sexta-feira, 28 de abril de 2006

quinta-feira, 27 de abril de 2006

Até morrer!



Amanhã vou votar pelo Sporting em que acredito. Nada me fará vacilar.
Numa troca de comentários a um post anterior tive oportunidade de explicar aos amigos que por aqui vão deixando os seus generosos comentários que serei do Sporting até morrer.
Resta saber de que Sporting...
Deste que nos querem impor, à lei da rolha, cheio de fidalgotes de meia cura, de jet set a cheirar a ETAR e de pistoleiros sem princípios, gente para quem a palavra "nobreza" não passa de uma estratégia de marketing, ou do GRANDE SPORTING, puro, em que acredito, que sempre me fez e faz vibrar.
O caminho para chegar ao Sporting em que acredito não tem entradas secretas. Mas haverá, seguramente, uma saída se vier a chegar à conclusão que a grandeza do Sporting passou a ser uma categoria apenas disponível nos terminais de multibanco...
Reduzida à condição de transferência bancária, a minha participação nesta bagunçada precisa apenas de um simples "anular da operação" para terminar ...
Tenho, temos, essa prerrogativa. Vamos então a votos e depois veremos.

quarta-feira, 26 de abril de 2006

Velhos hábitos...

Depois de uma série de posts com propostas construtivas, designadamente uma "Moção de Estratégia" que contém uma análise interessante sobre orientações possíveis para a gestão do SCP, depois de tudo isto, o blog Ofensiva 1906 decidiu brindar os seus leitores com a publicação do número de telefone do árbitro António Resende.
Não é a primeira vez que isto acontece na blogosfera e tal atitude não mereceria mais do que o esquecimento, não fora o facto de, precisamente, ontem os ter citado a propósito do FCUM.
Nada (NADA!) me identifica com este movimento e, pessoalmente, repudio totalmente este tipo de "liberdades de expressão".
End of story...

terça-feira, 25 de abril de 2006

Our Club, our Rules!


Não sei como interpretar exactamente o teor deste post do blog Ofensiva 1906, do qual tomo a liberdade de "picar" as fotos. O post cita um outro do blog Terceiro Anel, de autoria de João Nuno Coelho.
Digo que não sei "intepretar exactamente" este post do Ofensiva 1906 porque se, por uma lado, não se trata com certeza de um post inocente, fico sem perceber o que ele preconiza.
Vejamos então...
Se pretende reafirmar a vontade dos Sportinguistas de não assistirem a ingerências exteriores no nosso Sporting, subscrevo-o, sem hesitações. Our Club, our Rules indeed!
Se, por outro lado, quer dizer que, às vezes, já não há pachorra para este Sporting (o Alex falava nestes termos há dias e eu sinto exactamente o mesmo) e que a minha vontade, frequentemente, era a de ajudar a construir um outro Sporting, mais livre, mais consentâneo com os seus valores de origem, mais democrático, mais vencedor, mesmo que a vitória seja difícil de alcançar, mais sincero e menos dado a epifenómenos que nada têm a ver com o desporto, também o subscrevo sem hesitações!
Em suma, a metáfora do FC Manchester United of Manchester (FCUM) parece-me, também a mim, apropriada.
E digo mais: estou preparado para dar o meu contributo no sentido de mostrar (se chegar a ser caso disso), inequivocamente, que o Sporting existe onde existirem os verdadeiros Sportinguistas! Aliás o SCP começou assim e a história pode voltar a repetir-se...

segunda-feira, 24 de abril de 2006

Pecado: estais a invocar o nome do Sporting em vão...

Há para aí uns "virtuosos", campeões do Sportinguismo, que decidiram que a melhor via para salvar o Sporting é dar-lhe mais uma colherada do remédio que o colocou neste lindo estado actual.
Enchem os seus blogs com toneladas de justificações, dir-se-ia, pré-formatadas para servir a sua decisão. São argumentos totalmente absurdos. Entre outros, invocam, uns, o argumento da falta de força da pretensa minoria que votou contra o plano de liquidação total da existência que FSF mais os seus buddies impuseram como uma inevitabilidade. São 35%, coitados. Ou seja: não interessa discutir a substância das suas razões. São minoria e, com razões válidas ou sem elas, não deveriam sequer expressar os seus argumentos. Ora aí está a democracia Sportinguista na sua forma mais exuberante.
Enquanto isso, outros refugiam-se numa alternativa ao argumento anterior: a alegada falta de credibilidade das candidaturas alternativas. Para estes parece quase uma afronta haver alternativas ao Pipinho.
O que estes jeitosos não conseguem explicar, porém, é onde está a credibilidade da candidatura situacionista. A credibilidade da "proposta" que nos foi apresentada com o "coração" funda-se, justamente, nos mesmos agentes (dirigentes, parceiros económicos, receitas de gestão) que tornaram a presente situação insustentável. Que credibilidade pode pois ser esta e que resultado poderá isto tudo dar?
Façam-nos um favor: não nos insultem e não nos dêem música!
E, sobretudo, não o façam em nome do Sporting e dos interesses do Sporting. É abuso.

quinta-feira, 20 de abril de 2006

FSF, a OPCA, o BES, o cozinheiro e a mulher dele...

