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Henry Spira: “A filosofia dos direitos animais é muito mais ampla do que não prejudicar cães e gatos”


Considerado um dos ativistas mais engajados no movimento pelos direitos animais nos Estados Unidos no século 20, o belga Henry Spira ficou famoso principalmente por suas campanhas bem-sucedidas contra a realização de testes em animais. Mas sua história com a defesa animal começou por acaso, quando ele leu um artigo escrito pelo filósofo australiano Peter Singer, publicado pelo New York Review of Books em 1973.

Spira, que teve uma longa história com o movimento pelos direitos humanos, e durante seis anos editou um pequeno jornal sindical da União Marítima dos Estados Unidos, percebeu que faltava algo em sua luta por justiça. “Eu estava no Mississipi, no extremo sul. Fui ativo na luta antiguerra. Quando li o artigo de Peter Singer, consegui ver o que era, de fato, o holocausto para os animais. Ocorreu-me que isso não estava certo, não era justo e algo precisava ser feito”, relatou na rara entrevista Conversarion with Henry Spira: Draize Test Activist, concedida a Lynne Harriton para o The Humane Society Institute for Science and Policy em 1981.

Em 1973, Spira participou de uma das aulas de Peter Singer e, em 1974, fundou o grupo Animal Rights International, que conquistou repercussão mundial com a realização de uma campanha contra o uso de gatos em pesquisas científicas no American Museum of Natural History. “O livro dele [Peter Singer], Libertação Animal, tirou os direitos dos animais do sentimentalismo – onde as prioridades se baseavam em quão fofo e popular é um animal, e o colocou em uma posição consistente onde o ponto mais importante não era o amor aos animais. O fato é que, como esses animais têm sentimentos, eles devem ter direitos”, declarou.

Para Spira, o movimento pelos direitos animais começou a trilhar um novo caminho quando passou a enxergar a quantidade de animais explorados, assim como a dimensão de seus sofrimentos, independentemente de aparência e popularidade. Na segunda metade da década de 1970, começou a ficar mais evidente a preocupação com a exploração de animais em níveis industriais, para produção de alimentos e produtos, e também de animais em laboratórios. O ativista acreditava que esse deveria ter sido o foco prioritário do movimento muito tempo antes.

Segundo Henry Spira, as pessoas normalmente exploram animais e causam sofrimento a eles não porque sentem prazer nessa atividade, mas porque a sociedade diz que essa prática é aceitável e, claro, tem como reforço a legitimidade legal. “O sofrimento também é invisível para pessoas que comem bifes porque elas não vão até o matadouro escolhê-los. Elas não vão às fazendas industriais onde o animal é impossibilitado de se mover desde que nasce até sua morte. Laboratórios que usam animais não abrem suas portas para visitas diárias. Na verdade, acreditamos que, se as pessoas realmente soubessem o que está acontecendo, as coisas mudariam – haveria uma tremenda fúria e protesto.”

Ele sempre considerou os movimentos pelos direitos humanos e pelos direitos animais bem parecidos em diversos aspectos. “De um lado, você tem pessoas com poder e aparato, e do outro você tem pessoas só com a integridade e suas ideias, e o fato de que estão lutando por justiça – e que têm a possibilidade de atraírem grande simpatia para suas causas”, disse na entrevista a Lynne Harriton.

O ativista belga, que chegou aos Estados Unidos com a família em 1940, via como uma grande contradição o costume de explorarmos outros animais para supostamente garantirmos nossa própria sobrevivência. Um exemplo comum citado por Henry Spira é a realização de testes em animais, que já deveria ter sido banida em todo o mundo. “Acredito que a nossa sobrevivência será garantida quando mostrarmos preocupação com os outros. […] Levando em conta os sentimentos e interesses dos outros, seguindo políticas baseadas no propósito de não prejudicar os outros, estaremos muito melhores do que agora.”

Spira e outros importantes nomes do movimento mundial pelos direitos animais sempre dividiram a mesma opinião em relação à abrangência da defesa animal. “A filosofia por trás do movimento dos direitos animais é muito mais ampla do que não prejudicar cães e gatos. […] Para nós, o consumo de animais não é uma questão de sobrevivência. Podemos ser saudáveis sem comer outros animais. Qual é o objetivo de todos esses séculos de civilização se acharmos que, se uma barata faz algo, por que nós não podemos?”, questionou.

Henry Spira nasceu na Antuérpia, na Bélgica, em 19 de junho de 1927, e faleceu em Nova Iorque em 12 de setembro de 1998. Em 1980, ele promoveu uma grande campanha contra os testes em animais realizados pela Revlon.

