Meu querido Luciano
Vibrei certamente, vibrei todo o dia hontem, lendo a sua primorosa obra. V. fez um milagre. Não queria escrever-lhe agradecendo-lhe o seu livro, antes de o ler, e não o li logo porque o tinha emprestado ao Moniz Barreto para elle escrever o artigo que lhe pedi e V. já leu, de certo.
O Reporter cumpriu o seu dever.
O livro das Cartas que V. fez é verdeiramente definitivo; não há mais nada a dizer.
V. esgotou a erudição e a crítica: não ha que rebuscar nem que observar mais.
Está definido o caso pathologico (?) e determinado o concurso de circumstancias que se deu.
Receba pois V., meu querido Luciano, os meus mais cordeaes parabens e creia-me sempre -- Seu velho amigo, de uma amisade sempre moça.
in Soror Mariana Alcoforado -- Cartas de Amor ao Cavalheiro de Chamilly, Porto, Editora Ausência, 2002.