O melhor tempo de Michael Schumacher no teste de hoje em Jerez de la Frontera não poderia ter vindo em melhor hora. O W02 já mereceu críticas pesadas na Alemanha, com gente até temendo que o carro ficasse fora de algumas corridas pela regra dos 107%. O heptacampeão mostrou que os ataques eram exagerados e a direção da Mercedes respirou aliviada. Para os tempos do dia, clique aqui.
O que não significa que não há trabalho pela frente. Afinal, os tempos de volta do alemão subiram vertiginosamente nas voltas seguintes à de sua melhor passagem, denunciando um desgaste muito alto da borracha. Neste ponto as rivais estão bem mais à frente. Pelo menos Schumacher andou mais de cem voltas e os engenheiros do time puderam comemorar um dia sem grandes pepinos mecânicos.
Quem impressionou hoje foi a Ferrari, com Felipe Massa completando um long run com uma constância animadora nos tempos. E novamente com muita quilometragem acumulada, assim como a Red Bull. Já a McLaren ainda não fez um teste maior em ritmo de corrida, mas Jenson Button conseguiu uma boa marca com pneu novo. Colegas que estão em Jerez me dizem que a sensação no paddock é que as principais equipes só devem mostrar mais as cartas apenas em Barcelona (um pouco) e no Bahrein (um pouco mais).
Vale destacar ainda que os dois novatos latino-americanos ainda estão pagando o preço da inexperiência. Sergio Perez e Pastor Maldonado tiveram batidas relativamente fortes e os mecânicos de suas equipes farão hora extra para reconstruir os carros para os testes de amanhã. O pessoal da Sauber não encontrou na telemetria nenhuma causa aparente para justificar a perda de controle do carro e foi na torre da pista ver o que as imagens mostravam. “Sergio perdeu o controle do carro e isto faz parte do processo de aprendizado”, falou James Key.
Já Sam Michael, da Williams, não poupou seu piloto. “Foi um dia ruim para nós. Primeiro ficamos parados nos boxes com um problema no KERS. Depois nosso piloto bateu o carro. Ele subestimou que o carro reagiria de forma diferente com o tanque cheio”. O Team Lotus também tem o que se preocupar. Poucas voltas com o T128, que voltou a apresentar problemas mecânicos.
(Foto Mercedes)
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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011
sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
THAT’S THE WAY AHA AHA I LIKE IT
Durante uma parte do teste de ontem eu estive no miolo do circuito Ricardo Tormo para fazer umas fotos dos carros em ação. Foi justamente quando Michael Schumacher saiu com o W02 para fazer um long run. Chamou a atenção logo de cara como ele fazia a mesma curva de modos distintos: às vezes atrasando a freada ao máximo, às vezes de um modo bem neutro e limpo e, em algumas, deixando a traseira do carro escapar levemente antes de reacelerar para a reta seguinte, exemplo ilustrado na imagem acima.
Perguntei-lhe ao final do dia se essa alternância era relativa ao comportamento dos pneus, a uma eventual falta de acerto ideal do carro ou se era normal. “A tendência geral do carro deste ano, e isto vale para todas as equipes, é que ele saia de traseira à medida que os pneus vão se desgastando. As saídas de frente aconteciam como uma consequência de quando o ponto ideal de freada não era encontrado. Mas essa irregularidade no comportamento é uma questão de estilo de pilotagem e não de equilíbrio do carro”.
O velho mestre estava então apenas experimentando com seu novo brinquedo - testes servem para isso, afinal. Mas deu para ver um Michael Schumacher deveras satisfeito com o potencial do carro e, principalmente, com esta relação piloto-máquina, algo inédito desde que trocara a indumentária vermelha pela prateada. “Não há a menor preocupação com os tempos de voltas, sabemos exatamente a configuração que andamos. O que importa é que me sinto muito confortável no carro e isso me deixa muito satisfeito”.
Ao final de uma semana com gosto de escola nova, tamanhas as mudanças no comportamento do carro infligidas pela dupla mudanças no regulamento/novos pneus, uma coisa ficou clara: a F-1 em 2011 está indo mais de encontro aos pilotos que sofreram no ano passado com a falta de aderência na dianteira dos carros. Com o banimento do difusor duplo, a traseira ficou mais solta, do jeito que pilotos como Schumacher, Felipe Massa (vide post abaixo) e Jenson Button gostam - posso acrescentar nesta lista também o venezuelano Pastor Maldonado.
Até a prova no Bahrein os carros sofrerão muitas atualizações e os times terão tempo de sobra para ganhar um leque grande de possibilidades de acerto do carro para casar a tendência dos pneus com o estilo de cada piloto - em suma, dá para deixá-lo bem neutro ou mesmo saindo de frente se o gosto do cliente for esse. Mas é bom ver animada a turma que se deu mal ano passado com os compostos duríssimos da Bridgestone. Numa competição tão acirrada e com vários esportistas de altíssimo nível, esse carro de F-1 que mexe e remexe as cadeiras significa um reembaralhamento das cartas não só entre as equipes, mas entre os pilotos também.
Perguntei-lhe ao final do dia se essa alternância era relativa ao comportamento dos pneus, a uma eventual falta de acerto ideal do carro ou se era normal. “A tendência geral do carro deste ano, e isto vale para todas as equipes, é que ele saia de traseira à medida que os pneus vão se desgastando. As saídas de frente aconteciam como uma consequência de quando o ponto ideal de freada não era encontrado. Mas essa irregularidade no comportamento é uma questão de estilo de pilotagem e não de equilíbrio do carro”.
O velho mestre estava então apenas experimentando com seu novo brinquedo - testes servem para isso, afinal. Mas deu para ver um Michael Schumacher deveras satisfeito com o potencial do carro e, principalmente, com esta relação piloto-máquina, algo inédito desde que trocara a indumentária vermelha pela prateada. “Não há a menor preocupação com os tempos de voltas, sabemos exatamente a configuração que andamos. O que importa é que me sinto muito confortável no carro e isso me deixa muito satisfeito”.
Ao final de uma semana com gosto de escola nova, tamanhas as mudanças no comportamento do carro infligidas pela dupla mudanças no regulamento/novos pneus, uma coisa ficou clara: a F-1 em 2011 está indo mais de encontro aos pilotos que sofreram no ano passado com a falta de aderência na dianteira dos carros. Com o banimento do difusor duplo, a traseira ficou mais solta, do jeito que pilotos como Schumacher, Felipe Massa (vide post abaixo) e Jenson Button gostam - posso acrescentar nesta lista também o venezuelano Pastor Maldonado.
Até a prova no Bahrein os carros sofrerão muitas atualizações e os times terão tempo de sobra para ganhar um leque grande de possibilidades de acerto do carro para casar a tendência dos pneus com o estilo de cada piloto - em suma, dá para deixá-lo bem neutro ou mesmo saindo de frente se o gosto do cliente for esse. Mas é bom ver animada a turma que se deu mal ano passado com os compostos duríssimos da Bridgestone. Numa competição tão acirrada e com vários esportistas de altíssimo nível, esse carro de F-1 que mexe e remexe as cadeiras significa um reembaralhamento das cartas não só entre as equipes, mas entre os pilotos também.
terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
POSTAIS DE VALÊNCIA - DIA 1
Foi um dia que começou antes mesmo de clarear e está encerrando agora muito depois que o sol - que afinal, apareceu - se foi. Foi um dia de encontrar velhos amigos, carros novos, de voltar a ouvir o barulhinho bom do motor de um Fórmula 1 e de conversar bastante para ver e entender os rumos que a categoria está tomando na temporada que está nascendo. Os tempos estão aqui. E tem bastante coisa apurada para irmos degustando aos poucos nos próximos dias. E vale terminar com alguns instantâneos, acompanhadas do ronco das máquinas. Aperte o play e clique nas imagens para ampliar!
O novo carro da Mercedes... quer dizer...
Agora sim!
Fazendo biquinho ou mandando beijinho?
Sam Michael se misturou aos jornalistas para bisbilhotar os carros dos outros
"Papai me empresta o carro" pedia Buemi enquanto Alguersuari se divertia na pista
Gary Paffett andou pela McLaren, com o carro de 2010
O RB7 de Sebastian Vettel começou o ano na frente
Fernando Alonso ficou satisfeito com o dia da Ferrari
Nico Rosberg ficou pelo caminho
Alguma equipe esqueceu de fazer a "faxina de final de ano" nos caminhões
(Fotos Luis Fernando Ramos)
O novo carro da Mercedes... quer dizer...
