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Ibama reúne crianças e solta mais de 100 aves resgatadas de cativeiros

Diversas espécies de pássaros foram libertadas com a ajuda das crianças 


O Dia das Crianças deste ano [2018] também foi dia de conscientização. Em um ato para alertar sobre a importância de preservar a fauna brasileira, 112 passarinhos foram devolvidos à natureza. Funcionários do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) contaram com a ajuda dos pequenos, no Brasília Country Club, para soltar as aves.

A cada pássaro que saía da gaiola, um sorriso estampava o rosto das crianças e dos adultos que estavam por perto. Algumas aves ainda tinham dificuldade de encontrar o caminho para a liberdade, mas, com a ajuda do profissional do Ibama, logo deixavam as grades e voavam rumo às árvores. Entres os animais, estavam pássaro-preto, sabiá-laranjeira, canário-da-terra, periquito-de-encontros-amarelo, coleiro e papa-capim.

Segundo o coordenador do Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), Márcio Henrique Ferreira da Silva, essas espécies são pássaros silvestres que não podem ser criados em cativeiro*. O coordenador conta ainda que as aves soltas foram vítimas de maus-tratos e resgatadas em apreensões feitas em diferentes partes do Distrito Federal. “Queremos mostrar para as crianças o quanto é cruel capturar um animal da natureza para comercializar ou criar em gaiolas que, muitas vezes, nem comportam o animal dentro”, ressalta.

Silva explica que os bichos resgatados passam por uma triagem, são avaliados, vermifugados, medicados e tratados até estarem aptos a voltar para seu habitat. Ele esclarece que a área de soltura é escolhida de acordo com a região do próprio pássaro — todos os animais que foram soltos na última sexta-feira, por exemplo, são da região centro-oeste. Além disso, o Ibama conta com áreas específicas no DF para realizar essas ações.

O Brasília Country Club é uma dessas áreas. De acordo com o presidente do espaço, Carlos Henrique de Paula, o clube tem mais de 100 hectares de floresta - para ele, fruto de preservação e muito amor à fauna e à flora. “Somos um antigo parceiro do Ibama nesse programa de soltura dos animais. Temos uma preocupação muito grande tanto com a fauna quanto com a flora. As crianças estão aqui para ver os passarinhos saindo da gaiola e indo para a natureza, o que é muito lindo”, destaca.

Ajuda especial

Catarina, de quatro anos, foi uma das crianças que auxiliaram na libertação das aves. “Ajudei a soltar um periquito”, conta. Além de libertar o bichinho, a pequena saiu com uma lição: “A gente não pode maltratar os passarinhos”. O pai da menina, o servidor público Luciano Fuck, 39, destaca a importância de conscientizar as crianças. “Elas precisam ver para aprender. Não basta só a gente falar. Elas verem os pássaros felizes na natureza mostra que esse é o lugar deles, não dentro de uma gaiola”, diz.

Allana, de oito anos, também era uma das ajudantes. A garota estava com os pais e o irmão, que também ajudou na ação. Animada com os pássaros, ela não negava estar amando vê-los voarem. “Gostei muito. São bonitinhos.” Além da conscientização ambiental, a mãe, a administradora Carla Oliveira, 38, ressalta a importância do contato com a natureza. “É bom sair um pouco dos jogos eletrônicos e vir para a natureza. O melhor é ver os pássaros soltos, vê-los em seu habitat”, enfatiza.

Allana foi com a família ao clube e amou ter participado da ação do Ibama 


De acordo com o coordenador do Cetas, até setembro, o Centro de Triagem recebeu mais de três mil aves. Ele destaca que a maioria era criada de forma ilegal. Além de animais resgatados por meio de denúncia, Silva informa que o Ibama recebe bichos de forma voluntária. “As pessoas que fizerem essa entrega não sofrerão nenhuma punição, nenhuma multa”, garante.

Para falar com o Ibama, entre em contato no número 0800 61 8080. As denúncias também podem ser feitas por formulário no site ou pessoalmente nas unidades da Instituto.





Fotos: Marcelo Ferreira / CB / D.A Press


*NOTA DA NATUREZA EM FORMA:

Nenhuma ave ou qualquer outro animal deve ser criada em cativeiro, a não ser em casos de reabilitação para reintrodução na natureza ou aqueles animais que não podem mais ser reabilitados.

Cães, antas, veados, galinhas e cavalo são acolhidos e amados no Santuário de Elefantes Brasil


Feridos, agredidos, doentes, abandonados, os animais chegam em condições precárias. Muitos são encaminhados por órgãos ambientais ou de proteção animal. Acolhidos e tratados, alguns morrem, mas outros resistem e se juntam às gigantes Maia e Guida, as primeiras moradoras do Santuário de Elefantes Brasil, no Mato Grosso. Na rotina sossegada, ficam circulando na reserva, aproveitando aquela natureza bonita e a paz do lugar, tirando sonecas e interagindo.