Há um filme fantástico do Peter Greenaway chamado "The Cook, The Thief, His Wife, and Her Lover" que aconselho vivamente a todos. O título faz-me lembrar o embróglio sinistro que é a candidatura liderada por FSF.
Façam então o favor --os indecisos e os ingénuos que ainda acreditam (mesmo que vagamente!) no Pai Natal...-- de ver aqui um texto de fazer ficar com os cabelos em pé. O texto ajudará certamente a compreender o que interessa em todo este processo. A autoria é do blog BnR b.
Por aqui se começa a perceber a monstruosa encenção que é esta sórdida candidatura.
Se alguém, enganado por esta maquinação vergonhosa de autoria de FSF & Cia, quer sujeitar o Sporting a mais este enxovalho inqualificável e à maior facada de sempre desferida nos seus pergaminhos faça um favor: vá a correr no dia 28 votar no Pipinho! Ou melhor ainda: abstenha-se...
Saudações leoninas.

terça-feira, 18 de abril de 2006

Apelo

Um apelo aos membros e habituais comentadores do KL: poderão indicar-nos aqui a informação que tenham sobre futuras sessões de esclarecimento, eventual url do site, e outras sobre a candidatura de Abrantes Mendes?
Agradecimentos antecipados.

domingo, 16 de abril de 2006

As eleições

Pois, deixem-me lá então explicitar melhor o motivo do meu comentário ao post anterior do Raul. Noto na análise que é feita, e de resto em bom número de análises que são feitas por Sportinguistas que prezo, uma espécie de conformismo relativamente a tudo o que se passa.
Eu sei perfeitamente que o risco de termos o FSF eleito no dia 28 é real (só não o verbalizo claramente por um pudor que me leva a nunca confesssar estas coisas, muito menos em público...). Não é neste domínio que não estamos todos de acordo, creio.
O problema da falta de programa DEVE ser, mais correctamente dirigido a FSF. Ele e a sua candidatura não têm projecto. Ele e esta oligarquia como lhe chamei (creio que a expressão até pegou!) não apresentam e não apresentaram uma única ideia até agora, para além da venda a retalho.
São os Cem Vergonha que não têm projecto!! São uns idiotas, ridículos, pífios estes "notáveis" de pacotilha que ocupam um espaço no universo Sportinguista de forma abusiva. Não sou eu!
O que temos de decidir é porque é que não tendo projecto e tendo um estatuto de fancaria ganham mesmo assim...
Estou farto de escrever para aqui que há várias causas para este estado de coisas. Uma delas é a falta de unidade Sportinguista e outra a absoluta falta de democracia e participação dos sócios.
Para mim o problema do Sporting é claro: ou os sócios passam a participar mais na vida do Clube, ou o Clube desaparece!
O Sporting NÃO É UMA EMPRESA!!
Expliquem-me como é que o Clube sobrevive sem os Sportinguistas e eu passo a ser o 101º notável...!!!
Revelem-me onde está UMA ÚNICA medida em todo o ideário do grupo Franco, Ribeiro, Bettencourt & Associados em favor dos sócios do Sporting, que concite a unidade de todos nós e eu pinto-me todo de verde e vou correr à volta do estádio sem parar durante três dias a gritar "Eu sou notável! Eu sou notável!..."
Soluções como as que a actual Direcção propõe vão agravar ainda mais estes dois problemas. A única medida "programática" que se lhes conhece só conseguiu criar divisões. E mesmo entre os que concordam com a ideia haverá muitos que se questionam sobre as razões que levaram a que isto tenha vindo a acabar desta forma. Como pode o Sporting sobreviver assim?
Denunciá-lo e denunciar os agentes e mecanismos através dos quais este processo se desenvolve É UM PROGRAMA!
Os sócios do Sporting, a sua esmagadora maioria, não sabe isto, não quer saber disto e mesmo que queira não tem mecanismos para fazer ouvir a sua voz. Ganhar os sócios do Sporting para a causa da participação activa na vida do Clube É UM PROGRAMA!
O "processo eleitoral" é uma palhaçada. As eleições vão ser uma palhaçada! As pessoas que dirigem o Clube desde há dez anos deviam ter VERGONHA na cara por aceitarem tudo isto. Deviam ter vergonha por insultarem quem se opõe a isto (falar de minorias de bloqueio, como o fazem estes democratas da treta que foram cooptados ou são quando muito eleitos por 5% do universo de votantes do SCP deveria ser motivo para pagamento de multa!). E deviam ter vergonha por continuarem a falar em nome do SPORTING sabendo que a sua representatividade se baseia numa escassa parte dos sócios.
A falta de participação faz com que uma minoria de sócios (sim!, uma minoria de 3000-4000 sócios ) controle escandalosamente o Clube. Qualquer candidatura que não contemple esta matéria no seu programa tem de ser combatida. E devemos encontrar propostas para alterar isto.
Em resumo:
1- Já sabemos que SF tem possibilidades fortes de ganhar.
2- Conhecemos os mecanismos e os agentes que permitem que esta linha empresarialista do Clube tenha vindo a ganhar.
3- Combater e denunciar tudo isto é, para já, um programa.
Há, claro, aqui uma outra questão prática que parece inultrapassável: de que mecanismos dispomos nós para fazer passar a mensagem? esta coisa dos blogs parece divertida mas, claramente, é curta. O manifesto foi visto por cerca de 200 pessoas.
Não houve um único contributo substancial. Propus uma alteração no Conselho Leonino, que me parece uma estrutura verdadeiramente escandalosa. Ninguém respondeu. Não conseguimos sózinhos fazer mais nada.
Não chega. Nada disto chega. São necessárias outras armas.
Não podemos, claro, ir ao arsenal do inimigo porque aí ele domina... Mas, podemos boicotar tudo isto na fonte mesmo. Afinal somos nós que pagamos...
Desiludam-se os situacionistas: por mim não vou baixar os braços nem dar-lhes quartel.
Aceitam-se companheiros de jornada!

sexta-feira, 14 de abril de 2006

Desafio


No estado em que estão as coisas quanto ao próximo processo eleitoral, não tenho dúvidas de que Soares Franco vai ganhar as eleições.
Os indícios são mais que muitos:

  • Tem o apoio organizado duma grande quantidade dos considerados notáveis do Sporting, inclusive de figuras históricas prestigiadas como Moniz Pereira e figuras com cargos sociais de relevo como Rogério Alves, bastonário da Ordem dos Advogados (apontado para Presidente da Mesa da AG);
  • Tem o apoio generalizado da Comunicação Social, mesmo na mais inesperada, nesta tendo muito mais cobertura do que os outros candidatos;
  • Teve uma votação de 64,5% na última AG.

