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quinta-feira, 10 de março de 2011

FOTO DO DIA - LE MANS 55

Falei ontem sobre a Mercedes 300 SLR que tinha um flap funcionando como freio e o Renato Breder garimpou essa pérola: Juan Manuel Fangio com o dispositivo em ação na caça ao Jaguar de Mike Hawthorn, pouco antes da tragédia que aconteceria na reta dos boxes. Os carros, o grande público, o visual do circuito... belíssima foto, clique para ampliar!

quarta-feira, 9 de março de 2011

O AVÔ DAS ASAS MÓVEIS


Se pensarmos na evolução dos conceitos aerodinâmicos no automobilismo, é curioso ver que o princípio da asa traseira móvel vai de encontro às ideias dos primeiros passos feitos nessa área. Como naqueles enormes aerofólios surgidos no final dos anos 60, com os pilotos mudando sua posição para a freada (mais perpendicular ao solo) e para a reta (mais parelelo).

Mas, no fundo, esse conceito já estava presente mesmo nos anos 50. E meio por acaso. Quando a Mercedes desenvolveu o modelo 300 SLR para as competições em Le Mans, criou um flap que era acionado mecanicamente nas freadas para ajudar a segurar o carro e aliviar o desgaste dos freios a tambor, muito acentuado na prova pelas freadas intensas depois de longas retas.

A ideia gerou mil protestos dos concorrentes, por motivos óbvios: quando um carro da Mercedes freava, quem vinha atrás tinha o campo de visão severamente bloqueado e podia perder o seu próprio ponto de freada. No final das contas, o trágico acidente com Pierre Levegh motivou a retirada da marca na prova de 1955, quando a novidade foi utilizada, e jamais se comprovou se o flap realmente aliviava o desgaste dos freios.

Mas o uso da solução como uma espécie de aerofólio ficou claro na genialidade dos dois principais pilotos da marca. Juan Manuel Fangio e Stirling Moss logo perceberam que poderiam usar o dispositivo em três fases distintas: fechado para as retas; aberto nas freadas; e levemente entreaberto nas saídas de curvas, o que garantia uma melhor estabilidade do carro na reaceleração. Mais asa móvel do que isso, impossível.

(Foto Mercedes)

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

BAHREIN: QUEM PERDE E QUEM GANHA

Discussões políticas à parte (elas estão no post abaixo), vale um exercício de ver quem se saiu bem e quem perdeu com o cancelamento do GP do Bahrein e o fato da temporada começar duas semanas mais tarde, na Austrália.

QUEM GANHOU
McLAREN
A pré-temporada era curta demais e, argumentos otimistas à parte, o fato é que a McLaren não esperava tantos problemas iniciais com o MP4-26 e chegaria ao Bahrein com muita lição de casa não feita. Estas duas semanas a mais permitirão que o time as faça, podendo almejar começar o ano em pé de igualdade com Ferrari e Red Bull. Parece pouco tempo, mas quem conhece a capacidade dos engenheiros da F-1, ainda mais dos que dispõem de recursos, sabe o salto que eles podem fazer em quinze dias.

PIRELLI
Se por um lado perdeu com a não realização de um teste sob altas temperaturas - o que estava prevista para o Bahrein - o fato da próxima sessão em Barcelona tornará mais fácil que a fabricante faça (e teste) eventuais revisões na construção do composto médio, que apresentou um comportamento imprevisível demais até aqui.

MERCEDES
Pela performance do W02, talvez dois meses antes da abertura da temporada seria o ideal. Mas o carro deu sinais de melhora nos últimos testes em Barcelona e apresentou um trunfo que pode ser importante no início do ano: a maior velocidade final de reta do grid. Agora, terá tempo para resolver sua principal dor de cabeça, a fragilidade do equipamento.

HISPANIA
Uma equipe que treina pouco e que ainda nem apresentou seu carro e seu segundo para a temporada pode respirar aliviada com o tempo que ganhou para fazer isso e com uma corrida a menos para diminuir seus custos. Na sua arte de sobrevivência, quanto menos atividade, melhor.


