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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

MASSA EM 1º, RED BULL NA FRENTE

O inglês James Key, diretor-técnico da equipe Sauber, passou bons minutos do teste de ontem em Jerez colocado na beira da primeira curva, observando o comportamento do seu carro e dos adversários. Viu com atenção como as máquinas reagiam a uma freada forte em subida e uma curva de média velocidade à direita. E chegou à mesma conclusão que teve ao final dos testes da semana passada: “nenhum piloto retoma a aceleração tão rápido quanto o da Red Bull”, apontou Key ao repórter alemão Michael Schmidt.

O sinal claro de um carro equilibrado foi ressaltado por uma impressionante demonstração de Mark Webber andando com o RB7 em ritmo de corrida: dezoito voltas feitas com a precisão de um relógio suíço, sempre na casa de 1min23s e nenhum sinal do desgaste excessivo dos pneus que preocupa tanto as outras equipes.

Assim, a Red Bull mostrou que ainda está na frente, apesar do melhor tempo do dia ter ficado, com sobras, com Felipe Massa da Ferrari. Para os italianos, o dia foi animador pela quilometragem acumulada - o brasileiro completou mais de cem voltas. O carro também demonstrou um bom ritmo de corrida, mas não com a mesma constância apresentada por Mark Webber, com tempos variando entre 1min23s e 1mins24.

O primeiro dia em Jerez também trouxe a primeira chance de comparação do novo carro da McLaren, apresentado na sexta-feira passada, com os demais. Mas o programa de Lewis Hamilton se concentrou em checar sistemas e observar o desgaste inicial dos pneus. Assim, ele não fez nenhuma simulação séria de ritmo de corrida e ficou apenas com o quinto melhor tempo do dia.

A destacar ainda que os problemas de confiabilidade do carro novo da Mercedes continuam - Rosberg ficou duas vezes pelo caminho - e que a Williams perdeu um dia inteiro de testes com problemas na asa traseira. Pequenos prejuízos que podem se tornar grandes numa pré-temporada tão curta. A sessão ainda foi marcada com a bonita homenagem das equipes a Robert Kubica, com mensagens desejando sua pronta recuperação colocada em vários carros.
OS TEMPOS DA QUINTA:
1) Felipe Massa (Ferrari) 1:20.709
2) Sergio Perez (Sauber-Ferrari) 1:21.483
3) Mark Webber (Red Bull-Renault) 1:21.522
4) Daniel Ricciardo (Toro Rosso-Ferrari) 1:21.755
5) Lewis Hamilton (McLaren-Mercedes) 1:21.914
6) Jaime Alguersuari (Toro Rosso-Ferrari) 1:22.689
7) Adrian Sutil (Force India-Mercedes) 1:23.472
8) Vitaly Petrov (Renault) 1:23.504
9) Nico Rosberg (Mercedes) 1:23.963
10) Jarno Trulli (Lotus-Renault) 1:24.458
11) Timo Glock (Virgin-Cosworth) 1:25.086
12) Pastor Maldonado (Williams-Cosworth) 1:34.968

(Fotos Ferrari - Massa - e xpb.cc - Perez)

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

FORRÓ DE CABO A RABO

Era poeira subindo/era aquele poeirão/e os cabras não deixavam o Zé aguar o chão/ele chamou um soldado/e o soldado chamou um cabo/e o forró continuou/e foi forró de cabo a rabo”. A letra da música do inesquecível Luiz Gonzaga (feita em parceria com João Silva) trouxe muitos dos elementos desde início de atividade do GP da Coreia: a poeira na pista, os soldados que trabalham duro para aprontar as arquibancadas. É uma F-1 forrozeira no lugar mais improvável.
A situação é curiosa em especial na chicane que antecede a reta, a sujeira impera, uma vez que os pilotos “cortam” levemente a zebra com a parte externa das rodas esquerdas para ganhar velocidade na reta. Foi ali que me postei para fazer imagens do primeiro treino e ilustrar um quadro que não tem como solucionar até domingo.No fundo, acho bacana. Os melhores pilotos do mundo vão enfrentar um desafio a mais e acho que todo mundo vai ganhar com o espetáculo. Pelo menos dá para fazer umas fotos diferentes - a da McLaren, focando nas pedrinhas, ficou especialmente bacana. Clique nas imagens para ampliar!

