Ao elegerem Filipe Soares Franco para a presidência do Sporting os sócios, muitos deles sem de tal se aperceberem, votaram no homem do BES. FSF já tinha desempenhado o papel de “salvador da pátria” (leia-se, do capital empatado pelo banco na firma) no caso da OPCA, onde a sua gestão parece ter conseguido melhorar as contas (embora haja quem ponha reticências aos seus méritos). Terá sido isso que lhe granjeou a confiança do BES para que este banco tenha dado apoio (nunca expresso, é claro, mas óbvio) ao seu plano para o Sporting.
Mas o BES colocou-lhe condições que se verifica agora terem sido verdadeiramente leoninas.
O que interessa ao BES é recuperar o capital que emprestou ao clube. Não tem a suficiente sensibilidade para saber se o que é mais conveniente, em termos da competitividade a curto prazo, e com reflexos óbvios no potencial de receitas na próxima época, é ou não é comprar um jogador. Olha para as contas, sabe que isso vai representar mais uma despesa e, como o seu negócio é dinheiro, está-se a marimbar para a estratégia do Sporting a curto/médio ou longo prazo; e proíbe a operação.
Mas como é que pode proibir?
É que, ainda está em vigor a cláusula, aceite por anteriores direcções, que implica que 5,5 milhões de euros de receitas nos negócios com jogadores vão directamente para o serviço da dívida. E eles não se ensaiam nada em accioná-la. E o Sporting já está em incumprimento quanto aos negócios do início da época.
E o Sporting está teso. E sem dinheiro, não há palhaços; a menos que haja quem dê o aval.
E o BES não avaliza!
Foi por isto que o Sporting não comprou um avançado, de que tanto e tão obviamente necessita para poder competir por um lugar na Liga dos Campeões na próxima época.
Foi assim agora e será assim sempre, com FSF.