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quinta-feira, 1 de julho de 2010

INVENTANDO MODA

Os aerofólios eram móveis quando surgiram na Fórmula 1, no final dos anos 60. Os pilotos podiam ajustar o ângulo da asa traseira manualmente no cockpit, mas os resultados foram desastrosos. Jackie Oliver se machucou num treino do GP da França em Rouen, em 68 porque a asa se quebrou. No ano seguinte, no GP da Espanha em Montjuic, as duas Lotus bateram com força no guard-rail pelo mesmo motivo. Restou banir a excentricidade.

Mais de quatro décadas depois, é difícil compreender a intenção dos dirigentes de voltar com a asa traseira móvel, ainda mais com o uso dela sendo determinado pela FIA. Se a besteira vingar, imagine como seria uma corrida em que tenhamos três ou mais carros andando colados e brigando pela vitória nas voltas finais – algo perfeitamente possível se precedido de um período de Safety Car. Todos seriam liberados para ultrapassar, menos quem puxa a fila, o que ocasionaria uma grande confusão. Mas se os dirigentes resolverem não liberar para ninguém, em nome da segurança, sobrariam acusações de privilégios ao piloto que liderasse a prova.


É uma situação pontual que mostra muito bem como a interferência de gente de fora nas disputas não deve ter lugar no automobilismo. Você, leitor, deve ter respondido nos últimos anos uma daquelas enquetes em que ficou claro o interesse dos torcedores em que uma ênfase maior fosse dada à pilotagem. A criação de um artifício técnico para facilitar as ultrapassagens vai inteiramente contra essa filosofia.


Num momento como esse, me vem à mente meu encontro com Jack Brabham no início desse ano no Bahrein. Surdo como um morcego cego, o australiano pagou com a saúde o preço de correr numa época em que, além de pilotar, o piloto tinha de controlar totalmente o uso dos pneus com a visão e o desgaste do motor com a audição. Hoje em dia, a turma conta com uma legião de computadores que analisam tudo e engenheiros competentes para lhes dar a instrução de que mistura de combustível usar em cada ponto da corrida, além das dicas habituais sobre os momentos de acelerar e os de poupar material. É assim e, até aí, sinal dos tempos. Mas agora ainda vão tirar das mãos dos pilotos a destreza, técnica e arrojo na hora de ultrapassar, dando a quem vem atrás uma vantagem artificial e indefensável?


Os idiotas dos dirigentes deveriam entender que ninguém quer uma Fórmula 1 ainda mais complicada, confusa – ainda mais depois de toda a polêmica gerada pelas regras operacionais do Safety Car na última prova. Concordam?

quinta-feira, 21 de maio de 2009

TV BLOGO – GPL BRASIL: MÉXICO 67



Se a Fórmula 1 vive uma crise de identidade, o GPL Brasil vive um grande momento, atraindo gente suficiente para correr em dois servidores. No domingo passado, os pilotos foram colocados à prova no traçado da Cidade do México, um circuito muito técnico. Com sucesso absoluto da Pipoca Racing, o time chefiado por mim. Terminei a corrida em sexto, mas acertei um contrato milionário com a dupla Rica Ramos e John White e ambos finalmente fizeram valer o investimento e ocuparam as duas primeiras colocações. Confira no vídeo acima produzido pelo Thiago Lemos, piloto, diretor e dirigente.

Assumimos a liderança entre as equipes e os dois aparecem com boas perspectivas na briga dos pilotos. Vou esperar um pouco mais antes de introduzir estratégias diferentes para os dois...

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

FOTO DO DIA – GP DO MÉXICO DE 1965

A primeira vitória da Honda na Fórmula 1 não poderia vir em melhor estilo. No encerramento da temporada de 1965, no México, Richie Ginther era o terceiro do grid e pulou para a ponta no momento da largada. De lá não saiu mais, conquistando sua primeira vitória, a da equipe e também a da Goodyear na categoria. No pódio, festejou com Yoshio Nakamura, o homem que comandou, ao lado de Soichiro Honda, a introdução da empresa na produção de automóveis. E liderou a equipe na Fórmula 1. Sua alegria irradiante no pódio é inigualável. O cabelo das mocinhas ao lado, também. Clique para ampliar!