Referência: 



Fonte: Vegazeta 

Foto: Reprodução

Organização dedicada a resgatar animais de laboratórios abre seu próprio santuário


Rescue + Freedom Project, organização dedicada a salvar animais de experimentos de laboratório, abrigos e situações de maus-tratos, abriu seu primeiro santuário de animais. O novo Rescue + Outreach Center (“The Roc”), em Agoura Hills, Califórnia, oferece reabilitação para animais com necessidades especiais resgatados pela instituição de caridade, além de desempenhar o papel de um centro educacional. A inauguração foi celebrada em 29 de setembro de 2018, marcando o início de uma nova maneira de ajudar os animais a serem salvos dos laboratórios.

No The Roc, os animais resgatados pela organização serão reabilitados antes de irem para seus lares definitivos. Graças às instalações, os cães e gatos que necessitam de cuidados especiais e tratamento profissional poderão satisfazer suas necessidades e começar a prosperar. Muitos dos animais resgatados por essa organização vieram de uma vida em um laboratório, onde nunca aprenderam a ser animais de estimação. A maioria dos animais precisa aprender que os seres humanos podem ser seus amigos e outras coisas simples, como andar na guia ou até mesmo ser treinada a ir ao banheiro. Como um centro educacional, o The Roc será um lugar onde os adultos, assim como as crianças, poderão aprender sobre a questão dos testes em animais e como alguém pode se comprometer com um estilo de vida livre de crueldade.

O Rescue + Freedom Project tem libertado animais usados para experimentos de laboratório, bem como resgatado animais idosos e especiais de abrigos desde 2010. A organização é autora da Beagle Freedom Bill (Lei da Liberdade do Beagle), que exige a liberação pós-pesquisa de cães e gatos de laboratórios e que até agora foi aprovada em seis estados, incluindo Nova Iorque e Califórnia.

Para saber mais sobre o Rescue + Freedom Project e apoiar seu trabalho, clique aqui.


Foto: Pixabay

Deutsche Welle: “Testes com animais geram sofrimento e nem sempre os resultados aplicados dão certo”


A Deutsche Welle publicou recentemente uma matéria afirmando que testes com animais geram dor, sofrimento e nem sempre os resultados aplicados depois em humanos dão certo. Para referenciar o que foi publicado, a DW cita as descobertas dos cientistas do Centro de Alternativas aos Testes em Animais da Escola de Saúde Pública Bloomberg, da Universidade Johns Hopkins, nos EUA, que criaram um sistema de mapeamento de relações entre estruturas químicas e propriedades tóxicas que pode acabar definitivamente com os testes em animais.

Com esse sistema de inteligência artificial, é possível mapear automaticamente as propriedades tóxicas de qualquer composto químico com muito mais precisão do que os testes em animais. Os cientistas conseguiram obter uma precisão média de 87% nos resultados, indo além dos 81% de eficácia obtidos nos testes em animais.

Segundo o principal cientista do projeto, Thomas Hartung, que também é professor do Departamento de Saúde Ambiental e Engenharia da Escola Bloomberg, esse sistema pode garantir resultados muito mais confiáveis. Além disso, o sistema de inteligência artificial é considerado tão inovador que permite testar muito mais produtos químicos do que os testes em animais.

Hartung e outros cientistas montaram há dois anos o maior banco de dados toxicológico do mundo. O sistema baseado em computadores conta com informações sobre as estruturas e propriedades de 10 mil compostos químicos com base em 800 mil testes toxicológicos realizados separadamente.

“Há uma enorme redundância nesse banco de dados – descobrimos que muitas vezes o mesmo produto químico foi testado dezenas de vezes da mesma maneira”, revela Hartung, acrescentando que o custo acaba sendo muito alto para um coelho, por exemplo, que tem seus olhos agredidos inúmeras vezes e desnecessariamente no teste de irritabilidade. A estimativa é de que 400 mil coelhos sofram com testes todos os anos.

Veja aqui a matéria da Deutsche Welle.

Fonte: Vegazeta 

Foto: Reprodução 

Substituindo animais no ensino: impressão 3D auxilia aprendizado prático de anatomia veterinária

Medicina veterinária vem incorporando novas tecnologias como impressão 3D também no ensino (Foto: Polski via Pixabay – CC)



A tecnologia já não é auxiliar, mas sim parte do dia a dia dos estudantes. Artigo publicado na Revista de Graduação USP nos apresenta uma técnica digital inovadora “sem precedentes na medicina veterinária”, importante, sobretudo, como ferramenta facilitadora para alunos assimilarem os conteúdos aplicados no ensino de anatomia veterinária. O trabalho relatado teve como foco aplicar a digitalização e a impressão 3D para a produção de biomodelos dos esqueletos de cães e cavalos, no intuito de disponibilizar as peças produzidas como “ferramenta alternativa de estudo nas aulas práticas”.

A impressora 3D funciona como todas as outras, mas, em vez da tinta, usa-se material como um pó, um gel ou um filamento de metal ou de plástico, que, no lugar de letras, imprime peças tridimensionais por camadas. A impressão dos ossos de cães e cavalos foi digitalizada e preservadas suas principais estruturas anatômicas. Esse material, guardado em arquivos digitais, tornou-se ótima estratégia de aprendizado durante as aulas práticas de anatomia. Os autores apontam os resultados positivos do emprego da impressão 3D produzindo biomodelos não só na medicina veterinária, como em outras áreas da saúde – na medicina humana e na odontologia.

