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sábado, 8 de julho de 2017
quinta-feira, 6 de julho de 2017
PARA NASCER, POUCA TERRA; PARA MORRER, TODA A TERRA (continuação)
O anedotário relativo ao recente passado politico português é fértil em exemplos nos quais a culpa e o medo, mesmo quando objecto de irrisão, desempenham o principal papel. Pense-se na conhecida história do professor de de literatura portuguesa que chega a casa, depois de um dia de trabalho e, muito irritado, desabafa com a mulher : - « - Calcula tu que hoje perguntei a um rapazito de doze anos quem tinha feito Os Lusíadas . Sabes o que aconteceu? O aluno desatou a tremer, a choramingar e acabou por dizer que não tinha ele... É incrível, não achas?. Resposta da mulher: «- Ó querido, Talvez não tenha sido, coitado...»
Bem sabemos que de qualquer regime totalitário se pode contar uma história semelhante a esta, só que em Portugal a rejeição da culpa toma, como automático reflexo, a prevalência, quase empurrando para segundo plano a ignorância cultural crassa que na mesma história se manifesta. Isto é: o simples perguntar « Quem fez ?»... é encarado como imputação de responsabilidades e imediatamente repelido.
A culpa vem-nos de longe . É, com certeza muito anterior à Contra-Reforma e à instauração da Santa Inquisição. Pois não será verdade que a fundação da nacionalidade portuguesa por mais que os historiadores alinhem motivos extrapessoais, extrafamiliares, estará sempre ligado, no consenso popular, ao castigo de uma culpa e, mais, à punição de uma mãe pelo seu próprio filho? Com efeito, toda a gente parece não ignorar que D. Teresa, a mãe de Afonso Henriques, que viria a ser o primeiro rei de Portugal, alegrava a sua viuvez com o conde galego Perez de Trava. Na batalha de S. Mamede (nas cercanias de Guimarães) D. Afonso vence a mãe, o Perez de Trava, os partidários deles e, de um só golpe, castiga culpada e, praticamente, põe Portugal em condições de nascer...
Esta é a versão em que todos gostam de acreditar. É uma história em que as pessoas se podem projectar. tem culpa, tem rebelião do filho contra a mãe, tem castigo dos culpados e acaba por fazer nascer uma criança que viria a ser robusta : Portugal.
.....
(continua)
Do livro, JÁ CÁ NÃO ESTÁ QUEM FALOU, da editora ASSÍRIO&ALVIM
Recolha de crónicas
terça-feira, 4 de julho de 2017
PARA NASCER, POUCA TERRA; PARA MORRER, TODA A TERRA ( Alexandre O´Neill ) (1)
Em Portugal, nunca deixamos cair um objecto: ele é que nos escapa das mãos. E, claro, a culpa não é nossa. Aliás, neste país vale tudo no jogo das relações entre as pessoas , menos ter culpa. Ou, melhor dizendo, da culpabilização fazemos nós uma arma. De um modo geral, podemos afirmar que , dentre as várias maneiras de dividir a sociedade, uma delas é em culpados e não culpados. De quê, não se sabe bem. Pode nascer-se culpado sem que forçosamente se acredite no pecado original; è admissível que se morra sem culpa, apenas porque sim.
«A culpa não foi minha!», dirá a empregada doméstica ou a criança olhando para os cacos do prato que lhe escapou das mãos. E, provavelmente, tanto a criança como a empregada doméstica terão razão... É que tudo traz consigo uma espécie de fatalidade: o «destino» de um objecto pode extinguir-se nas nossas mãos porque assim estava determinado, predeterminado. O respeito que se tem por um criminoso «de morte», quando o crime dele é passional e não crapuloso, enraiza na mesma crença obscura.
A gestação do medo, através desse complicado caminho de culpa e não culpa, começa no leite que se mama. Os telhados portugueses não têm só antenas de TV. Têm, ainda têm, sob formas tradicionais ou formas de banda desenhada, os papões que vêm inquietar o sono dos meninos:
Chó!Chó! Papão
sai de cima do telhado,
deixa o menino dormir
seu soninho descansado
E a verdade é que este papão - o culpabilizador por excelencia - se corporizou durante cinquenta anos, para o comum dos portugueses, na polícia que a todo o momento podia irromper por uma casa e levar este ou aquele para lhe espremer culpas ou, depois, apresentar-lhe desculpas ....
....
(continua)
Crónica do livro, JÁ CÁ NÃO ESTÁ QUEM FALOU, ALEXANDRE Ó NEILL (compilação póstuma)
«A culpa não foi minha!», dirá a empregada doméstica ou a criança olhando para os cacos do prato que lhe escapou das mãos. E, provavelmente, tanto a criança como a empregada doméstica terão razão... É que tudo traz consigo uma espécie de fatalidade: o «destino» de um objecto pode extinguir-se nas nossas mãos porque assim estava determinado, predeterminado. O respeito que se tem por um criminoso «de morte», quando o crime dele é passional e não crapuloso, enraiza na mesma crença obscura.
