões, para depois caçá-los. Isso explica em parte sua grande dispersão pelo Brasil.

Com relação ao uso de cães, diversas raças são utilizadas de acordo com suas características, sendo estas classificadas nesse caso como cães farejadores, de contenção e de agarre[5]. Assim, cães como galgos, beagles, perdigueiros, sabujos e bloodhounds seriam usados como farejadores e para perseguir os javalis. Pit bulls, dogo argentinos e cães mais fortes seriam usados como cães de contenção, com a função de deter o javali e impedir sua fuga até que os caçadores cheguem.

Há, por fim, os cães de agarre, mais pesados e fortes, como o buldogue, mas também os pit bulls e outras raças, que têm a função de segurar o javali pelas orelhas e com a cabeça para baixo, para que ele possa ser morto pelos caçadores com suas facas e lanças.

A preferência pela “finalização” com arma branca torna a caçada algo pessoal, realizado com espírito de ódio, pois se o objetivo fosse meramente a eliminação dos animais, seria usada arma de fogo. No entanto, não há por que defender que a eliminação dos javalis deva ser feita dessa ou daquela forma, pois o abate em si não tem razão de ser. A utilização de cães e armas brancas apenas evidencia o caráter sádico da caçada.

O uso de cães, porém, incorre na morte e ferimento de muitos desses animais, pois são eles que verdadeiramente se arriscam junto aos javalis. Ao caçador humano cabe, tão somente, sangrar o animal quando este já se encontra imobilizado pelos cães. Embora a aventura se preste, no futuro, para o autoenaltecimento, foram os cães que verdadeiramente se expuseram a algum risco. Esses corajosos homens não enfrentariam um javali adulto apenas na unha.


Desconstruindo preconceitos

Nenhuma palavra senão 'preconceito' descreve o ato de atribuir ao javali todos os males que lhe são atribuídos.

Desde que colonizamos todo o planeta, alteramos os ecossistemas nativos, suprimimos a vegetação natural, a substituímos pelas culturas comerciais, transformamos florestas em monoculturas, transformamos biomas em pastos, aumentamos significativamente o número de nossos rebanhos que pisotearam a terra de forma a compactá-la e não permitir mais a rebrota da vegetação, criando desertos. Substituímos toda a biodiversidade de flora e fauna pelas poucas espécies de plantas e animais que domesticamos.

No entanto, é fácil encontrar referências aos javalis como uma espécie invasora que “destrói nascentes e cursos d´água, compete por habitat e recursos naturais, preda a fauna nativa e as criações domésticas”. Quando foi que essa preocupação ecológica surgiu nos próprios pecuaristas e suinocultores que são os verdadeiros responsáveis por todos esses males?

A pecuária, sim, é responsável em grande escala pela destruição de ecossistemas, perda de biodiversidade, erosão do solo, processo de desertificação, escassez de água, contaminação do solo e da água com compostos de nitrogênio e da atmosfera com gases causadores do efeito estufa.

Os javalis, é claro, participam desse processo de degradação ambiental, mas quantos javalis há no Brasil e quantos pecuaristas há no Brasil? E qual a extensão dos rebanhos desses pecuaristas? Qual a extensão de terra utilizada por suas criações ou pelas culturas que alimentam seus rebanhos? Foi somente após a introdução dos javalis no Brasil que começamos a ter problemas com a destruição de nascentes e cursos d´água, com o prejuízo à fauna nativa?

Qualquer população animal em alta densidade dará indícios de um ambiente desequilibrado, mas isso não quer dizer que o restabelecimento do equilíbrio desse ambiente necessariamente deva se dar pela eliminação dessa espécie. Como qualquer outro animal, se em alta densidade, os javalis poderão realmente alterar a dinâmica dos recursos hídricos, soterrar nascentes, competir com espécies nativas, atacar plantações etc., mas o mesmo podemos dizer de seres humanos, bovinos, equinos, ovinos, caprinos, suínos…

É também fato que o ambiente pode se beneficiar da presença de javalis, se sua população puder ser mantida em níveis aceitáveis. Em baixa densidade, uma população de porcos asselvajados pode desempenhar em uma floresta o mesmo papel que seria desempenhado por antas, como dispersores de sementes, por exemplo. Em muitos locais onde as antas estão extintas, as florestas estão morrendo por falta de dispersores. Além disso, javalis em pequena densidade podem ajudar na ciclagem de nutrientes, revolvendo e fertilizando o solo. Como observa Felipe Pedrosa[6], “se tivermos o porco sob controle, em uma quantidade pequena, talvez o benefício possa ser maior que o malefício para o ambiente”.