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

EL MARIACHI

Trinta anos depois da discreta participação de Hector Rebaque como companheiro de equipe do campeão mundial Nelson Piquet, o México voltará a ter um piloto na Fórmula 1. Sergio Perez, 20 anos de idade, será o companheiro de Kamui Kobayashi na Sauber em 2011. É o primeiro fruto do programa de jovens pilotos feito pela gigante das comunicações Telmex, empresa do bilionário Carlos Slim.

Mas não é só o empresário que faz parte da trajetória de Perez. No sábado do GP da Hungria, fui convidado pela Bridgestone junto do jornalista inglês Adam Cooper para almoçar com ele. E foi muito interessante encontrar um sujeito muito mais maduro do que sua idade sugere. “Minha família sempre esteve envolvida com o esporte a motor. Meu pai trabalhou com Adrián Fernandez por 15 anos, fazia e eu pude começar assim muito novo, com seis anos no kart”, relata o piloto.

Fernandez atua como uma espécia de conselheiro para Perez, o acompanhando na maioria das etapas da GP2 neste ano. O mesmo deve acontecer no ano que vem. Mas foi algo muito diferente do seu início no automobilismo. “Vim para a Europa quando tinha 15 anos, para andar na F-BMW Alemã. Corria numa equipe pequena, não tínhamos muitos recursos. Eu morava num restaurante, numa cidade minúscula e não falava nada de alemão. Não era fácil”, recorda.

As dificuldades foram canalizadas de forma postiva pelo mexicano. “Isso me mostrou que a caminhada para a Fórmula 1 não ia ser fácil. Com 15 anos, eu já sabia que teria de fazer muitos sacrifícios e trabalhar muito se quisesse chegar lá. Para um europeu é mais fácil, pois ele sai da pista e já esta com a família e os amigos. Eu volto para casa e estou completamente sozinho. Mas já me acostumei com isso”.

O apoio da Telmex vem desde o kart, mas não há nenhum tipo de paternalismo. Carlos Slim se mantém em frequente contato com seus pilotos (além de Perez, a Telmex apoia Esteban Gutierrez e Pablo Lopez, que correram na GP3 neste ano). “É bom ter um patrocinador assim, porque ele entende o que está acontecendo. Se você teve um problema alheio, ele sabe. Se você errou, ele sabe também e te dá uma dura por isso”, conta Perez.

Durante a conversa, ele demonstra impaciência. Não por falta de educação ou de profissionalismo. Mas “Checo” está ansioso com sua preparação para a corrida de GP2 que começaria em poucas horas. Quer comer logo, voltar para o trailer de sua equipe e sentar com seus engenheiros. Quer, enfim, pavimentar com firmeza sua trilha até a F-1. “A concorrência é muito dura. Então não busco ficar olhando o que os outros estão fazendo. Me concentro totalmente no meu trabalho, dentro do carro e fora dele. Se o fizer bom, posso chegar na Fórmula 1. E não quero só chegar, quero tentar fazer história também”, receita.

Na história do automobilismo mexicano, ele já entrou. Para entrar na da categoria, terá de continuar trabalhando com a mesma dedicação. A maturidade joga a seu favor, a pouca idade lhe dá tempo para se estabelecer. A base está aí. Agora é com ele.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

O MERCADO SE MOVE

Os anúncios de Esteban Gutierrez como piloto reserva da Sauber para 2011 e de Jerome d’Ambrosio como piloto de testes que vai andar no primeiro treino livre nas próximas quatro etapas pela Virgin trazem um contexto interessante de como o mercado da Fórmula 1 está se movimentando no momento.