Agora sim!
Fazendo biquinho ou mandando beijinho?
Sam Michael se misturou aos jornalistas para bisbilhotar os carros dos outros
"Papai me empresta o carro" pedia Buemi enquanto Alguersuari se divertia na pista
Gary Paffett andou pela McLaren, com o carro de 2010
O RB7 de Sebastian Vettel começou o ano na frente
Fernando Alonso ficou satisfeito com o dia da Ferrari
Nico Rosberg ficou pelo caminho
Alguma equipe esqueceu de fazer a "faxina de final de ano" nos caminhões
(Fotos Luis Fernando Ramos)
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
OS ÍMPARES
A partir do final dessa semana vamos conhecer os carros desta temporada e, como sempre, eles serão decisivos para apontar as chances de cada piloto em 2011. Mas se for uma temporada equilibrada como a do ano passado, o fator psicológico será tão decisivo quanto. Então vale uma pequena análise da forma com que os nomes das principais equipes começam o ano. Hoje com os ímpares delas e, amanhã, com seus companheiros, os pares.
1 - SEBASTIAN VETTEL
Parece óbvio dizer que o atual campeão é o que começa o ano com mais força que o resto, mas no caso de Vettel sua forma aponta isto. Depois de cometer alguns erros desastrosos, com os quais até o seu cachorro devia olhá-lo com desconfiança, o alemão encontrou forças para ressurgir e, eventualmente, triunfar no último campeonato. A maneira com que superou Mark Webber nos últimos seis GPs da temporada é uma prova irrefutável disso. Seu desempenho perfeito nas quatro provas finais também. O título vai ajudá-lo a ganhar ainda mais autoconfiança. Carros fora, para mim é o favorito deste ano.
3 - LEWIS HAMILTON
Teve uma variação de forma interessante em 2010. Começou o ano errático e vendo o companheiro Jenson Button ganhar corridas, mas soube virar o jogo e em muitos momentos lembrou o melhor Hamilton que foi campeão em 2008. Mas cometeu um erro muito bobo em Monza e, depois, sucumbiu na escorregada da McLaren no desenvolvimento do carro. Seu espírito de luta incansável é sua melhor arma e a expectativa é que a experiência adquirida o faça dosar melhor isso para não passar da conta e se prejudicar.
5 - FERNANDO ALONSO
Apesar de italianos e espanhóis terem comprado a história de que foi a Ferrari quem perdeu o título pela derrapada estratégica em Abu Dhabi, a verdade é que o espanhol jogou fora pontos importantes com alguns erros, como os de China e Mônaco. Em seu primeiro ano de Ferrari, ele pareceu disposto a ganhar o título “na marra”, repetindo o comportamento da sua passagem pela McLaren em 2007. Mas terminou a temporada numa clara ascendente e pelo menos o ano serviu para conquistar os membros-chave da Ferrari. Se for um pouco mais calmo agora, tem tudo para ser o principal adversário de Vettel numa guerra psicológica.
7 - MICHAEL SCHUMACHER
A velha raposa das pistas penou no seu retorno na Fórmula 1 e sofreu para acompanhar o ritmo do talentoso Nico Rosberg na maior parte do tempo. Mas terminou o ano mostrando uma curva ascendente e tem bons motivos para começar 2011 com ânimo renovado. O comportamento dos pneus Pirelli parece solucionar o problema de quem sofreu com a falta de aderência na dianteira em 2010. E a ideia dos italianos em criar compostos que gastam mais rápido deve jogar a seu favor. Assim como o excesso de botões para controlar no volante, algo em que sempre se destacou. Não acho que vá ganhar algo neste ano mas, como bem frisou Alonso, também não tem nada a perder. Um dos únicos nas equipes de ponta nesta situação, aliás.
1 - SEBASTIAN VETTEL
Parece óbvio dizer que o atual campeão é o que começa o ano com mais força que o resto, mas no caso de Vettel sua forma aponta isto. Depois de cometer alguns erros desastrosos, com os quais até o seu cachorro devia olhá-lo com desconfiança, o alemão encontrou forças para ressurgir e, eventualmente, triunfar no último campeonato. A maneira com que superou Mark Webber nos últimos seis GPs da temporada é uma prova irrefutável disso. Seu desempenho perfeito nas quatro provas finais também. O título vai ajudá-lo a ganhar ainda mais autoconfiança. Carros fora, para mim é o favorito deste ano.
3 - LEWIS HAMILTON
Teve uma variação de forma interessante em 2010. Começou o ano errático e vendo o companheiro Jenson Button ganhar corridas, mas soube virar o jogo e em muitos momentos lembrou o melhor Hamilton que foi campeão em 2008. Mas cometeu um erro muito bobo em Monza e, depois, sucumbiu na escorregada da McLaren no desenvolvimento do carro. Seu espírito de luta incansável é sua melhor arma e a expectativa é que a experiência adquirida o faça dosar melhor isso para não passar da conta e se prejudicar.
5 - FERNANDO ALONSO
Apesar de italianos e espanhóis terem comprado a história de que foi a Ferrari quem perdeu o título pela derrapada estratégica em Abu Dhabi, a verdade é que o espanhol jogou fora pontos importantes com alguns erros, como os de China e Mônaco. Em seu primeiro ano de Ferrari, ele pareceu disposto a ganhar o título “na marra”, repetindo o comportamento da sua passagem pela McLaren em 2007. Mas terminou a temporada numa clara ascendente e pelo menos o ano serviu para conquistar os membros-chave da Ferrari. Se for um pouco mais calmo agora, tem tudo para ser o principal adversário de Vettel numa guerra psicológica.
7 - MICHAEL SCHUMACHER
A velha raposa das pistas penou no seu retorno na Fórmula 1 e sofreu para acompanhar o ritmo do talentoso Nico Rosberg na maior parte do tempo. Mas terminou o ano mostrando uma curva ascendente e tem bons motivos para começar 2011 com ânimo renovado. O comportamento dos pneus Pirelli parece solucionar o problema de quem sofreu com a falta de aderência na dianteira em 2010. E a ideia dos italianos em criar compostos que gastam mais rápido deve jogar a seu favor. Assim como o excesso de botões para controlar no volante, algo em que sempre se destacou. Não acho que vá ganhar algo neste ano mas, como bem frisou Alonso, também não tem nada a perder. Um dos únicos nas equipes de ponta nesta situação, aliás.
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
23
Primeiro foi Fernando Alonso, depois Lewis Hamilton e, agora, Sebastian Vettel. O principal fato dessa década da Fórmula 1 é que o recorde de precocidade entre campeões mundiais foi quebrado por três vezes após ficar mais de trinta anos em poder de Emerson Fittipaldi. O talento ainda conta muito, claro que é o quanto os três novos recordistas são especiais. Mas a categoria evoluiu de uma forma que a experiência deixou de ser um componente fundamental. Basta velocidade, competência e, claro, uma boa dose de sorte em estar no carro certo no momento certo. Para ilustrar essa evolução, vale um exercício de comparar em que estágio da carreira estavam estes 15 campeões ao completar 23 anos de idade.
Sebastian Vettel (Alemanha - campeão aos 23 anos e 134 dias)
Comemorou seu 23º aniversário ainda saboreando os louros de sua segunda vitória na temporada, mas ainda na terceira colocação da tabela. Ganharia o título na última corrida.
Lewis Hamilton (Inglaterra - campeão aos 23 anos e 300 dias)
Completou 23 anos em janeiro de 2008, com a experiência de uma temporada de F-1 na qual quase foi campeão. Terminaria o ano, seu segundo na categoria, com o título.
Fernando Alonso (Espanha - campeão aos 24 anos e 58 dias)
A temporada de 2004 não foi das melhores para o espanhol, quarto colocado ao final. Mas tinha conseguido no ano anterior sua primeira vitória na F-1, no GP da Hungria.
Michael Schumacher (Alemanha - campeão aos 25 anos e 314 dias)
Fez em 1992 sua primeira temporada completa na categoria, conseguindo no GP da Bélgica daquele ano a primeira de suas 91 vitórias.