Em um estudo da UFRJ[7] realizado no SESC Pantanal, que procurava observar a competição entre o porco-monteiro (ou seja, o porco introduzido) e os catetos e queixadas (taiassuídeos silvestres), verificou-se que, além de as interações entre essas espécies não serem significativas, a competição parece simplesmente não existir.

O referido estudo afirma: “Embora as três espécies coexistam, o número de taiassuídeos vem aumentando. De 2001 para 2002, a expansão na utilização da área pelos queixadas foi de 11,5% para 37,9%, e pelos caititus, de 39,6% para 53,1%. O uso da região por porcos-monteiros permaneceu estável (variou de 63,8% para 62,6%)”.

Pode-se pensar que, de alguma forma, a presença de porcos selvagens na área até ajudou a população de catetos e queixadas, talvez diminuindo a pressão da predação pelas onças sobre os taiassuídeos. Pode ser também que a população de catetos e queixadas tenha sido beneficiada com a retirada do gado daquela região, embora a RPPN tenha sido criada em 1997. 

Fosse apenas um estudo isolado, mas outros estudos mostram, igualmente, não haver evidências de competição entre suínos asselvajados e taiassuídeos[8, 9, 10, 11].

Pode-se pensar, mesmo, que caçadores ilegais tenham preferência pelos javalis em vez de espécies silvestres. Não devido a uma consciência ecológica, mas por uma preferência ao sabor da carne do javali, ou por este ser um alvo mais vistoso do que uma capivara, uma paca, uma cotia, um tatu ou mesmo um veado. A espécie serviria, assim, como um escudo para a fauna local, frente à caça ilegal.

Com efeito, em reportagem do Estadão[12] veiculada em 24 de dezembro de 2016, lemos depoimentos de vários caçadores nesse sentido. O senhor Luiz Fernando Gomes, por exemplo, declara: “Caça sempre foi tradição na minha família. Desde o meu bisavô, meu tataravô. Era capivara, veado, mas tudo escondido. Graças a Deus, veio o porco. Caçar regularizado é a melhor coisa”. O senhor Anderson Moreno declara: “Antes, era tudo escondido. Muitos de nós caçavam [sic] capivara, outros animais. Mas na hora que apareceu o porco, a gente se animou. Andando por aí, a gente vê veado, mas nem chega perto. Um porco rende 100 quilos. Vai matar bicho bonitinho de 10 kg?”. O “porco”, ao qual ambos se referem, é o javali.

Não se pode negar que javalis podem, teoricamente, contrair doenças como peste suína clássica, febre aftosa, doença de Aujeszky, leptospirose e brucelose, mas jamais se pôde demonstrar que esses animais possuíssem essas doenças na prática. De toda forma, mesmo que houvesse javalis infectados, a possibilidade de eles transmitirem a doença para animais domésticos é baixíssima, pois a maior parte dessas doenças requer o contato físico ou consumo de seus produtos. É mais provável um javali adoecer se alimentando dos restos de um animal doente descartado de forma não apropriada do que uma criação doméstica adoecer por contágio causado por javalis. 

Javali selvagem e cão convivendo harmoniosamente


Outro preconceito que necessita ser desconstruído é aquele que coloca o javali como um animal gratuitamente agressivo. É óbvio que javalis são animais robustos e que possuem presas, e experiências passadas com seres humanos os enxotando ou mesmo caçando os tornaram animais ariscos ou, sim, agressivos com seres humanos, mas isso não é inerente à sua espécie.

Javalis podem ser mansos e há diversos casos que ilustram tal fato. Javalis domesticados obviamente não repelem o jugo humano, e embora sejam mais difíceis de serem manejados do que porcos domésticos, não atacam seus criadores, a menos que provocados.

Praia da Arrábida, Setúbal, Portugal


Mas não apenas os domesticados - há casos de convívio harmônico entre seres humanos e javalis selvagens. Na Floresta de Dean, Gloucestershire, Inglaterra, alguns visitantes acostumaram os javalis selvagens a se aproximarem[13]; imagens semelhantes podem ser observadas em Vierhouten, na Holanda[14]. Na Praia da Arrábida, em Setúbal, Portugal, javalis selvagens foram flagrados aproveitando o mar próximo aos banhistas sem que um incomodasse o outro[15].