QUEM PERDEU
RED BULL
É consenso no paddock que o RB7 é o carro com mais potencial até aqui. Para complicar ainda mais, o modelo tem apresentado uma excelente confiabilidade - e Adrian Newey ainda guarda alguns trunfos na manga quanto ao pacote aerodinâmico. No Bahrein, correria no máximo contra a Ferrari pela vitória. Agora pode ganhar mais companhia na frente.

FERRARI
É um quadro parecido com a da Red Bull. A Ferrari também estava mais pronta que as outras para começar a batalha. Mas há um outro fator importante: o único KERS que não deu nenhum tipo de chabu mais sério nesta pré-temporada foi o dos italianos. Mercedes, Renault, seus clientes e a Williams sofreram (ou ainda sofrem) com suas unidades, mas poderão reverter isso com mais tempo agora.

FELIPE MASSA
A sensação é de que o carro da Ferrari está bem e eu pude testemunhar de perto a animação de Felipe Massa com ele já em Valência. E o brasileiro costuma andar bem no Bahrein, mas não tem um histórico tão bom em Melbourne (embora tenha conseguido um pódio no ano passado). Reverter isso será um desafio maior para o início do ano. Por outro lado, isso não é de todo ruim, já que suplantar eventuais deficiências será um ponto crucial para que Massa tenha uma bom temporada.

PRÍNCIPE SALMAN AL KHALIFA
É relevante o fato de ter sido os organizadores do GP do Bahrein que anunciaram o cancelamento da abertura da temporada prevista para 13 de março. Se a prova não se mover no calendário, o que vai acontecer se o bom senso prevalecer, dificilmente ele vai receber de volta o dinheiro que pagou para Bernie Ecclestone. Claro que ele tem coisas muito mais importantes para resolver, mas o cancelamento foi uma derrota tanto política quanto econômica para o príncipe.

(Foto McLaren)

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

A MERCEDES RESPONDE

O melhor tempo de Michael Schumacher no teste de hoje em Jerez de la Frontera não poderia ter vindo em melhor hora. O W02 já mereceu críticas pesadas na Alemanha, com gente até temendo que o carro ficasse fora de algumas corridas pela regra dos 107%. O heptacampeão mostrou que os ataques eram exagerados e a direção da Mercedes respirou aliviada. Para os tempos do dia, clique aqui.

O que não significa que não há trabalho pela frente. Afinal, os tempos de volta do alemão subiram vertiginosamente nas voltas seguintes à de sua melhor passagem, denunciando um desgaste muito alto da borracha. Neste ponto as rivais estão bem mais à frente. Pelo menos Schumacher andou mais de cem voltas e os engenheiros do time puderam comemorar um dia sem grandes pepinos mecânicos.

Quem impressionou hoje foi a Ferrari, com Felipe Massa completando um long run com uma constância animadora nos tempos. E novamente com muita quilometragem acumulada, assim como a Red Bull. Já a McLaren ainda não fez um teste maior em ritmo de corrida, mas Jenson Button conseguiu uma boa marca com pneu novo. Colegas que estão em Jerez me dizem que a sensação no paddock é que as principais equipes só devem mostrar mais as cartas apenas em Barcelona (um pouco) e no Bahrein (um pouco mais).

Vale destacar ainda que os dois novatos latino-americanos ainda estão pagando o preço da inexperiência. Sergio Perez e Pastor Maldonado tiveram batidas relativamente fortes e os mecânicos de suas equipes farão hora extra para reconstruir os carros para os testes de amanhã. O pessoal da Sauber não encontrou na telemetria nenhuma causa aparente para justificar a perda de controle do carro e foi na torre da pista ver o que as imagens mostravam. “Sergio perdeu o controle do carro e isto faz parte do processo de aprendizado”, falou James Key.

Já Sam Michael, da Williams, não poupou seu piloto. “Foi um dia ruim para nós. Primeiro ficamos parados nos boxes com um problema no KERS. Depois nosso piloto bateu o carro. Ele subestimou que o carro reagiria de forma diferente com o tanque cheio”. O Team Lotus também tem o que se preocupar. Poucas voltas com o T128, que voltou a apresentar problemas mecânicos.

(Foto Mercedes)