Etapas da produção de um biomodelo do osso coxal 
de um cão. Imagem real (A) e digitalizada (B) do osso 
coxal. Biomodelo do osso coxal de um cão (C) produzido 
com o uso de impressora 3D. Nessa imagem, pode 
ser observado osso ainda com a resina de suporte. 
Biomodelo do osso coxal de um cão (D) finalizado 
(Foto: Antônio Chaves de Assis Neto)


A biomodelagem “é um termo que denomina a reprodução das características morfológicas de uma estrutura anatômica em um modelo físico, e o biomodelo é o produto desse processo de reprodução física”. Na biomodelagem virtual, há a criação e manipulação de um modelo digital, cuja imagem é tratada com o auxílio de softwares específicos. Na biomodelagem física, o modelo físico é obtido por uma impressora 3D. Os benefícios da técnica, para os autores, podem ser utilizados de forma mais aplicada dentro da medicina veterinária, como no “planejamento cirúrgico: a redução do tempo de realização dos procedimentos operatórios, a redução do período de anestesia, do risco de infecção e do número de cirurgias”.

Interação dos alunos com os arquivos digitais dispostos em telas como tablets durante 
as aulas práticas de anatomia veterinária. (Foto: Antônio Chaves de Assis Neto)


Os modelos utilizados mostrados pertencem ao Laboratório de Anatomia Veterinária do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da USP, onde se criou um acervo digital com as imagens tridimensionais. Nele, “os alunos podem interagir com o material, girar a imagem em vários ângulos e identificar as particularidades e estruturas anatômicas”. Os biomodelos, quando aplicados em salas de aula, não apresentam desvantagens em relação ao modelo animal real. As aulas de anatomia podem ficar mais completas em termos comparativos, uma vez que a variedade de espécies animais disponível poderá ser bem maior.

Arquivos digitais interativos produzidos que podem ser instalados em tablets. 
(A) Ossos metacárpicos II, III e IV de um equino; (B) Fêmur de um cão nas vistas cranial e caudal; (C) Tíbia e fíbula de um cão (Foto: Antônio Chaves de Assis Neto)


A pesquisa possibilita aos alunos estudarem anatomia em outros locais e até mesmo em casa, e não somente nos laboratórios de anatomia da universidade, pois as cópias (biomodelos) são leves, resistentes e produzidas com material semelhante ao plástico. Outras possibilidades são a manutenção de arquivos digitalizados salvos e a impressão de cópias a qualquer momento. Para os autores, a tecnologia 3D na área de ensino da anatomia animal é pouco utilizada, e “esse trabalho assume papel importante na introdução de biomodelos como meio didático alternativo no ensino anatômico”.

Fonte: Jornal da USP 

Cobaias virtuais podem substituir animais em testes farmacêuticos


Testes de medicamentos em animais sempre foram um dilema ético. Agora, os cientistas parecem mais próximos de resolver esse problema, poupar a vida dos animais e até tornar as drogas mais seguras. Tudo com a ajuda de cobaias virtuais.

Na última segunda-feira (12/3/2018), o Centro Nacional de Substituição, Refinamento e Redução de Animais em Pesquisas (NC3Rs), do Reino Unido, concedeu seu prêmio internacional de 2017 a uma equipe da Universidade de Oxford que conseguiu simular a maneira como 62 drogas afetam células cardíacas humanas com a ajuda apenas de um software. O programa, chamado Virtual Assay, foi capaz de adivinhar corretamente se as substâncias causariam danos ao coração.

A cobaia virtual parece ser mais eficiente do que os testes feitos em animais de verdade. Ela acertou se a droga poderia causar arritmia em 89% das vezes, enquanto os testes feitos em coelhos acertaram apenas 75% das vezes. A técnica não é exatamente uma novidade, mas é a primeira vez que se aproxima tanto assim do ideal.

O Virtual Assay já está sendo usado por quatro empresas farmacêuticas, incluindo a gigante alemã Merck KGaA. A esperança é que a tecnologia evolua até o ponto em que testes em animais sejam lembrados como uma barbárie do passado.


Imagem: non 157 / iStock 

Hilary Jones, diretora de ética da Lush, fala sobre a relação entre consumo, veganismo e feminismo

Hilary Jones, 55 anos, diretora de ética da Lush: "O consumidor, quando 
vê o produto na prateleira, não sabe o que aconteceu até ali" (Foto: Divulgação)


O único caminho é a ética. A frase poderia ser um mantra de algum monge budista ou até título de um livro de autoajuda. Mas ela é o que guia os passos da britânica Hilary Jones, 55 anos, tanto como feminista, vegana e ativista pelos direitos dos animais quanto como diretora ética da Lush Cosmetics, marca inglesa que está há mais de 20 anos no mercado e voltou para o Brasil há cerca de três anos.

