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sexta-feira, 2 de março de 2018

"Para todas as vossas enfermidades, dou-vos risos."

O que aflitivamente falta no mundo actual é grandeza, beleza, amor, compaixão e liberdade. O tempo dos grandes indivíduos, dos grandes líderes e dos grandes pensadores já passou. No seu lugar estamos a criar embriões de monstros, assassinos, terroristas: a violencia, a crueldade e a hipocrisia parecem inatas. Quando invocamos os  nomes de figuras ilustres do passado tal como Péricles, Sócrates, Dante, Abelardo, Leonardo Da Vinci, Shakespeare, William Blake, ou até do louco Ludwig da Baviera , esquecemo-nos de que mesmo nos tempos mais gloriosos havia inacreditável pobreza, tirania, crimes, inomináveis, os horrores da guerra, malevolência e traição. Bem e mal, fealdade e beleza, o nobre e o ignóbil, esperança e desespero. Sempre. A não coexistência destes extremos naquilo a que chamamos um mundo civilizado parece impossível.
   Se não podemos melhorara as condições em que vivemos podemos pelo menos oferecer uma saída imediata e indolor. Há saída através da eutanásia . Porque é que não é oferecida aos milhões de desesperados e miseráveis para quem não há qualquer hipótese de desfrutar nem sequer de uma vida de cão? Não pedimos para nascer - então porque deve ser-nos recusado o privilégio de sair quando as coisas se tornam insuportáveis? Temos de esperar que a bomba atómica nos liquide a todos em simultâneo ?



 Não quero acabar num tom amargo. Como os meus leitores bem sabem, o meu mote tem sido sempre este: "Sempre alegre e brilhante". Talvez por isso nunca me canse de citar Rabelais : "Para todas as vossas enfermidades, dou-vos risos."

Excerto do belo e pequeno livro de Henry Miller, Viragem aos Oitenta . Um pequeno livro que amo.

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

A vida é um teatro com ou sem manipulações... Bom fim de semana e agasalhem-se.

Se Pires de Lima é português, eu quero ser espanhola. Morra! Pim!...
Viva o Teatro de Marionetas.
Quando era criança, na minha cidade, o teatro de marionetas parava na minha rua para atuar. Eu via-os da minha janela de 1º andar. A perspectiva era uma outra de quando os via na praia. De cima. As manipulações, as mudanças rápidas de bonecos nas duas mãos do seu manipulador,  deixavam-me louca de entusiasmo, mais admirada ainda,  quando descobri que o artista era cego.
No fim, acontecia sempre o mesmo. Gritava da minha janela : -
Ó senhor Roberto , tome lá cinco tostõezinhos...
Esta cena de chamar da janela, fazia as delícias da família, assim como uma outra situação. Quando a sirene dos bombeiros tocava, os grandes e valorosos Bombeiros Voluntários, que eram ali perto, largavam o trabalho e aceleravam os pedais da bicicleta  para apagar o fogo. E eu,  mais uma vez do meu 1º andar, quando os via curvar, gritava : 
- Ó senhor bombeiro, onde é que é o fogo?
Claro que, tinha que sair de casa, pois as crianças facilmente andavam pela rua, e ir ao quartel saber o local do "crime"...