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A alegria dos gatos com a catnip em divertidas fotos



Por Paulo Furstenau*


O fotógrafo norte-americano Andrew Marttila já foi alérgico a gatos, mas hoje vive com sua namorada, três gatos e mais alguns que o casal abriga para lar temporário (animais que ficam na casa de protetores até serem adotados).

E ele ama tanto gatos que até se especializou nos cliques desses adoráveis felinos, que ele reúne no site I Am the Cat Photographer ("Eu sou o fotógrafo de gatos", em tradução livre). 

Recentemente, o fotógrafo lançou o livro Cats on Catnip (algo como "gatos sob efeito da catnip"), com registros de gatos felizes da vida com sua erva preferida - para quem não conhece, ressaltamos que a planta não é "maconha de gato" nem faz qualquer mal para animais ou humanos. Saiba mais sobre a catnip aqui.

Marttila compartilhou algumas dessas fotos no site Bored Panda. Dá uma olhada!

(E lembramos que vendemos catnip - e graminha, que os gatos também amam - em nosso Pet Centro. Confira aqui nosso endereço e telefones.)




































*Paulo Furstenau é jornalista voluntário da Associação Natureza em Forma

Posicionamento da Associação Natureza em Forma sobre a lei que proíbe alimentar pombos


Acima: Grace Kelly e Tom Tom, resgatados de maus-tratos 
e atualmente para adoção na ONG. Abaixo: Carequinha, que foi reabilitado 
e solto, mas vem sempre nos visitar em busca de comida 
(Fotos: Associação Natureza em Forma)


Por Paulo Furstenau e Lito Fernandez*

Quem alimentar pombos de rua em São Paulo agora será multado em R$ 200. A lei, de autoria do vereador Gilberto Natalini (PV) e sancionada pelo prefeito Bruno Covas (PSDB), foi publicada na última quinta-feira (7/6/2018) no Diário Oficial de São Paulo e deve ser regulamentada pelo Executivo nos próximos três meses.

O argumento usado para essa lei se baseia na velha crença de que pombos transmitem doenças. A Folha de S. Paulo fez uma matéria totalmente parcial, favorável ao tema, mas a própria declaração da fonte ouvida pelo jornal mostra o absurdo dessa perseguição a um animal inocente.

“Inalar os fungos contidos nas fezes secas do animal pode provocar doenças pulmonares e até meningite”, disse um infectologista. Ou seja, para um humano ser infectado, ele precisa cheirar as fezes do animal. O mesmo vale para toxoplasmose, criptococose e histoplasmose. Piolhos de pombos – também encontrados em outras aves –, mesmo que eventualmente passem para humanos, não sobrevivem mais que algumas horas, pelo simples fato de que humanos não têm penas para alimentar os piolhos. E “doença do pombo” é algo que simplesmente não existe, trata-se de uma lenda urbana. 

Repudiamos veementemente não apenas essa lei, que reforça a intolerância contra um animal que já sofre tantos maus-tratos por pura ignorância humana, mas também o fato de ela vir de um político do Partido Verde, que supostamente defende o meio ambiente. Natalini chegou a declarar que o pombo pode transmitir até 70 doenças. E, pior ainda, toda essa crença é alimentada por instrução normativa do Ibama, que considera os pombos pragas urbanas. O Ibama é um órgão que igualmente deveria zelar pelo meio ambiente, e não atacá-lo. 

O poder público – especialmente uma entidade como o Ibama e um partido como o PV – deveria assumir os animais, e não fazer campanhas contra eles. Pombos podem ficar doentes como qualquer animal, e uma superpopulação dessas aves aumenta o risco de contágio de doenças entre elas mesmas – a tal propalada transmissão para humanos é extremamente pouco provável de acontecer. 

O controle populacional por inanição (deixar os pombos morrerem de fome) é cruel, ignorante e criminoso. A Lei 9.605/1998 (Lei de Crimes Ambientais) criminaliza os maus-tratos contra todos os animais, sem distinção. A ONG SOS Aves & Cia. lembra que uma lei municipal não pode estar acima de uma lei federal. Deixar um pombo morrer por fome ou sede é crime em qualquer cidade do Brasil. A ONG está protocolando uma denúncia no Ministério Público de São Paulo para que um inquérito seja instaurado para anular essa lei. 