"A verdadeira ética não é 'uma coisa'. É uma jornada, uma constante busca para tentar viver a melhor vida que você consegue - para você, para os outros e para o planeta", afirmou Hilary em entrevista ao HuffPost Brasil, durante o Lush Summit, festival de inovação e ativismo promovido pela marca, em Londres.

Não à toa, Hilary tem o cargo de diretora de ética. Em tempos em que a chamada "onda verde" e discussões sobre o combate a testes em animais invadiu o mercado de cosméticos, ela está na vanguarda do ativismo ao conduzir os caminhos dos produtos que são feitos com mão de obra artesanal, matéria-prima orgânica, que chegam frescos ao consumidor final e inspiram outras empresas pelo mundo a fazer o mesmo.

"Muitas empresas já provaram que é possível não fazer testes em animais. E eu acho que, como todos os sistemas, esse é mais um que precisa mudar - e é difícil fazer isso. Acho que, como todos os sistemas, pessoas que cresceram dentro dele o protegem porque é o que elas conhecem", afirma.

Desde 1995, a Lush, criada na Inglaterra, pensa em inovar e promover o consumo consciente: 100% dos produtos são vegetarianos, mais de 85% são veganos*, cerca de 46% não contêm embalagem feita de plástico e grande parte do material usado por eles é reciclável. Buscando um caminho ético, a marca usa apenas materiais sintéticos que são seguros para o meio ambiente, defende causas ligadas a direitos humanos e combate testes em animais. Seus produtos estão em mais de 49 países.

Apenas nove de 63 marcas de cosméticos pelo mundo não testam seus produtos em animais, segundo um levantamento de dados da ONG Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais (PETA), uma das principais organizações de defesa dos direitos dos animais do mundo.

Em 2012, a Lush desenvolveu uma campanha contra produtos testados em animais que gerou discussão e conseguiu levar  à frente um abaixo-assinado contra marcas que fazem testes em animais. Uma atriz de 24 anos se submeteu, voluntariamente, a diversas práticas comuns em laboratórios de testes de produtos em animais.

Jacqueline Traide permaneceu 10 horas na vitrine de uma das lojas da marca, em Regent Street, uma das ruas mais movimentadas de Londres. Ela foi forçada a comer, recebeu injeções, foi cobaia de testes de líquidos e cremes, teve seu cabelo raspado e sua boca esticada por um aparelho de metal.

Veja o vídeo abaixo, em inglês.




"Nós somos deuses como consumidores. Porque se escolhermos com cuidado exatamente onde vamos colocar nosso dinheiro... Quando gastamos dinheiro com determinada empresa, damos permissão para que eles façam exatamente o que já estão fazendo com o mundo", afirma a diretora de ética da Lush.

Antes de trabalhar na empresa, Hilary Jones era uma ativista em tempo integral. No auge dos anos 1980 e do nascimento do punk rock inglês, ela se envolveu em lutas que foram desde o fim do apartheid na África do Sul até pelos direitos dos animais e feminismo.

Ela, que se considera uma "feminista produto dos anos 1970", conta que "é um mistério como se tornou uma ativista" e que a dificuldade de se encaixar em um mundo que parecia hostil e cruel a fez chegar onde está agora. Em entrevista ao HuffPost Brasil, Hilary falou sobre os anos de ativismo e como ele se reflete na ética de seu trabalho; e sobre a relação, muitas vezes controversa, entre veganismo e feminismo.

Leia a entrevista completa.


Como você se tornou uma ativista?

Isso é um mistério! Mas acho que fui uma daquelas crianças preocupadas demais com as coisas, sabe? Então meio que cresci assim. Hoje, tenho 55 anos, então cresci na década de 1960 e, quando eu era mais jovem, não conhecia nenhum vegetariano, nunca tinha ouvido falar em vegetarianismo. Mas sempre me importei muito com os animais, com o que estava acontecendo com outras pessoas, e eu começava a ficar incomodada e chateada quando via o noticiário e suas notícias devastadoras: crianças morrendo de fome, guerra... Tenho certeza de que nossas crianças atualmente são afetadas por essas informações também, mas esse incômodo que eu sentia foi algo que nunca foi embora.

Quando eu estava na escola e pensava sobre uma carreira, eu simplesmente não tinha nenhuma ambição, nenhum plano para a minha vida. Talvez uma falta de imaginação, quem sabe? Mas o que eu realmente sabia era que queria trabalhar com coisas que realmente importavam para mim. Então meio que fui tirada completamente de todo o sistema e me envolvi com muitas causas ao mesmo tempo na minha juventude. Em 1980, existiam muitos jovens na Grã-Bretanha protestando contra o apartheid na África do Sul, contra as indústrias que estavam investindo naquele país. Nós boicotávamos os bancos, e eu não tive uma conta bancária até meu segundo ano trabalhando na Lush - meu cheque era até então endereçado com o nome da minha mãe. Havia muito ativismo rolando naquele tempo, sem falar que foi o momento do auge do punk rock. Esses jovens estavam batendo de frente com o capitalismo e grandes empresas, e eu estava lá também. Eram os anos 1980, então, influenciada por tudo isso, desisti do que estava predeterminado para mim.