Blais é apaixonado pela cadela que adotou, a Molly, abandonada pelo antigo dono da fazenda


São seis cachorros no Santuário. Goomba, por exemplo, é macho, e Maggie, fêmea. Vieram dos EUA e esse já é o segundo santuário onde moram, além de um no Tennessee. Foram trazidos pelo responsável pela reserva, Scott Blais, e sua mulher, a técnica veterinária Kat Blais, que têm mais de 20 anos de experiência em resgate e reabilitação de animais selvagens – seis deles só com elefantes. Ela atua na causa divulgando o projeto pela internet, mundo afora, e fazendo campanhas para ampliar as doações solidárias.

Outras duas cadelas que circulam entre as elefantes são Molly e Minnie. Elas moravam na fazenda do Santuário com o caseiro do antigo dono e foram deixadas lá quando ele se mudou. “Eram ariscas, quase não tinham contato com gente. Scott e Kat adotaram as duas e hoje elas dormem dentro de casa toda noite e, de dia, são guardiãs ferozes da Maia e da Guida”, conta a assistente administrativa do Santuário de Elefantes Brasil, Cassia Motta.

Cadela Minnie e galinha Lilly dividem cama tirando uma soneca


Bugsy é macho. Era um filhote abandonado na estrada perto da fazenda do Santuário, quando resgatado. Em péssimas condições, foi adotado, tratado e hoje é um fiel companheiro de todos no local.

Os cães são vira-latas, castrados e vacinados.

Para lá e para cá, vivem no Santuário de Elefantes também os gatos Saffron, que é fêmea, e Bodhi, macho. Foram deixados na porta da casa de Scott e Kat em Guarantã do Norte, quando ainda estavam morando lá, procurando fazenda para comprar. O Santuário, a princípio, seria instalado em Guarantã.

O cavalo Frederick já é idoso. Foi deixado no Santuário pelo antigo dono. Scott e Kat o adotaram, trataram e não aceitam que seja mais utilizado para puxar carga. “Hello, friend”, diz Scott, ao passar por ele, se referindo ao amigo. Ali, cavalo não é meio de transporte. Os funcionários andam pela fazenda a pé, de carro ou de quadriciclo, mas não montados nele.

Só de antas, quatro já foram reabilitadas no Santuário e soltas de volta na natureza. Porém uma delas, chamada Alma, por causa dos problemas de visão e neurológicos, nunca poderá ser reintroduzida como os outros. Seu nome foi escolhido através de campanha pelo site do Santuário de Elefantes. Ela sofreu agressões, daí os problemas de saúde. 

O último a chegar na reserva é um veado filhote. Seu nome ainda não foi escolhido. 
Deve ser lançada uma campanha para isso


Enquanto Guida e Maia comem feno, perto das grades transita o galo cego Bibi. Ele também foi deixado na fazenda pelo antigo dono, assim como as demais aves. Meses depois, o dono voltou para buscá-lo, mas já era tarde demais. Scott e Kat já tinham se afeiçoado a todos eles e não gostaram nem um pouco da ideia de entregá-los para que virassem comida. Por um preço amigável, fizeram negócio e os animais ficaram.

As galinhas, como Lilly e Giba, são chamadas por Kat como se fossem animais domésticos. Entram na casa de seus tutores, sobem no colo como os demais bichos e parecem muito à vontade.

O último a chegar na reserva é um veado filhote. Sua mãe foi atropelada e ele estava sendo criado por um casal em uma chácara próxima a Salgadeira. “Um dos nossos voluntários visitou a chácara e, percebendo que o casal precisava de ajuda para oferecer melhores condições ao animal, entrou em contato com o Santuário”, explica Cassia. “Fizemos o resgate, comunicamos à Sema (Secretaria de Estado do Meio Ambiente) e hoje ele está sendo reabilitado pelos veterinários da reserva para, em breve, ser reintroduzido na natureza.”

Galinha dorme em casa, no sofá e até mesmo dentro do carro da reserva


Scott e Kat tratam Maia, sempre atrás da grade de proteção


Bugsy tira uma soneca na casa de Scott e Kat, seus amigos


Frederick passeia pelo novo galpão, que está sendo estruturado para receber oito novos elefantes


Frederick não puxa carga porque ele não é meio de transporte


Frederick é alimentado pelo seu amigo Scott no início da manhã


Fonte: RD News 

Fotos: GSE


Leia mais sobre Maia, Guida e o Santuário de Elefantes Brasil:


Mais de 50 animais são devolvidos à natureza, na Reserva do Paiva (PE)


Mais de 50 animais, entre aves silvestres, mamíferos e répteis, foram soltos na Mata do Camaçari, na Reserva do Paiva, no Cabo de Santo Agostinho, região metropolitana do Recife. 