Ayrton Senna (Brasil - campeão aos 28 anos e 223 dias)
Fez o seu primeiro teste com um carro de Fórmula 1, em julho de 1983, meses depois de completar 23 anos. Seria o campeão da F-3 Inglesa naquela temporada.
Alain Prost (França - campeão aos 30 anos e 224 dias)
Ganhou em 1978 o título da Fórmula 3 Francesa, ficando em nono lugar no certame Europeu. Venceria ambos os títulos no ano seguinte antes de ascender à F-1 em 1980.
Nelson Piquet (Brasil - campeão aos 29 anos e 60 dias)
Teve um ano de muito trabalho, aprendizado e poucos resultados na Fórmula Super-Vê em 1975, mas se sagraria campeão da categoria na temporada seguinte.
Niki Lauda (Áustria - campeão aos 26 anos e 197 dias)
Fez em 1972 sua primeira temporada completa na Fórmula 1 ao comprar uma vaga na equipe March. Não somou nenhum ponto ao final de um ano repleto de problemas.
Emerson Fittipaldi (Brasil - campeão aos 25 anos e 272 dias)
Completou 23 anos em dezembro de 1969, recém-coroado campeão da F-3 Inglesa. Venceria sua primeira corrida de Fórmula 1 antes mesmo de completar 24.
Jackie Stewart (Escócia - campeão aos 30 anos e 88 dias)
Foi no ano de 1962 que ele decidiu se tornar um profissional, ganhando as duas primeiras corridas de sua carreira, pilotando carros esporte na Grã-Bretanha.
Jim Clark (Escócia - campeão aos 27 anos e 188 dias)
O talentoso piloto já estava em seu quarto ano de competições em 1959, quando somou 23 vitórias em diferentes categorias. No ano seguinte, estrearia na F-1 pela Lotus.
Jack Brabham (Austrália - campeão aos 33 anos e 254 dias)
Trabalhava como mecânico em 1949 e disputava corridas de Speedcar em ovais curtos de terra, sagrando-se campeão australiano da modalidade.
Alberto Ascari (Itália - campeão aos 34 anos e 38 dias)
O conflito cada vez mais acirrado na Europa em 1941 encerrou as atividades automobilísticas oficiais, mas Ascari havia feito sua estreia em quatro rodas na Mille Miglia do ano anterior.
Juan Manuel Fangio (Argentina - campeão aos 40 anos e 126 dias)
A carreira competitiva do mecânico da cidade de Balcarce estava apenas começando em 1934, com as primeiras participações em provas de Turismo Carretera da região.
Giuseppe Farina (Itália - campeão aos 43 anos e 307 dias)
O primeiro campeão da F-1 já tinha disputado sua primeira corrida, mas em 1929 sua concentração era na faculdade de direito. Só viraria piloto profissional três anos depois.
Sebastian Vettel (Alemanha - campeão aos 23 anos e 134 dias)
Comemorou seu 23º aniversário ainda saboreando os louros de sua segunda vitória na temporada, mas ainda na terceira colocação da tabela. Ganharia o título na última corrida.
Lewis Hamilton (Inglaterra - campeão aos 23 anos e 300 dias)
Completou 23 anos em janeiro de 2008, com a experiência de uma temporada de F-1 na qual quase foi campeão. Terminaria o ano, seu segundo na categoria, com o título.
Fernando Alonso (Espanha - campeão aos 24 anos e 58 dias)
A temporada de 2004 não foi das melhores para o espanhol, quarto colocado ao final. Mas tinha conseguido no ano anterior sua primeira vitória na F-1, no GP da Hungria.
Michael Schumacher (Alemanha - campeão aos 25 anos e 314 dias)
Fez em 1992 sua primeira temporada completa na categoria, conseguindo no GP da Bélgica daquele ano a primeira de suas 91 vitórias.
Ayrton Senna (Brasil - campeão aos 28 anos e 223 dias)
Fez o seu primeiro teste com um carro de Fórmula 1, em julho de 1983, meses depois de completar 23 anos. Seria o campeão da F-3 Inglesa naquela temporada.
Alain Prost (França - campeão aos 30 anos e 224 dias)
Ganhou em 1978 o título da Fórmula 3 Francesa, ficando em nono lugar no certame Europeu. Venceria ambos os títulos no ano seguinte antes de ascender à F-1 em 1980.
Nelson Piquet (Brasil - campeão aos 29 anos e 60 dias)
Teve um ano de muito trabalho, aprendizado e poucos resultados na Fórmula Super-Vê em 1975, mas se sagraria campeão da categoria na temporada seguinte.
Niki Lauda (Áustria - campeão aos 26 anos e 197 dias)
Fez em 1972 sua primeira temporada completa na Fórmula 1 ao comprar uma vaga na equipe March. Não somou nenhum ponto ao final de um ano repleto de problemas.
Emerson Fittipaldi (Brasil - campeão aos 25 anos e 272 dias)
Completou 23 anos em dezembro de 1969, recém-coroado campeão da F-3 Inglesa. Venceria sua primeira corrida de Fórmula 1 antes mesmo de completar 24.
Jackie Stewart (Escócia - campeão aos 30 anos e 88 dias)
Foi no ano de 1962 que ele decidiu se tornar um profissional, ganhando as duas primeiras corridas de sua carreira, pilotando carros esporte na Grã-Bretanha.
Jim Clark (Escócia - campeão aos 27 anos e 188 dias)
O talentoso piloto já estava em seu quarto ano de competições em 1959, quando somou 23 vitórias em diferentes categorias. No ano seguinte, estrearia na F-1 pela Lotus.
Jack Brabham (Austrália - campeão aos 33 anos e 254 dias)
Trabalhava como mecânico em 1949 e disputava corridas de Speedcar em ovais curtos de terra, sagrando-se campeão australiano da modalidade.
Alberto Ascari (Itália - campeão aos 34 anos e 38 dias)
O conflito cada vez mais acirrado na Europa em 1941 encerrou as atividades automobilísticas oficiais, mas Ascari havia feito sua estreia em quatro rodas na Mille Miglia do ano anterior.
Juan Manuel Fangio (Argentina - campeão aos 40 anos e 126 dias)
A carreira competitiva do mecânico da cidade de Balcarce estava apenas começando em 1934, com as primeiras participações em provas de Turismo Carretera da região.
Giuseppe Farina (Itália - campeão aos 43 anos e 307 dias)
O primeiro campeão da F-1 já tinha disputado sua primeira corrida, mas em 1929 sua concentração era na faculdade de direito. Só viraria piloto profissional três anos depois.
domingo, 28 de novembro de 2010
TV BLOGO - FINAL DA COPA DAS NAÇÕES
Fiz questão de registrar a decisão da Copa das Nações entre Michael Schumacher e Andt Priaulx. Ficou tremido e quase perdi o momento-chave, mas dá para perceber por volta de 0:47 o momento em que o inglês dá uma patinada na entrada da “reta da ponte”. O título a favor da Alemanha foi decidido ali.
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
CORRIDA DOS CAMPEÕES - DIA 1
A sexta-feira foi de treino na pista, um dia importante para os pilotos se acostumarem a carros que não conhecem e, o fundamental, entender as reações e os pontos de freadas distintos de cada modelo. Dos 16 participantes, apenas dois não treinaram: Michael Schumacher apareceu apenas para a coletiva e Sebastian Loeb nem deu as caras. Curiosamente, dois que estão na lista dos favoritos. Confira abaixo o que houve de mais relevante hoje aqui em Düsseldorf.
Vettel e Schumacher
Sebastien Vettel e Michael Schumacher apareceram bem humorados em uma concorrida entrevista coletiva em Düsseldorf, parte dos preparativos para a Corrida dos Campeões neste final de semana. A dupla defenderá no sábado o tricampeonato na Copa das Nações e vão se enfrentar no domingo na disputa individual.
“Estou animado para os dois dias. Amanhã, correremos juntos mas, no dia seguinte, me desculpe Sebastian mas estou aqui para ganhar”, brincou Schumacher, destacando a alegria de participar pela primeira vez do evento diante do público de seu país. “Vai ser especial”, afirmou.
Vettel, que se prepara também para se exibir com o Red Bull RB6 amanhã em Berlim e domingo no próprio estádio da “Corrida dos Campeões”, também acha a competição especial. Pedi a ele uma comparação e o piloto admitiu que gosta do clima relaxado, da chance de se divertir com os rivais na pista quando se está fora dela. Mas faz uma ressalva: nada se iguala à emoção de pilotar um carro de F-1.