Uma caça às bruxas semelhante ao nazismo. Agora os políticos querem fazer a população acreditar que os responsáveis pelas doenças urbanas são os pombos, e não a falta de políticas públicas de saúde para os humanos, e essas aves “culpadas” é que devem ser punidas. Era só o que faltava. Na verdade, os responsáveis pelo adoecimento da população são os políticos. Os pombos são apenas outras vítimas, da falta de políticas públicas de proteção aos animais – pombos e outros. 

O controle populacional de pombos deve ser feito, mas de forma ética, por meio da substituição dos ovos das pombas por ovos falsos – dessa forma, as pombas têm um local seguro para fazer seus ninhos e são inseridas na sociedade, e não deixadas para morrer de fome. E tendo esses poleiros para ficar, os pombos deixam livres os monumentos da cidade, outra queixa dos políticos, além de terem alimento saudável disponível, e não lixo, melhorando, portanto, sua saúde. 

A instalação de pombais em praças, parques e outros espaços públicos ocorre em diversas cidades do mundo – a experiência de manejo na Praça San Marco, em Veneza, na Itália, é exemplar. Lá, os pombos são alimentados e controlados, sendo atração turística (e livres, vale lembrar, ao contrário de atrações turísticas que aprisionam os animais). Nós, da Natureza em Forma, em reunião com a administração do Parque da Água Branca, já sugerimos a colocação de pombais para os pombos e ninhos para as galinhas, para conter o aumento populacional dessas aves no local. 

Em nosso Centro de Adoção, recebemos pombos salvos de diversas situações de maus-tratos, feridos por pura maldade, como chutes, atropelamentos e envenenamento. Nós os reabilitamos e soltamos, como deve ser feito com qualquer ave após um trabalho de reabilitação. Aqueles que não puderem mais voar devido a asa quebrada, por exemplo, colocamos para adoção como qualquer outro animal da ONG, como cães, gatos, coelhos, chinchilas, porquinhos-da-índia, camundongos, twisters, gerbis, galos/galinhas e porcos. 

Excluir os pombos é como excluir o ser humano que está à margem. Eles são merecedores de fazer parte da natureza e da sociedade tanto quanto qualquer um de nós. 

*Paulo Furstenau é jornalista voluntário e Lito Fernandez é presidente da Associação Natureza em Forma

Clarice e Ulisses

Clarice e Ulisses imortalizados pela escultura de Edgar Duvivier 
e pelo clique de Luis Teixeira Mendes 


Por Paulo Furstenau*

“Aí está ele, o mar, o mais ininteligível das existências não humanas. E aqui está a mulher, de pé na praia, o mais ininteligível dos seres vivos.” Assim a escritora Clarice Lispector inicia sua crônica As Águas do Mundo, publicada no Jornal do Brasil como As Águas do Mar, em 13 de outubro de 1973, e depois no livro A Descoberta do Mundo, uma antologia dos textos de sua coluna semanal naquele periódico.

Foi esse trecho que o fotógrafo Luis Teixeira Mendes usou para legendar o registro que fez da estátua de Clarice e seu cão, Ulisses, que fica no Leme, bairro carioca onde a escritora viveu por 12 anos. E a representação em bronze dos dois evoca um complemento mental às palavras da escritora: “Aqui está também o cachorro, o mais fiel amigo dos humanos”. Ulisses, imortalizado na escultura de Edgar Duvivier junto com sua tutora poeta, foi o terceiro (após Dilermando e Jack) e último cão de Clarice Lispector. 

“Sou um pouco malcriado, não obedeço sempre, gosto de fazer o que eu quero, faço xixi na sala de Clarice.” Eis como Ulisses se apresenta no livro infantil Quase de Verdade, todo narrado por ele. Segundo o cachorro, que tinha “pelo castanho cor de guaraná e olhos dourados”, ele ficava latindo para Clarice, e ela, como entendia o significado de seus latidos, escrevia o que ele lhe contava.

Clarice e Ulisses em Quase de Verdade (Editora Rocco Jovens Leitores), 
nos traços da ilustradora Mariana Massarani 


No livro, ele conta suas aventuras no “enorme quintal de uma senhora chamada Oniria”, onde esteve hospedado. Na vida real, Ulisses, “um pouco neurótico”, como Clarice o descrevia devido a seu temperamento bagunceiro, cometia excessos como beber refrigerante e uísque, além de roubar bitucas de cigarros dos cinzeiros. Péssimo para a saúde de qualquer ser vivo, mas sua tutora, embora relaxasse na educação do bicho, tinha consciência sobre certos hábitos cruéis contra cachorros, conforme Ulisses atesta, também em Quase de Verdade: “Minha dona não quis cortar meu rabo porque acha que cortar seria contra a natureza”. E é isso mesmo. Hoje, cortar cauda ou orelha de cachorros é não só contra a natureza do animal, como também crime de maus-tratos.