E quando você se envolveu mais ativamente com o veganismo e direitos dos animais?

Foi nesse momento. Eu me envolvi em campanhas a favor dos animais, contra clínicas de vivissecção. Além disso, me envolvi com questões ligadas ao direito às terras na Grã-Bretanha, e isso foi exatamente quando Margaret Thatcher entrou no poder. Naquele momento, alguns de nós sentimos que era possível lutar por um jeito novo de viver. E isso foi, de certa forma, minha vida até então.

E quais ações vocês planejavam?

Nós começamos a criar festivais de música ao ar livre, que duravam meses. Não tínhamos muito dinheiro, então os músicos vinham tocar de graça em prol das causas que defendíamos. Não havia ingressos, e eu me envolvi em organizar isso. Daí, o governo começou a nos perseguir, porque eles não queriam uma sociedade mais livre e que se importasse menos com dinheiro. Então eu me envolvi muito nisso. E, ao mesmo tempo, me envolvi mais ainda com questões ligadas aos direitos dos animais. Estávamos ocupando um espaço e tentando chamar a atenção da opinião pública para coisas que estavam acontecendo e sobre as quais ninguém tinha conhecimento. Naquela época, por exemplo, Thatcher anunciou que um grande investimento seria direcionado para a criação de estradas. E ela tinha um interesse bem claro com isso: agradar a grandes empresas. E ela fez isso em vez de investir em transporte público, dar mais acesso à população; pensar no todo, não em algo que é "individual", como um carro. O carro virou o rei. E nós protestamos muito contra isso, até que ela desistiu do programa.

Certamente uma vitória contra o governo, certo?

Sim, claro. Mas foi uma resistência difícil. Tivemos que nos dedicar muito a isso. E isso foi a minha vida até a Lush. E o governo pressionou ainda mais e mais, e eu tenho que dizer: eu estava todo aquele tempo recebendo benefícios financeiros do governo. Na época, era o equivalente a 25 libras (cerca de 130 reais) por semana que o governo pagava para pessoas desempregadas. Mas eles começaram a se perguntar "peraí, eu estou pagando para essas pessoas protestarem contra nós?", e então cortaram o benefício da maioria dos ativistas. E eu vivi durante muito tempo sem nenhum dinheiro, mas continuei protestando ativamente. Mas uma hora tive que encontrar um emprego. Afinal, não dá para esperar que o mundo te alimente para sempre, não é?

E como isso aconteceu, como você chegou até aqui?

Eu estava nos meus 30 anos e tinha tantas convicções, já tinha vivido tanto, já tinha visto como o mundo é cruel com animais e não queria contribuir para um mundo que reforçasse isso. Então olhei ao redor e pensei: "Para onde posso ir? Onde me encaixo na sociedade agora?". E fui muito sortuda em encontrar um trabalho na Lush. Eu já conhecia a companhia que veio antes da Lush, que era a Cosmetics To Go, também dos donos atuais da Lush, e me tornei cliente porque, desde aquela época, eles já não faziam testes em animais (e tudo na Grã-Bretanha era feito com testes em animais). Essas foram coisas que sempre importaram muito para mim. E fui ver se eles tinham uma vaga.

Eles tinham e você está aqui, agora.

Sim, estou aqui! Isso já faz quase 25 anos.


Hilary Jones na época em que trabalhava na fábrica da Lush, 
em Poole, na Inglaterra, há 20 anos (Foto: Divulgação)


Pensando em todas essas questões que falamos sobre ativismo e veganismo: como você enxerga a relação entre feminismo e veganismo?

São questões que não podem ser vistas de forma separada. Sei que algumas pessoas ficam muito incomodadas quando veganos defendem essa ideia. Mas o que as pessoas não entendem é que, se você é um vegano ético e chegou até aqui por causa dos animais... E existem várias maneiras de chegar até o veganismo, e isso é ótimo. Mas ao longo dos anos em que me tornei vegana, aprendi muito: primeiro, quando me tornei vegana, todo mundo achou que eu ia morrer. Naquela época, não existiam provas de que minha dieta seria saudável. Todo mundo achava que, cortando os grupos alimentares já conhecidos, seria impossível sustentar a vida humana. E eu fiz isso e encontrei um caminho. E nós, veganos, nos sentimos tão bem ao não consumir nada de origem animal, que seria injusto não assumir esse risco. E, com sorte, hoje nós conseguimos provar que esse risco não existe. E que, na verdade, é a carne que coloca as pessoas em risco, principalmente por causa da forma como é produzida.