É óbvio que javalis podem ser perigosos se se sentirem ameaçados, mas de forma alguma o preconceito se sustenta, pois em grande parte as agressões iniciais partem de seres humanos. No mais, os eventuais ataques a plantações e criações domésticas se justificam pela fome, pois qual animal se arriscaria a enfrentar a ira humana se tivesse opções? Quando suprimimos a vegetação nativa, restringindo as áreas preservadas a alguns poucos metros, é claro que os animais que não perecerem buscarão seu alimento junto aos seres humanos.

Embora tudo isso tenha sido dito, é inegável que javalis não são animais silvestres nativos do Brasil, e o fato de não possuírem predadores e serem altamente prolíferos nos faz concluir que essas populações necessitam de um controle efetivo, embora jamais devamos perder de foco, além da ciência e da técnica, a ética. 

Javali domesticado e cão na Itália: agressividade zero


Análise técnica da efetividade dos métodos de controle de javalis

A eliminação de indivíduos costuma ser o método padrão adotado no mundo inteiro para o controle de javalis. Não obstante a caça de javalis ser autorizada na maior parte do mundo, a população desses animais apenas aumenta. Isso provavelmente porque o abate de indivíduos não impede a reposição da população. Pelo contrário, a retirada de indivíduos (e os caçadores visarão os dominantes, pois se tornam troféus mais vistosos) estimula que os não dominantes se reproduzam, preenchendo com seus filhotes rapidamente o nicho vago.

Ademais, a caça cria essa situação irônica de sustentabilidade descrita anteriormente, pois os caçadores amadores não visam à eliminação da população, mas sim que sejam abatidos apenas alguns indivíduos, para que haja caça para o futuro, inclusive chegando a introduzir javalis onde antes não ocorriam, para que possam ser caçados também nessas regiões.

A caça amadora tem, portanto, uma eficiência de controle muito baixa.

Há, também, a caça mais profissional, realizada muitas vezes até por helicóptero. Essa caça consegue, da mesma forma, abater alguns indivíduos, mas o bando como um todo escapa e aprende a evitar helicópteros. Trata-se, ainda, de um método muito caro e que só pode ser realizado à luz do dia e onde não haja cobertura vegetal.

A caça profissional, utilizando helicópteros, embora certamente mais efetiva que a caça amadora, tem eficiência baixa

A captura dos javalis em armadilhas ou bretes, por outro lado, possibilita o aprisionamento do bando inteiro, e os animais podem ser capturados sem ferimentos. Essa forma de captura seria a mais efetiva, mas seguindo o rigor da Instrução Normativa Ibama 03/2013, os animais uma vez capturados deveriam ser abatidos, pois a Instrução proíbe o transporte dos animais vivos para outros locais.

O controle de javalis por envenenamento realmente poderia matar muitos animais, mas provavelmente muitas populações de espécies não alvo seriam atingidas e até erradicadas antes que se conseguisse erradicar o javali.

A contracepção química seria um método muito promissor de erradicação da população de javali, se os contraceptivos fossem específicos para a espécie, mas o fato é que não são, podendo da mesma forma que os venenos atinjam espécies não alvo.

Pelo ponto de vista puramente técnico, fica claro que a caça amadora, a caça por helicópteros e o envenenamento de javalis são métodos de controle não efetivos ou cujas consequências podem mais prejudicar do que auxiliar. A contracepção química, embora promissora, demanda mais estudos.

Resta, então, a captura de javalis em armadilhas ou bretes como a técnica mais efetiva.

Essa captura se inicia com o acompanhamento da população, para dimensionar o tamanho do bando. Os animais passam então a ser alimentados em determinada área, recebendo com regularidade algum alimento que os atraia, como papas de mandioca ou milho. Esse processo se chama ceva.

Com o tempo, vão se adicionando à área de ceva partes do brete, que vai sendo construído aresta por aresta, até que sobra o lado por onde os animais costumeiramente acessam a área, que deverá ser o portão do brete. Assim, em determinada ocasião em que o bando inteiro se encontre no interior do brete, o portão deverá ser fechado.