Os hábitos mundanos e inapropriados para os cães mantidos por Ulisses - que gostava de fazer o que queria, como ele mesmo disse - lhe renderam até uma menção especial no jornal satírico O Pasquim. Em 1974, os repórteres da publicação entrevistaram Clarice na presença do peludo e acabaram escrevendo sobre ele também, descrevendo-o como um “bicho muito louco”.

Mas Ulisses não era um pouco neurótico nem muito louco. Ele era um cachorro, curioso e arteiro (e maravilhoso) como todos os cães. Clarice Lispector lhe disse certa vez: “Quanta inveja tenho de você, Ulisses, porque você só fica sendo”.



A Clarice e o Ulisses de verdade (Foto: Acervo Instituto Moreira Salles) 



*Paulo Furstenau é jornalista voluntário da Associação Natureza em Forma 

Respeito com os animais

     Foto: YouTube / Reprodução


Por Paulo Furstenau* 


Você se lembra da Liv Lima, a youtuber de seis anos que disse que não come carne porque gosta dos animais vivos? (Veja aqui.) Pois agora ela tem um novo vídeo dizendo o que pensa sobre ser vegetariana. 

Sempre com humor e inteligência, a menina já começa derrubando um dos argumentos mais batidos e vazios que marmanjos usam para justificar a insistência em um costume cada vez mais comprovadamente maléfico não somente para os animais, mas também para o próprio ser humano e para o planeta.

E o vídeo segue no formato de respostas a questões que chegaram dos internautas até ela. Liv admite que ainda come queijo, mas diz que sabe que ele vem do leite da vaca e que vai "aprendendo a não comer nada de animal", pois é o que a deixa feliz. 

O contrário vale para algumas verduras, que ela está aprendendo "de pouquinho em pouquinho" a gostar. A pequena youtuber é uma lactovegetariana em transição para o veganismo (leia aqui as diferenças), que, aos seis anos de idade, já sabe que somos seres em evolução, que não devemos cultivar velhos hábitos se eles implicam em sofrimento e morte de outros, pois o planeta Terra é de todos nós

Veja a seguir o vídeo completo. E clique aqui (ou no marcador 'veganismo na infância', ao final desta postagem) para ler diversas matérias sobre como é perfeitamente possível e saudável uma criança ter uma dieta sem carnes e até mesmo sem nada de origem animal (leite, ovos ou mel). 


Vídeo original postado aqui 



Meu Nome É Liv nas redes sociais:





*Paulo Furstenau é jornalista voluntário da Associação Natureza em Forma

Sobre o amor...



Por Paulo Furstenau*


Na última terça-feira (24/4/2018), a atriz Paolla Oliveira publicou a foto acima em seu Instagram, com a seguinte legenda: "Sobre o amor... Que não escolhe raça, tamanho, lugar. O Perna é um vira-lata que me escolheu como sua nova mãe há alguns meses. Adotar pede responsabilidade e consciência porque levamos uma vida inteira de muito cuidado e amor para casa!".

Perna é o terceiro cachorro de Paolla, que também tem 10 gatos. Recentemente, a atriz postou uma foto com um gato preto, criticando os maus-tratos contra esses animais e todos os outros, não só na sexta-feira 13, como em qualquer dia do ano (veja aqui).


*Paulo Furstenau é jornalista voluntário da Associação Natureza em Forma 

O visitante



Por Paulo Furstenau*


Certa vez, trouxeram aqui na ONG um filhote de pombo muito machucado: ele não tinha penas nem pele na cabeça, sua carne estava toda exposta, ferimento causado provavelmente por humanos.

Curativos na ferida, homeopatia para fortalecer sua saúde e alimentação no bico foram sua rotina diária com nossos veterinários e voluntários, até que ele se recuperasse. Meses depois, Carequinha, como o batizamos, estava pronto para bater asas e voar. 

