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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013
''ÚLTIMA CARTA''
Te ofereço Abril -
Abril subindo as escadas noturnas
onde o silêncio acumulou as heras do longínquo
Abril fitando um céu fluorescente
debruçado em sacadas e colunas.
Te ofereço a minha paz -
Este modo tranquilo de ser
como um pôr-do-sol na minha terra.
Te ofereço a gratuidade do crepúsculo,
a tradição dos relógios antigos
a doce alegoria dos cartões-postais.
Te ofereço esta árvore, tão provinciana,
que ainda sabe amadurar seus frutos
entre sombras e pássaros.
Tudo o que a tua infância não provou
e que a tarde como um canto rememora.
Mas não aceites nada -
que isso são coisas tristes do passado
e eu prefiro o teu sorriso
em que os dias eternos se renovam.
Ivo Barroso
de 'A Caça Virtual'
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
ÚLTIMA CARTA
Te ofereço Abril —
Abril subindo as escadas noturnas
onde o silêncio acumulou as heras do longínquo
Abril fitando um céu fluorescente
debruçado em sacadas e colunas.
Te ofereço a minha paz —
Este modo tranqüilo de ser
como um pôr-do-sol na minha terra.
Te ofereço o antiqüíssimo crepúsculo,
a tradição dos relógios antigos
e a doce alegoria dos cartões-postais.
Te ofereço esta árvore, tão provinciana,
que ainda sabe amadurar seus frutos
entre sombras e pássaros.
Tudo o que a tua infância não provou
e que a tarde como um canto rememora.
Mas não aceites nada —
que isso são coisas tristes do passado
e eu prefiro o teu sorriso
em que os dias eternos se renovam.
Ivo Barroso
Abril subindo as escadas noturnas
onde o silêncio acumulou as heras do longínquo
Abril fitando um céu fluorescente
debruçado em sacadas e colunas.
Te ofereço a minha paz —
Este modo tranqüilo de ser
como um pôr-do-sol na minha terra.
Te ofereço o antiqüíssimo crepúsculo,
a tradição dos relógios antigos
e a doce alegoria dos cartões-postais.
Te ofereço esta árvore, tão provinciana,
que ainda sabe amadurar seus frutos
entre sombras e pássaros.
Tudo o que a tua infância não provou
e que a tarde como um canto rememora.
Mas não aceites nada —
que isso são coisas tristes do passado
e eu prefiro o teu sorriso
em que os dias eternos se renovam.
Ivo Barroso
Burocrático
Importante empurrar o dia
como quem come
a dieta do nada
sem ter fome?
Importante é extrair
de sua
substância vazia
alguma ânsia.
Ivo Barroso
Nasceu em Ervália, Minas Gerais, em 1929 e transferiu-se para o Rio de Janeiro em 1945. Cursou o Colégio Vera Cruz, bacharelou-se em Direito pela Faculdade do Catete e em Línguas e Literaturas Neolatinas pela Nacional. Foi um dos fundadores da revista Senhor e do Suplemento Dominical do Jornal do Brasil. Foi assistente do redator-chefe das Enciclopédias Século XX, Delta Larousse e Mirador Internacional. Foi editor-chefe da revista Seleções do Reader´s Digest, em Lisboa.
Residiu na Holanda, em Portugal, na Inglaterra, na Suécia e na França. De regresso ao Brasil, após 25 anos de ausência, organizou a edição Poesia e Prosa de Charles Baudelaire para a Nova Aguilar e publicou as obras completas de Arthur Rimbaud pela Topbooks. Fez parte do Conselho Editorial da Poesia Sempre. Prêmios Jabuti e Biblioteca Nacional. Foi tradutor de vários livros importantes de poesia e de prosa da literatura mundial.
Obras originais: Nau dos náufragos (poesia) Lisboa; Visitações de Alcipe (poesia) Lisboa; O corvo e suas traduções (ensaio).
como quem come
a dieta do nada
sem ter fome?
Importante é extrair
de sua
substância vazia
alguma ânsia.
Ivo Barroso
Nasceu em Ervália, Minas Gerais, em 1929 e transferiu-se para o Rio de Janeiro em 1945. Cursou o Colégio Vera Cruz, bacharelou-se em Direito pela Faculdade do Catete e em Línguas e Literaturas Neolatinas pela Nacional. Foi um dos fundadores da revista Senhor e do Suplemento Dominical do Jornal do Brasil. Foi assistente do redator-chefe das Enciclopédias Século XX, Delta Larousse e Mirador Internacional. Foi editor-chefe da revista Seleções do Reader´s Digest, em Lisboa.
Residiu na Holanda, em Portugal, na Inglaterra, na Suécia e na França. De regresso ao Brasil, após 25 anos de ausência, organizou a edição Poesia e Prosa de Charles Baudelaire para a Nova Aguilar e publicou as obras completas de Arthur Rimbaud pela Topbooks. Fez parte do Conselho Editorial da Poesia Sempre. Prêmios Jabuti e Biblioteca Nacional. Foi tradutor de vários livros importantes de poesia e de prosa da literatura mundial.
Obras originais: Nau dos náufragos (poesia) Lisboa; Visitações de Alcipe (poesia) Lisboa; O corvo e suas traduções (ensaio).
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