No estado em que estão as coisas quanto ao próximo processo eleitoral, não tenho dúvidas de que Soares Franco vai ganhar as eleições.
Os indícios são mais que muitos:
- Tem o apoio organizado duma grande quantidade dos considerados notáveis do Sporting, inclusive de figuras históricas prestigiadas como Moniz Pereira e figuras com cargos sociais de relevo como Rogério Alves, bastonário da Ordem dos Advogados (apontado para Presidente da Mesa da AG);
- Tem o apoio generalizado da Comunicação Social, mesmo na mais inesperada, nesta tendo muito mais cobertura do que os outros candidatos;
- Teve uma votação de 64,5% na última AG.
Dum modo geral isto significa que a grande maioria do eleitorado (contado em número de votos, que é o que interessa, na prática), embora eventualmente ciente de que FSF está ligado às sucessivas Direcções que vêm endividando cada vez mais o clube, não acredita que haja alternativas melhores neste momento.
De facto, as oposições não têm tido um discurso forte e projectos coerentes, além de os protagonistas também terem um passado com culpas no cartório.
Aqueles muitos que, como nós, se opõem a esta solução de continuidade, não conseguiram reunir vontades num movimento sólido e com uma liderança credível. O nosso discurso tem sido mais de protesto, de queixume ou, no melhor dos casos, de denúncia, do que de apresentação de soluções.
A honrosa excepção é o manifesto originário deste blog, o qual, no entanto, não teve o necessário impacto que complementasse as suas insuficiências.
Com tanto pessimismo, com a expectativa de virmos a ter mais um mandato de acumulação de prejuízos e derrotas, a minha opinião é de que, mesmo assim, vale a pena tentar ir formalizando propostas em diversas vertentes, com vista ao lançar da discussão sobre o que é necessário fazer para uma melhor configuração das actividades do nosso clube. Porque vai haver um futuro para lá deste presente envenenado.
Os assuntos são mais que muitos. E já que há (tem havido) algum impacto provocado pelas sucessivas opiniões que neste espaço têm vindo a ser expressas, começo por lançar um desafio de discussão sobre alguns temas. Escolho, para começar, dois que tenho a intenção de desenvolver logo que tenha tempo:
- O ecletismo: quais as modalidades que o Sporting deve praticar; quais delas devem ser profissionais; maneira de tratar o praticante pagante; financiamento por sponsors, praticantes, clube ou outros (quem?); as modalidades devem ser autofinanaciadas?; todas, ou deve haver excepções?;
- A política de alianças: devemos aliar-nos ao Porto para melhor combater o Benfica? Ou ao Benfica para melhor combater o Porto? Ou por princípio a nenhum deles, mantendo independência e linha de actuação autónoma? Neste caso, que fazer para obter aliados para as nossas posições? E qual deve ser a tal linha de actuação autónoma?
No tempo do "futebol da baliza às costas", em que éramos pródigos em "vitórias morais" a nossa selecção perdeu por 10-0, contra a Espanha, se não erro (ou foi a Inglaterra?). No dia seguinte um jornal estampava que aquilo não tinha sido um desafio; tinham sido sim "dez a fio". Mas o que lanço aqui é mesmo um desafio às cabeças pensantes e com ideias dos sportinguistas. Para ver se fortalecemos as nossas convicções quanto ao rumo a seguir pelo nosso Sporting.