Os pombos e outros pássaros feridos que chegam a nós são tratados, recuperados e soltos novamente, como deve ser feito com qualquer ave (ou outros animais terrestres não domésticos) levada para cuidados veterinários em outros locais. Aqueles cujos ferimentos impossibilitam o voo são colocados para adoção responsável, como nossos atuais hóspedes Grace Kelly e Tom Tom.

Levamos então Carequinha para a Praça da República, que fica na vizinhança. Ele voltou para a ONG no dia seguinte, e lá ficou. Fomos então um pouco mais longe (3 km), e o soltamos no Parque da Água Branca. Ele voltou no dia seguinte. Tentamos daí o Parque Ibirapuera (a 5 km de nós). Ele voltou no dia seguinte. 

A próxima opção foi o Parque do Carmo, que fica a mais de 25 km de distância. Soltamos Carequinha lá e ele não voltou no dia seguinte. Mas, quase duas semanas depois, cá estava ele. Só que dessa vez Carequinha não veio querendo ficar. Ele veio atrás da comida e foi embora. E fez isso várias vezes nesse dia e nos dias seguintes. Provavelmente ele acabou vindo morar na Praça da República ou outro lugar vizinho.

Até que logo ele apareceu com uma novidade: uma namorada. E Carequinha é até hoje uma visita frequente aqui na ONG - ora sozinho, ora acompanhado. E, dado o casal de pombinhos que se formou e a assiduidade com que Carequinha vem atrás de comida, não é difícil deduzir que a família aumentou (aves alimentam seus filhos enchendo o papo de alimento e água e regurgitando em seus biquinhos).





Cuidados 

Ficamos felizes com a total recuperação de Carequinha, com suas visitas e por ele ter encontrado uma companheira (pombos formam casais monogâmicos e para toda a vida), mas lembramos aqui a importância de fazer um controle populacional dessas aves. 

Uma grande população de pombos juntos aumenta a possibilidade de desenvolvimento e contágio de doenças entre eles - sobre transmissão para humanos, existe muito mais mito do que fato (leia aqui); a toxoplasmose, por exemplo, assim como nos gatos, só é transmitida se o humano comer as fezes do animal ou tocá-las e em seguida levar a mão à boca, ou seja...

Além disso, uma superpopulação de pombos é um risco acrescido de eles sofrerem violências de humanos, muitas vezes cometidas justamente por causa desses preconceitos em relação a doenças - e outras tantas vezes cometidas por maldade mesmo. Carequinha e Tom Tom que o digam!

O controle populacional de pombos segue o mesmo princípio da castração de cães e gatos de rua (e também os que temos em casa): zelar, em primeiro lugar, pela saúde, segurança e integridade física dos animais. No caso dos pombos, uma boa solução é a colocação de pombais em praças e parques, fazendo-se a substituição dos ovos por ovos de plástico (os verdadeiros são usados para alimentação de outros animais ou como adubo). 

Nós, da Natureza em Forma, já nos reunimos com a administração do Parque da Água Branca (onde fizemos a segunda soltura do Carequinha), que estava com uma superpopulação tanto de pombos quanto de galinhas. Hoje, há ninhos no local e os ovos das galinhas são trocados. Sugerimos a eles que coloquem mais ninhos para as galinhas e também pombais.

Mas para fazer um efetivo controle populacional em uma escala maior, o ideal seria que todos os parques e praças das cidades tivessem pombais. Uma ida semanal de um funcionário da prefeitura ou Secretaria do Meio Ambiente para fazer a substituição e limpeza dos pombais já seria suficiente.

Com isso, além do controle populacional ético, as pombas têm um lugar adequado e seguro para colocarem ovos, o que é também uma forma de inserir na sociedade esses animais tão estigmatizados. Todos os animais merecem respeito e cuidados de nossa parte. Como seres racionais, devemos ajudá-los, e não machucá-los ou fazer qualquer mal. Afinal, todos eles são nossos irmãos terráqueos neste planeta.

E você, Carequinha, será sempre bem-vindo aqui na ONG! 



Fotos e vídeo: Natureza em Forma / Divulgação

*Paulo Furstenau é jornalista voluntário da Associação Natureza em Forma

No doodle em celebração ao Dia da Terra, Google traz Jane Goodall, uma importante defensora dos animais

            Imagem e foto: Google 


Por Paulo Furstenau*


Vinte e dois de abril, Dia da Terra. O doodle - um videozinho de animação temática que o Google publica em sua página inicial para homenagear datas especiais - da vez traz a primatóloga e antropóloga britânica Jane Goodall para dar um recado.