No caso de Gutierrez, isso vai confirmando o que eu escrevi neste post do início de agosto sobre o futuro da equipe. O acordo sinaliza que a Telmex está perto de chegar com tudo no time no ano que vem, com o vice-campeão da GP2 Sergio Perez com boas chances de ficar com a vaga de titular para correr ao lado de Kamui Kobayashi – e depois, com um Gutierrez mais maduro, com uma dupla 100% mexicana em 2012. A possibilidade do time ficar apenas com o jovem mexicano na reserva em troca de um patrocínio menor, mantendo Nick Heidfeld como titular, é muito improvável. A Sauber precisa de um piloto que traga um patrocinador de peso, algo que nem o japonês e nem o alemão conseguiriam. Dois anos com um carro branco seria o fim da equipe.


Na Virgin, a chegada de d’Ambrosio mostra que quem quiser ocupar a segunda vaga no time ao lado do verbalmente confirmado Timo Glock vai ter que colocar as mãos no bolso. Conversando com os membros da equipe, fica claro que estão satisfeitos com o trabalho de Lucas di Grassi. Mas a presença do belga em seu lugar nos treinos livres sinaliza que o brasileiro (ou qualquer outro candidato) vai precisar também de um argumento financeiro à altura para se manter por lá. Ele mesmo afirmou nessa entrevista que fizemos em Monza que alguém com muito dinheiro teria mais chances, seja na Virgin ou em muitas outras equipes do grid. É a realidade da categoria no momento e, com pretensos cinco milhões no bolso, o belga d’Ambrosio aparece muito bem colocado nessa disputa. Só precisa não comprometer nos treinos livres, afinal ele não tem nenhuma experiência com um F-1.

(Foto Sauber)

terça-feira, 14 de setembro de 2010

OS MOTIVOS DA SAUBER

Uma troca de piloto no meio da temporada sempre é um tema complicado. Quem sai se sente traído e desrespeitado e, tivemos um exemplo recente disso no ano passado, a decisão pode gerar numa confusão dos diabos quando o demitido resolve desenterrar um fétido cadáver enterrado pelos poderosos – que, sabemos agora, eram tão poderosos que continuam hoje sorrindo para as câmeras.

Não é o caso da Sauber. Desde o início do ano que Pedro de la Rosa havia recebido sinais de que corria perigo, vide declarações públicas de Peter Sauber que esperava por uma readaptação mais veloz do piloto às corridas. Os resultados só corroboraram o descontentamento do chefe: após 14 corridas, Kamui Kobayashi tem mais do que o triplo dos pontos do espanhol. E a confirmação recente apenas do japonês para o ano que vem deixou mais do que claro que De la Rosa sairia, no máximo, ao final da temporada.

Na verdade, se dependesse de Peter Sauber, o piloto já teria sido trocado antes. Mas De la Rosa arrumou um acordo com a filial espanhola do Burger King e se garantiu até Monza. A entrada de Heidfeld, porém, atende a dois anseios do dono da equipe: ele acredita que o piloto pode conquistar os pontos que De la Rosa não conseguia para a Sauber tentar ultrapassar Williams e Force Índia no Mundial de Construtores; e sabe que terá informações privilegiadas sobre o comportamento dos pneus Pirelli nestes primeiros testes para já trabalhar no desenvolvimento do carro do ano que vem.

Já na transmissão do GP da Bélgica eu apontei que era essa a aposta de Heidfeld ao se desligar da Mercedes e fechar com a Pirelli: se tornar um arquivo vivo valioso demais para ser desperdiçado. Deu certo. De la Rosa é mesmo uma pessoa bem legal, uma das mais simpáticas do paddock. Mas Peter Sauber nunca foi afeito a sentimentalismos e já mostrou com Felipe Massa em 2002 o efeito disso. Do ponto de vista da equipe, a decisão de hoje foi absolutamente correta.

(Foto Luis Fernando Ramos)

terça-feira, 7 de setembro de 2010

O JAPONÊS QUE DEU CERTO

Como esperado, a Sauber anunciou a manutenção do japonês Kamui Kobayashi para a próxima temporada. Uma notícia que confirma a qualidade desse piloto que chegou na Fórmula 1 encantando os torcedores com seu estilo aguerrido – e continuou fazendo isto neste ano assim que o carro da Sauber ganhou em velocidade e resistência.