“A Fórmula 1 é uma paixão. O carro é algo muito especial. Poderia até tentar explicar qual a sensação de pilotá-lo, mas não dá para transmitir a emoção. É um outro mundo. O desafio inacreditável poder desafiar a si mesmo, em primeiro lugar, e depois aos melhores pilotos em corridas por todo o planeta”, afirmou.
“Aqui, o desafio é enfrentar pilotos de diferentes categorias e países com carros que nenhum de nós está acostumado a pilotar. A base é completamente diversa, uma grande mistura, mas ainda assim o objetivo é ser o melhor e derrotar todo mundo. Por outro lado, o ambiente é muito mais relaxado, temos tempo de desfrutar juntos o tempo fora das pistas”, analisou o alemão.
Alain Prost
O tetracampeão mundial Alain Prost não economizou elogios ao piloto vencedor do título em 2010. Falando na entrevista coletiva da Corrida dos Campeões, em Düsseldorf, o francês destacou que a conquista de Sebastian Vettel foi merecida.
“Vimos dois Sebastian Vettel neste ano. Um até setembro, depois um novo homem. O que ele fez na parte final do campeonato foi excepcional”, destacou. “Pelo q ele aprendeu este ano, tem tudo para ganhar mais títulos no futuro”.
Prost também avaliou a temporada de Michael Schumacher, que classificou como “excepcional”. “Eu disse antes do início do ano, o quanto seria difícil voltar depois de três anos parado. Em cima disso, acho que ele fez um campeonato excepcional”, falou.
“O problema é que criaram expectativas altas demais. Ele jamais poderia atingí-las, tanto pelo carro como pela pausa das corridas. Vamos ver no ano que vem. Mas ainda assim acho difícil. Eu parei por sete meses entre 92 e 93, não é fácil voltar a ter o mesmo nível de concentração e todo o resto necessário para prevalecer num meio competitivo como é a F-1”.
Neste final de semana, o piloto participa pela primeira vez da Corrida dos Campeões, que será disputada na cidade alemã de Düsseldorf. “Sou um novato aqui, mas também acho que sou o mais velho, o que é engraçado. O problema é que desde 2003 eu só piloto no gelo. Estou com pouca experiência de asfalto”, divertiu-se o tetracampeão.
Heikki Kovalainen
O finlandês Heikki Kovalainen procurou não entrar na polêmica quanto ao futuro da equipe Lotus. No momento, seu time luta na justiça para correr na próxima temporada com o nome e o logotipo do lendário time de Colin Chapman, uma marca que é protestada pelos chefes da montadora Lotus Cars. Perguntei sua opinião sobre o tema e o piloto disse não há nada que ele possa fazer a respeito.
“Sinceramente, não me importo qual o nome a equipe terá no ano que vem. Só me interessa saber qual será o nível de downforce do carro. É por isso que eu mantenho um contato constante com a fábrica”, afirmou Kovalainen.
“Quanto a questão do nome, quem decide isso são os chefes. Meu trabalho é apenas o de estar em forma quando os testes da pré-temporada chegarem”.
O piloto está na cidade alemã de Düsseldorf para disputar a Corrida dos Campeões, evento do qual saiu vencedor da edição de 2004. “São boas memórias. É bom estar de volta. Temos pilotos de extrema qualidade, vai ser difícil repetir o título. Mas o formato da disputa é muito interessante, com vários carros à disposição. Gosto de todos, mas o Porsche 911 é o mais divertido”, afirmou.
Vettel e Schumacher
Sebastien Vettel e Michael Schumacher apareceram bem humorados em uma concorrida entrevista coletiva em Düsseldorf, parte dos preparativos para a Corrida dos Campeões neste final de semana. A dupla defenderá no sábado o tricampeonato na Copa das Nações e vão se enfrentar no domingo na disputa individual.
“Estou animado para os dois dias. Amanhã, correremos juntos mas, no dia seguinte, me desculpe Sebastian mas estou aqui para ganhar”, brincou Schumacher, destacando a alegria de participar pela primeira vez do evento diante do público de seu país. “Vai ser especial”, afirmou.
Vettel, que se prepara também para se exibir com o Red Bull RB6 amanhã em Berlim e domingo no próprio estádio da “Corrida dos Campeões”, também acha a competição especial. Pedi a ele uma comparação e o piloto admitiu que gosta do clima relaxado, da chance de se divertir com os rivais na pista quando se está fora dela. Mas faz uma ressalva: nada se iguala à emoção de pilotar um carro de F-1.
“A Fórmula 1 é uma paixão. O carro é algo muito especial. Poderia até tentar explicar qual a sensação de pilotá-lo, mas não dá para transmitir a emoção. É um outro mundo. O desafio inacreditável poder desafiar a si mesmo, em primeiro lugar, e depois aos melhores pilotos em corridas por todo o planeta”, afirmou.
“Aqui, o desafio é enfrentar pilotos de diferentes categorias e países com carros que nenhum de nós está acostumado a pilotar. A base é completamente diversa, uma grande mistura, mas ainda assim o objetivo é ser o melhor e derrotar todo mundo. Por outro lado, o ambiente é muito mais relaxado, temos tempo de desfrutar juntos o tempo fora das pistas”, analisou o alemão.
Alain Prost
O tetracampeão mundial Alain Prost não economizou elogios ao piloto vencedor do título em 2010. Falando na entrevista coletiva da Corrida dos Campeões, em Düsseldorf, o francês destacou que a conquista de Sebastian Vettel foi merecida.
“Vimos dois Sebastian Vettel neste ano. Um até setembro, depois um novo homem. O que ele fez na parte final do campeonato foi excepcional”, destacou. “Pelo q ele aprendeu este ano, tem tudo para ganhar mais títulos no futuro”.
Prost também avaliou a temporada de Michael Schumacher, que classificou como “excepcional”. “Eu disse antes do início do ano, o quanto seria difícil voltar depois de três anos parado. Em cima disso, acho que ele fez um campeonato excepcional”, falou.
“O problema é que criaram expectativas altas demais. Ele jamais poderia atingí-las, tanto pelo carro como pela pausa das corridas. Vamos ver no ano que vem. Mas ainda assim acho difícil. Eu parei por sete meses entre 92 e 93, não é fácil voltar a ter o mesmo nível de concentração e todo o resto necessário para prevalecer num meio competitivo como é a F-1”.
Neste final de semana, o piloto participa pela primeira vez da Corrida dos Campeões, que será disputada na cidade alemã de Düsseldorf. “Sou um novato aqui, mas também acho que sou o mais velho, o que é engraçado. O problema é que desde 2003 eu só piloto no gelo. Estou com pouca experiência de asfalto”, divertiu-se o tetracampeão.
Heikki Kovalainen
O finlandês Heikki Kovalainen procurou não entrar na polêmica quanto ao futuro da equipe Lotus. No momento, seu time luta na justiça para correr na próxima temporada com o nome e o logotipo do lendário time de Colin Chapman, uma marca que é protestada pelos chefes da montadora Lotus Cars. Perguntei sua opinião sobre o tema e o piloto disse não há nada que ele possa fazer a respeito.
“Sinceramente, não me importo qual o nome a equipe terá no ano que vem. Só me interessa saber qual será o nível de downforce do carro. É por isso que eu mantenho um contato constante com a fábrica”, afirmou Kovalainen.
“Quanto a questão do nome, quem decide isso são os chefes. Meu trabalho é apenas o de estar em forma quando os testes da pré-temporada chegarem”.
O piloto está na cidade alemã de Düsseldorf para disputar a Corrida dos Campeões, evento do qual saiu vencedor da edição de 2004. “São boas memórias. É bom estar de volta. Temos pilotos de extrema qualidade, vai ser difícil repetir o título. Mas o formato da disputa é muito interessante, com vários carros à disposição. Gosto de todos, mas o Porsche 911 é o mais divertido”, afirmou.
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
ESPECIAL 2010 - OS DEZ PIORES
Foi um dos melhores anos na história da Fórmula 1, mas ainda assim a temporada trouxe seus pontos negativos. Seja num momento específico ou no panorama geral de um piloto, equipe ou corrida. Como sempre, uma lista pessoal e despretensiosa. Para ler e discordar à vontade. Amanhã a gente volta com a lista dos dez melhores de 2010.