"Acho que já nasci amando os animais. Minha infância foi só animais, animais e animais", diz ela logo após se apresentar. A animação mostra então, em poucos quadros, o fato que mudou a vida de Jane (e não só de Jane) para sempre: sua ida, na juventude, para a África (na região que hoje é a Tanzânia).

Sua voz em off, que narra o vídeo, conta o que aconteceu certa vez após uma forte chuva no Parque Nacional de Gombe, quando ela sentiu o cheiro de pelo molhado dos chimpanzés e ouviu a sinfonia dos insetos: "Eu me senti em união plena, uma sensação de admiração e reverência. Na floresta, você entende que tudo está interconectado, e até a menor espécie, por mais insignificante que pareça, tem um papel importante na trama da vida".




E se engana quem deduziu que um desses papéis dos animais seja o de servirem como alimento para os seres humanos. Em um vídeo de menos de um minuto publicado no canal do Jane Goodall Institute no YouTube (veja aqui, em inglês), a ativista se declara vegetariana.  

Ela conta que leu um livro sobre a indústria da carne e ficou chocada ao conhecer a forma como os animais são tratados. "Depois disso, quando vi um pedaço de carne em meu prato, pensei: isso simboliza medo, dor e morte, e não quero comer isso." Jane conclui citando a destruição que a criação de animais para abate causa no meio ambiente, além de ser "terrivelmente cruel".

O site do Jane Goodall Institute conta um pouco da história dessa renomada defensora dos animais. Em 1960, aos 26 anos, ela deixou a Inglaterra para "se aventurar no pouco conhecido mundo dos chimpanzés" na África. 

Jane Goodall trabalha pelos chimpanzés, humanos e meio ambiente há quase 60 anos 
(Foto: Jane Goodall Institute)


"Equipada com pouco mais que caderno, binóculos e sua fascinação pela vida selvagem", Jane passou a viver com eles, para aprender "como uma vizinha, e não apenas uma observadora distante". Seus estudos sobre esses animais levaram-na a compreendê-los "não somente como uma espécie, mas também como indivíduos com emoções e laços afetivos de longo prazo". 

Ao descobrir que a sobrevivência dos chimpanzés estava ameaçada pela destruição de seu habitat e pelo tráfico, Jane desenvolveu uma forma de conservação de espécies que cuidasse também das necessidades dos humanos, dos outros animais e do meio ambiente, "honrando a conexão entre eles".

Nesses quase 60 anos de trabalho de campo, e hoje também viajando pelo mundo para compartilhar sua experiência, Jane Goodall tem mostrado as urgências de proteger os chimpanzés da extinção e preservar o meio ambiente. Ela fundou o instituto que leva seu nome em 1977, para garantir que seu trabalho continue mobilizando pessoas na defesa do "mundo que todos nós compartilhamos".

O doodle em homenagem ao Dia da Terra termina com a seguinte mensagem de Jane: "Todos os indivíduos são importantes, cada um deles exerce algum impacto no planeta, todos os dias, e cabe a nós escolher que tipo de diferença queremos fazer". 

     Imagem: Google


No Dia da Terra do ano passado [2017], o Google já havia feito uma alusão ao veganismo, mostrando discretamente como uma escolha alimentar baseada em vegetais, e não em animais, pode contribuir para o meio ambiente (leia aqui). 

O doodle deste ano foi mais explícito, na escolha da personagem e na mensagem transmitida: a preservação do meio ambiente está intimamente conectada à causa animal, à proteção de todos eles. Nas palavras de Jane, é o amor aos "animais, animais, animais". 

Saiba mais aqui sobre como tudo - planeta, animais e humanos - está conectado.


*Paulo Furstenau é jornalista voluntário da Associação Natureza em Forma

Filme de 'terrir' adolescente que mistura vampiros, zumbis e alienígenas tem mensagem pró-veganismo

                          Foto: Reprodução


Por Paulo Furstenau*


Vampiros, zumbis e humanos convivem em harmonia - na escola, no trabalho, na vizinhança. Até que uma invasão alienígena traz o caos e coloca a todos uns contra os outros. Essa é a sinopse de Guerra dos Monstros (Freaks of Nature, 2015), um filme de terror e comédia adolescente a princípio igual a tantas outras produções norte-americanas do gênero. Mas já em seus primeiros 15 minutos, ele mostra que pode ser mais que um filme bobo típico de Sessão da Tarde e ter uma mensagem a transmitir. 