É importante notar que Kobayashi ganhou a confiança de Peter Sauber por seus resultados. Ao contrário de compatriotas contemporâneos como Kazuki Nakajima ou Sakon Yamamoto, ele não traz consigo um caminhão cheio de motores ou uma carteira cheia de dinheiro. Ainda é cedo para avaliar o conjunto de sua obra na Fórmula 1, mas ele caminha a passos firmes para ser o melhor piloto japonês que passou pela categoria. E isso é muito.


Bacana, sua presença vai enriquecer o grid. A segunda vaga no time ainda está em aberto, mas se as conversas com Carlos Slim evoluírem, ela será preenchida por Sérgio Perez. A propósito, tanto a renovação de Kobayashi como esse possível acordo com a Telmex foram informações presentes na última edição do “Credencial”. Se você ainda não está na turma que escuta regularmente o programa, está aí mais um argumento para fazê-lo.

(Foto Sauber)

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

ARRUMANDO A CASA

As palavras temerosas de Bernie Ecclestone apostando no naufrágio de algumas equipes antes do final do ano foram puro terrorismo. O diminuto dirigente chegou à conclusão que as equipes da Fórmula 1 podem se satisfazer com um pedaço menor do bolo dos lucros da categoria se tiverem que o dividir por dez ao invés de doze. Mas as notícias que eu trouxe de Hungaroring e estão publicadas na edição de hoje do LANCE! mostram que as novatas chegam à pausa com uma base boa para assegurar sua continuidade na categoria.

A Hispânia realmente já acertou que vai usar o know-how, staff e instalações que pertenciam à Toyota na cidade de Colônia para seu projeto do ano que vem. O anúncio só não foi feito ainda porque os japoneses esperam o pagamento da parte inicial do acordo estimado em 55 milhões de euros, o que está programado para acontecer até no máximo no final de setembro.

A presença de Sakon Yamamoto no time foi de ajuda fundamental para sacramentar a parceria, principalmente por ele trazer no bolso cerca de um décimo desse valor. Ainda não é oficial, mas já posso adiantar que o japonês vai correr todas as etapas ao lado de Bruno Senna até o GP do Brasil. Apenas a prova de Abu Dhabi permanece em aberto – o carro de número 20 pode ser ocupado por Yamamoto, por Karun Chandhok ou até mesmo pelo austríaco Christian Klien no encerramento da temporada.

Outra novidade que está nas páginas do jornal é do acordo sacramentado entre a Lotus e a Renault, revivendo a antiga parceria dos anos 80. Em Hungaroring, se falou até na possibilidade do time de Norfolk abrigar o russo Vitaly Petrov no ano que vem para ajudar em seu processo de amadurecimento e abrir um lugar na Renault para um piloto mais “pronto” (Heidfeld, Sutil, Glock e Kovalainen foram alguns dos nomes citados). Mas o russo impressionou no final de semana e pode voltar a ser uma aposta dos franceses se continuar nesse tom.

Ao contrário dos dois acima, um acordo que ainda não foi fechado mas cujas conversas estão bem encaminhadas é o de Peter Sauber e Carlos Slim. O bilionário mexicano entraria como sócio minoritário da equipe, exporia sua marca Telmex na carenagem e traria seus protegidos para o cockpit dos carros de Hinwil. No ano que vem, Sérgio Perez correria ao lado de Kamui Kobayashi. Em 2012, a dupla seria Perez e Esteban Gutierrez, o garoto que anda impressionando na GP3.

Para encerrar, a Virgin continua apostando no seu projeto de sucesso a médio prazo e parece ter mesmo a base financeira para isso. A ordem por lá e continuar desenvolvendo o carro deste ano ao máximo para continuar tirando lições para o modelo do ano que vem. E a intenção do time é pela continuidade da sua dupla de pilotos, com o qual os chefes estão muito satisfeitos.

(Foto Luis Fernando Ramos)

segunda-feira, 19 de julho de 2010

BALANÇO DE MEIA TEMPORADA II

WILLIAMS
O sonho de voltar à briga pelas primeiras posições não deu certo no início do ano para a Williams. A verdade é que a tradicional equipe vive um ano de transição, com a chegada de investidores e mudanças no comando. Com um nome de tradição, uma boa estrutura e um piloto experiente para ajudar no desenvolvimento do caso, a base para crescer está aí. Mas eventuais resultados melhores só aconteceriam no ano que vem. Por enquanto, brigar por pontos é a realidade.