A ação, ocorrida na tarde de 6 de junho [2018], foi realizada numa parceria entre a Associação Geral da Reserva do Paiva (AGRP), Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) e Concessionária Rota dos Coqueiros (CRC).

Os animais foram apreendidos em ações de combate ao tráfico de animais silvestres. Antes da soltura, eles passaram por uma reabilitação no Centro de Triagem de Animais Silvestres de Pernambuco (Cetas Tangara), do CPRH, localizado no bairro da Guabiraba, no Recife, para serem devolvidos à natureza.














Fotos: Divulgação

Sertão de Pernambuco abriga projeto para sobrevivência dos papagaios-verdadeiros

Papagaios-verdadeiros na caatinga



Nas propriedades da Fazenda Mulungu, em Salgueiro, e do Sítio Mangueira, em Exu, ambos municípios do sertão pernambucano, um grupo de papagaios-verdadeiros (Amazona aestiva) que foi mantido em cativeiro por muito tempo sabe o que é voar em toda sua plenitude. Embora não seja oficialmente listado entre os animais que correm o risco de desaparecer da natureza, o papagaio-verdadeiro não é encontrado em abundância na caatinga, seu habitat natural.

Uma realidade que leva especialistas a considerarem a extinção uma possibilidade próxima, à medida que a quantidade de animais registrada hoje é insuficiente para a recomposição de uma grande população na natureza. Para virar esse jogo, nasceu o projeto Papagaio da Caatinga, um dos programas de preservação da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), que, nos últimos seis anos, devolveu a liberdade para 289 papagaios, sendo 157 em Salgueiro e os demais em Exu.

Mas, até chegar à tão sonhada independência, é um longo processo. A vida livre na natureza ocorre pelo menos uma vez ao ano, após as aves passarem pouco mais de oito meses no Centro de Triagem de Animais Silvestres de Pernambuco (Cetas Tangara), espaço administrado pela CPRH no bairro da Guabiraba, na zona norte do Recife. É lá que elas começam do zero até estarem bem adaptadas ao mundo real. Quando chegam ao Cetas Tangara, seja por uma devolução voluntária, seja por meio de operações de fiscalização, esses animais são submetidos a uma triagem em que cada indivíduo é analisado até passar por exames clínicos e vermifugação. A partir daí, começa o processo de reabilitação. “É quando treinamos a musculatura para voo, o reconhecimento da alimentação disponível na natureza e resgatamos neles o medo por seus predadores. Como muitos vêm de cativeiro, esse processo de reabilitação é primordial para que eles 'desenferrujem'. É como numa academia: uma pessoa obesa não corre com a mesma facilidade que uma pessoa em boa forma”, compara o biólogo e coordenador do projeto, Yuri Marinho Valença. Ele também é responsável por gerir o Cetas Tangara.

A soltura desses animais em meio à caatinga não é rápida, explica Valença, porque a fase da reabilitação é a mais trabalhosa. Geralmente, eles são capturados ainda filhotes, tornando-se ainda mais fácil a domesticação. É o principal motivo que justifica o porquê de a espécie ser uma das mais traficadas pelo mercado nacional e estrangeiro – porque há quem os compre. “Um animal enclausurado em uma gaiola ou acorrentado desde seus primeiros anos nunca saberá o que é a vida selvagem e viver em bando. Isso complica muito porque a ave não reconhece o humano como predador. Até ele perder os hábitos domésticos, leva tempo”, contextualiza o biólogo.

Ainda que o animal seja criado solto nas casas, a prisão é também comportamental. “Ele não saberá para onde ir nem terá para onde ir. Muitos acham que tirar o animal de suas casas vai fazer o bicho sofrer, mas é bem o contrário. Ele terá, enfim, a oportunidade de viver em um lugar de onde nunca deveria ter saído: a natureza”, afirma o coordenador do Papagaio da Caatinga.

Tão importante quanto a reabilitação, destaca Valença, é a socialização. Ao conviverem em grupo, eles começam a formar casais, algo essencial para o papagaio-verdadeiro. “O vínculo afetivo (casal e filhotes) é uma característica forte dessa espécie para garantir o sucesso reprodutivo. É por isso que viver em cativeiro e solitário é um sofrimento para eles. Quando chega o período de cópula, é comum vê-los arrancando as próprias penas. Em muitos, o estresse é tanto que chegam até a se masturbar. É preciso desmitificar essa cultura de ter um papagaio em casa”, pede Valença. A cada papagaio-verdadeiro retirado da natureza, deixa-se de contribuir com cerca de 900 indivíduos a mais no meio ambiente. É essa a capacidade de reprodução que uma única ave tem durante seus 80 anos de vida.