10 - A FOTO DOS CAMPEÕES
O trabalho de Jean Todt na presidência da FIA não é uma unanimidade, mas sem dúvida está sendo bem melhor visto na Fórmula 1 que o de seu antecessor, principalmente por sua postura discreta. Ainda assim, ele conseguiu marcar um belo gol contra ao levar a namorada Michelle Yeoh para a foto oficial dos 60 anos da F-1, ao lado de todos os campeões mundiais ainda vivos. Qual a justificativa? Estaria ela representando os ausentes Nelson Piquet e Kimi Raikkonen???
9 - O VÔO DO CANGURU
Todo mundo prendeu a respiração naqueles segundos. Na tentativa de recuperar terreno e fazer sua nova estratégia funcionar, Mark Webber foi para cima de Heikki Kovalainen como um touro desgovernado - e acabou surpreendido pelo fato da Lotus ter uma zona de freada bem mais longa que a sua. Um mal-entendido que poderia ter terminado mal, mas acabou representando apenas mais algumas milhas para o programa de vôos do australiano no cockpit de um carro de corrida.
8 - O MAU PERDEDOR
Ver um título mundial que parecia ganho escapar pelas mãos deve ser mesmo algo frustrante, especialmente se a derrota veio fundamentalmente por um erro estratégico da equipe. Mas Fernando Alonso perdeu pontos até mesmo com seus seguidores mais fanáticos ao sair reclamando do russo Vitaly Petrov em Abu Dhabi. Deveria era parabenizá-lo por não cometer nenhum erro num momento de pressão para o futuro de sua carreira. O “chega-prá-lá” que o espanhol levou foi uma bela resposta. Um grande piloto mostra sua estatura também no momento da derrota.
7 - BUEMI NA CHINA
Foi até cômico: na freada após uma das retas mais longas da temporada, a suspensão da Toro Rosso do suíço Sebastian Buemi simplesmente cedeu e as rodas saíram voando. Um baita de um susto sem maiores consequências para o piloto e para quem estava na beira da pista. Divertido mesmo foi ver Buemi virando o volante para tentar amenizar o impacto da batida.
6 - HISPÂNIA
Está certo que sobreviver até o final do ano era o único objetivo e isso a equipe Hispânia conseguiu. Mas a custo de algumas bizarrices. O carrossel imprevisível de pilotos até que foi pouco diante de um carro sem atualizações e que usou o mesmo pacote aerodinâmico em pistas tão opostas como Mônaco e Monza. Sorte que seus pilotos saíram ilesos de situações ingratas, como a quebra da suspensão em uma curva de alta velocidade em Spa-Francorchamps. O time fica na história desde já como um dos piores que já passaram pela categoria.
5 - CHOQUE DE TOUROS
O time campeão meteu algumas vezes os pés pelas mãos e envenenou completamente o ambiente entre seus dois pilotos. Na Turquia, acossados na corrida por uma valente McLaren, o comando passou a Vettel a informação de que Mark precisaria economizar combustível o que ele poderia ultrapassá-lo, enquanto o engenheiro do australiano falou o contrário e orientou seu piloto a se defender. Uma confusão dos boxes que resultou num desastre na pista. Pior foi na Inglaterra, quando a asa do alemão quebrou e Horner orientou que o modelo que estava no carro de Webber fosse transferido. Era uma questão de centésimos de segundo, mas algo que fatalmente causaria um mal estar interno. Esperto, Webber capitalizou em cima do incidente e jogou a opinião pública contra o time e seu companheiro. Foi o suficiente para lhe garantir tratamento igual até o final do ano, mas não para receber a ajuda de Vettel na reta final, algo que tanto ambicionava.
4 - FELIPE MASSA
O brasileiro sempre alternou numa temporada corridas brilhantes com atuações mais contidas, mas o brilhantismo ficou de lado em 2010. Com exceção do GP da Alemanha, ele jamais se colocou em posição de vencer - mesmo com um carro capaz disso em algumas ocasiões. Com problemas de aquecimento de pneus, classificou-se quase sempre em posições discretas. Pior, viu seu novo companheiro tomar as rédeas da equipe e liderá-la na disputa pelo título, o que parece ter encerrado sua motivação. Ele reconhece a temporada ruim, o que é um ótimo começo. Mas vai precisar de um 2011 radicalmente diferente, dentro e fora das pistas, para que não tenha sua vaga especulada via imprensa semana sim, semana não. Afinal, são dois anos de contrato pela frente.
3 - GP DO BAHREIN
Foi uma odisséia do sono. Em meio às expectativas de uma temporada sensacional, a prova de abertura foi uma das mais chatas para se assistir. Em especial, o novo trecho do circuito que os organizadores agregaram não funcionou - era apenas uma série de curvas muito lentas que só prolongaram a agonia. A coisa foi tão feia que a imprensa mundial até iniciou uma discussão sobre a qualidade das corridas e do regulamento. Felizmente, o tempo provou que era uma discussão precipitada.
2 - “THAT WAS HORRIBLE”
Pelas desproporcionais expectativas criadas, a temporada de Michael Schumacher já começou comprometida. Mas ninguém esperava que o vareio que ele tomou de um companheiro de equipe jovem e eficiente durasse quase o ano todo. Foi inevitável que seu desempenho em 2010 colocasse uma série de interrogações sobre sua história. E o ponto alto disso foi a manobra que fez sobre Rubens Barrichello em Hungaroring, quando ultrapassou de longe os limites do bom senso numa defesa de posição. Faltou pouco para uma batida feia demais. Aquilo foi horrível. Pelo menos ele pediu desculpas. Duas semanas depois. Por SMS.
1 - FERRARI EM HOCKENHEIM
Tudo bem que a Ferrari queira fazer prevalecer seus interesses. Mas a farsa que promoveram em Hockenheim foi exagerada. O chororô de Fernando Alonso pelo rádio rendeu uma ordem de equipe explícita que lhe rendeu a vitória e, ao time, a antipatia da maioria dos torcedores - afinal, o campeonato mal passara da metade. Passaram por cima do regulamento com a habitual arrogância, mas receberam uma multa pequena por isto. No final das contas, o episódio não surtiu o efeito desejado. Apenas serviu para matar a motivação de Felipe Massa. Dali para frente, o brasileiro só foi tirar pontos dos adversários de Alonso em Monza. Um tiro no pé involuntário que, na prática, acabou mais atrapalhando do que ajudando a campanha do espanhol.
10 - A FOTO DOS CAMPEÕES
O trabalho de Jean Todt na presidência da FIA não é uma unanimidade, mas sem dúvida está sendo bem melhor visto na Fórmula 1 que o de seu antecessor, principalmente por sua postura discreta. Ainda assim, ele conseguiu marcar um belo gol contra ao levar a namorada Michelle Yeoh para a foto oficial dos 60 anos da F-1, ao lado de todos os campeões mundiais ainda vivos. Qual a justificativa? Estaria ela representando os ausentes Nelson Piquet e Kimi Raikkonen???
9 - O VÔO DO CANGURU
Todo mundo prendeu a respiração naqueles segundos. Na tentativa de recuperar terreno e fazer sua nova estratégia funcionar, Mark Webber foi para cima de Heikki Kovalainen como um touro desgovernado - e acabou surpreendido pelo fato da Lotus ter uma zona de freada bem mais longa que a sua. Um mal-entendido que poderia ter terminado mal, mas acabou representando apenas mais algumas milhas para o programa de vôos do australiano no cockpit de um carro de corrida.
8 - O MAU PERDEDOR
Ver um título mundial que parecia ganho escapar pelas mãos deve ser mesmo algo frustrante, especialmente se a derrota veio fundamentalmente por um erro estratégico da equipe. Mas Fernando Alonso perdeu pontos até mesmo com seus seguidores mais fanáticos ao sair reclamando do russo Vitaly Petrov em Abu Dhabi. Deveria era parabenizá-lo por não cometer nenhum erro num momento de pressão para o futuro de sua carreira. O “chega-prá-lá” que o espanhol levou foi uma bela resposta. Um grande piloto mostra sua estatura também no momento da derrota.
7 - BUEMI NA CHINA
Foi até cômico: na freada após uma das retas mais longas da temporada, a suspensão da Toro Rosso do suíço Sebastian Buemi simplesmente cedeu e as rodas saíram voando. Um baita de um susto sem maiores consequências para o piloto e para quem estava na beira da pista. Divertido mesmo foi ver Buemi virando o volante para tentar amenizar o impacto da batida.