Comecei a fazer isso pelos animais. Hoje, você pode fazer isso para cuidar da sua saúde ou por causa da saúde do planeta porque, obviamente, isso também é algo que aparece quando você tem uma dieta que é menos nociva ao meio ambiente. Existem muitas referências agora. Mas para aqueles que vêm até o veganismo por causa dos animais, é importante ressaltar que nós vemos os animais tão importantes quanto seres humanos. Que eles têm valor, têm vida, e não devem ser abusados e manipulados para o nosso consumo.

E então, quando você começa a tirar um bebê de sua mãe, para simplesmente roubar seu leite, isso parece terrível para nós, como tirar um bebê dos seios de uma mãe que o está amamentando. Porque é isso que você está fazendo. E isso causa muita controvérsia no movimento feminista. São fêmeas, é uma unidade familiar que é destruída pela cadeia alimentar. Todas as indústrias abusam de animais, mas a alimentar, especificamente, força esses animais para além do que eles podem aguentar.

Eles estão sendo inseminados artificialmente para reproduzir com rapidez e serem comercializados, estão sendo alimentados com comida artificial e, dessa forma, passam a viver bem menos do que deveriam, mesmo quando estão a serviço da indústria. E como todas nós, mulheres, sabemos: a forma como nos alimentamos tem um impacto em nosso corpo e mente. E esses animais não têm uma vida produtiva, e quando eles não servem mais, são mortos e seus bebês são tirados.

Se alguém já ouviu uma vaca chorar quando seu filhote é tirado de perto dela após o nascimento... Não tem uma forma de não se compadecer com isso. É a mesma coisa para todos os seres vivos. Uma mãe dá à luz seu filho, você tira essa criança dela à força, aquela mãe entrará em luto e aquela criança irá sofrer. E isso é uma questão feminista. Todas as mulheres deveriam se colocar à frente disso**.

O que significa ética para você?

Acho que ética é um processo. É uma estrada. Não é uma linha de "chegada", ela não se define apenas por uma coisa. Ela se constrói, não é algo fechado. Porque a partir do momento em que você acha que está sendo 100% ético, surge uma outra questão para você pensar sobre. E outra, e outra, e outras. Porque não é algo que você não olhou ou não se interessou, é algo que começou a acontecer e que você deve se preocupar e entender por que chegou até você. Então a verdadeira ética não é "uma coisa". É uma jornada, uma constante busca para tentar viver a melhor vida que você consegue - para você, para os outros e para o planeta. Isso é o que ética significa para mim.

Na sua visão, por que tantas empresas ainda testam desde os ingredientes até seus produtos em animais, em vez de usar métodos alternativos?

Muitas empresas já provaram que é possível não fazer testes em animais. E eu acho que, como todos os sistemas, esse é mais um que precisa mudar - e é difícil fazer isso. Acho que, como todos os sistemas, pessoas que cresceram dentro dele o protegem porque é o que elas conhecem. E então, se a ciência está usando animais por todo esse tempo, você tem cientistas que defendem isso porque simplesmente é o que eles conhecem. E alguém inventa uma coisa nova, e você tem que treiná-los para usar esse novo método, você tem que fazer com que eles gastem dinheiro com equipamentos para usar esse método... Tem uma série de coisas que precisam ser consideradas para que a real mudança aconteça. E esse é o motivo pelo qual eu criei o Lush Prize: nós premiamos pessoas que estão usando técnicas científicas para substituir os testes em animais em todo o processo de produção***. É uma questão difícil que, se mais pessoas olharem para ela, é possível provocar uma mudança.

Algumas empresas adotaram a política de não fazer testes em animais, mas depois voltaram atrás.

Pessoas que recuam? Eu não tenho palavras para elas.

E o que nós, como consumidores, podemos fazer para provocar uma mudança?

Nós somos deuses como consumidores. Porque se nós escolhermos com cuidado exatamente onde vamos colocar nosso dinheiro... O tempo todo que gastamos nosso dinheiro com determinada empresa, damos permissão para que eles façam exatamente o que já estão fazendo com o mundo (tanto para o bem quanto para o mal). É como votar por um governo. Nós damos nosso dinheiro a eles, e eles ganham confiança, permissão. E as empresas não nos contam, na maior parte do tempo, como os produtos chegam às prateleiras. Como eles negociam com as pessoas que cedem os ingredientes a eles, por exemplo?

Não é apenas sobre o produto.