Rubens Barrichello
encontrou na Williams um ambiente que combina com seu espírito apaixonado pelas corridas. As reuniões técnicas parecem um concílio ecumênico e, com o passar das corridas, o brasileiro conseguiu colocar suas idéias e apontar caminhos. Os resultados disso já se refletem na pista e Barrichello permanece com a energia – e sobra em velocidade – para ficar ainda mais tempo na Fórmula 1.

Nico Hülkenberg
chegou na Fórmula 1 exalando uma autoconfiança fora do comum, que soava quase como uma arrogância. Hoje em dia, anda mais quietinho. Seu início de temporada foi marcado por erros, algo que faz parte do aprendizado de cada novato. Mas a evolução está sendo mais lenta que o esperado. Muitos no paddock apostavam que o campeão da GP2 iria rapidamente atingir e manter o ritmo de seu experiente companheiro, mas Hûlkenberg ainda parece muito longe de conseguir isso.

SAUBER

Apareceu na pré-temporada como candidata a ser a surpresa da temporada, mas decepcionou demais no início do ano – em boa parte por problemas de confiabilidade do motor Ferrari, que não seriam de responsabilidade do time suíço. Aos poucos, o potencial do C29 começou a aparecer, especialmente em pistas de alta velocidade. É um time em ascendência, mas que pode voltar a cair pela falta de recursos.


Pedro de la Rosa
foi uma das decepções da temporada até aqui. A aposta que Peter Sauber fez no experiente e elogiado piloto de testes da McLaren não rendeu até agora e ele chega ao meio do ano sem marcar pontos. Não é um piloto lento, superou o companheiro em vários treinos classificatórios. Mas o ritmo de corrida do veterano espanhol deixa a desejar. Aposto que sai do time no final do ano.

Kamui Kobayashi
continua plantado firme nos corações dos amantes do automobilismo arrojado. Sua performance em Valência, uma pista onde o carro estava mal, é uma das melhores do ano até aqui. Menos pelas duas brilhantes ultrapassagens nas voltas finais, mais pelo ritmo de corrida infernal que empregou quando estava entre os primeiros. Diria que é o oposto de Sakon Yamamoto: sem dinheiro, mas com qualidade de sobra para permanecer na Fórmula 1 por um bom tempo.

TORO ROSSO

A equipe de Faenza ficou de certa forma órfã da poderosa Red Bull depois que a FIA exigiu que cada time fabricasse seu próprio chassi. Ainda assim o STR5 não é um carro ruim, feito com muita inspiração no RB5 utilizado por Vettel e Webber no ano passado. O que tem atrapalhado o time é realmente a falta de recursos para desenvolver o projeto, o que tem a relegado às últimas
posições do pelotão intermediário.


Sébastien Buemi
começou o ano sem repetir as boas atuações da temporada anterior, na qual foi claramente superior aos companheiros de equipe que teve – Sébastien Bourdais e Jaime Alguersuari. Chegou a receber algumas críticas do conselheiro da Red Bull Helmut Marko, que funcionaram: o suíço apresenta agora uma curva ascendente e fez boas apresentações recentes, especialmente no Canadá

Jaime Alguersuari
, ao contrário de Buemi, começou o ano muito bem, com boas corridas e brilhando em algumas disputas com Michael Schumacher (que tem idade para ser o pai dele). Mas a temporada chegou na metade e o espanhol ainda não conseguiu solucionar seu ponto fraco que é o desempenho nos treinos de classificação. Largando atrás e com um pelotão do meio mais competitivo, sua estrela deu uma apagada.

(Foto Luis Fernando Ramos)

domingo, 31 de janeiro de 2010

A CRISE ESTAMPADA


Dia corrido com a família, mal deu tempo para acompanhar o lançamento dos carros de Renault e BMW Sauber em Valência. Mas o que chama mais atenção logo de cara é a dimensão da crise que enfrenta a sempre rica e opulenta Fórmula 1. O time da montadora francesa, que pertence agora a um grupo de investidores que nada tem a ver com a matriz, não tem um patrocinador principal, apenas a sua própria marca – o que, no jargão do jornalismo, chamamos de “calhau”, quando um veículo anuncia a si próprio para preencher o espaço de um anúncio não vendido.