6 - HISPÂNIA
Está certo que sobreviver até o final do ano era o único objetivo e isso a equipe Hispânia conseguiu. Mas a custo de algumas bizarrices. O carrossel imprevisível de pilotos até que foi pouco diante de um carro sem atualizações e que usou o mesmo pacote aerodinâmico em pistas tão opostas como Mônaco e Monza. Sorte que seus pilotos saíram ilesos de situações ingratas, como a quebra da suspensão em uma curva de alta velocidade em Spa-Francorchamps. O time fica na história desde já como um dos piores que já passaram pela categoria.
5 - CHOQUE DE TOUROS
O time campeão meteu algumas vezes os pés pelas mãos e envenenou completamente o ambiente entre seus dois pilotos. Na Turquia, acossados na corrida por uma valente McLaren, o comando passou a Vettel a informação de que Mark precisaria economizar combustível o que ele poderia ultrapassá-lo, enquanto o engenheiro do australiano falou o contrário e orientou seu piloto a se defender. Uma confusão dos boxes que resultou num desastre na pista. Pior foi na Inglaterra, quando a asa do alemão quebrou e Horner orientou que o modelo que estava no carro de Webber fosse transferido. Era uma questão de centésimos de segundo, mas algo que fatalmente causaria um mal estar interno. Esperto, Webber capitalizou em cima do incidente e jogou a opinião pública contra o time e seu companheiro. Foi o suficiente para lhe garantir tratamento igual até o final do ano, mas não para receber a ajuda de Vettel na reta final, algo que tanto ambicionava.
4 - FELIPE MASSA
O brasileiro sempre alternou numa temporada corridas brilhantes com atuações mais contidas, mas o brilhantismo ficou de lado em 2010. Com exceção do GP da Alemanha, ele jamais se colocou em posição de vencer - mesmo com um carro capaz disso em algumas ocasiões. Com problemas de aquecimento de pneus, classificou-se quase sempre em posições discretas. Pior, viu seu novo companheiro tomar as rédeas da equipe e liderá-la na disputa pelo título, o que parece ter encerrado sua motivação. Ele reconhece a temporada ruim, o que é um ótimo começo. Mas vai precisar de um 2011 radicalmente diferente, dentro e fora das pistas, para que não tenha sua vaga especulada via imprensa semana sim, semana não. Afinal, são dois anos de contrato pela frente.
3 - GP DO BAHREIN
Foi uma odisséia do sono. Em meio às expectativas de uma temporada sensacional, a prova de abertura foi uma das mais chatas para se assistir. Em especial, o novo trecho do circuito que os organizadores agregaram não funcionou - era apenas uma série de curvas muito lentas que só prolongaram a agonia. A coisa foi tão feia que a imprensa mundial até iniciou uma discussão sobre a qualidade das corridas e do regulamento. Felizmente, o tempo provou que era uma discussão precipitada.
2 - “THAT WAS HORRIBLE”
Pelas desproporcionais expectativas criadas, a temporada de Michael Schumacher já começou comprometida. Mas ninguém esperava que o vareio que ele tomou de um companheiro de equipe jovem e eficiente durasse quase o ano todo. Foi inevitável que seu desempenho em 2010 colocasse uma série de interrogações sobre sua história. E o ponto alto disso foi a manobra que fez sobre Rubens Barrichello em Hungaroring, quando ultrapassou de longe os limites do bom senso numa defesa de posição. Faltou pouco para uma batida feia demais. Aquilo foi horrível. Pelo menos ele pediu desculpas. Duas semanas depois. Por SMS.
1 - FERRARI EM HOCKENHEIM
Tudo bem que a Ferrari queira fazer prevalecer seus interesses. Mas a farsa que promoveram em Hockenheim foi exagerada. O chororô de Fernando Alonso pelo rádio rendeu uma ordem de equipe explícita que lhe rendeu a vitória e, ao time, a antipatia da maioria dos torcedores - afinal, o campeonato mal passara da metade. Passaram por cima do regulamento com a habitual arrogância, mas receberam uma multa pequena por isto. No final das contas, o episódio não surtiu o efeito desejado. Apenas serviu para matar a motivação de Felipe Massa. Dali para frente, o brasileiro só foi tirar pontos dos adversários de Alonso em Monza. Um tiro no pé involuntário que, na prática, acabou mais atrapalhando do que ajudando a campanha do espanhol.
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domingo, 1 de agosto de 2010
POR UM FIO
Horrível. Foi perfeita a palavra usada por Rubens Barrichello para descrever o comportamento de Michael Schumacher no momento da ultrapassagem a três voltas do final do Grande Prêmio da Hungria. O brasileiro tinha um carro muito mais veloz já que estava com um jogo de pneus praticamente novo. E se aproveitou de um erro do alemão na última curva para ganhar velocidade na reta. Barrichello colocou a Williams de lado, mas foi espremido pelo adversário em direção ao muro. Faltou muito pouco para que ocorresse um grave acidente. Pela velocidade que estavam, tinha tudo para ser uma tragédia.
“Eu quase não tenho o que falar. A gente não brinca mais de kart, não dá para fazer uma fechada assim. Prometi aos brasileiros: ele não vai me passar de novo. Ele não merece. Tenho pena da situação. Estamos aqui para tentar tudo, mas eu não ia tirar o pé hoje”, falou Barrichello, visivelmente abalado, logo após a prova.
Do outro lado do mesmo espaço reservado às mídias eletrônicas, Michael Schumacher usava de ironia para comentar o episódio. “ Eu deixei espaço, tanto que ele me passou, infelizmente. Mas conheço Rubens e não me surpreende seu pedido para me desclassificar. Ele sempre tem opiniões bem divergentes das minhas”.
Este último ponto talvez seja o único que o brasileiro concorda, tanto que nem cogita chamar o alemão para conversar: “Não adianta tentar dialogar com um cidadão que acha que sempre tem razão. Se isso acontecesse com um piloto novato, era uma coisa. Mas é um heptacampeão dando um mau exemplo para os pilotos das categorias de base”, falou Barrichello.
Os comissários da FIA concordaram, tanto que puniram o alemão com a perda de dez posições no grid de largada da próxima etapa por “impedir de forma ilegítima a ultrapassagem de um concorrente”. No release oficial da Mercedes, Schumacher aliviou o discurso. “Foi uma briga ferrenha e é para isso que estamos aqui. Mas aceito que os comissários tenham dito que foi duro demais”, resignou-se.
Eu concordo completamente que Schumacher tenha sido penalizado e acho até que a sentença foi branda. Uma defesa de posição dura contra o muro de uma reta não é novidade na Fórmula 1: Senna/Prost em Portugal-88, Schumi/Ralf em Nürburgring-2001, Webber/Massa em Fuji-2008. Acho todas perigosas e suscetíveis de punição (que não aconteceram). Mas a de hoje foi ainda mais extrema e Barrichello tem toda a razão que teve muita sorte no fato do muro ter acabado na hora certa. Sua frase para uma tevê inglesa foi sensacional: “Se Michael já quer ir para o paraíso – no caso dele ir para o paraíso – eu não me importo. Mas não quero ir antes dele”.
A polêmica entre os dois “inimigos íntimos” foi o ponto alto de uma corrida que foi até bem movimentada para os padrões do GP da Hungria. Principalmente pelo Safety Car surgido na 15ª volta por conta de um pedaço da asa dianteira do carro de Vitantonio Liuzzi que ficou no meio da pista.
Foi quando Mark Webber arriscou ao optar por fazer sua parada nos boxes o mais tarde possível. E recebeu os dividindos disso quando abriu uma margem suficiente para se manter na frente. A vitória o colocou na liderança do Mundial. Um líder improvável de um Mundial cada vez mais emocionante, com os cinco primeiros da tabela separados por apenas vinte pontos.
A prova teve ainda outros assuntos: a confusão nos boxes, o drive-through para Sebastian Vettel, a superioridade incrível dos carros da Red Bull em Hungaroring. Deixe seus comentários e opiniões para a próxima edição do “Credencial”!
(Foto xpb.cc)
“Eu quase não tenho o que falar. A gente não brinca mais de kart, não dá para fazer uma fechada assim. Prometi aos brasileiros: ele não vai me passar de novo. Ele não merece. Tenho pena da situação. Estamos aqui para tentar tudo, mas eu não ia tirar o pé hoje”, falou Barrichello, visivelmente abalado, logo após a prova.