Durante um jantar em família, o adolescente Ned (Josh Fadem) fala sobre a costelinha, o principal alimento da população humana (vampiros tomam sangue de bolsas vendidas em supermercados e zumbis devoram cérebros enlatados) na cidade. Ficamos então sabendo que Ned é alérgico ao que tem na costelinha: hormônios, estimulantes e tetrafluoraxipano (um composto químico também conhecido como TXP), que causa insuficiência hepática, escoliose pré-natal, diabetes, dor no tornozelo e inchaço na língua. 

(A carne da vida real não tem esse composto fictício, mas tem muitos outros, como os próprios hormônios, e causa igualmente diversos males, como também diabetes, além de doenças cardíacas, pressão arterial elevada, câncer etc.)

"Se TXP fosse tão prejudicial, não o colocariam na costelinha", argumenta o pai, querendo se enganar exatamente como tantos bilhões de humanos consumidores de carnes e secreções animais em todo o mundo. Farto de tanta estupidez em sua família e entre a humanidade no geral, Ned se deixa morder por uma zumbi para que ele também vire um morto-vivo, porque ele quer ser como eles, criaturas lentas que não se importam com nada. 

Até que acontece a tal invasão. Embora esteja agora mais devagar, Ned ainda mostra sua inteligência ao descobrir por que os alienígenas apareceriam exatamente naquela cidadezinha no meio do nada: Dillford é famosa por sua produção de costelinha, e os extraterrestres estavam atrás do TXP, a "química que usam para fazer cartilagem de cavalo ter gosto de carne de verdade", conforme ele explica para seus amigos.

No clímax do filme, os invasores são atraídos para a fábrica de costelinha: o plano é lhes dar o que querem para eles irem embora. E é aí que centenas de consumidores humanos daquele "alimento" testemunham a origem de sua alimentação, quando surge toda aquela carne com aspecto terrível escoando por um grande cano. "É disso que as costelinhas são feitas?", se choca um. "Por que nunca nos disseram?", indigna-se outro. Alguns vomitam.

Um enorme alienígena, que se apresenta como embaixador de seu planeta, agradece aos terráqueos: "Obrigado por nos dar essa química preciosa que nos mantém". Tal diplomacia acaba indo para o espaço por conta da inata agressividade humana, mas tudo poderia ter acabado bem para todos se os humanos tivessem deixado os alienígenas simplesmente partirem com aquele alimento que parece ter sido feito sob medida para eles.

Mas o filme tem um final feliz para Dillford e quiçá para o mundo. Na vida real, humanos por vezes são igualmente confrontados com a verdade, por meio de vídeos que mostram como é feita a salsicha; notícias sobre, por exemplo, a Operação Carne Fraca; imagens sobre as crueldades cometidas contra os animais nos matadouros etc. etc., mas, infelizmente, preferem continuar se fazendo de alienados. Pelo menos os cidadãos de Dillford aprenderam a lição: após descobrirem a verdade sobre o que se alimentavam - comida boa para alienígena -, eles trocam a produção da famosa costelinha pela costelinha vegetariana. E assim mostram que têm um cérebro para pensar - e agir -, ao contrário dos zumbis.


Guerra dos Monstros pode ser visto na íntegra e legendado no Google Play e YouTube.




Antes e depois na sinalização de boas-vindas a Dillford: acima, lê-se "lar da costelinha"; 
abaixo, após a revelação, o texto muda para "lar da costelinha vegetariana", 
e o mascote passa de vermelho para verde (Fotos: Reprodução)


Ficou curioso sobre a costelinha vegetariana? O canal do YouTube Viewganas, especializado em versões vegetarianas de tradicionais receitas com carne, atingiu com seu "raio veganizador" o ribs on the barbie, a costela ao molho barbecue do restaurante Outback. Dá uma olhada:





*Paulo Furstenau é jornalista voluntário da Associação Natureza em Forma

Verde no cinza (ou cinza no verde?)



Por Paulo Furstenau*


A fotografia acima, tirada no centro da cidade de São Paulo, mostra um grupo de periquitos-ricos trazendo um pouco de colorido à selva de pedra. No entanto, não são eles o destoante na paisagem. Esses animais chegaram aqui primeiro, e o bicho-homem é que substituiu o verde da natureza pelo cinza do concreto, devastando tudo no caminho, em nome do "progresso".