Dum modo geral isto significa que a grande maioria do eleitorado (contado em número de votos, que é o que interessa, na prática), embora eventualmente ciente de que FSF está ligado às sucessivas Direcções que vêm endividando cada vez mais o clube, não acredita que haja alternativas melhores neste momento.
De facto, as oposições não têm tido um discurso forte e projectos coerentes, além de os protagonistas também terem um passado com culpas no cartório.
Aqueles muitos que, como nós, se opõem a esta solução de continuidade, não conseguiram reunir vontades num movimento sólido e com uma liderança credível. O nosso discurso tem sido mais de protesto, de queixume ou, no melhor dos casos, de denúncia, do que de apresentação de soluções.
A honrosa excepção é o manifesto originário deste blog, o qual, no entanto, não teve o necessário impacto que complementasse as suas insuficiências.
Com tanto pessimismo, com a expectativa de virmos a ter mais um mandato de acumulação de prejuízos e derrotas, a minha opinião é de que, mesmo assim, vale a pena tentar ir formalizando propostas em diversas vertentes, com vista ao lançar da discussão sobre o que é necessário fazer para uma melhor configuração das actividades do nosso clube. Porque vai haver um futuro para lá deste presente envenenado.
Os assuntos são mais que muitos. E já que há (tem havido) algum impacto provocado pelas sucessivas opiniões que neste espaço têm vindo a ser expressas, começo por lançar um desafio de discussão sobre alguns temas. Escolho, para começar, dois que tenho a intenção de desenvolver logo que tenha tempo:

  • O ecletismo: quais as modalidades que o Sporting deve praticar; quais delas devem ser profissionais; maneira de tratar o praticante pagante; financiamento por sponsors, praticantes, clube ou outros (quem?); as modalidades devem ser autofinanaciadas?; todas, ou deve haver excepções?;
  • A política de alianças: devemos aliar-nos ao Porto para melhor combater o Benfica? Ou ao Benfica para melhor combater o Porto? Ou por princípio a nenhum deles, mantendo independência e linha de actuação autónoma? Neste caso, que fazer para obter aliados para as nossas posições? E qual deve ser a tal linha de actuação autónoma?

No tempo do "futebol da baliza às costas", em que éramos pródigos em "vitórias morais" a nossa selecção perdeu por 10-0, contra a Espanha, se não erro (ou foi a Inglaterra?). No dia seguinte um jornal estampava que aquilo não tinha sido um desafio; tinham sido sim "dez a fio". Mas o que lanço aqui é mesmo um desafio às cabeças pensantes e com ideias dos sportinguistas. Para ver se fortalecemos as nossas convicções quanto ao rumo a seguir pelo nosso Sporting.

quarta-feira, 12 de abril de 2006

Aventureiros

Aqui há uns tempos escrevi um post aqui no KL sobre a aventura do Sporting. Como penso que esta coisa dos blogs é bastante efémera vou reproduzi-lo aqui (nos comentários) integralmente. O que disse na altura mantém-se perfeitamente válido. Mas muitos Sportinguistas já entraram naquele período de febre eleitoral que impede o bom senso de prevalecer.
Os culpados, como disse no tal post que agora reproduzo são os mesmos, venham de bigodes e camisa desabotoada ou de gravata Hermès e Porsche.
O meu objectivo é lançar a discussão sobre o período pré-Roquette para que todos possamos situar a discussão acerca do futuro do Sporting em terrenos que todos entendamos. Não há nada mais pernicioso que a mistificação. E há mitos em volta das direcções que antecederam o período Roquette e mitos sobre este período que precisam de ser clarificados.
Quem foi e quem é João Rocha? Quem foi e quem é Jorge Gonçalves? Porque chegou à presidência do Clube? Porque saiu? Quem foi e quem é Sousa Cintra? Porque chegou à presidência do Sporting e porque saiu? Quem foi e quem é Roquette? Como chegou ele à presidência do Sporting? O que queria cada um destes personagens? Quem são e o que querem estes personagens que se acolitaram e acolitam por trás do Projecto Roquette? O que significou a entrada em funções de cada um destes indivíduos? Contra quem e a favor de quem e o quê concorreu cada um deles. Porque foram eleitos e porque foram arredados do poder?
Cada um de nós pensará que sabe tudo sobre cada uma destas figuras. Mas, saberá mesmo? Não estarão os Sportinguistas a fazer neste preciso momento exactamente o que fazem desde há duas décadas? Ou seja, a embarcar mais uma vez num canto de sereia para daqui a 2, 5, 10 anos virem fazer mais um levantamento de rancho, acenar com mais uns lencinhos, dirigir uns palavrões ao presidente e à direcção, dizer que o Sporting são eles e embarcarem de novo em mais um canto de sereia qualquer?
É preciso contudo que se saiba e se diga que o Clube não vai aguentar mais um período de rebaldaria como aquele a que vimos assistindo desde há 30 anos. A capacidade de recuo é cada vez mais limitada. O Sporting, a ser sujeito a mais uns anos sem política (sim, porque é disso que se trata: não há projectos!!!! Há bocas e interesses escondidos!) que o recoloque nos carris e sem uma profunda restruturação vai desaparecer. E a teoria do "mal menor" transforma-se inexoravelmente na da "via de extinção".
Digam pois o que sabem sobre a galeria de Presidentes do Sporting destes últimos 30 anos para ver se a gente percebe porque é que no Sporting se anda sempre a fazer como o cãozinho à volta para apanhar a cauda...

