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quarta-feira, 11 de abril de 2012
Aquela criança
Aquela criança, aquela
ainda não compreendeu o mundo
ainda se busca no espelho
ainda inventa viagens
ainda ri sem motivo
- quando os fantasmas deixam.
Aquela criança, aquela
teve as asas cortadas
e a máscara afivelada
na morte dos seus amores.
Aprendeu que o tempo
- como tudo mais -
é só miragem.
Lya Luft
(Tela de William Bouguereau)
domingo, 5 de junho de 2011
CANÇÃO NA JANELA
Há pouco emergi
da mornidão do sono.
Pensei flutuar:
onde termina minha vida
e começa o mar?
Tudo ao meu redor são dois
cristais reverberando.
Meu destino me contempla
indagador:
nesta imensidão
sou um capim perfumado
que balança, a um tempo
susto e chamamento
-pronta para me desfazer
em outra alma.
Lya Luft
In: Secreta Mirada
da mornidão do sono.
Pensei flutuar:
onde termina minha vida
e começa o mar?
Tudo ao meu redor são dois
cristais reverberando.
Meu destino me contempla
indagador:
nesta imensidão
sou um capim perfumado
que balança, a um tempo
susto e chamamento
-pronta para me desfazer
em outra alma.
Lya Luft
In: Secreta Mirada
INFÂNCIA
Névoa encostada na janela,
qualquer coisa roçando o telhado:
o medo me contornava
- talvez simplesmente o vento.
A escada da sombra, a aventura
dos degraus, na curva de madeira
os passos de quem não vinha
- ou de um coração atento.
Longas rosas de longa paciência,
os silêncios e os prantos;
alguém arranhando a parede
- ou eram apenas lembranças?
Algo sempre em movimento:
a vida arrastando as pantufas
nos corredores do tempo
- fiquei esquecida num canto?
Lya Luft
PARA NÃO DIZER ADEUS
qualquer coisa roçando o telhado:
o medo me contornava
- talvez simplesmente o vento.
A escada da sombra, a aventura
dos degraus, na curva de madeira
os passos de quem não vinha
- ou de um coração atento.
Longas rosas de longa paciência,
os silêncios e os prantos;
alguém arranhando a parede
- ou eram apenas lembranças?
Algo sempre em movimento:
a vida arrastando as pantufas
nos corredores do tempo
- fiquei esquecida num canto?
Lya Luft
PARA NÃO DIZER ADEUS
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
domingo, 2 de setembro de 2007
"DIZENDO ADEUS"
Estou sempre dando adeus:
também ao desencontro e ao
desencanto.
Estou sempre me despedindo
do ponto de partida que me lança de si,
do porto de chegada que nunca é
aqui.
Estou sempre dizendo adeus:
até a Deus,
para o reencontrar em outra esquina
de adeuses.
Estarei sempre de partida,
até o momento de sermos deuses:
quando me fizeres dar adeus à solidão
e à sombra.
Lya Luft -Brasil-
in “Para não Dizer Adeus“
sexta-feira, 17 de agosto de 2007
"SEMÂNTICA"
Não se enganem comigo:
se digo sul pode ser norte,
chego mais fico ausente,
o triste é também o belo,
procuro o que não se perde
nem se pode encontrar.
Buscar respostas nos livros
é esconder-se entre linhas.
Não creio no que se enxerga,
mas nisso que se disfarça
por mais que se tente olhar:
assim me tem seduzida.
Eis o jogo que eu persigo,
meu jeito de ser feliz,
o desafio que me embala:
sempre que escrevo "morte"
estou falando de vida.
Lya Luft
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