A gestação do medo, através desse complicado caminho de culpa e não culpa, começa no leite que se mama. Os telhados portugueses não têm só antenas de TV. Têm, ainda têm, sob formas tradicionais ou formas de banda desenhada, os papões que vêm inquietar o sono dos meninos:
Chó!Chó! Papão
sai de cima do telhado,
deixa o menino dormir
seu soninho descansado
E a verdade é que este papão - o culpabilizador por excelencia - se corporizou durante cinquenta anos, para o comum dos portugueses, na polícia que a todo o momento podia irromper por uma casa e levar este ou aquele para lhe espremer culpas ou, depois, apresentar-lhe desculpas ....
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(continua)
Crónica do livro, JÁ CÁ NÃO ESTÁ QUEM FALOU, ALEXANDRE Ó NEILL (compilação póstuma)
terça-feira, 27 de junho de 2017
domingo, 29 de janeiro de 2017
"Legendas de fotografias", crónica de A. O`Neill
![]() |
"Na frescura do Tejo, a frescura dos frutos... " (Santarém) |
O hábito magazinesco de legendar fotografias com freses »poéticas» foi-se perdendo. Hoje, a fotografia fala por si própria e a poesia também... À parte legendas de mera identificação (ou de humor), as imagens fotográficas dispensam o fraseário que era suposto apoiá-las. O jornalismo evoluiu para uma comunicação mais substantiva. A fotografia de imprensa deixou de ser em «beleza» e passou a ser em «verdade». Texto e imagem estão mais integrados. A fotografia perdeu o carácter brilharete ornamental.
da paisagem passou-se para o corpo. Do nu artístico para o nu erótico. A« bela prosa » gastou toda a sua importância. E assim por diante, nesta verificação de mudanças que vieram afectar o nosso pasto cultural de civilizados...
....
Dentro da preocupação de inventariar, que também põe movimento a minha mão de cronista, aqui deixo um lote de legendas de fotografias de magazine que, para serem compreendidas nas suas intenções, «dispensam» perfeitamente as imagens fotográficas de que eram acompanhantes...
Na frescura do Tejo, a frescura dos frutos...
O Castelo domina a importante paisagem.
Junto ao mar, ao sol, as crianças tornam-se mais saudáveis, mais felizes. Os seus sorrisos ficam, assim, espontâneos e fotogénicos.
O Nabão, a écloga ribeirinha.
Onde a Natureza se harminiza com a Arte: - através da ramaria das árvores, o Convento de Cristo, em Tomar.
O Bispo de Leiria fala com o Bispo de Lourdes. E ascende no ar o perfume da Graça que desabrochava em duas terras de eleição.
Antes na varanda do que dentro de casa. Mas no jardim é preferível.
Excerto de crónica de Alexandre O' Neill, JÁ CÁ NÃO ESTÁ QUEM FALOU
sábado, 16 de julho de 2016
o calor, O`Neill e o meu repasto, com música (2)...
Pensando no almoço de amanhã na companhia de Alexandre O`Neill.
Salada deliciosa:
3 bananas
2 tomates
1 cebola
Corta-se em miúdos, deita-se-lhe azeite virgem e limão. è uma das melhores saladas conhecidas.
Do livro, JÁ CÁ NÃO ESTÁ QUEM FALOU, ASSÍRIO&ALVIM
Salada deliciosa:
2 tomates
1 cebola
Corta-se em miúdos, deita-se-lhe azeite virgem e limão. è uma das melhores saladas conhecidas.
Do livro, JÁ CÁ NÃO ESTÁ QUEM FALOU, ASSÍRIO&ALVIM
quinta-feira, 9 de junho de 2016
terça-feira, 7 de junho de 2016
o que vou lendo e com que prazer....
Alexandre O’Neill — Já cá não está quem falou — Ed. de Maria Antónia Oliveira e Fernando Cabral Martins. Lisboa: Assírio e Alvim, 2008.