segunda-feira, 10 de abril de 2006

Eles andem aí

Este blog, que agora atingiu as 4.000 visitas (é obra!), tem, felizmente, leitores activos e que têm a amabilidade de comentar os nossos escritos, muitas vezes de modo criativo. É o que acontece com Alex, o qual analisa, a trajectória do historial recente do futebol do Sporting de uma maneira desapaixonada e inteligente, chegando à conclusão de que as vitórias mais recentes não corresponderam ao resultado de uma política com continuidade e que o que é normal é, como acontecerá mais uma vez este ano, não ganharmos nada. Na minha modesta opinião ele está cheio de razão.
É daqui que decorre a ligação entre a capacidade dos dirigentes e os resultados em campo. Porque tem de haver uma política de continuidade que, dentro de um nível economico-financeiro à nossa medida, saiba gerir o futebol de modo a haver estabilidade, disciplina, programação.
O que o Projecto Roquette nos prometia era precisamente isto, baseado numa estratégia de obtenção de receitas em sectores não desportivos (as quais seriam aplicadas no futebol e outras modalidades do clube) e de rentabilização da Academia de formação do clube. Não sou daqueles que acha que o projecto foi um completo flop. Foi-o, sem dúvida, quanto aos negócios extradesportivos, mas, graças a esse Projecto, temos um estádio moderno (que potencia receitas, se for bem gerido) e uma Academia que é, de longe, o melhor centro de formação do País.
Então porque é que continuamos a não ter vitórias? "Ora – dizem-nos os dirigentes que temos tido – é porque temos tido de vender os nossos melhores jogadores para equilibrar as contas". Ah, sim?! Então porque é que continuamos a acumular prejuízos à razão de 11 milhões de euros por ano? – pergunto eu.
Volto a citar, Alex: «Um clube da dimensão do Sporting não pode ser um "hobby" para os dirigentes, tem de ser uma paixão e uma ambição».
Escrevi neste blog que achava que Soares Franco não se iria candidatar, mas que apontaria um sucessor. Sei agora, de fonte segura, que FSF está agarrado ao poder e que, faltando à palavra dada (também, o que é que isso conta, nos tempos que correm...), vai mesmo candidatar-se. Até já tem o alibi do apoio de todos aqueles que têm vindo a ocupar cargos no clube durante os tais 10 anos de descalabro e má gestão (e mais outros que temem as outras candidaturas mais que esta) e que são quem conta no clube em termos de garantia de maiorias eleitorais.
Volto a citar as proféticas palavras dum colunista do Diário Económico: "Seja como for, há uma certeza: o Sporting pode ter um défice de tesouraria difícil de estancar e um passivo do tamanho do novo estádio, mas o apetite pelo controlo do clube mantém-se voraz. Falta dinheiro e faltam soluções, mas sobram candidatos, listas adversárias e ‘notáveis’ dispostos a vestir a camisola do clube."

De facto, o nosso clube é uma instituição que move muitos adeptos pagantes, mexe com muito dinheiro, e por isso "o apetite pelo controlo do clube mantém-se voraz".
Vamos, como eu previa, ter mais do mesmo, porque "eles andem aí".
E nós já não vamos conseguir que apareça uma candidatura alternativa que seja credível.

Os Cem abrigo

Lá veio mais um movimento de "notáveis" do Sporting!! Desta feita trata-se de uma petição para convencer FSF a candidatar-se. É isto: temos os notáveis que merecemos. Já viram a lista? É notável, de facto...
Agora é Soares Franco o novo salvador.
Pode ser que FSF tenha vergonha (se mais ninguém a tem, pode ser que ele afinal nos surpreenda) e mande estes "notáveis" dar uma volta à pista de atletismo...
Ah! já não temos pista?!! (estão-me aqui ao lado a dizer que não...)
Então será que há aí promessa de que vai ser construída...? Ou serão outras as promessas?
Notáveis do Sporting ou o Sporting cem notáveis...?

sábado, 8 de abril de 2006

Consistência

A expectativa em relação ao jogo de ontem merece alguma reflexão. Às vezes parece-me que alguns Sportinguistas apenas têm um tipo de memória: a de curta duração.
O campeonato deste ano começou a perder-se no ano passado e levou o golpe fatal com a imperdoável crise directiva e com o modo como foi e continua a ser tratada por todos os seus actores. Não foram, certamente, os resultados destes últimos meses que comprometeram os nossos objectivos. Aliás, aquilo que mais me intriga no Sporting é ter chegado onde chegou. Mas, uma equipa de topo só tem um objectivo: consistência competitiva. E consistência é coisa que não tem faltado a esta equipa de Paulo Bento.
Então onde é que a coisa tem falhado?
É dos livros: o sucesso de uma equipa deve-se a uma sintonia muito grande entre a equipa directiva, equipa desportiva e os adeptos. Essa sintonia consegue-se através do exercício competente, esclarecido e empenhado das funções e papeis exercidas por cada um destes grupos e por uma articulação total entre eles. Não há um único caso de sucesso desportivo, um único!, em que esta premissa não esteja cumprida. Não é condição suficiente, mas é certamente necessária. Quanto mais tempo durar esta sintonia mais êxitos surgirão. Sem esta sintonia podem surgir alguns sucessos desportivos, mas terão sempre um carácter efémero. Há inúmeros exemplos disso.
Ter consistência competitiva, sobretudo num campeonato, significa que apesar de eventuais problemas de bloqueamento mental, de uma conjuntura anormal de lesões e castigos ou outro qualquer factor, a coluna central de toda a estrutura é sólida e as exibições e os resultados são equilibrados.
Consistente, pois, no caso do Sporting tem sido apenas o insucesso.
Deixo então à reflexão dos leitores do KL encontrar as causas para esta consistente falta de sucesso do Sporting.
E para aqueles que, apesar de perceberem perfeitamente que falta consistência à equipa, que essa falta não é um mal conjuntural, mas sim um problema endémico que necessita de um tratamento radical, para aqueles ingénuos mas legitimamente preocupados com tudo isto, que, movidos por essa preocupação, pretendem convercer-se e convencer-nos que são os chacais que esquartejaram o Clube, sob o olhar complacente dos grandes predadores, a solução para o problema que eles próprios criaram, que reflitam sobre a enorme amargura que estarão, como eu, certamente a sentir depois do 1-0 de ontem...
E lembrem-se da Taça, e do campeonato do ano passado, e da Taça UEFA, e da Taça do ano passado, e das competições europeias deste ano, etc, etc, etc...

