"– Há uma coisa muito mais importante que a inteligência, avô, é a bondade.
O meu pai contou-me isto comovido
– O miúdo tem razão, o miúdo tem razão
e tinha: a bondade é muito mais importante que a inteligência. Este episódio veio-me à cabeça por causa do Zé Tolentino: ele tem as duas coisas em grau altíssimo, o malandro. Uma bondade enorme e a inteligência metida lá dentro. De que serve ela, aliás, fora disso? A bondade
(e, já agora, a modéstia)
rodeiam-no como um halo,
a inteligência possui uma descrição e uma delicadeza que não sei se encontrei em mais alguém. Para além disto
(ele, de facto, é escandalosamente rico)"
EM, VISÂO, crónica de António Lobo Antunes (AQUI)