Há também armadilhas mais fáceis de serem instaladas, como a boar buster, que é um cercado pré-construído e que deverá permanecer suspenso sobre a área de ceva. Uma vez que o bando esteja completo na área de ceva, este deverá ser rapidamente baixado, capturando vivos e sem ferimentos todos os indivíduos.

Importante que se reforce a necessidade de que o bando seja capturado todo de uma única vez, pois qualquer taxa de captura inferior a 100% dos indivíduos significa prolongar o problema, dada a alta taxa de reposição da população.

Justamente pelo mesmo motivo de que os nichos vagos são rapidamente ocupados, é importante que o trabalho de controle de javalis não seja feito de modo pontual (por exemplo, apenas em uma propriedade, município ou estado), pois mesmo que toda a população seja removida de determinada área, outra população poderá migrar de uma área contígua para ocupar aquele local.

O manejo pontual, realizado por pessoas físicas amadoras, apenas se constitui em caça recreativa, e jamais poderá dar solução técnica efetiva ao problema. No entanto, é justamente isso que a IN Ibama nº 03/2013 decreta em seus artigos 3º e 7º, onde autoriza que não apenas pessoas jurídicas, mas também pessoas físicas realizem o controle de javalis.

De maneira idealizada, esse trabalho deveria ser realizado por profissionais, e não por caçadores recreativos, financiados por aqueles que deram causa ao problema (por exemplo, a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos), e acompanhado tecnicamente pelos órgãos de meio ambiente (Ibama, SMA etc.), universidades e centros de pesquisa.

Questões éticas relacionadas

Discutidos já os aspectos técnicos, que apontam para a captura do bando completo por meio de armadilhas e bretes, resta o questionamento ético das obrigações impostas pela IN Ibama nº 03/2013.

De acordo com o artigo 6º da referida Instrução, “os javalis capturados durante as ações de controle deverão ser abatidos no local da captura, sendo proibido o transporte de animais vivos”. Isso significaria a obrigação legal de atirar nos animais já dentro do cercado, não havendo outras possibilidades.

Há, porém, uma ressalva contida no § 2º, que afirma que, em “casos excepcionais, o transporte de animais vivos será permitido mediante autorização da autoridade competente”. Tal ressalva, no entanto, provavelmente não serviria para justificar o transporte desses animais para um santuário, uma vez que a mesma legislação decreta, em seu artigo 8º: “A instalação, registro e funcionamento de toda e qualquer modalidade de novos criadouros de javalis no Brasil estão suspensos por tempo indeterminado”.

Embora um santuário de animais não seja propriamente um criadouro, “toda e qualquer modalidade” exclui possivelmente também a manutenção de animais sem sua recria. Tudo uma questão de interpretação, de qualquer forma.

A impossibilidade de transportar os animais para santuários, castrá-los e mantê-los pelo tempo de suas vidas é legal, mas não técnica. Há vários vídeos no YouTube[16] que mostram a facilidade com que javalis podem ser castrados, o mesmo procedimento realizado com porcos domésticos.

Obviamente que, por razões humanistas, esses procedimentos deveriam ser realizados mediante o uso de anestesias ou sedações, mas o que se deve ressaltar é que a castração é não apenas possível, mas comumente já vem sendo realizada.

Igualmente, a manutenção de um santuário de javalis contendo algumas dezenas ou mesmo centenas de javalis não é algo mais caro do que a manutenção de uma fazenda contendo algumas dezenas ou centenas de porcos criados semiextensivamente, com a ressalva de que não sendo esses javalis animais de corte, poderão ser alimentados sem a preocupação com ganho de peso, o que tornará sua criação mais barata do que seria uma criação comercial ou mesmo realizada por meio de sobras de centros de distribuição, mercados e restaurantes.

Brandemburgo, Alemanha


Conclusões

Embora muitas das acusações que são feitas aos javalis não sejam de todo erradas, há que se entender que muitas outras espécies são causadoras desses mesmos problemas, mormente os seres humanos e as espécies domésticas.

Também há que se compreender que as medidas de controle populacional até hoje empregadas no mundo inteiro não foram efetivas no controle da espécie, sendo que não há por que persistir nesse mesmo erro.

A caça ao javali não apenas é inefetiva para seu controle, como também alimenta os instintos sádicos daqueles que se comprazem com essas ações ou se deleitam em assistir aos vídeos do YouTube onde caçadores torturam animais com a desculpa de estarem ajudando o meio ambiente.

