Eu gostava do Pedro como radialista, lia---o menos.... A sua morte, quase inesperada, para mim, fez-me sentir tão triste.
Não imaginava que as vozes que fazem parte da nossa vida na rádio, ao se calarem para sempre, deixassem um vazio tão grande. E, era novo.
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Pedro, isto já não vais ler. Já não me importo tanto. Vão ler as pessoas que te amam. Estou aqui para lhes dizer quanto tu as amavas. Não te calavas com a tua mãe, Maria João. Éramos os dois apaixonados pelas nossas mães: havia meninos mais mimados pelas mães? Eu nunca conheci.
Chegavas tu. Passávamos horas a contar histórias das nossas mães e não era naquele género competitivo da tua mãe ser melhor do que a minha. Reconhecíamos que, a partir do mais alto nível, as mães não podem ser melhores do que já são.
(continua AQUI)
CRÓNICA DE MIGUEL ESTEVES CARDOSO, JORNAL PÚBLICO DE HOJE