Ser ou não ser provinciano

Ainda tentando aguentar-me com o "melão" com que saí do estádio, retomo o tema do escrito anterior, mas agora falando do meu querido Sporting, acabado de ser derrotado e tendo praticamente dito adeus ao título.
Como eu dizia no fim do último escrito "se os outros foram melhores, o que temos de fazer é dar-lhes os parabéns e melhorar para ganharmos na vez seguinte". Foi precisamente isto que Paulo Bento fez no fim do jogo, ao dar os parabéns ao nosso adversário, que ganhou bem, pois foi coeso na defesa não nos deixando entrar e, num jogo com muito poucas oportunidades, conseguiu transformar uma e nós nenhuma (também, digo eu, só tivemos uma, na primeira parte), e que o árbitro não teve influência no resultado.
Sobre o campeonato disse o que toda a gente sabe, isto é, que este ano já lá não vamos.
Mas que (e nisto foi bem secundado pelas declarações de Liedson) temos de continuar a querer ganhar os jogos que faltam, sobretudo porque temos de lutar pela qualificação directa para a Liga dos Campeões.
De facto, o nosso hábito nos últimos anos é esmorecer à beira da praia e, perante uma contrariedade de tomo, como esta é, baixar os braços (como aconteceu o ano passado ao perdermos o último jogo, assim deitando fora a participação directa na LdC).
O nosso treinador, Paulo Bento, teve, pois, o discurso acertado. Mas não só o discurso; também a atitude. De facto, as coisas na segunda parte estavam a correr mal e não conseguíamos penetrar na defesa deles. Um treinador mais conservador e menos ousado poderia "cortar-se" pensando "eles estão melhores que nós, deixa mas é conservar o empate que não nos corta em definitivo as hipóteses". Não foi assim que PB pensou: ao substituir um defesa (Abel) por um avançado (Koke) PB indicou o caminho do futuro. Pois o futuro é lutar com quantas forças temos e com ousadia pelos objectivos que existem, e não contentarmo-nos com o mal menor.
Tenho consciência de que a decisão é muito discutível. É até possível que não tivéssemos comido o golo se ele não a tivesse tomado. Por outro lado, não devemos fazer figura de "velhos do Restelo", sempre prontos a descrer das nossas próprias capacidades.
É por isso que a atitude do nosso treinador contém uma carga simbólica positiva, pois significa que não tememos os adversários e estamos dispostos a atacá-los, assim tentando atingir os nossos objectivos. Se não tentarmos é que não conseguimos de certeza.
Embora, no caso vertente, a coisa não tenha corrido bem, esta não é, certamente, uma atitude provinciana.
Ao contrário da decisão de pôr nos altifalantes do estádio, quando as equipas entraram em campo, a música "Cheira bem, cheira a Lisboa". Dir-me-ão: "é que os portistas têm o complexo de segunda cidade e assim ficam furiosos, logo, diminuídos". Ora eu acho que nem mesmo isto é necessariamente verdade, isto é, não é certo que a coisa seja eficaz quanto aos resultados (e viu-se).
Chateia-me a prosápia da afirmação de superioridade relacionada com um facto arbitrário: o ter-se nascido na Capital (estou à vontade para dizer isto, porque nasci em Lisboa). Mas o que mais me chateia é que se está a combater o pretenso (é certo que por vezes existente) provincianismo do adversário com uma resposta do mesmo teor. Bem sei que quem encetou, há muitos anos, a guerra contra a Capital no meio desportivo, foram os dirigentes do FCP. Mas nunca devemos rebaixar-nos a aceitar como boa essa "guerra", ainda por cima batendo-nos com as armas escolhidas pelo adversário. É que desse modo é-se tão pacóvio como aqueles que se pretende combater.

sexta-feira, 7 de abril de 2006

Provincianismos

Bem sei, é lá com eles...
Mas não deixa de me meter um bocado de impressão o provincianismo patrioteiro da maioria dos "comentadores", "analistas" e repórteres da nossa praça.
Não estou a falar nas calinadas em matéria de português nem na indigência dos comentários, que isso dava uma enciclopédia da asneira.
Estou a referir-me àquela pregação de moral que pretende obrigar as pessoas a torcer por determinado clube, porque é português e quem não o fizer não tem o patriotismo em dia.
Ora eu, não sendo daqueles que acham que "de Espanha nem bom vento nem bom casamento", confesso, o meu clube de Espanha é o Barça. Portanto, como é natural, torci por esta equipa no jogo da passada 4.ª-feira. Ganhei.
Mas também tenho de confessar que, neste aspecto, sou da velha cepa; daqueles que, jogue aquele clube (de que agora não me ocorre o nome, mas que tem o campo ao pé do CC Colombo) com quem jogar, eu não consigo torcer por ele.
Depois da primeira mão um dos comentários mais ouvidos foi que um tal Ricardo Rocha "secou" o craque Ronaldinho. E logo o entrevistaram e ele disse que o Ronaldinho até lhe tinha vindo dar os parabéns pela exibição e que tinha ficado muito contente por ter sido elogiado pelo melhor jogador do mundo. Esta gesta foi levada até ao jogo da segunda mão, sempre sendo motivo dos maiores encómios. Passou quase despercebido, ou eles, entusiasmados pelo facto de um português ter cometido tão grande feito, não repararam (ou o "patriotismo" foi tão forte que os cegou), que afinal o Ronaldinho deu os parabéns ao Rocha por ele ter sido leal na disputa que mantiveram e não por ter sido assim tão eficaz na cobertura. O que aconteceu, de facto, é que o Rocha fez das tripas coração para cumprir a tarefa de "cobrir" o Ronaldinho o que só lhe ficou bem, mas o craque (sem ter feito um grande jogo, talvez poupando-se para outras ocasiões de maior exigência) fez mesmo assim 3 ou 4 assistências para golo em que a bola só não entrou por incompetência dos protagonistas no último toque.
Mas o mais incrível estava para acontecer. Depois do jogo da 2.ª mão, os tais "comentadores" e repórteres, secundados aliás pelos dirigentes do clube perdedor, foram insistindo na afirmação de que na cabina o ambiente era de "satisfação pelo dever cumprido" e, assim aliviados, iam dando palmadinhas nas costas dos entrevistados.
Deu-me um baque! Não querem lá ver que eu não tosquei bem o que se passou e os gajos passaram a eliminatória? Pois se eles cumpriram o dever...
Ou então o dever deles era apenas perder por poucos e voltámos ao tempo das vitórias morais...