Antes do nascer do sol

É um trabalho incansável e que requer muita dedicação. O caminho de volta à natureza começa bem antes de o sol nascer. É entre 3h e 4h que Yuri Valença acomoda cada papagaio em uma caixa de madeira com comida disponível e sai do Cetas Tangara, na Guabiraba, em um veículo utilitário com destino ao sertão, em área de caatinga. O horário é escolhido propositalmente por conta do clima frio, como uma forma de minimizar o estresse entre os papagaios durante as quase sete horas de estrada até alcançarem a tão esperada liberdade. Anilhados e microchipados, logo ao chegarem na Fazenda Mulungu ou no Sítio Mangueira são realocados das pequenas caixas de madeira para o chamado viveirão – grande viveiro onde passam até 40 dias em readaptação antes de alçarem voos altos em meio à floresta.

Lá são muito bem tratados: um banquete de frutas, como mamão e banana, além de sementes, fica à disposição duas vezes ao dia, bem pertinho do viveiro preparado só para eles. “Não podemos chegar com eles e logo soltar. A portinha do viveiro só é aberta após eles se ambientarem ao lugar”, conta Valença. No Cetas Tangara, uma média de 200 papagaios está em fase de reabilitação e socialização para, enfim, ter a cidade de Exu ou Salgueiro como casa própria. Em outubro passado, foi a vez de um grupo de 55 papagaios ser solto em Salgueiro. As atividades de soltura ocorrem em espaços particulares cedidos pelos donos, por meio de parceria com a CPRH. São as chamadas Áreas de Soltura e Monitoramento de Fauna (ASMFs). Atualmente, quatro terrenos privados estão em negociação com a CPRH para se transformarem em uma área de soltura oficial do órgão ambiental.

Embora ganhem a proteção dos proprietários e moradores locais, é uma vez a cada mês que Valença reveza entre Salgueiro e Exu para monitorar os papagaios. É uma estada que dura sete dias só para acompanhar a adaptação das aves à região. E muitos já ganharam confiança ao ponto de fixar moradia. No último monitoramento, foi possível avistar ninhos. Hoje, dos 289 papagaios soltos, a CPRH ainda monitora 48 bichos em Exu e mais de 80 em Salgueiro. “Isso é um processo natural, já que, na vida livre, cada família procura um lugar. A dispersão é mais fácil, ou seja, sinal de que cumprimos nossa meta”, declara orgulhoso o biólogo. Todo o processo também é feito com a parceria do Cemafauna (Centro de Manejo de Fauna da Caatinga, da Universidade Federal do Vale do São Francisco - Univasf).

Inspiração

A inspiração para criar essa iniciativa, explica Valença, vem de 2010, a partir de uma problemática quando ele trabalhava no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis em Pernambuco (Ibama-PE), no bairro de Casa Forte, também na zona norte da capital. “Os papagaios eram entregues ao Centro de Triagem do Ibama, mas não tinham uma destinação correta. Na maioria das vezes, iam para criadouros ou zoológicos. E essa não é a função de um Cetas, e sim reabilitar e devolver à natureza. Foi essa situação que nos instigou a criar o projeto, que vem dando certo até hoje”, comemora o biólogo.











Fonte: Folha de Pernambuco 

Fotos: CPRH / Divulgação

Aves encontradas presas em linhas de pesca são devolvidas à natureza


Duas aves foram devolvidas à natureza na Praia do Moçambique, em Florianópolis. Os animais haviam sido encontrados presos em linhas de pesca em fevereiro, em Balneário Barra do Sul, no norte de Santa Catarina. As fragatas (Fregata magnificens), espécie também conhecida como tesourão, passaram por um período de reabilitação na R3 Animal.

Uma das aves, uma fêmea adulta, estava com uma ferida aberta na asa esquerda, com necrose e o osso exposto. O animal recebeu remédios para tratar a infecção e dor. Para ajudar na cicatrização, o ferimento recebeu sessões diárias de tratamento a laser. A outra ave, mais jovem, passou por tratamento fisioterápico durante um mês, recebeu vermífugo e fez exames de rotina pré-soltura, sendo liberada em março. 

Segundo a médica médica veterinária Marzia Antonelli, o quadro clínico da fragata era delicado, já que qualquer alteração nas asas pode comprometer o voo de maneira irreversível. 

A R3 Animal recomenda que, ao encontrar mamíferos ou aves marinhas mortos ou debilitados, o cidadão pode entrar em contato pelo número 0800 642 3341 [válido para Santa Catarina].




Fotos: Nilson Coelho


NOTA DA NATUREZA EM FORMA:

Sim, a pesca é uma atividade nociva não só para os peixes (leia aqui), como também para as aves. 