Exatamente. O consumidor, quando vê o produto na prateleira, não sabe o que aconteceu até ali. Eles têm que comprar ingredientes de produtores. Eles pagam essas pessoas da forma correta? Eles checam se a colheita desses ingredientes está sendo responsável por mais destruição? Como é transportado? Como é processado? Como é testado? Tudo isso importa. E toda vez que você paga, você está dando permissão para toda essa cadeia de produção e para a forma como eles comandam essa produção. E é essencial para nós, como consumidores, pensar: "Eu quero comprar coisas, mas não quero que isso seja abusivo para pessoas, animais e para o meio ambiente". É com você. E com as empresas para repensarem suas atitudes. E, como consumidores, o ideal é insistir e comprar sempre de pessoas que você sabe que são transparentes com o modo de produção. E que você só continuará a fazer isso se eles mantiverem determinado processo. Se nós tivéssemos um número grande de pessoas fazendo isso, muita coisa mudaria.

"A verdadeira ética é uma jornada, uma constante busca para tentar viver a melhor vida 
que você consegue - para você, para os outros e para o planeta" (Foto: Divulgação)


A Lush ainda não é 100% vegana. Você acha possível a marca chegar a esse patamar algum dia?

Eu gostaria que sim, pois sou vegana. Sei que estamos fazendo muitas coisas no momento, estamos trabalhando arduamente para nos livrar de alguns ingredientes não veganos, como o mel****. Ele é um ingrediente mágico, com propriedades que nenhum de nós pode recriar. A mágica das abelhas é uma coisa extraordinária. Mas é a mágica das abelhas, não a nossa. Pertence a elas. Então, como vegana, não acho que nós devemos roubar a mágica delas. Mas é um ingrediente muito eficaz, e nossos alquimistas gostam de usar esse ingrediente e criar coisas novas a partir dele. Acho que poderíamos nos livrar de tudo isso, sim. Mas precisamos convencer alguns vegetarianos da empresa [Hilary se refere a Mark Constantine, fundador da Lush] a desistir de alguns ingredientes. Então é uma guerra constante. É uma guerra amigável, uma guerra de paz.

E então, qual o seu maior objetivo no momento, como ativista e diretora de ética na Lush?

Acho que meu maior objetivo é sempre o mesmo: continuar em frente, e continuar aperfeiçoando. Estamos tão longe do que é realmente bom. Ainda não nos colocamos perto do que é realmente certo fazer. Certamente não estamos perto disso. É uma grande estrada que precisamos caminhar. Não somos revolucionários. Não nos sentimos melhor do que ninguém. Só estamos tentando passar por cima de um sistema muito imperfeito e, de certa forma, fazer isso de um jeito com que possamos ir para casa e não sentir uma enorme culpa sobre como entregamos nosso produto para o mundo.

Fonte: HuffPost Brasil 


NOTAS DA NATUREZA EM FORMA:

*1. Conheça aqui as diferenças entre vegetarianismo e veganismo.


***3. O Brasil foi um dos vencedores do Lush Prize em 2017. Leia: Pele impressa em 3D substitui animais em testes de cosméticos 

****4. A indústria do mel é muito cruel com as abelhas. Leia aqui matérias a respeito. 

Ilustrações de artista irlandesa colocam humanos no lugar de animais explorados



Por Paulo Furstenau*


Barbara Daniels é uma artista irlandesa que mora em Berlim, na Alemanha, e produz ilustrações que mostram a inversão de papéis entre animais explorados e humanos exploradores. Sua série Dominion over Man ("Domínio sobre o homem") traz diversas formas de exploração, como alimentação, testes em laboratórios, comércio de animais, zoológicos etc. Uma das ilustrações mostra os animais como ativistas pelos direitos dos humanos, protestando contra a cruel exploração do homo sapiens

Confira abaixo algumas dessas obras. Ao final, colocamos o vídeo Happy Farms ("Fazendas felizes"), a filmagem da pintura de três metros de comprimento que Barbara levou cerca de um ano para concluir. Segundo o site da artista, "Happy Farms é uma empresa especializada em diversos produtos humanos anunciados como frescos e cultivados naturalmente", em uma irônica alusão a falácias propagadas pela indústria da carne como "abate humanitário" (veja aqui o documentário A Carne É Fraca, do Instituto Nina Rosa, todo filmado em fazendas brasileiras que praticam essa forma "humana" de assassinato) e galinhas criadas "livres de gaiola".





















"Ao vivo: filhote cai em jaula de humano no zoológico; seguranças abatem o perigoso humano"


"Animais pelo Tratamento Ético às Pessoas", em referência à ONG PETA, 
cuja sigla em inglês significa Pessoas pelo Tratamento Ético aos Animais



Vídeo publicado originalmente aqui 



Conheça mais e acompanhe o trabalho de Barbara Daniels:

Site  




*Paulo Furstenau é jornalista voluntário da Associação Natureza em Forma

Especialistas desmentem mitos sobre beleza que envolvem o veganismo

Modelos Katia André, Isabella Trad e Marcela Thomé usando produtos da Simple Organic, 
que produz cosméticos veganos (Fotos: 1ª - Andrea Dermatte; 2ª e 3ª - Carlos Sales)


Recentemente, a apresentadora Xuxa e o ator Junno Andrade anunciaram que cortaram a carne da alimentação. Consequentemente, criaram uma oportunidade para que o tema vegetarianismo fosse discutido pelo grande público. Ainda existem diversos questionamentos e, muitas vezes, afirmações incorretas sobre aspectos de beleza e saúde de quem é vegetariano ou vegano. Veja abaixo os esclarecimentos de alguns especialistas.