Na equipe suíça, o choque é ainda maior: não há patrocinadores. Peter Sauber têm o apoio de algumas empresas, anunciou ontem mesmo um xampú japonês como parceiro (sem ironias aqui com sua protuberante calvície), mas tudo indica que são parcelas pequenas. E a mais significativa notícia do dia veio dos bastidores.

Ontem, no “Pole Position” da Rádio Bandeirantes, já discutíamos a possibilidade da USF1 ficar de fora das primeiras etapas da temporada. O fato é que a reunião dessa semana da comissão de F-1 (que reúne a FOTA, a FIA e Bernie Ecclestone) vai realmente estudar a possibilidade de permitir que as equipes novas possam se ausentar de três corridas das 19 do calendário – uma medida que pode atender tanto as que estão atrasadas com o projeto quanto aquelas com dificuldades no orçamento (ou seja, todas). Para Bernie permitir isso, é porque a coisa está mesmo feia.

Esta semana ainda deve trazer uma definição quanto ao futuro da equipe Campos. A venda da equipe (em parte ou no todo) para Tony Teixeira parece que foi concretizada. Mas a sensação que eu tenho é que a comunidade da Fórmula 1 reluta em receber um sujeito de negócios tão controversos. Fala-se de problemas com a bolsa de valores no Canadá, da insolvência da empresa que administrava a A1GP e por aí vai. Resta saber se o time vai garantir seu lugar, ou se o perderá para a Stefan GP, que comprou o espólio do time de F-1 da Toyota. No meio da confusão está Bruno Senna e o futuro de sua carreira.

Espero muito que ele esteja no Bahrein. Se Vitaly Petrov ganhou hoje sua chance de correr na categoria máxima da F-1, o brasileiro também mereceria a dele, pois andou melhor que o russo na GP2 quando ambos tinham equipamentos similares. Vai ser interessante ver o que o Petrov pode fazer este ano. Algum potencial ele mostrou. E, dos novatos, só não está num carro melhor que o de Nico Hülkenberg – ou pelo menos eu espero uma Williams (bem) mais forte que a Renault, pelas informações teóricas que a pré-temporada nos trouxe.

Quanto aos dois carros mostrados hoje, só um breve comentário: achei o C29 com uma cara melhor que o R30. Apesar do fiasco do ano passado, muito por causa do KERS, o projetista dos suíços Willy Rampf costuma criar modelos eficientes. A Renault, pelo jeito, vai continuar com um motor bom feito pela fábrica francesa, com um carro ruim feito na Inglaterra. O bico do R30, que falhou na primeira tentativa do crash-test, está com uma bela cara de remendo.

A conferir como eles se sairão junto de outros bólidos a partir de amanhã. Um dia agitado, para vermos o novo projeto de Ross Brawn, agora com a Mercedes; olharmos mais de perto a Williams de Rubens Barrichello, que está deixando a equipe bem animada para a temporada; e a primeira Toro Rosso projetada e desenvolvida inteiramente na fábrica de Faenza, sem a pena de Adrian Newey (até que ponto?).

Minha dica para essa primeira semana de testes? Ficarmos mais de olho na quilometragem acumulada do que nos tempos de volta. Com carros novos e com os compostos da Bridgestone que ninguém conhece ainda, tenham a certeza que os times vão trabalhar com o objetivo de acumular o máximo de informações possível para entender o conjunto e aplicar mudanças nas próximas três semanas. E, com a crise pegando tão forte, poderemos ter a volta daqueles leões de pré-temporada, equipes que andam até mesmo abaixo do peso mínimo para aparecerem bonitas no cronômetro e conseguirem um patrocinador de última hora.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

O QUE SABEMOS E O QUE NÃO SABEMOS

O dia mal começou, mas há uma revolução em curso. No início da manhã européia, a FIA “rebaixou” a Sauber à equipe reserva para abrir uma vaga para a Lotus, com o argumento de queainda restam incertezas quanto ao futuro da equipe”. Duas horas depois, a BMW anuncia que a equipe foi vendida para um grupo de investidores suíços e árabes. É óbvio que a FIA sabia disso de antemão. Talvez não dos valores, mas que um acordo estava próximo ou mesmo que estaria consumado. Como principal interessada em manter a vaga, a turma de Hinwil sempre manteve Mosley e Bernie bem informados do estado das coisas.