O visitante



Por Paulo Furstenau*


Certa vez, trouxeram aqui na ONG um filhote de pombo muito machucado: ele não tinha penas nem pele na cabeça, sua carne estava toda exposta, ferimento causado provavelmente por humanos.

Curativos na ferida, homeopatia para fortalecer sua saúde e alimentação no bico foram sua rotina diária com nossos veterinários e voluntários, até que ele se recuperasse. Meses depois, Carequinha, como o batizamos, estava pronto para bater asas e voar. 

Os pombos e outros pássaros feridos que chegam a nós são tratados, recuperados e soltos novamente, como deve ser feito com qualquer ave (ou outros animais terrestres não domésticos) levada para cuidados veterinários em outros locais. Aqueles cujos ferimentos impossibilitam o voo são colocados para adoção responsável, como nossos atuais hóspedes Grace Kelly e Tom Tom.

Levamos então Carequinha para a Praça da República, que fica na vizinhança. Ele voltou para a ONG no dia seguinte, e lá ficou. Fomos então um pouco mais longe (3 km), e o soltamos no Parque da Água Branca. Ele voltou no dia seguinte. Tentamos daí o Parque Ibirapuera (a 5 km de nós). Ele voltou no dia seguinte. 

A próxima opção foi o Parque do Carmo, que fica a mais de 25 km de distância. Soltamos Carequinha lá e ele não voltou no dia seguinte. Mas, quase duas semanas depois, cá estava ele. Só que dessa vez Carequinha não veio querendo ficar. Ele veio atrás da comida e foi embora. E fez isso várias vezes nesse dia e nos dias seguintes. Provavelmente ele acabou vindo morar na Praça da República ou outro lugar vizinho.

Até que logo ele apareceu com uma novidade: uma namorada. E Carequinha é até hoje uma visita frequente aqui na ONG - ora sozinho, ora acompanhado. E, dado o casal de pombinhos que se formou e a assiduidade com que Carequinha vem atrás de comida, não é difícil deduzir que a família aumentou (aves alimentam seus filhos enchendo o papo de alimento e água e regurgitando em seus biquinhos).





Cuidados 

Ficamos felizes com a total recuperação de Carequinha, com suas visitas e por ele ter encontrado uma companheira (pombos formam casais monogâmicos e para toda a vida), mas lembramos aqui a importância de fazer um controle populacional dessas aves. 

Uma grande população de pombos juntos aumenta a possibilidade de desenvolvimento e contágio de doenças entre eles - sobre transmissão para humanos, existe muito mais mito do que fato (leia aqui); a toxoplasmose, por exemplo, assim como nos gatos, só é transmitida se o humano comer as fezes do animal ou tocá-las e em seguida levar a mão à boca, ou seja...

Além disso, uma superpopulação de pombos é um risco acrescido de eles sofrerem violências de humanos, muitas vezes cometidas justamente por causa desses preconceitos em relação a doenças - e outras tantas vezes cometidas por maldade mesmo. Carequinha e Tom Tom que o digam!

O controle populacional de pombos segue o mesmo princípio da castração de cães e gatos de rua (e também os que temos em casa): zelar, em primeiro lugar, pela saúde, segurança e integridade física dos animais. No caso dos pombos, uma boa solução é a colocação de pombais em praças e parques, fazendo-se a substituição dos ovos por ovos de plástico (os verdadeiros são usados para alimentação de outros animais ou como adubo). 

Nós, da Natureza em Forma, já nos reunimos com a administração do Parque da Água Branca (onde fizemos a segunda soltura do Carequinha), que estava com uma superpopulação tanto de pombos quanto de galinhas. Hoje, há ninhos no local e os ovos das galinhas são trocados. Sugerimos a eles que coloquem mais ninhos para as galinhas e também pombais.

Mas para fazer um efetivo controle populacional em uma escala maior, o ideal seria que todos os parques e praças das cidades tivessem pombais. Uma ida semanal de um funcionário da prefeitura ou Secretaria do Meio Ambiente para fazer a substituição e limpeza dos pombais já seria suficiente.

Com isso, além do controle populacional ético, as pombas têm um lugar adequado e seguro para colocarem ovos, o que é também uma forma de inserir na sociedade esses animais tão estigmatizados. Todos os animais merecem respeito e cuidados de nossa parte. Como seres racionais, devemos ajudá-los, e não machucá-los ou fazer qualquer mal. Afinal, todos eles são nossos irmãos terráqueos neste planeta.

E você, Carequinha, será sempre bem-vindo aqui na ONG! 