“Quem é vegetariano tem queda de cabelo e unhas fracas”

“O principal nutriente para os cabelos e as unhas é o ferro, que pode ser facilmente encontrado em uma alimentação sem carne. Basta intensificar o consumo de alimentos ricos em ferro, como feijão e ervilha, e em vitamina C, pois ela facilita a absorção do ferro”, Eric Slywitch, médico especialista em nutrologia, com ênfase em alimentação vegetariana.

“Isso acontece com qualquer pessoa que tenha deficiência nutricional. Mas quem é vegano come muitos alimentos que são anti-inflamatórios, e isso favorece a saúde como um todo. Depois que me tornei vegana, meu cabelo ficou muito mais forte”, Alana Rox, ativista, embaixadora da ONG Mercy for Animals, autora do livro Diário de uma Vegana e apresentadora de um programa de mesmo nome no canal GNT.

“As pessoas engordam quando adotam uma alimentação vegetariana”

“Para manter a alimentação saudável e equilibrada, basta trocar a carne por feijões e aumentar o consumo de leguminosas. Uma porção de carne é o equivalente a 190 calorias; uma concha de feijão tem 190 calorias e o dobro de ferro do que a proteína animal. O ferro da carne é mais absorvido pelo organismo, mas como o feijão tem mais ferro, a absorvição final é a mesma”, Eric Slywitch.

“Algumas pessoas que adotam uma dieta vegetariana caem na cilada de comer muito amido, como pizza e pão, e engordam. Isso acontece porque temos um instinto de compensação e pensamos 'já que não estou comendo carne, vou comer coisas gostosas'. Uma alimentação rica em amido engorda até uma pessoa que come carne. Vegetarianos e veganos precisam ter uma alimentação saudável, até porque o índice de retorno é de 35% quando você não tem uma nutrição equilibrada. E você pode comer coisas gostosas e saudáveis mesmo sendo vegetariano ou vegano”, Alana Rox.

“Vegetarianos têm flacidez e a pele envelhece mais rápido”

“Muitas pessoas se preocupam com o colágeno. No entanto, o corpo de quem tiver uma alimentação que supra todos os nutrientes irá produzir colágeno normalmente”, Eric Slywitch.

“É impossível ser uma indústria de cosméticos sem testar em animais”

“Alguns países, como a China, exigem que haja alguns testes em animais. Para um país como esse, a gente prefere não vender do que fazer testes em animais. Estamos começando o processo de exportação para outros países e regiões, como Europa e Estados Unidos, já que nesses locais os testes em animais não são exigidos. Não usamos matérias-primas que sejam tóxicas e agressivas o suficiente para que seja necessário testar em um ser vivo antes do uso humano”, Patrícia Lima, fundadora da marca de cosméticos brasileira vegana Simple Organic.

“Somos a prova de que é possível. Desde que a marca nasceu, há 22 anos, não fazemos testes em animais. Há 30 anos, os sócios da empresa tinham negócios na área sem fazer testes em animais. Exigimos dos nossos fornecedores uma declaração de que também não fazem esse tipo de teste. Para nós, esse assunto é uma questão de honra, levamos muito a sério. Por isso, não atendemos ao mercado chinês. No entanto, temos uma equipe de profissionais lá focada em relacionamento com autoridades para que a China interrompa a exigência de testes em animais”, Renata Pagliarussi, diretora-geral da Lush Brasil (70% dos produtos da Lush são veganos).

“Alguns países como Austrália, Noruega e Suíça baniram os testes em animais. Como você vai testar em animais algo para o ser humano? O ser humano não tem direito sobre outro ser. A crueldade não pode ser aceita como normal. Hoje, cada vez mais existem outros caminhos”, Alana Rox.

“Cosméticos cruelty free não são seguros, pois não foram testados em animais”

“Uma marca cruelty free não está isenta do processo de teste, todos os produtos são testados. São vários tipos de teste - entre eles, o de estabilidade e o microbiológico -, porém, não há necessidade de testar em animais, pois já existem tecnologias e testes que substituem”, Patrícia Lima.

“Os testes em animais são cruéis e não garantem segurança e eficácia para os humanos. Testes em animais são obsoletos. Todos os nossos cosméticos são testados em laboratório, com a cultura de tecidos, por exemplo. Também fazemos testes com pessoas voluntárias. Além disso, temos o Lush Prize*, uma iniciativa que promove pesquisadores que se dedicam a alternativas aos testes em animais”, Renata Pagliarussi.

Fonte: Estadão  


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