Desde então, os animais silvestres urbanos fazem o que podem para sobreviver nesse novo e desolador cenário dominado pelo ser humano, se adaptando à estrutura urbana para procriar, se alimentar e repousar. As aves, como periquitos, maritacas, sabiás, beija-flores, rolinhas, gaviões e urubus, veem oportunidades de procriação e fazem ninhos em sacadas de prédios, se adaptando à área urbana. Por isso, são importantes as árvores, parques, praças e trabalhos de arborização urbana como calçadas ecológicas, onde haja alimento para esses animais. 

Foi assim que surgiu a ideia da Associação Natureza em Forma, uma ONG para atuar na interseção entre o urbano e o silvestre, zelando pelos animais silvestres que entram na área urbana e pelos animais domésticos que entram na parte silvestre. No primeiro caso, plantando árvores nativas frutíferas para suprir as necessidades desses animais e incentivando a adoção de plantascriando situações para que os animais silvestres tenham melhor qualidade de vida. No segundo caso, trabalhando no controle populacional de animais domésticos através de campanhas de castração, para assim reduzir também a predação de animais em áreas silvestres (como parques) e mesmo na cidade - além, claro, de proteger os próprios cães e gatos, evitando que mais e mais nasçam nas ruas, onde sofrem todos os tipos de violências, acidentes e doenças.

Todos devemos ter sempre em mente que fomos nós, humanos, que invadimos a área dos animais silvestres, que são típicos dessas regiões - muitas espécies foram perdidas nessa intromissão e outras tantas foram se adaptando e seguem sobrevivendo com muito esforço. É dever de todos nós, no mínimo, respeitar essas criaturas. E fazer o possível para ajudá-las em sua luta. 

A Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente (SVMA) de São Paulo tem em seu site, disponível para download, o Inventário da Biodiversidade do Município de São Paulo - acesse aqui.


*Paulo Furstenau é jornalista voluntário da Associação Natureza em Forma


Leia também: 




Xô, racismo e especismo!



Por Paulo Furstenau*


Sim, não importa a raça ou a mistura de raças, todos os cães, gatos e todos os animais de todas as espécies merecem nosso amor, respeito e cuidado. 

No caso de cães e gatos, alertamos sempre contra a compra de animais, por vários motivos:

1. Amor e amizade não se compra. Você compra seus amigos humanos em uma loja ou pela internet?

2. Já existem inúmeros cães e gatos vivendo nas ruas, sofrendo com fome, sede, frio, calor, violências e acidentes. Por que não adotar um (ou mais de um) e dar a esses animais uma vida nova, com amor e proteção?

3. A criação de cães e gatos de raça é uma indústria de filhotes que visa unicamente ao lucro e explora os animais. Leia aqui o relato de uma cadela usada por esses comerciantes de vidas e, depois, leia aqui a conclusão de sua história. Ambos os textos são um fiel retrato do que acontece na venda de cães e gatos de raça em todo o mundo. 

Sobre os outros animais não domésticos, lembramos sempre que eles não são comida, roupa (couro, pele, lã, seda), entretenimento, escravos nem cobaias de laboratórios - clique nos links para ler diversos textos sobre cada assunto.

Ame TODOS do mesmo jeito! Respeite TODOS do mesmo jeito!


*Paulo Furstenau é jornalista voluntário da Associação Natureza em Forma 

Desenho: Armandinho 

Coleção de livros infantis quer mostrar às crianças quem são realmente os animais



Por Paulo Furstenau*


Uma vaca, um porco, uma galinha, um peixe, um peru e um coelho. Animais que quase todos os seres humanos consideram simplesmente comida. Bom, o coelho apenas alguns, os adeptos de uma culinária mais "exótica", afinal, é um bichinho fofinho. Mas que todos os anos sofre o inferno da Páscoa, quando seres humanos presenteiam crianças com coelhos, mas logo elas se cansam de brincar com eles ou os pais constatam que aqueles brinquedos são na realidade seres vivos que precisam ser alimentados, cuidados e, que horror, fazem xixi e cocô, e os abandonam à própria sorte. (A propósito, irônica e morbidamente o pé de coelho é considerado um amuleto de sorte por alguns seres humanos, que o usam até como chaveiro...) 