Fotos e vídeo: Natureza em Forma / Divulgação

*Paulo Furstenau é jornalista voluntário da Associação Natureza em Forma

Uma em cada oito espécies de pássaros está ameaçada de extinção

A ararinha-azul, natural da Bahia, foi extinta na natureza e restam poucos exemplares em cativeiro (Foto: Al Wabra Wildlife Preservation)


O dodô talvez seja o mais conhecido exemplo de pássaro que desapareceu do planeta devido à ação humana, mas o número de espécies extintas ou em vias de extinção é imenso. O relatório State of the World’s Birds, divulgado pela ONG BirdLife International, indica que uma em cada oito espécies está ameaçada. São 1.469 aves em perigo, segundo a Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza, sendo 222 em situação crítica.

A estimativa é que, nos últimos 500 anos, 183 aves desapareceram. Desde a virada do século, três espécies desapareceram na natureza: a ararinha-azul, que vivia no norte da Bahia e agora só existe em cativeiro; o corvo do Havaí, que era encontrado nas matas dos vulcões Mauna Loa e Hualālai; e o po’ouli, que vivia na ilha de Maui, também no Havaí, e foi considerado extinto em 2004, após a morte do último casal em cativeiro.

"A gente acha que extinção é só para os dinossauros, mas está acontecendo agora, na nossa cara", alerta Pedro Develey, diretor executivo da ONG Save Brasil, braço da BirdLife International. "Para a ararinha-azul, ainda há esperança: existem indivíduos criados em cativeiro que poderão ser reintroduzidos na natureza."

A caça para abastecer o mercado ilegal de animais é a ameaça mais conhecida aos pássaros silvestres, mas está longe de ser a principal. Das 1.469 espécies em risco de extinção, 74%, ou 1.091, estão em perigo por causa do avanço da agricultura. A segunda maior ameaça é a exploração madeireira (50%, ou 734 espécies), seguida pela introdução de espécies invasivas (39%, ou 578) e, enfim, pela caça e captura (35%, ou 517). As mudanças climáticas são uma ameaça crescente, colocando em risco a existência de 485 espécies, 28% do total de aves ameaçadas.

Existem no mundo 10.966 espécies de pássaros conhecidas e ao menos 40% delas (3.967) têm suas populações sendo reduzidas. Das 1.469 espécies em risco, 222 são classificadas como em perigo crítico, 461 são ameaçadas e 786 vulneráveis. Existem ainda 1.017 espécies quase ameaçadas.

"Cada vez que realizamos essa avaliação, vemos mais espécies em risco de extinção. A situação está se deteriorando e a velocidade se intensificando", afirma o diretor científico da BirdLife International, Tris Allinson. "As espécies em risco de extinção antes viviam no topo de montanhas ou em ilhas remotas, como o pombo-cor-de-rosa das Ilhas Maurício. Agora vemos espécies que eram disseminadas e familiares, como o papagaio-do-mar, sob ameaça de extinção global."

Antes abundante, o papagaio-do-mar entrou para a lista de aves ameaçadas 
(Foto: Robert F. Bukaty / AP Photo)


Além da destruição do habitat, o avanço da agricultura está envenenando os pássaros. O relatório destaca o caso do tico-tico-de-coroa-branca (Zonotrichia leucophrys), que vive no Canadá, nos EUA e em alguns países europeus, em regiões agrícolas, onde se beneficia da fartura de grãos e disponibilidade de água. Mas existem evidências de que esses pequenos pássaros estão sendo envenenados pelos inseticidas neonicotinoides usados nas plantações. Os animais contaminados perdem até um quarto da massa corporal e perdem a orientação migratória.

O estudo também chama atenção para o efeito “catastrófico” das espécies invasivas. Nos últimos cinco séculos, animais exóticos a uma determinada região foram responsáveis, ao menos em parte, pelo desaparecimento de 122 espécies de pássaros, sendo o principal fator para extinções recentes. Os animais invasores que mais ameaçam as aves são os ratos e outros roedores (que causam impacto em 250 espécies), gatos (202) e cães (79) domésticos.

A situação é particularmente crítica em ilhas isoladas, onde aves evoluíram ao longo de milhares de anos com número limitado de competidores e predadores. Existem 390 ilhas com populações de um ou mais pássaros ameaçados e um ou mais vertebrados invasores que os ameaçam.

As mudanças climáticas, que muitos projetam para o futuro, já estão afetando as aves. Um estudo recente com 570 espécies mostrou que 24% delas estavam sendo impactadas negativamente pelo caos climático. Os efeitos em larga escala e longo prazo são desconhecidos, mas já foi detectada a tendência de avanço de pássaros de clima quente para regiões historicamente frias, levando competição e pondo em risco as espécies nativas.

Brasil é o país com mais aves em risco

Com grandes áreas florestais, o Brasil é o terceiro país com maior biodiversidade de pássaros, com 1.811 espécies catalogadas, sendo 252 endêmicas. Por outro lado, o País concentra o maior número de aves em risco, com 169 espécies, sendo 22 em perigo crítico ou já extintas na natureza. O governo brasileiro já declarou extintas três delas: o limpa-folha-do-nordeste (Philydor novaesi), o gritador-do-nordeste (Cichlocolaptes mazarbarnetti) e a corujinha-caburé-de-pernambuco (Glaucidium mooreorum), mas a BirdLife ainda as classifica como em perigo crítico.

