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terça-feira, 9 de maio de 2017

Os amigos de Baptista Bastos falam mais alto ... (1934-2017)

POEMA PARA OS MEUS AMIGOS
Virar a cabeça
não é resguardar
*
(amigos)
*
nem ver as pessoas
é vistoriar
*
Sedenta é aquela
que olha uma montra
no fundo dos olhos
reparem
está morta
*
os outros passeiam
com ar de enganados
*
Verdade é aquele
com a fome
no fato
*
Virar a cabeça
não é reparar
*
(amigos)
*
nem ver as pessoas
é vistoriar
*
O chão tem os
anos
e a área dos meses
*
e a morte é um fruto
com raiva nos dentes
*
Reparem
no choro que nos deram
no berço
*
verdade é a Hístória
com arado
e semente
*
Virar a cabeça
não é confrontar
*
(amigos)
*
nem ver as pessoas
é vistoriar
*
Tem o povo as mãos
pregadas na terra
*
Se um dia as recolhe
são armas de guerra
*
que o pão
 é feitio que o corpo
ai toma
*
e verdade é no peito
uma bala sem lógica
*
Virar a cabeça
não é perguntar
*
(amigos)
*
nem ver as pessoas
è vistoriar
*
Dobrada lava a mulher
o chão
de toda uma casa
*
que os braços
não lavram milho
com as espingar quebradas
*
questão de vício
ou vencer
*
questão de força
*
Reparem
*
há um clima
de raiva
com armas que não disparam
*
Virar a cabeça
não é transformar
*
(amigos)
*
nem ver as pessoas
é vistoriar
*
("Cronista não á Recado" - 1967)

Fotografia de Alfredo Cunha 
Poema de Teresa Horta  ( poema dedicado aos amigos e um dos preferidos de BB ), em FB

terça-feira, 16 de julho de 2013

Leituras breves...



Os AmigosOs amigos amei 
despido de ternura 
fatigada; 
uns iam, outros vinham, 
a nenhum perguntava 
porque partia, 
porque ficava; 
era pouco o que tinha, 
pouco o que dava, 
mas também só queria 
partilhar 
a sede de alegria — 
por mais amarga. 

Eugénio de Andrade, in "Coração do Dia
Óleo de José Viana oferecido ao poeta.

sábado, 30 de março de 2013

As palavras dos outros... Ouro sobre azul

É tão bonita a prosa poética que Eufrázio Filipe colocou no seu Mar Arável , tocou-me no fundo das minhas memórias afetivas de criança e na saudade de um homem muito bom, o meu avô António, que tinha marinhas de sal e as trabalhava de sol a sol. Impossível deixar de partilhar como outros amigos o fizeram.

Fotografias de Pedro Cruz, jovem figueirense. 
As fotos são concerteza as salinas da Figueira, local de Murraceira.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

A vida dos outros... em "episódios de rádio"...



Amigos, este "post", anda a ser adiado há muito.  É triste, mas ao mesmo tempo mostra-vos uma força da natureza que é bom dar a conhecer. É um" post" consentido pelo pai da "Silvina". 
"Silvina" é um nome fictício de uma senhora" menina" de 30 anos, que conheço de pequenina,  filha de um grande amigo, que há 3 anos, desde que foi fazer o doutoramento para a Sorbonne na  área da Biologia, foi confrontada com um câncer do qual sabe há muito que se não vai safar. 
"Silvina" tem sido acompanhada desde sempre  em Paris por  médicos de eleição e serviços hospitalares com a  eficiência necessária à perversidade da doença e rapidez com que se propaga. 17 operações. Vai partir para a 18ª operação.. Seu pai vai a caminho e não sabe como volta.
"Silvina" é a pessoa mais estranha que conheci até hoje numa circunstância como a dela pela sua auto suficiência e determinação. 
De cada operação sai reforçada para uma viagem , pois sempre andou de mochila às costas. . 
Em Maio, depois de uma intervenção, o seu querido médico mandou-a fazer uma viagem grande.
Escolheu Moçambique. Quis conhecer a terra onde o pai nasceu. Foram dias de cumplicidades infinitas.
Mas verdadeiramente da "Silvina" vão saber e conhecer no blogue que escreve , quando pode,  em casa ou no hospital.
Basta clicar em EPISÓDIOS DE RÁDIO  e deixar-se contagiar .
"Silvina" quer continuar no anonimato.