A caça de javalis deve ser imediatamente suspensa no Brasil inteiro. A Instrução Normativa Ibama nº 3 de 2013 deve ser revogada e voltar a vigorar a Instrução Normativa nº 8/2010 ou texto semelhante.

A solução para o problema, se realmente se determinar que a presença de javalis no Brasil é um problema, deverá passar pela captura sistemática de todos os espécimes, visando sua efetiva erradicação. Tal captura deverá ser realizada por meio de armadilhas como boar buster e bretes. Caso métodos contraceptivos espécie-específicos venham a ser desenvolvidos, também poderão ser utilizados.

Por motivos éticos, esses animais não devem ser eliminados após capturados, mas mantidos por entidades que receberiam recursos daqueles que deram causa ao problema - no caso, aqueles que importaram a espécie para nosso continente. De toda forma, a longevidade estimada para javalis é de 12 anos, e, se realizado de forma racional, seria esse o tempo máximo que tal intervenção demandaria.

Referências

1. ZADIK, B. J. The Iberian pig in Spain and the Americas at the time of Columbus. [S.l.]: Ph.D. Thesis. Berkele: University of California, 2005.

2. DONKIN, R. A. The peccary: with observations on the introduction of pigs to the New World. American Philosophical Society, v. 75, n. 5, p. 1–152, 1985.

3. Pedrosa, F.; Salerno, R. ;Borges Padilha, F. V.; Galetti, M. (2015). Current distribution of invasive feral pigs in Brazil: Economic impacts and ecological uncertainty. Perspectives in Ecology and Conservation 44. . 10.1016/j.ncon.2015.04.005.



6. PEDROSA, Felipe. Revertendo a defaunação ou agravando a degradação ecológica? Ecologia da invasão dos suídeos asselvajados Sus scrofa em paisagens defaunadas. Doutorado em andamento em Ecologia e Biodiversidade: Unesp Rio Claro, com previsão de término em 31 de janeiro de 2019.

7. SICURO, F.L. “Inferências acerca da Coexistência de Taiassuídeos e Suídeos Ferais (Mammalia, Artiodactyla), no Pantanal da Nhecolândia (MS): um Modelo Ecomorfológico” Mestrado em Zoologia, UFRJ, 1996.

8. DESBIEZ, A. L. J. Wildlife conservation in the Pantanal: habitat alteration, invasive species and bushmeat hunting. Ph.D Thesis. Canterbury: University of Kent Canterbury, 2007.

9. HOFMANN, G. S. Taiassuídeos simpátricos no norte do Pantanal brasileiro : implicações da estacionalidade climática, do uso da terra e da presença de uma espécie invasora nas interações competitivas entre caititus (Pecari tajacu) e queixadas (Tayassu pecari). [S.l: s.n.], 2013.

10. OLIVEIRA-SANTOS, L. G. R.; DORAZIO, R. M.; TOMAS, W. M.; MOURÃO, G. M.; FERNANDEZ, F. A. S. No evidence of interference competition among the invasive feral pig and two native peccary species in a Neotropical wetland. Journal of Tropical Ecology, v. 27, n. 5, p. 557–561, 2011.

11. SALVADOR, C. H. Ecologia e manejo de javali (Sus scrofa L.) na América do Sul. Ph.D. Thesis. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2012.







*Sérgio Greif é biólogo formado pela Unicamp, mestre em alimentos e nutrição com tese em nutrição vegetariana pela mesma universidade, professor do Instituto de Pós-Graduação e Graduação (Ipog), especialista em gerenciamento ambiental pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP), ativista pelos direitos animais, vegano desde 1998, consultor em diversas ações civis públicas e audiências públicas em defesa dos direitos animais. Coautor do livro A Verdadeira Face da Experimentação Animal: A sua Saúde em Perigo e autor de Alternativas ao Uso de Animais Vivos na Educação: Pela Ciência Responsável, além de diversos artigos e ensaios referentes a nutrição vegetariana, modo de vida vegano, direitos ambientais, bioética, experimentação animal, métodos substitutivos ao uso de animais na pesquisa e na educação e impactos da pecuária no meio ambiente, entre outros temas, sobre os quais também realiza palestras. Membro fundador da Sociedade Vegana.

Fonte: Olhar Animal 

Fotos: Reprodução