O efeito de estranhamento causado por este livro decorre, em primeiro lugar, do seu título. A fórmula Já cá não Está Quem Falou foi registada por Alexandre O’Neill «numa nota manuscrita datável de 1981» que consta do seu espólio, com a seguinte indicação: «título para um livro póstumo». Conhecendo essa circunstância, não pode o leitor deixar de sorrir com o «divertimento» do poeta — jogo de palavras para uso próprio, que a brincadeira cúmplice dos editores tornou público quando «já cá não está», de facto, «quem falou». Potenciam-se assim mutuamente, neste volume, o «achado» do título e o seu achamento a posteriori, gerando uma equivocidade estética e lúdica que nos interpela e provoca. É também perturbador ver esse título acoplado a um conjunto de textos a que por certo não se destinava, formando assim o «livro póstumo» que o autor não imaginou, mas que Maria Antónia Oliveira e Fernando Cabral Martins afinal lhe publicaram. Os textos agora reunidos são prosas remanescentes, que O’Neill não incluiu nas colectâneas As Andorinhas não Têm Restaurante (1970) e Uma Coisa em Forma de assim (1980; 2ª ed. revista e aumentada, 1985). Na sua maioria são crónicas publicadas ao longo de quarenta anos em jornais (O Castelovidense, Diário de Lisboa, A Capital, A Luta e JL) e revistas (Unicórnio, Vértice, Flama e Quaderni Portoghesi), mas há também prefácios a antologias poéticas e recensões críticas. No posfácio intitulado «À mesa de montagem», Fernando Cabral Martins, tomando como ponto de partida a frase «Ainda mais excitante que escrever — é estar à mesa de montagem» (O’Neill, «Monstruário 2»), ressalta o procedimento compositivo que preside à elaboração desses textos e o seu efeito cinematográfico (o posfaciador esforça-se, aliás, por observar a mesma técnica no seu próprio texto), e do mesmo passo legitima a publicação do conjunto em livro, descrevendo nos seguintes termos o macrotexto assim obtido: «Portanto, temos textos que são montagem de textos num livro que é uma montagem de textos também, e cujo fio condutor é o do tempo, tirando os poucos casos das recensões de livros» (p. 248). E um pouco adiante, passando do plano compositivo para o do conteúdo: «Um grande caleidoscópio, um grande filme documentário da vida que anima o mundo em português» (ibid.).
Na verdade, é desigual o interesse das crónicas compiladas, muitas delas escritas «por medida» e doseando, consoante os casos, os tons ameno, crítico, formativo, opinativo e lúdico. A vinculação temporal e a versatilidade que caracterizam o género consentem que estes textos se detenham em assuntos de circunstância (por exemplo o corte das árvores, em «Aos desarvorados», a moda dos segundos casamentos, em «Os filhos-padrinhos», o aumento do custo de vida, em «A carestia vem de longe mas quem a paga somos nós...», etc.), em trivialidades com potencial jocoso («Bananas de hospital»), em anedotas vividas («Fumos de Vesúvio»), em fantasias cómicas («Para logo depois das eleições») ou em retratos de tipos sociais («Três de tantas»). E que se consubstancie, ainda, em evocações comovidas («mas sofre de ternura», escreveu O’Neill no seu «Auto-retrato» poético) de amigos desaparecidos («Que partida foi essa, Irineu?»), em exercícios de escrita que dão continuidade a práticas surrealistas (como os inventários, os «diálogos falhados» ou as simples legendas a fotografias existentes ou imaginadas) ou em páginas de intervenção social, quer no regime alusivo e divertido do texto «É favor não sujar o offset!», quer no registo mais sério de «O Director do sexo» (contra o «folclore machista» português) ou de «Borges, sempre Borges, mau grado Borges» (em protesto contra o elogio de Borges a Pinochet, por ocasião da visita do escritor ao Chile). Na sua diversidade temática e tonal, todos estes textos compõem um retrato de Portugal durante a ditadura e depois do 25 de Abril — um retrato deprimente, pela «apagada e vil tristeza» da vivência colectiva que documenta. Num deles, em particular, O’Neill tenta clarificar pela via ensaística algumas razões atávicas do mal-estar português (cf. «Para nascer, pouca terra; para morrer, toda a terra», prefácio para o livro Portugal, Nova Iorque, Scala Books, 1983). Mas os textos de Já Cá Não Está Quem Falou compõem, sobretudo, o «retrato de uma voz», desbordante de verve e de criatividade, recuperando as frases feitas da «lisbolábia», tropeçando a cada passo em neologismos e em jogos de palavras, e inventando as suas imagens-cruzadas («Augusto come bem, mas está sempre onde não está. O seu prato é a desarrumação dele, Augusto», p. 79).
Reconhecemos essa «voz» no plano idiolectal, mas também quando o autor explicita algumas questões centrais da sua poética. Por exemplo, o seu modo engagé de relação com o espaço e o tempo («A minha pessoal maneira de reagir (e peço perdão dela vir ao caso) é a amarração ao efémero do tempo e do sítio em que, por insondáveis carambolas, me é dado viver», p. 50-51), referido num prefácio às Obras de Nicolau Tolentino que é também pretexto para a enunciação de preocupações estéticas próprias — e que não deixa dúvidas sobre o parentesco literário entre os dois poetas, depois tão glosado pela crítica que O’Neill acabaria por exorcizá-lo ironicamente, no poema «Autocrítica» (As Horas já de Números Vestidas, 1981). Ou ainda a sua participação na aventura surrealista, evocada a trinta anos de distância num dos textos mais relevantes desta colectânea («A marca do Surrealismo», inicialmente publicado no n.º 3 de Quaderni Portoghesi).