No Sporting que eu quero, não há lugar para "satisfação pelo dever cumprido" quando se perde. Não podemos ir na cantiga lamechas do tipo "eles são tão bons que se perdermos por poucos saímos de cabeça erguida". Se os outros foram melhores, o que temos de fazer é dar-lhes os parabéns e melhorar para ganharmos na vez seguinte.

quinta-feira, 30 de março de 2006

No rescaldo do Guimarães-Sporting

Uma das questões que hoje aflige o Sporting e sobre a qual já para aqui escrevi qualquer coisa é a da unidade. Unidade, ou a falta dela, é um dos problemas mais graves que o Clube hoje enfrenta e devia estar no topo absoluto das prioridades da agenda dos candidatos. Juntemos-lhe outro, não menos significativo: o défice democrático do Sporting. Estão ligados entre si e são as causas principais da crise que se vive.

Alguém que conheço disse que os sócios são a espinha dorsal do Clube. A verdade é que os sócios, sendo a espinha dorsal, mandam teoricamente no Clube, mas não conseguem sustentar a dimensão que este atingiu e o seu controlo é tudo menos real.

Temos nos dias que correm dois Sporting's, pelo menos... De uma lado, o Sporting dos grandes desígnios --consignados nos Estatutos-- com os quais se identifica uma massa esmagadora de gente. Foram esses princípios que os levaram a aderir ao SCP. Esta gente --que não tem outros interesses no Sporting que não sejam os da identificação com os seus princípios-- está, pois, ligada ao Clube, em primeiro lugar, por essa identificação e, no caso dos sócios onde me incluo, por mais uma série de pequenos e grandes investimentos financeiros, mais ou menos periódicos e mais ou menos expressivos. Em primeira linha é isto que é o Sporting.

Do outro lado, temos uma enorme mole de pequenos, grandes e médios dirigentes, funcionários, directores, técnicos e colaboradores vários, que se foram insinuando ao longo dos anos e que foram tecendo uma imensa rede de ligações, pequenas cumplicidades, privilégios e favorecimentos, cavalgando o ideal Sportinguista. Alguns deles até assumidos simpatizantess de outros clubes. O Sporting dos sócios, dos adeptos e dos tais grandes desígnios e princípios transformou-se desta forma na "Casa de Arranjos de Alvalade, Lda." [1]

Todo este processo decorre, frequentemente, sem glória, de forma avulsa, apenas pela exploração mesquinha do momento, de forma predadora e conforme sopram os ventos. Por muito elevados que sejam os princípios do Sporting, por muito que sejam eles a mola real do Clube, por muitos milhões de adeptos e muitas dezenas de milhar de sócios que o Sporting tenha, quem o controla efectivamente é toda essa estrutura que lentamente se instalou e domina os caminhos do Clube. Controlo que é exercido por demissão dos sócios, por vezes mesmo com a sua complacência, mas também porque faltam mecanismos de participação. A tal "Casa de Arranjos", compreensivelmente, nem sequer esboça qualquer tentativa para os criar. A participação na vida do Clube, nas suas Assembleias e nos actos eleitorias é ridícula, face ao número de associados. Essa situação deveria preocupar qualquer dirigente sério, mas é o que se vê.

O Sporting é um clube de dimensão nacional. Pois, reparem que as eleições foram marcadas para 28 (uma precipitação, na minha opinião), para o Hall VIP do estádio (reparem no simbolismo da designação do local...). A dimensão nacional, tão útil noutras ocasiões, é assim reduzida a Lisboa. Francamente, não se percebe como é que, mais uma vez, não existem mesas colocadas nos núcleos, nas filiais, ou noutros locais espalhados por Portugal, para os sócios de fora de Lisboa, nem aos sócios ausentes por qualquer motivo profissional ou outro, lhes é dada a possibilidade de participar no acto eleitoral através de voto por correspondência. Nega-se-lhes assim, na prática, um direito absolutamente básico que têm na sua condição de sócios. Não creio que tudo isto seja inocente. A "Casa de Arranjos" lá se vai assim, de uma forma ou outra, perpetuando, assente no vazio democrático. A participação dos associados na vida do Clube prefigura o travesti que é a democracia no Sporting.

Não há nada mais vital, reconfortante e compensador do que sentirmos orgulho nas estruturas em que, como indivíduos, nos encontramos inseridos. Podermo-nos orgulhar da nossa família, da nossa cidade, do nosso país ou de qualquer instituição de que façamos parte, de um clube por exemplo, é um sentimento que tem um significado transcendente e não tem preço. Este orgulho espelha a possibilidade de nos revermos como um só na multitude dos diversos membros dessas estruturas e a satisfação que resulta do valor do nosso contributo nessa sensação de unidade. E compensa-nos a cada um de nós. É para isso e para mais nada que serve a participação numa instituição, particularmente uma instituição como o Sporting Clube de Portugal. Tudo o resto são meras ferramentas para atingir este objectivo.

