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domingo, 19 de abril de 2015
POEMA
E então, pergunto, por que esta vida
de pão e horas moídas?
Por que não somente um pássaro
na insciência da tarde clara,
uma árvore verde embutida
no musgo da manhã... Por que esta vida?
Por que não uma pedra severa
que não procura, não erra, não espera,
ou então outra vida, outra vida
que não esta, de sal e lâminas finas,
que não esta, de sal sobre as feridas?
Renata Pallottini
De Obra Poética (1995)
domingo, 30 de novembro de 2014
''A VIDA É SONHO''
É certo; então reprimamos
esta fera condição,
esta fúria, esta ambição,
pois pode ser que sonhemos;
e o faremos, pois estamos
em mundo tão singular
que o viver é só sonhar
e a vida ao fim nos imponha
que o homem que vive, sonha
o que é, até despertar.
Sonha o rei que é rei, e segue
com esse engano mandando,
resolvendo e governando.
E os aplausos que recebe,
Vazios, no vento escreve;
e em cinzas a sua sorte
a morte talha de um corte.
E há quem queira reinar
vendo que há de despertar
no negro sonho da morte?
Sonha o rico sua riqueza
que trabalhos lhe oferece;
sonha o pobre que padece
sua miséria e pobreza;
sonha o que o triunfo preza,
sonha o que luta e pretende,
sonha o que agrava e ofende
e no mundo, em conclusão,
todos sonham o que são,
no entanto ninguém entende.
Eu sonho que estou aqui
de correntes carregado
e sonhei que em outro estado
mais lisonjeiro me vi.
Que é a vida? Um frenesi.
Que é a vida? Uma ilusão,
uma sombra, uma ficção;
o maior bem é tristonho,
porque toda a vida é sonho
e os sonhos, sonhos são.
Pedro Calderón de La Barca
De 'Solilóquio de Segismundo'
- Tradução de Renata Pallotini
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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
ALGUMA COISA
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