"O problema é a mata atlântica. Cerca de 40% das aves ameaçadas no País são endêmicas da mata atlântica, o bioma brasileiro mais degradado. Restam apenas 11% das florestas nativas. E se a gente perde a mata, as espécies animais e vegetais vão junto", explica Pedro Develey.

Existem 11 exemplares da rolinha-do-planalto numa reserva particular mantida pela Save Brasil (Foto: Pedro Develey)


A situação é mais urgente na mata atlântica do nordeste, onde os pedaços de floresta restantes estão retalhados em pequenas “ilhas”, o que dificulta a expansão das populações e as torna vulneráveis. É lá que viviam a corujinha-caburé, o limpa-folha e o gritador-do-nordeste. A choquinha-de-alagoas (Myrmotherula snowi) é outra ave do mesmo bioma extremamente ameaçada de desaparecer. Segundo Develey, existem cerca de 40 exemplares vivendo numa reserva particular em Murici, Alagoas.

O diretor da Save Brasil aponta outras duas espécies em situação crítica: o entufado-baiano (Merulaxis stresemanni) e a rolinha-do-planalto (Columbina cyanopis), sendo a última redescoberta em 2016, após 75 anos sem ser avistada. No início do ano, a ONG, em parceria com a Rainforest Trust, adquiriu uma área de 593 hectares onde o animal foi visto para a criação de uma reserva particular.

"Encontraram uma pequena população na Serra do Espinhaço, em Minas Gerais, e nós conseguimos criar uma reserva nessa área. São os últimos 11 indivíduos conhecidos da espécie, mas agora eles têm maiores chances de sobreviver", diz Develey. "Ainda vamos perder algumas espécies, mas temos tempo para salvar grande parte da nossa biodiversidade. Nós sabemos o que temos que fazer."

A situação e o prognóstico não são positivos, mas os esforços de conservação devem ser celebrados. O documento destaca que, desde a virada do século, 25 espécies foram removidas da lista de perigo crítico graças a programas de proteção. A receita envolve a proteção de habitats existentes, recuperação de áreas degradadas, controle de espécies invasoras e ações direcionadas para a espécie ameaçada. Em casos extremos, programas de reprodução em cativeiro podem reintroduzir espécimes na natureza.

"Tudo é reversível porque, infelizmente, é provocado pela humanidade", afirma Allinson. "Uma coisa é trabalhar no último minuto para salvar uma espécie em particular e trazê-la de volta, mas o que precisamos é de soluções em larga escala para a intensificação e expansão agrícola em particular, a maior ameaça para as aves."

Fonte: O Globo  


NOTAS DA NATUREZA EM FORMA:

1. Lembramos aqui sobre a aberração do Projeto de Lei 6.268/16, do deputado Valdir Colatto (PMDB-SC), que pretende liberar a caça de animais silvestres no Brasil. Todos nós, da causa animal e população, precisamos nos unir e mobilizar para que essa barbaridade não seja aprovada. O texto do PL cita o controle de espécies invasoras. Lembramos também que, por exemplo, o javali-EUROPEU não chegou aqui nadando, e sim trazido pelo ser humano com o objetivo de lucro. Saiba mais aqui.

2. Sobre a "invasão" de cães e gatos domésticos, destacamos mais uma vez a importância da castração e adoção. Mais e mais cães e gatos nascendo nas ruas significa mais desses animais invadindo áreas de preservação e predando aves e outros animais de pequeno porte. A castração impedirá novos nascimentos e a adoção irá tirar das ruas os cães e gatos já existentes. 

E atenção: uma vez adotados, eles não devem ter acesso livre para a rua. Cães devem viver em casas de portões fechados (ou apartamentos) e gatos em casas/apartamentos de janelas teladas. Isso para a própria segurança deles, pois, para esses animais, as ruas não significam a liberdade, e sim riscos de todos os tipos de violências, acidentes e doenças.

Saiba mais aqui sobre a castração.

Dez peixes-bois são devolvidos à natureza

Processo de soltura dos peixes-bois no Baixo Purus, um dos principais rios da Amazônia 
(Foto: Fernanda Farias / Inpa)


Na tradição judaica, a Páscoa (Pessach ou Pesach) é celebrada para lembrar a libertação do povo hebreu do cativeiro no Egito. Para os cristãos, se comemora a ressurreição de Jesus Cristo. E para os 10 peixes-bois-da-amazônia (Trichechus inunguis) criados em tanques de fibra sob proteção dos cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTIC), essa Páscoa significou uma nova vida. Os animais começaram a ser reintroduzidos no Baixo Purus, um dos principais rios da região. A ação começou no sábado (31/3/2018) e termina hoje (3/4).

