quarta-feira, 21 de maio de 2014

tempo de andorinhas...


que sonham com outro tempo. E, em que tempo podemos acreditar? No das cerejas?

O meu avô acreditava em cinco coisas
                      Eu só acredito em duas.

Verso de Daniel Maia Rodrigues
As minhas fotos. Alentejo.


segunda-feira, 19 de maio de 2014

tempo no tempo...

O tempo é outro tempo nas terras pequenas, dizia Ruy Belo.

E eu encontrei esse tempo. E andorinhas. Fora e dentro de casa  num ritmo alucinante entre o descaramento "invasivo" e a timidez do susto que é a vida.
Boa semana.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Conversas do Zé Povinho....

1º - De toda esta mudança de albardas ou de ministérios, com dissoluções das Câmaras e eleições à vista, o Zé astrólogo só vê carneiro com batatas no horizonte, sonhando comezainas de borla, por conta dos partidos em propaganda.(25 de fevereiro 1886)

2º-  Paravtemperaar tais guisados vende ele os tomates da horta, hesitando em mostrá-los à polícia, mwsmo em ocasiões de batalha - não vá ela palmar-lhos...(22 de fevereiro de 1890)

3ºEm tal política os políticos se devoram, como grilos na gaiola. Zé Povinho aponta e ri...(10 de junho de 1892)

4º O cheiro, sobretudo o cheiro!Entre ratos e legumes, no barril do lixo, duas cabeças da «Grande Porca» que a política é, definem a«rotação» ou o «rotativismo». O zé tapa o nariz.(30 de oubro de 1910)

Desenhos de Rafael Bordalo Pinheiro, do livro Zé Povinho 1875, Comemoração do Centenário/ 1975 , de José - Augusto França

quinta-feira, 15 de maio de 2014

terça-feira, 13 de maio de 2014

Procurando a sombra, "dou-te um verso"...



Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura

Mário Cesariny, Poema
Fotografia de anamar (traseiras do Jardim Tropical, Belém)

segunda-feira, 12 de maio de 2014

"ARAUTOS DO AMOR" (3) . Boa semana

A Língua portuguesa é responsável pelas mais perfeitas canções. Soa a imperialista? Então deixo-vos um exercício simples: traduzam as letras dos BEATLES.

...

A canção inglesa ou americana pretende que o amor tenha uma lógica e se desenrole como um "western", com índios maus e caubóis valentes. A brasileira não.

(continuação da leitura de excertos de um artigo de Inês Pedrosa, revista !BRAVO, 2011)

domingo, 11 de maio de 2014

"ARAUTOS D AMOR" (2) . Bom domingo...

(continuação)
....
Ora ficámos no "amor fino" de Padre António Vieira, ou o amor a fundo perdido...

Não há outro; ao amor que espera retorno podemos chamar investimento, vaidade, medo ou comodismo. Podemos até decidir ser felizes através dele. Mas o amor digno desse nome não cuida de enredos ou desenlaces; é, como escreveu Ovídio, uma arte, com o que isso significa de coragem e entrega. A arte exige o dom da metamorfose e um alto grau do domínio perante a dor. O artista, como o amante, tem de ser capaz de sair da sua própria pele para se colocar dentro da pele do outro. Esvaziando-se na entrega, ganha também imunidade à dor - há sempre um lado seu que contempla, de fora, como um Deus, a obra que dentro de s iestá gerando.
Tudo isso existe, em sublime condensação, no casamento entre a música e letra - e assim o Brasil deu de 10 a 0 em toda a história da filosofia. de Ovídio e Platão a Kant e Nietzsche. 

"Se você tem uma história incrível é melhor fazer 
uma canção
está provado que só é possível filosofar
em alemão".

A receita é de Caetano, em" Língua", a melhor canção alguma vez escrita . Estava tentada a acrescentar "em língua portuguesa", mas a tese que aqui se expõe é a de que a língua portuguesa é responsável pela criação das mais perfeitas cancões.

Excerto de artigo de Ines Pedrosa na revista !BRAVO, DEZEMBRO DE 2011

quinta-feira, 8 de maio de 2014

"ARAUTOS DO AMOR" (1)

Há semanas parece que Caetano Veloso esteve por cá. Fins de Abril. Espectáculos ao vivo que mãos exterminadoras e implacáveis me impediram de ir. Não estou só nestes actos de prazer . Somos muitos....
Contudo o prazer de leituras de revistas de estimação, esta também já "moribunda" no outro lado do Atlântico, ! BRAVO, fez-me relembrar esta crónica de Inês Gonçalves, Na !BRAVO de dezembro de 2011.

(excerto)
Devo às canções do Brasil a minha fé no amor. Não é coisa pouca nem leve; acredito no amor como os outros acreditam na Virgem de Fátima : à revelia dos tropeços da História. Não há lágrima que eu não  transforme em prisma de uma nova visão do mundo, nem ruínas de ilusão sob as quais não encontre o sinal de uma alegria maior. As canções brasileiras, em particular as de Caetano Veloso e Chico Buarque, deram-me um doutorado naquilo a que o Padre António Vieira chamou "amor fino" - o amor a fundo perdido.

(CONTINUA)


segunda-feira, 5 de maio de 2014

domingo, 4 de maio de 2014