O que se passa hoje no Sporting é que, à semelhança do que se passa noutros domínios da sociedade portuguesa, o orgulho que experimentamos em pertencer a esta nobre agremiação está profundamente ferido pelo estado de degradação a que esta chegou. Fruto dessa "Casa de Arranjos" que tem minado o Clube nos últimos anos e da sua visão estreita e mesquinha do que é o Sporting.

Para recuperar o orgulho original que a todos nos une precisamos de soluções que nos devolvam o sentimento de pertença e de sermos um só (a questão da unidade), mas que sejam baseadas num contributo e numa participação efectiva de todos (a questão da democracia). Qualquer solução para a direcção do clube que não contemple estas duas questões e não proponha formas concretas de as encontrar e alcançar deve ser rejeitada.

Mesmo que não sobrem alternativas e que tenhamos de fazer voltar a discussão à estaca zero.

Queremos recuperar o nosso orgulho ferido. Apesar da vitória de hoje, ou em complemento dela. O que está em jogo é bem maior do que aquilo que o Hall VIP vai acolher no dia 28...



[1] O processo de desarticulação e descaracterização do Sporting não é exclusivo deste Clube. Nem me parece que seja inocente. Esta actividade gera de facto um fluxo financeiro importante e a maneira como ela está estruturada, no geral, propicia toda esta subversão de valores. Claro que a apropriação canibal dos valores clubísticos a favor da especulação esbarra com o problema crucial de tudo isto: é que quem sustenta esta actividade são os sócios e os adeptos e não as televisões e os bancos. Sem adeptos a publicidade, as televisões, os bancos, etc, etc, falham o alvo... Mas isso são contas de outro rosário.

domingo, 26 de março de 2006

Contra o conformismo

Desenganem-se aqueles que pensam que a situação em que o Sporting caiu se vai resolver nas próximas eleições.
Vivemos um período trágico e para o inverter exige-se mais do que a solução simplista de encontrar o nome do próximo salvador...
No plano financeiro, o Clube aparenta estar num ponto de comprovada derrapagem. Apesar das molduras humanas confortavelmente preenchidas à volta do estádio, reina uma enorme indiferença por tudo o que se passa no Clube, para além do futebol. As estruturas dirigentes estão intersticialmente impregnadas de diversos males profundos que os Sportinguistas se habituaram a aceitar e se preparam para aceitar de novo como um "mal menor".
Nestas eleições que se avizinham a reflexão essencial que, de mente limpa teremos, todos nós, de fazer é o que é, o que queremos que seja e o que pode, de facto, ser o Sporting.
Ninguém está fora da carroça! Não há milagres!
Ouço com enorme perplexidade que uma solução Miguel Ribeiro Telles seria aceitável. Ouço com uma ainda maior perplexidade que uma solução FSF seria outra solução aceitável!
Vou ser sincero com todos e dizer-lhes o que penso, pessoalmente, sem subterfúgios, sem truques de "politicamente correcto", nem palavras mansas para adormecer: acho que nenhuma solução para a Direcção do Sporting que passe, ou inclua qualquer personagem da dinastia que dirigiu o Clube até agora é boa! Poderá resolver problemas a curto prazo. Mas, será sempre mais do mesmo!
Não me conformo com o conformismo em que se caiu!
Aceitar uma solução desse tipo é garantia de que, daqui a dois, cinco ou dez anos, teremos a repetição das cenas a que ciclicamente vimos assistindo: turbulência directiva, instabilidade desportiva, caos financeiro, insultos e lenços brancos, Assembleias, mais insultos, contestação e novas eleições!
Assim tem sido, assim será.
O Sporting projecta hoje para a sociedade portuguesa, quer queiramos, quer não, a imagem de um clube ingovernável, sujeito como todos os outros às contingências da "bola na trave", sem meios próprios de subsistência, previsível, sem projecto, sem conteúdo. O Sporting para a generalidade dos Portugueses é mais uma dessas agremiações que recolhem os privilégios de um estado negligente e vivem à pála de uma sociedade distraida...
Diferentes, portanto, em quê?
Na linguagem dos nossos dirigentes, o Sporting nunca é a realidade triste que é de facto. É sempre melhor, ou menos deficitário que o vizinho. E, não nos esqueçamos, o Sporting é um dos "grandes"!
Ah! pois sê-lo-á, certamente, na medida justa do seu défice...

