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NARIZ, n. O derradeiro posto avançado da cara. Baseando-se no facto de os grandes conquistadores terem grandes narizes, Getius, cujos escritos são anteriores à idade do humor, chama ao nariz o órgão da opressão. Tem sido observado que os momentos de maior felicidade do nariz ocorrem quando este está metido nos assuntos de outras pessoas, o que leva alguns fisiologistas a inferir que o nariz é desprovido de olfacto.
NASCIMENTO, n. O primeiro e o mais terrível de todos os desastres.
NATAL, n. Um dia assinalado e dedicado à gula, à embriaguez, ao sentimentalismo, à troca de presentes, ao aborrecimento público e ao mau comportamento privado.
NEPOTISMO, n. Nomear a própria avó para um cargo público, pelo bem do partido.
NEWTONIANO, n. Relativo a uma filosofia do universo inventada por Newton, que descobriu que uma maçã cai ao chão, embora não tenha sabido explicar porquê. Os seus sucessores e discípulos avançaram até ao ponto de nos conseguirem dizer quando é que ela cai.
NIRVANA, n. Na religião Budista, um estado de beatitude concedido aos sábios, sobretudo àqueles que são suficientemente sábios para o compreenderem.
NOIVA, n. Uma mulher com excelentes perspectivas de felicidade atrás de si.
NOVEMBRO, n. O décimo primeiro duodécimo de uma fadiga.
Ambrose Bierce, Dicionário do Diabo, selecção e tradução de Rui Lopes, Lisboa, Tinta da China, 2006.