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

LORENZO RAIKKONEN?

Na história da Fórmula 1, apenas em nove ocasiões um piloto que chegou na última corrida em desvantagem na tabela saiu dela como o campeão. Nelas, apenas Kimi Raikkonen conseguiu descontar uma diferença de sete pontos – a que separa, hoje, Felipe Massa de Lewis Hamilton.


Mas há uma decisão histórica que juntou Ferrari, um rival inglês, confusão e muita polêmica. Foi no GP do México de 1964. Lorenzo Bandini se enroscou com Graham Hill no hairpin disputando a terceira posição e o piloto da BRM rodou. Depois, perdeu muito tempo nos boxes para consertar o escapamento danificado pelo guard-rail e ainda teve problemas com o acelerador. Hill terminou em 11° lugar. Bandini era o segundo colocado até a última volta, quando abriu passagem para seu companheiro John Surtees, um resultado que garantiu o título para este. Se o mesmo resultado acontecer em Interlagos – Massa em segundo, Hamilton fora da zona de pontos – o título ficaria com o brasileiro.


A lenda diz que Hill jamais perdoou Bandini pelo que achou uma batida proposital. O inglês teria até enviado um livro de “lições de dirigircomo um presente de natal provocativo ao italiano. Mas o depoimento abaixo, no livro “Graham”, mostra que, no fundo, tudo foi encarado com o espírito esportivo típico da época:


“……….. But I lost the whole World Championship in 1964, one of the years when I was runner-up, through another driver making a mistake and running into me during the final Championship race in Mexico. You could say it was bad luck — but I suppose you could say I shouldn’t have been there at that particular spot at that precise moment. However, I was there and he was trying to overtake me in a hairpin. He’d had a couple of goes at it, but the last time he just overcooked it — went out of control and thumped me. It bent my exhaust pipes up and I had to come into the pits. I lost so much time that I finished well down in the race - which was won by Surtees with a one point lead.


That was that. It had happened and nothing I could do or say would alter it. That’s the way I tend to see things when they have gone wrong. There’s no point in worrying about it, or all the other things that happened time and time again to rob me of winning races. I don’t look back and, this way, I have few regrets. Hopefully, I learn from these setbacks but I apply them forwards. Basically, if you look forward things tend to get better. Because we all live in hope and if there’s no hope there’s no life and no point in living.”


Ah, outros tempos...


+++


AS VIRADAS NA ÚLTIMA CORRIDA

1950 – No GP da Itália, Giuseppe Farina tinha quatro pontos de desvantagem para o líder Juan Manuel Fangio.

1964 – No GP do México, John Surtees tinha cinco pontos de desvantagem para o líder Graham Hill.

1976 – No GP do Japão, James Hunt tinha três pontos de desvantagem para o líder Niki Lauda.

1981 – No GP dos EUA-Oeste, Nelson Piquet tinha um ponto de desvantagem para o líder Carlos Reutemann.

1983 – No GP da África do Sul, Nelson Piquet tinha dois pontos de desvantagem para o líder Alain Prost.

1986 – No GP da Austrália, Alain Prost tinha seis pontos de desvantagem para o líder Nigel Mansell.

1997 – No GP da Europa, Jacques Villeneuve tinha um ponto de desvantagem para o líder Michael Schumacher.

1999 – No GP do Japão, Mika Hakkinen tinha quatro pontos de desvantagem para o líder Eddie Irvine.

2007 – No GP do Brasil, Kimi Raikkonen tinha sete pontos de desvantagem para o líder Lewis Hamilton.

sábado, 5 de janeiro de 2008

OS PRECOCES MEXICANOS

Em tempos de Lewis Hamilton e Sebastien Vettel, nos acostumamos com uma Fórmula 1 tomada por rostos jovens, por pilotos que tendem a quebrar todos os recordes de precocidade ainda existentes na categoria. Mas houve uma época em que, para se ter sucesso, era preciso experiência acima de tudo. Por isto mesmo, impressiona a marca do mexicano Ricardo Rodriguez, que estreou na F-1 aos 19 anos (e meio) de idade – o segundo mais jovem da história e recordista até a aparição do neo-zelandês Mike Thackwell, em 1980.