Essa é a sina dos animais não humanos (sim, porque a verdade é que os humanos também são animais, mas a maioria se esquece – ou prefere se esquecer – disso) neste planeta: quando não são considerados alimento pelo homo sapiens, são brinquedos, produtos, roupa, entretenimento, mão de obra escrava, cobaia de laboratório, entre tantas outras “funções” cruéis que o bicho-homem lhes delega. Animais que sentem dor, medo, alegria e amor tanto quanto nós, pois são igualmente dotados de senciência, que, resumidamente, é a capacidade de sentir (saiba mais aqui).

Eles sentem, eles são indivíduos, cada um tem personalidade própria. Isso é fato comprovado e atestado por renomados cientistas de diversas partes do mundo (inclusive o gênio Stephen Hawking, falecido recentemente). E agora, nas páginas de uma coleção de livros infantis, eles também têm nomes e suas histórias contadas: Jill é uma vaca que escapa de um caminhão; Ismael é um porco que vive em um sítio; Márcia é uma galinha perdida no Parque Ibirapuera; Gary é um peixe de rio; George é um peru que vive em um cercado aberto para visitação pública; Vera é uma coelha encontrada no jardim de uma escola. E cada uma dessas histórias tem um ponto em comum: a amizade surgida entre esses animais não humanos e animais humanos. 

PAZ – Pessoas e Animais, AmiZades Legais é um projeto de literatura infantil idealizado pela atriz, diretora e professora de teatro Marcya Harco, com textos do escritor, ator, diretor teatral e filósofo Paulo Roberto Drummond e ilustrações da artista plástica e ilustradora Daniela Benite. Segundo o site do projeto, a ideia é fazer o leitor-mirim despertar para “uma percepção sensível em relação a si mesmo e ao outro, na direção de um mundo mais pacífico e compartilhado”. É conscientizar sobre quem são realmente os animais: amigos, e não comida, brinquedos, produtos, roupa, escravos, cobaias etc. etc. 

Por meio dessas histórias de amizade interespécies, os livros mostram que não apenas cães e gatos merecem nosso respeito, amor e cuidados, mas todas as espécies que habitam este planeta com a gente. Nós, animais humanos, estamos aqui para crescer e aprender com eles, animais não humanos, e evoluirmos juntos. E, como seres dotados de uma inteligência racional, deveríamos ajudar esses outros seres, mais vulneráveis que nós, no que precisassem nessa caminhada conjunta, e nunca explorá-los e machucá-los como vem sendo feito. Eis a mensagem transmitida por essa coleção literária. 

Marcya, Paulo e Daniela, os envolvidos no projeto PAZ, são todos veganos, e essa é a primeira coleção brasileira de contos veganos para crianças. Marcya e Paulo também estão por trás da Cia. Lúdica - companhia teatral que completa 25 anos em 2018 e não usa nada de origem animal em suas produções nem aceita patrocínio de empresas envolvidas com exploração animal - e do Vegan Vj Theatre, projeto que cria performances não somente teatrais, mas também audiovisuais, tendo como temática a libertação animal (veja aqui o que eles fizeram sobre o Nada, o navio da morte). Segundo a dupla, é o artivismo (arte + ativismo) a favor da causa animal. E que agora chega até as crianças por meio do Pessoas e Animais, AmiZades Legais. 

Os livros estão à venda na loja virtual do PAZ (acesse aqui). Na compra da coleção completa (seis contos), há desconto de 20% no valor total. E esse é um projeto que está nascendo e seguirá crescendo, conforme adiantam seus criadores: “Pretendemos lançar novos livros, além de apoiar e desenvolver ações focadas em relações positivas entre pessoas e animais, tendo como base a literatura e a educação”. 



Mais artivismo para as novas gerações 

Outros ativistas pelos direitos dos animais que usam o artivismo para dar voz àqueles que não têm como protestar são o casal Nana Indigo (bailarina, cantora e compositora) e Bruno Monteiro (compositor e escritor). Por meio da Cia. Dente de Leão, eles também abordam a causa animal para o público infantojuvenil, além de terem gravado o primeiro CD vegano brasileiro, Animal Sente. E Nana é mãe do MiniVegano, artivista de 14 anos que criou com ela as ilustrações para o CD e tem uma página no Facebook e um canal no YouTube, onde fala para crianças, adolescentes e adultos. 


*Paulo Furstenau é jornalista voluntário da Associação Natureza em Forma