Do outro lado do mesmo espaço reservado às mídias eletrônicas, Michael Schumacher usava de ironia para comentar o episódio. “ Eu deixei espaço, tanto que ele me passou, infelizmente. Mas conheço Rubens e não me surpreende seu pedido para me desclassificar. Ele sempre tem opiniões bem divergentes das minhas”.
Este último ponto talvez seja o único que o brasileiro concorda, tanto que nem cogita chamar o alemão para conversar: “Não adianta tentar dialogar com um cidadão que acha que sempre tem razão. Se isso acontecesse com um piloto novato, era uma coisa. Mas é um heptacampeão dando um mau exemplo para os pilotos das categorias de base”, falou Barrichello.
Os comissários da FIA concordaram, tanto que puniram o alemão com a perda de dez posições no grid de largada da próxima etapa por “impedir de forma ilegítima a ultrapassagem de um concorrente”. No release oficial da Mercedes, Schumacher aliviou o discurso. “Foi uma briga ferrenha e é para isso que estamos aqui. Mas aceito que os comissários tenham dito que foi duro demais”, resignou-se.
Eu concordo completamente que Schumacher tenha sido penalizado e acho até que a sentença foi branda. Uma defesa de posição dura contra o muro de uma reta não é novidade na Fórmula 1: Senna/Prost em Portugal-88, Schumi/Ralf em Nürburgring-2001, Webber/Massa em Fuji-2008. Acho todas perigosas e suscetíveis de punição (que não aconteceram). Mas a de hoje foi ainda mais extrema e Barrichello tem toda a razão que teve muita sorte no fato do muro ter acabado na hora certa. Sua frase para uma tevê inglesa foi sensacional: “Se Michael já quer ir para o paraíso – no caso dele ir para o paraíso – eu não me importo. Mas não quero ir antes dele”.
A polêmica entre os dois “inimigos íntimos” foi o ponto alto de uma corrida que foi até bem movimentada para os padrões do GP da Hungria. Principalmente pelo Safety Car surgido na 15ª volta por conta de um pedaço da asa dianteira do carro de Vitantonio Liuzzi que ficou no meio da pista.
Foi quando Mark Webber arriscou ao optar por fazer sua parada nos boxes o mais tarde possível. E recebeu os dividindos disso quando abriu uma margem suficiente para se manter na frente. A vitória o colocou na liderança do Mundial. Um líder improvável de um Mundial cada vez mais emocionante, com os cinco primeiros da tabela separados por apenas vinte pontos.
A prova teve ainda outros assuntos: a confusão nos boxes, o drive-through para Sebastian Vettel, a superioridade incrível dos carros da Red Bull em Hungaroring. Deixe seus comentários e opiniões para a próxima edição do “Credencial”!
(Foto xpb.cc)
terça-feira, 20 de julho de 2010
BALANÇO DE MEIA TEMPORADA III
MERCEDES
É curioso ver como a turma de Brackley que foi campeã no ano passado acabou dando um passo para trás com a chegada do suporte financeiro e estrutural da Mercedes. Mas os motivos para isso vão na conta dos ingleses. O carro do time herdou de seu antecessor uma certa inabilidade de levar os pneus à janela ideal de aquecimento. Não vai demorar para que comecem a pensar apenas no modelo do ano que vem.
Michael Schumacher parece ainda aposentado. Sem querer ser maldoso gratuitamente, mas a verdade é que o desempenho do alemão está sendo abaixo da crítica. Em que pese o carro construído para o estilo de Jenson Button, completamente oposto ao seu; em que pese a idade e os anos de ausência do esporte; nada justifica os 54 pontos de desvantagem para o companheiro de equipe. E nem a tendência entre estagnação e queda que vem marcando sua performance depois de dez etapas.
Nico Rosberg parecia que viveria um pesadelo correndo ao lado da Mercedes-Benz. Começou tendo de ceder o número 3 do carro e o interesse da mídia. Sem se importar com isso, tratou de fazer o seu trabalho e vive o melhor ano da carreira, tendo subido três vezes ao pódio até aqui. Se a Mercedes crescer até o final do ano em relação às concorrentes, o que eu não acredito que aconteça, pode até pensar em título. Mas já é um dos grandes vencedores desta metade inicial.
RENAULT
Fui um dos que pensaram que a Renault não resistiria ao vôo no ventilador da sujeira de Cingapura-2008 e do abrupto fim da tríade Briatore-Symonds-Alonso. Qual o quê, a turma do time anglo-francês sacudiu logo a poeira e mostrou potencial de voltar a crescer mesmo com um orçamento mais apertado. O R30 costuma conseguir acompanhar o ritmo dos modelos da Mercedes e, eventualmente, da Ferrari sem maiores problemas. O objetivo agora é terminar o ano nesta mesma toada.
Robert Kubica caiu como uma luva na Renault. A maneira com que conseguiu motivar o time e apontar caminhos no desenvolvimento do carro mostra que, na BMW, realmente era pouco ouvido pelos comandantes. Sua capacidade de extrair o máximo do carro a cada prova e de praticamente não errar o torna um nome valorizado no mercado. Mas parece realmente feliz no time atual.
Vitaly Petrov iniciou a temporada com algumas boas apresentações, mas a tendência atual aponta que o russo estagnou depois que outras equipes do pelotão intermediário cresceram. Não ter superado Kubica em nenhuma classificação não é seu principal problema, mas sim como está ficando bem longo do Q3. Precisa melhorar o desempenho geral, mas a importância do mercado russo (e do dinheiro que ele traz) para o time pode salvá-lo ainda que isso não aconteça.
FORCE ÍNDIA
O time está fazendo um trabalho notável nesta temporada, provando aos céticos de plantão que aquela histórica e inesperada pole-position em Spa no ano passadofoi sim fruto do trabalho feito na fábrica de Silverstone. O carro deste ano seguiu uma linha diferente: é eficiente em qualquer tipo de circuito e permite ao time lutar por pontos em todas as provas. Uma equipe em ascendência, mas que terá de superar a saída de seus dois principais nomes na área técnica.
Adrian Sutil finalmente está conseguindo demonstrar o potencial que muita gente via nele. De piloto errático e trapalhão, passou a ser um dos mais consistentes nesta temporada 2010. Tem feito um bom trabalho na classificação, superando o companheiro quase sempre. E aprendeu a separar a hora de esperar e a de atacar nas corridas. Se continuar assim até o fim do ano, ficará um nome valorizado no mercado.
Vitantonio Liuzzi começou o ano melhor do que chegou à sua metade. Talvez não seja coincidência o fato do crescimento do companheiro Sutil estar acompanhado de um momento onde ele começou a cometer erros demais. Com a sombra cada vez maior do piloto Paul di Resta, Liuzzi precisa começar a pontuar com regularidade o mais rápido possível. Ou corre o risco de ficar sem assento no final do ano.
(Foto Luis Fernando Ramos)
É curioso ver como a turma de Brackley que foi campeã no ano passado acabou dando um passo para trás com a chegada do suporte financeiro e estrutural da Mercedes. Mas os motivos para isso vão na conta dos ingleses. O carro do time herdou de seu antecessor uma certa inabilidade de levar os pneus à janela ideal de aquecimento. Não vai demorar para que comecem a pensar apenas no modelo do ano que vem.
Michael Schumacher parece ainda aposentado. Sem querer ser maldoso gratuitamente, mas a verdade é que o desempenho do alemão está sendo abaixo da crítica. Em que pese o carro construído para o estilo de Jenson Button, completamente oposto ao seu; em que pese a idade e os anos de ausência do esporte; nada justifica os 54 pontos de desvantagem para o companheiro de equipe. E nem a tendência entre estagnação e queda que vem marcando sua performance depois de dez etapas.
Nico Rosberg parecia que viveria um pesadelo correndo ao lado da Mercedes-Benz. Começou tendo de ceder o número 3 do carro e o interesse da mídia. Sem se importar com isso, tratou de fazer o seu trabalho e vive o melhor ano da carreira, tendo subido três vezes ao pódio até aqui. Se a Mercedes crescer até o final do ano em relação às concorrentes, o que eu não acredito que aconteça, pode até pensar em título. Mas já é um dos grandes vencedores desta metade inicial.