Então porque a FIA faria isso? Bem, se tudo está acontecendo agora, justamente a poucos dias do julgamento sobre Cingapura e a menos de um mês e meio do final da temporada, é porque os dirigentes sabem realmente que alguma das 13 equipes inscritas no ano que vem vai sair fora (e sabemos que não é a BMW, depois do resgate de Hinwil). A menção no release da FIA da possibilidade de um Mundial com 14 equipes foi um mero exercício de cinismo.


Existem dúvidas no paddock quanto à sobrevivência das equipes novas, as principais delas centradas na USF1 (e perguntar não ofende: se estas dúvidas existem, porque a vaga foi dada à ela? Que lixo de concorrência foi essa?). Mas o eventual fracasso de um desses times não é um fato consumado. Eles estão na luta por patrocínios, podem ter problemas para garantir a retaguarda técnica, mas ainda trabalham para correr no ano que vem. Não é possível dá-los como mortos. Ainda não.


Não sei não, mas começo a achar que foi a Renault quem definiu junto de Max Mosley uma estratégia para minimizar os danos do episódio e está batendo em retirada. Corta-se a cabeça de Briatore, Pat Symonds e Nelsinho Piquet ganham imunidade, a marca faz um pedido de desculpas pela decisão individual do italiano e sai de cena, talvez até se mantendo como fornecedora de motores para salvar pelo menos a fábrica de Viry-Chatillôn.


A decisão, acho eu, já foi tomada. Pode ser maluquice demais da minha cabeça. Mas uma movimentação intensa dessas num cenário que estava completamente parado pode significar que alguma coisa muito grande aconteceu.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

MINIATURAS – SAUBER C24

Achei muito legal essa miniatura de Felipe Massa com o carro da Sauber do Mundial 2005, pela própria história do piloto com ele. Na corrida de encerramento da temporada, de malas prontas para a Ferrari, ele conversou com Peter Sauber e ficou acertado que ganharia o carro de presente se chegasse entre os cinco primeiros. O brasileiro terminou o GP da China em sexto lugar, mas o suíço ficou tão emocionado com os pontinhos na corrida de despedida de sua equipe (que tinha sido vendida para a BMW) que presenteou Massa mesmo assim.


O modelo da foto foi enviado pelo Guilherme Rosa e é da Minichamps, fabricado na escala 1:43.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

FOTO DO DIA – GP DA AUSTRÁLIA DE 2000

A Honda voltou a dar o ar de sua graça em Albert Park, no ano 2000, como fornecedora de motores da equipe BAR. E foi uma volta animadora, com seus dois pilotos terminando na zona de pontuação: Jacques Villeneuve (liderando o grupo) foi o quarto colocado e Ricardo Zonta, o sexto. Foram os primeiros na história da BAR. Num ano amplamente dominado por Ferrari e McLaren, a equipe conseguiu faturar umas sobras aqui e ali e encerrou o ano em quinto lugar.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

O DIFERENCIADO KIMI

Rápida e deliciosa conversa hoje com Jacky Eckelaert, engenheiro belga da Honda e que trabalhou com Kimi Räikkönen no ano de estréia do finlandês na Sauber, em 2001. Ele nos contou que Kimi parou nos boxes no meio da corrida de Mônaco, com um problema de falta de potência no motor.

“Ele entrou nos boxes com o motor falhando e desceu do carro. Fui olhar os dados da telemetria e percebi que um dos sensores tinha dado problema e estava acusando, de forma errônea, que uma das rodas estava girando em falso. Com isso, o controle de tração automaticamente cortava a potência do motor”, relembra.