A pouca idade se explica pelo início incrivelmente cedo de sua carreira: aos 14 anos de idade, Ricardo disputou sua primeira corrida de automóveis, depois de ter vencido vários campeonatos de motociciclismo. Com 15, competia no exterior. Foi segundo colocado nas 24 horas de Le Mans no frescor de seus 18 anos. Morreu aos 20, quando inexplicavelmente não diminuiu a velocidade para fazer a curva Peraltada no circuito que, hoje, o homenageia.

Seu irmão mais velho, Pedro Rodriguez, também teve um início precoce: aos 12 anos nas motos; e aos 15, correndo com um Jaguar XK120. Numa leitura neste feriado de Ano Novo, acabei encontrando uma explicação plausível para o fato dos mexicanos entrarem na adolescência competindo contra gente grande. Hector Rebaque, o companheiro de Nelson Piquet na Brabham em 1980 e 81, disputou as 24 Horas de Daytona de 1971, aos 14 anos e meio de idade. E explicou. “Eu sempre pareci um pouco mais velho... e para tirar a licença da FIA, falsifiquei minha idade em quatro anos: de 1956 para 1952. Além do mais, o delegado mexicano da FIA sempre foi um amigo nosso”.

No automobilismo, também tinhagato”...

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

FOTO DO DIA – GP DO MÉXICO DE 1967

Moleza não é uma boa palavra para definir como foi a corrida de Jim Clark no Grande Prêmio do México, prova que encerrou a temporada de 1967. Apesar de ter cruzado a linha de chegada com quase um minuto e meio de vantagem para Jack Brabham, o segundo colocado, o escocês perdeu a embreagem logo na primeira volta, e passou quase a corrida toda mudando as marchas “no ouvido”. Nada que o impedisse de ser o mais rápido na pista o tempo inteiro. A prova marcou também a conquista do título da temporada por Denny Hulme, que cruzou a linha de chegada apenas um segundo atrás de Clark, mas com uma volta de desvantagem e na terceira colocação.

E esse Lotus 49, hein? Que beleza!

segunda-feira, 23 de julho de 2007

TV BLOGO – MÉXICO GPL BRASIL

Já está no ar o vídeo da sétima etapa do campeonato do GPL Brasil, disputado ontem no início da noite, na Cidade do México. Como aconteceu horas antes com a Fórmula 1, foi a corrida mais emocionante do ano, com três pilotos marcando tempos muito próximos e disputando a vitória até a última volta. Um corridão mesmo.

O triunfo, primeiro do ano, ficou com Ricardo Ramos, autor também dos nossos vídeos. Logo atrás dele, Eduardo Gaensly, que vem tirando sua diferença para mim na tabela de forma constante. Eu fiquei em terceiro, meu pior resultado do ano, mas foi a prova mais divertida: larguei mal demais, peguei as sobras de um dos inevitáveis acidentes da primeira volta e caí para trás. Depois, fiz a prova toda em ritmo de classificação para ver se eu pegava a dupla dinâmica lá na frente. Deu certo: cheguei na última volta colado nos dois, mas não tive a menor chance de ultrapassá-los e ainda rodei na curva final no puro entusiasmo. Como diria Nigel Mansell: “It was a great moment”.

Para dar o clima, a trilha sonora do vídeo é de Carlos Santana. Confira!

sábado, 21 de julho de 2007

GENTE FINA É OUTRA COISA...

A comunidade do GPL Brasil está dando um show. Além de fazer um campeonato divertidíssimo, ganhamos há duas etapas ótimas edições de vídeo pós-corrida. Agora, temos até cartazes personalizados. Aliás, muito mais bonitos que os da Fórmula 1 atual, que são extremamente frios, de cores escuras, absolutamente sem graça.

Para a turma de que passar por aqui, não esqueçam que o horário de largada mudou: vai ser às 18 horas do domingo.