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sábado, 2 de fevereiro de 2013

12x25

     Sentiu-se inseguro, como se o sufocassem. Alguém poderia agredi-lo de repente, ocorreu-lhe. Uma, entre todas aquelas mãos, poderia ser assassina.
     Gritou, mais alto do que as vozes, abriu caminho pelo meio da multidão, empurrando e tropeçando, e alcançou, com dificuldade, o autocarro. Sentou-se no banco, com a camisa molhada de suor.
     Magotes de crianças esmagavam-se contra as janelas, do lado de fora, estendendo as mãos. Por vezes um dos turistas abria a janela e atirava não importa o quê -- esferográficas, láois, T-shirts, lenços, pacotes de bolachas ou um chapéu de pano, sobre os quais as

Teolinda Gersão, Histórias de Ver e Andar, 3.ª ed., Lisboa, Publicações Dom Quixote, 2005, p. 25, ls.1-12.