RENAULT
Fui um dos que pensaram que a Renault não resistiria ao vôo no ventilador da sujeira de Cingapura-2008 e do abrupto fim da tríade Briatore-Symonds-Alonso. Qual o quê, a turma do time anglo-francês sacudiu logo a poeira e mostrou potencial de voltar a crescer mesmo com um orçamento mais apertado. O R30 costuma conseguir acompanhar o ritmo dos modelos da Mercedes e, eventualmente, da Ferrari sem maiores problemas. O objetivo agora é terminar o ano nesta mesma toada.
Robert Kubica caiu como uma luva na Renault. A maneira com que conseguiu motivar o time e apontar caminhos no desenvolvimento do carro mostra que, na BMW, realmente era pouco ouvido pelos comandantes. Sua capacidade de extrair o máximo do carro a cada prova e de praticamente não errar o torna um nome valorizado no mercado. Mas parece realmente feliz no time atual.
Vitaly Petrov iniciou a temporada com algumas boas apresentações, mas a tendência atual aponta que o russo estagnou depois que outras equipes do pelotão intermediário cresceram. Não ter superado Kubica em nenhuma classificação não é seu principal problema, mas sim como está ficando bem longo do Q3. Precisa melhorar o desempenho geral, mas a importância do mercado russo (e do dinheiro que ele traz) para o time pode salvá-lo ainda que isso não aconteça.
FORCE ÍNDIA
O time está fazendo um trabalho notável nesta temporada, provando aos céticos de plantão que aquela histórica e inesperada pole-position em Spa no ano passadofoi sim fruto do trabalho feito na fábrica de Silverstone. O carro deste ano seguiu uma linha diferente: é eficiente em qualquer tipo de circuito e permite ao time lutar por pontos em todas as provas. Uma equipe em ascendência, mas que terá de superar a saída de seus dois principais nomes na área técnica.
Adrian Sutil finalmente está conseguindo demonstrar o potencial que muita gente via nele. De piloto errático e trapalhão, passou a ser um dos mais consistentes nesta temporada 2010. Tem feito um bom trabalho na classificação, superando o companheiro quase sempre. E aprendeu a separar a hora de esperar e a de atacar nas corridas. Se continuar assim até o fim do ano, ficará um nome valorizado no mercado.
Vitantonio Liuzzi começou o ano melhor do que chegou à sua metade. Talvez não seja coincidência o fato do crescimento do companheiro Sutil estar acompanhado de um momento onde ele começou a cometer erros demais. Com a sombra cada vez maior do piloto Paul di Resta, Liuzzi precisa começar a pontuar com regularidade o mais rápido possível. Ou corre o risco de ficar sem assento no final do ano.
(Foto Luis Fernando Ramos)
sábado, 5 de junho de 2010
OS TRÊS PILOTOS DA HISTÓRIA DA FERRARI
Vocês escolheram e aqui está o resultado: um alemão (86%), um canadense (53%) e um austríaco (43%) são os principais pilotos da história de 800 grandes prêmios disputados pela Ferrari na Fórmula 1. Quase igual a minha escolha pessoal, que só teria Alberto Ascari no lugar de Niki Lauda. Mas a voz da maioria é a que conta, a escolha é subjetiva e os dois estão num nível muito alto de qualquer maneira. O fato é que o pódio histórico da equipe ficou de primeiríssima linha!
MICHAEL SCHUMACHER
(Corridas pela Ferrari: 181; Títulos: 5; Vitórias: 72; Poles: 58; Melhores voltas: 53)
Monza, 1995. A contratação de Michael Schumacher pela Ferrari já era pública, mas muitos tifosi não viam no alemão o espírito da equipe. Tanto que um grupo estendeu uma faixa no circuito: “Mais vale um Alesi hoje do que 1000 Schumachers amanhã”. Reverter esse conceito foi o primeiro passo do alemão na equipe. O sucesso veio mais tarde. Os números são tão impressionantes quanto a própria conquista de cinco títulos consecutivos. Claro que o piloto não venceu sozinho, ele era a ponta de uma organização eficiente que incluía Jean Todt, Ross Brawn e, para mim o mais importante de todos, Rory Byrne. Mas fez história e ficou, com sobras e méritos de sobra, no topo dessa lista.
GILLES VILLENEUVE
(Corridas pela Ferrari: 66; Títulos: 0; Vitórias: 6; Poles: 2; Melhores voltas: 8)
O piloto canadense é em muitos os sentidos o oposto de Michael Schumacher. O sucesso nas pistas foi tímido, mas nenhum piloto encarnou com tanta propriedade o espírito passional que sempre foi a marca da escuderia de Maranello. Largadas espetaculares, vitórias choradas ,voltas em três rodas, com o bico do carro torto: não havia limites para Gilles Villeneuve mostrar ao mundo o quanto era excepcional na arte de controlar um carro de corrida. Ganhou pouco, é verdade, mas virou um mito gigantesco mesmo assim. Isso diz tudo.
NIKI LAUDA
(Corridas pela Ferrari: 61; Títulos: 2; Vitórias: 15; Poles: 23; Melhores voltas: 12)
O espírito analítico e a personalidade forte de Niki Lauda muitas vezes entraram em choque com o sujeito também turrão como Enzo Ferrari. Mas o time jamais teria alcançado o sucesso obtido no meio dos anos 70 não fosse o trabalho eficiente feito pelo piloto no desenvolvimento dos modelos da série 312T. Lauda conquistou dois títulos mundiais pelo time. Mais do que isso, trapaceou a própria morte, quando o mundo e a própria equipe não acreditavam ser possível que ele voltasse a ser o mesmo depois do horrendo acidente de Nürburgring-76. Uma incrível história de superação, que gerou muito respeito e admiração em Maranello. E um merecido lugar neste pódio virtual na história da equipe.
(Fotos reprodução Internet)
MICHAEL SCHUMACHER
(Corridas pela Ferrari: 181; Títulos: 5; Vitórias: 72; Poles: 58; Melhores voltas: 53)
Monza, 1995. A contratação de Michael Schumacher pela Ferrari já era pública, mas muitos tifosi não viam no alemão o espírito da equipe. Tanto que um grupo estendeu uma faixa no circuito: “Mais vale um Alesi hoje do que 1000 Schumachers amanhã”. Reverter esse conceito foi o primeiro passo do alemão na equipe. O sucesso veio mais tarde. Os números são tão impressionantes quanto a própria conquista de cinco títulos consecutivos. Claro que o piloto não venceu sozinho, ele era a ponta de uma organização eficiente que incluía Jean Todt, Ross Brawn e, para mim o mais importante de todos, Rory Byrne. Mas fez história e ficou, com sobras e méritos de sobra, no topo dessa lista.
GILLES VILLENEUVE
(Corridas pela Ferrari: 66; Títulos: 0; Vitórias: 6; Poles: 2; Melhores voltas: 8)
O piloto canadense é em muitos os sentidos o oposto de Michael Schumacher. O sucesso nas pistas foi tímido, mas nenhum piloto encarnou com tanta propriedade o espírito passional que sempre foi a marca da escuderia de Maranello. Largadas espetaculares, vitórias choradas ,voltas em três rodas, com o bico do carro torto: não havia limites para Gilles Villeneuve mostrar ao mundo o quanto era excepcional na arte de controlar um carro de corrida. Ganhou pouco, é verdade, mas virou um mito gigantesco mesmo assim. Isso diz tudo.
NIKI LAUDA
(Corridas pela Ferrari: 61; Títulos: 2; Vitórias: 15; Poles: 23; Melhores voltas: 12)
O espírito analítico e a personalidade forte de Niki Lauda muitas vezes entraram em choque com o sujeito também turrão como Enzo Ferrari. Mas o time jamais teria alcançado o sucesso obtido no meio dos anos 70 não fosse o trabalho eficiente feito pelo piloto no desenvolvimento dos modelos da série 312T. Lauda conquistou dois títulos mundiais pelo time. Mais do que isso, trapaceou a própria morte, quando o mundo e a própria equipe não acreditavam ser possível que ele voltasse a ser o mesmo depois do horrendo acidente de Nürburgring-76. Uma incrível história de superação, que gerou muito respeito e admiração em Maranello. E um merecido lugar neste pódio virtual na história da equipe.
(Fotos reprodução Internet)
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