É essa «voz» que «humaniza» as crónicas, trazendo-nos de volta, mais intensamente do que o tempo a que se reportam, a personagem familiar que nelas se retrata.
sábado, 14 de fevereiro de 2015
com beijo e sem beijo, o amor acontece...
O Beijo
Congresso de gaivotas neste céu
Como uma tampa azul cobrindo o Tejo.
Querela de aves, pios, escarcéu.
Ainda palpitante voa um beijo.
Donde teria vindo! (Não é meu...)
De algum quarto perdido no desejo?
De algum jovem amor que recebeu
Mandado de captura ou de despejo?
É uma ave estranha: colorida,
Vai batendo como a própria vida,
Um coração vermelho pelo ar.
E é a força sem fim de duas bocas,
De duas bocas que se juntam, loucas!
De inveja as gaivotas a gritar...
Como uma tampa azul cobrindo o Tejo.
Querela de aves, pios, escarcéu.
Ainda palpitante voa um beijo.
Donde teria vindo! (Não é meu...)
De algum quarto perdido no desejo?
De algum jovem amor que recebeu
Mandado de captura ou de despejo?
É uma ave estranha: colorida,
Vai batendo como a própria vida,
Um coração vermelho pelo ar.
E é a força sem fim de duas bocas,
De duas bocas que se juntam, loucas!
De inveja as gaivotas a gritar...
domingo, 16 de março de 2014
Leituras breves e soalheiras..., porque o dia é disso mesmo
Amigo
Mal nos conhecemos
Inaugurámos a palavra «amigo».
«Amigo» é um sorriso
De boca em boca,
Um olhar bem limpo,
Uma casa, mesmo modesta, que se oferece,
Um coração pronto a pulsar
Na nossa mão!
«Amigo» (recordam-se, vocês aí,
Escrupulosos detritos?)
«Amigo» é o contrário de inimigo!
«Amigo» é o erro corrigido,
Não o erro perseguido, explorado,
É a verdade partilhada, praticada.
«Amigo» é a solidão derrotada!
«Amigo» é uma grande tarefa,
Um trabalho sem fim,
Um espaço útil, um tempo fértil,
«Amigo» vai ser, é já uma grande festa!
Alexandre O'Neill, in 'No Reino da Dinamarca'
Fotografias do Parque Termal das Caldas da Rainha : Bem degradadinho está, o edifício, claro.
Mal nos conhecemos
Inaugurámos a palavra «amigo».
«Amigo» é um sorriso
De boca em boca,
Um olhar bem limpo,
Uma casa, mesmo modesta, que se oferece,
Um coração pronto a pulsar
Na nossa mão!
«Amigo» (recordam-se, vocês aí,
Escrupulosos detritos?)
«Amigo» é o contrário de inimigo!
«Amigo» é o erro corrigido,
Não o erro perseguido, explorado,
É a verdade partilhada, praticada.
«Amigo» é a solidão derrotada!
«Amigo» é uma grande tarefa,
Um trabalho sem fim,
Um espaço útil, um tempo fértil,
«Amigo» vai ser, é já uma grande festa!
Alexandre O'Neill, in 'No Reino da Dinamarca'
Fotografias do Parque Termal das Caldas da Rainha : Bem degradadinho está, o edifício, claro.
quarta-feira, 22 de janeiro de 2014
"L'Angelus" de Millet e mais qualquer coisa...
Jean-François Millet (4 October 1814 - 20 January 1875)
The Angelus 1857 - 1859
"L' Angélus" de Millet
Recolhidos,
os camponeses de Millet olham a terra,
quando o céu, às Trindades, os convoca.
Forquilha, cesto, carro,
homem, mulher
- já tão longe na história.
Alexandre O`Neill, em a saca de orelhas
The Angelus 1857 - 1859
"L' Angélus" de Millet
Recolhidos,
os camponeses de Millet olham a terra,
quando o céu, às Trindades, os convoca.
Forquilha, cesto, carro,
homem, mulher
- já tão longe na história.
Alexandre O`Neill, em a saca de orelhas
terça-feira, 14 de janeiro de 2014
melancolia lusitana..." dou-te um verso"
melancolia lusitana, por Velica
Dai-nos , meu Deus, um pequeno absurdo quotidiano que seja,
que o absurdo, mesmo em curtas doses,
defende da melancolia e nós somos tão propensos a ela!
Alexandre O`Neill
Dai-nos , meu Deus, um pequeno absurdo quotidiano que seja,
que o absurdo, mesmo em curtas doses,
defende da melancolia e nós somos tão propensos a ela!
Alexandre O`Neill
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