Ouço, por outro lado, muitos Sportinguistas e sinto que existe um claro descontentamento com esta situação. Mas, gela-se-me o sangue quando sinto, em contrapartida, o seu conformismo no que se refere às soluções e vejo que da reflexão dos Sportinguistas mais preocupados (já não falo dos comentadores, sejam eles simplesmente cretinos ou vendidos!) só sai receio pela ausência de alternativas, ou soluções... de continuidade. E as soluções estão sempre nos outros! Nunca em nós próprios... Ora, não podemos exigir aos nossos atletas que dêem tudo o que têm pelo nosso clube, para nós depois, na nossa esfera própria de intervenção, nos demitirmos miseravelmente...
Escrevi algures por aí que o Sporting existe porque alguém o inventou, mas que é também um Clube sujeito hoje, claramente, à possibilidade de desaparecer.
Tudo isto porque os sócios (incapazes, só por si, de garantir a sobreviência do Clube) impedem, com a sua indiferença ou crença ingénua em soluções directivas desacreditadas, que o Sporting se adapte aos tempos e exigências de hoje. Essa sim, é uma verdadeira "minoria de bloqueio" no contexto do universo Sportinguista!
Pois bem: a solução somos nós! Os que hoje dirigem o Sporting e o levaram ao desastre que a todos aflige também "são nós", mas já provaram que não merecem continuar a ter a honra de dirigir este Clube. Portanto, a solução está em nós, mas "noutros nós."
Apenas necessitamos de saber que barco queremos e como se pilota. Depois vem o piloto. É uma discussão a que não nos podemos furtar. Não podemos é fazer o contrário, i.e.: arranjar o piloto e depois comprar um barco para ele dirigir. Essa solução deu no que deu...
Quando soubermos o que queremos podemos, pois, discutir pessoas. Há muitas soluções possíveis e, já o escrevi aqui, na falta de um nome único alternativo --não comprometido, é certo, com o descalabro que têm sido estes últimos dez anos de dinastia Roquettiana--, uma delas pode, inclusivamente, passar por uma Direcção colectiva que junte os melhores e que, para além de proceder à sua gestão corrente, estabeleça as bases de uma discussão sobre o que queremos para o Clube. Discussão que deve incluir as modificações que deverão ser introduzidas nos Estatutos para os adaptar ao Sporting de hoje e as reformas organizativas que terão de ser feitas para tornar todo este complexo mais ágil, eficiente e a dar resultados. E que, sobretudo, crie condições para a participação activa, participação activa e mais participação activa de todos nós!!!
Os Estatutos até prevêem uma solução colectiva...
Agora, uma coisa é certa: baixar a cabeça perante a inevitabilidade de uma solução na continuidade parece-me uma tragédia que tem a palavra DESASTRE escrita por todos os lados!
E apenas conseguiremos com isto um "período de carência" que cada vez vamos pagar mais caro. Não estamos todos já tristemente de acordo que qualquer coisa vai ter de ser vendida para salvar o Sporting a curto prazo? Até onde esperam os Sportinguistas que os recursos do Clube podem ir?
De que raio andam à espera os Sportinguistas?

quinta-feira, 23 de março de 2006

Ainda o eleitorado



Escrevi eu aqui abaixo que, como estratégia eleitoral, o que temos a fazer é tentar seduzir uma fracção dos eleitores que conferiram à proposta da Direcção na última AG 64,5% de votos. Mas, pelos comentários, parece que algo não ficou suficientemente claro. Analisemos, então.
O conjunto dos eleitores em causa é constituído pelos seguintes tipos básicos de pessoas:

  • Os que estão a favor da Direcção e consequentemente do seu projecto de vendas;
  • Os que, não sendo adeptos da Direcção, são favoráveis ao projecto de vendas;
  • Os que votam a favor de quem está no poder, sempre que a equipa está a ganhar e se calhar nem sabem o que é que está à votação;
  • Os que não são fãs da Direcção nem concordam com o projecto de vendas, mas estão preocupados em que, digamos assim para simplificar, o poder caia na rua.

Nesta espécie de classificação, é preciso que se esclareça que não é só na categoria 4. que se encontram aqueles que temem que o poder caia na rua, mas em todas elas (exceptuando ,claro, os cromos do grupo 2.).
Não é de certeza no primeiro grupo que conseguiremos angariar votos, pois os seus elementos estão mais que convencidos de que o que interessa é manter o poder que está, a dinastia dos cooptados. Portanto estes, dá para esquecer.
Quanto aos do segundo grupo, e uma vez que com certeza não vamos trabalhar para que o Sporting perca, só por azar (do Sporting) é que eles votarão numa opção nossa.
É entre os eleitores do terceiro e quarto grupos que poderemos abichar votos.
Para tal teremos de arranjar uma alternativa credível aos candidatos que se perfilam e aos que se vão perfilar (Soares Franco não vai, mas a pandilha vai, e, segundo o "tudo a nu" SF era apenas um títere cuja eminência parda – o Telles – já vem nos jornais que Roquette o apoia).
Como refere Master Lizard no seu último escrito "a tarefa que se afigura absolutamente vital levar a cabo neste momento é a da mobilização de TODOS os Sportinguistas em torno da discussão das eleições. Todas as formas de mobilização dos Sportinguistas são válidas".
Vamos a mobilizar os bloguistas do contra e todos os associados que querem a mudança, sem esquecer aqueles que informada, inteligente e vigorosamente intervieram na AG.
Mobilizar para quê?
Temos de encontrar uma figura de gestor bem colocado perante a banca e virgem do lodo e da má gestão do passado, para liderar este movimento de sportinguistas descontentes com a actual situação e que querem um poder novo no Sporting.


Por um Sporting competentemente gerido, como clube desportivo que é!
Pela participação dos associados nas decisões!
Por uma gestão que não continue a dar prejuízos e rentabilize o património!
Por um Sporting ecléctico e aberto à prática desportiva das massas!
Por um Sporting com uma equipa de futebol ganhadora, com jogadores formados na Academia!


VIVA O SPORTING!

terça-feira, 21 de março de 2006

Vagas de fundo

De facto, parece certo que há inúmeras pressões para que FSF se recandidate.
Já se fazem contas mirabolantes para justificar uma eventual candidatura da criatura referida.
Há que transformar, coerentemente, esta vaga de fundo num... afundamento!
Sendo certo que não será este o momento de levantar questões como as que tenho aflorado (mais cedo ou mais tarde iremos ter de enfrentar o dilema: reforma ou extinção... As dificuldades do Sporting resultam do "sistema" interno e nunca terão solução sem reformas profundas!!) a tarefa que se afigura absolutamente vital levar a cabo neste momento é a da mobilização de TODOS os Sportinguistas em torno da discussão das eleições. Todas as formas de mobilização dos Sportinguistas são válidas.
O Sporting e os Sportinguistas têm uma oportunidade de ouro, em ano de centenário, para mostrar porque são de facto diferentes!!
A tarefa começa... JÁ!

De acordo com FSF!

Também eu não estou "descansado" com nenhum dos candidatos que se perfilam!