Essa será a maior soltura desses animais no Brasil, desde que o Programa de Reintrodução de Peixes-Bois do Inpa foi criado, há 10 anos. O projeto guarda uma boa lembrança de abril de 2017, quando foram reintroduzidos cinco animais - três machos e duas fêmeas - na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Piagaçu-Purus, onde as comunidades da unidade de conservação do estado do Amazonas são parceiras do programa.

Antes de serem liberados para o meio ambiente, os animais passaram por um período de preparação no chamando semicativeiro. Lá, eles ficaram em adaptação por pelo menos um ano, vivendo num lago privado de piscicultura, em Manacapuru, município a 68 Km de Manaus. Com a retirada dos 10, ficarão outros 14 animais no local. Na capital do estado, tanques do cativeiro que ficam no Bosque da Ciência abrigam 53 peixes-bois, que ainda não têm data para serem reintroduzidos.

“Nossa ideia é levar de maneira inédita 10 animais de uma só vez. Normalmente, o Inpa tem reintroduzido de quatro a cinco indivíduos por ano, mas o sucesso das solturas passadas, com os animais se readaptando muito bem à natureza, nos permitiu acelerar o processo”, explica o biólogo Diogo Souza, responsável pelo programa de reintrodução.

Uma vez por ano, os animais do semicativeiro passam por avaliação clínica para verificar o estado de saúde. Neste ano, os peixes-bois foram avaliados de 20 a 23 de fevereiro por uma equipe de 15 colaboradores do Inpa e da Associação Amigos do Peixe-Boi (Ampa), formada por veterinário, biólogos, técnicos, tratadores e voluntários.

Não pense que após a soltura os animais são abandonados à própria sorte. Muito pelo contrário, é a partir daí que outro trabalho começa. O biólogo Diogo Souza e uma pesquisadora do Japão continuarão na RDS durante um tempo para acompanhar os primeiros deslocamentos dos animais e entender como estão se comportando pós-soltura.

Existirá também um trabalho de monitoramento que conta com a participação de quatro assistentes, entre eles, comunitários da reserva e ex-caçadores de peixe-boi, que acompanharão os animais através de equipamentos de telemetria fixados em suas caudas. Os equipamentos possibilitam aos monitores encontrarem os animais e saberem quais os movimentos diários e sazonais, área de vida e tipo de habitat que eles estão ocupando na reserva.

Os peixes-bois, apesar do nome, não são peixes, e sim mamíferos aquáticos. Os peixes-bois-da-amazônia (Trichechus inunguis) foram caçados em escala industrial desde o Brasil Colônia, e há registros de sua carne e óleo sendo exportados do então Grão-Pará no século 17. Hoje, os peixes-bois estão ameaçados de extinção. Dóceis, grandes e de movimentos lentos, eles são alvos fáceis para a caça.


     Foto: Luciene Pedrosa / Inpa


Fonte: O Eco 

Aves e jabutis resgatados pela FPI são devolvidos à natureza no Sertão de Alagoas


Cerca de 60 aves e 270 jabutis resgatados de cativeiro foram devolvidos à natureza ontem (15/3/2018), no município de Belo Monte, no Sertão de Alagoas.

Esses animais foram resgatados durante ações da Fiscalização Preventiva Integrada da Bacia Hidrográfica do São Francisco (FPI), coordenada pelo Ministério Público do Estado de Alagoas (MP-AL), mas com apoio de outros órgãos estaduais e federais.

Segundo o coordenador da equipe de soltura, Lahert Lobo, o jabuti, praticamente inexistente em seu habitat natural, é uma das espécies mais ameaçadas de extinção na caatinga alagoana.

“Os jabutis ainda são muito comuns em cativeiros, mas a criação é proibida e pode gerar multa de R$ 5 mil por animal apreendido. A maioria devolvida hoje à natureza foi de entrega voluntária. É importante essa conscientização da comunidade”, afirma Lobo.

As aves que também foram devolvidas à natureza são das espécies galo-de-campina, extravagante, azulão, cancão e rolinha fogo-apagou.

“Após a soltura, realizamos sempre que possível visitas posteriores para monitoramento, e também fazemos a inspeção nas comunidades para saber se houve captura”, explica o coordenador da equipe de soltura.

Lobo diz também que os bichos soltos ainda vão apresentar comportamento doméstico. Contudo aqueles que conseguirem se reproduzir, gerarão animais silvestres, se mantidos longe do contato humano. Eles foram soltos em uma área com grande oferta de alimentos e água.




Fonte: G1 

Fotos: Jonathan Lins / MP-AL