Eckelaert sabia que podia simplesmente desligar o sensor e sugeriu que Kimi voltasse à pista – sem controle de tração. “Já havíamos perdido quatro voltas no processo, mas poderia ser que sobrassem poucos carros ao final da prova e, como era a primeira corrida dele em Mônaco, e ainda faltavam umas sessenta voltas, seria importante para ele acumular experiência. Só falei para ele ter cuidado, porque qualquer erro na hora de acelerar, resultaria num acidente”.

Neste momento, o belga faz uma pequena pausa para suspirar. E continua: “Ele foi até o final e ainda fez a sexta melhor volta da corrida, sem o controle de tração! É um grande piloto”, elogiou.

E quem seríamos nós para duvidar?

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

QUER COMPRAR UM FÓRMULA 1?

Sim? Pode ser um da Sauber, como o C13 da foto acima? Então entre neste site e dê o seu lance. Se você sair vencedor do leilão, leva o carro. Mas atenção: eles vêm sem motor e nem peças extras. Ou seja, se você pretendia utilizá-lo para correr em Interlagos, desista. No máximo, dá para pendurar o bólido na parede da sala, como fez Otávio Mesquita.

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

PFIATI, ALEX!

A foto acima foi tirada em 12 de agosto de 1996 e registra duas estréias: a do circuito de A1 Ring, o traçado que aplicaram nos anos 90 para o antigo circuito de Österreichring; e a de Alexander Wurz em um carro de Fórmula 1. Onze anos e 69 corridas depois, o austríaco anunciou hoje de forma surpreendente sua aposentadoria. Ainda faltando o GP do Brasil para terminar a temporada, ele deixará o cockpit da Williams vago em Interlagos – a equipe deve anunciar amanhã seu substituto.

Na televisão de seu país, o piloto justificou sua decisão dizendo que “chegou a hora de poder acordar e não ter de dar 110% de mim no trabalho”. Seu terceiro filho nasceu na noite anterior ao GP da China e Wurz deve mesmo estar louco para encontrar mais tempo para dedicar à família. Trabalhar como piloto de testes da equipe no ano que vem é algo que ele considera – mas se os testes continuarem limitados. Certo mesmo é que ele vai continuar fazendo seu belo trabalho de prevenção de acidentes no trânsito através de palestras e eventos especiais.

A carreira de Wurz na F-1 pode não ter sido das mais fulgurantes, mas ainda assim foi pontuada por três terceiros lugares. O último deles foi no GP do Canadá deste ano, certamente a sua melhor corrida na categoria: ele havia largado em 19° lugar! Todos se lembram do sinal de “Hang Loose” que ele ficou fazendo no pódio, mas poucos sabem o motivo. O austríaco pratica kite surfing e, na manhã antes da corrida, um amigo seu do esporte lhe ligou desde o Havaí dizendo que estava com a premonição que ele subiria no pódio. Wurz deu risada e foi para a pista. Na última volta, se lembrou do palpite do colega e resolveu “homenageá-lo” com o sinal típico da tribo de kitesurfers.

Para mim, é uma pena não tê-lo mais no paddock da Fórmula 1. Sai de cena um dos mais atenciosos e inteligentes pilotos do grid. Na mesmice das entrevistas atualmente, era um prazer especial participar das suas conversas com os jornalistas de língua alemã – respostas impregnadas de senso de humor, sempre com algumas pistas sobre segredos técnicos ou estratégicos que os outros pilotos evitam com umnão posso falar sobre isso”. Wurz jamais mostrou medo ou desrespeito com os jornalistaspelo contrário, sempre nos premiou com uma visão completa e realista da categoria.

Parecia ser também uma pessoa bem legal. Uma grande amiga minha de Viena foi namoradinha dele na adolescência, quando ele ainda estava dando os primeiros passos no automobilismo. Há uns três anos, em Interlagos, fiz uma entrevista informal com ele e depois contei que tínhamos esta amiga em comum. Wurz levou um susto com a coincidência (ainda mais com um jornalista brasileiro) e depois ficamos um bom tempo falando de coisas da vida, família e filhos – e de como perdemos facilmente contato com pessoas importantes para a gente no passado. Foi um ótimo papo.

Tchau, Alex!