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segunda-feira, 22 de maio de 2017

O Presidente Drógado apresenta Quatro Dramas de Faca e Alguidar



Este Sábado que passou, finalmente saiu um disco - um vinilo 12" gravado de um só lado - que marca não só o regresso da saudosa Imprensa Canalha como o do Presidente Drógado a edições decentes, isto para quem tem feito uma carreira fonográfica de CD-Rs pobrezitos (excepção prá edição da Burning Desire). Escrevi "edições decentes"? Meus caros, esta edição é a razão porque se compra discos em vinilo.
'Tá Top! É bem capaz de ser a melhor edição em vinilo em Portugal nesta década ou milénio, já não digo melhor edição fonográfica porque ninguém até hoje bateu as edições da Matarroa desenhadas pelo designer Chemega. Capa em serigrafia, textos explicativos da enorme saga de três anos que demorou para sair o disco - o problema principal, é que com a moda do vinilo, as fábricas de discos estão a ignorar os pedidos de editoras mais pequenas.
Baseado num caderno antigo do século XIX descoberto pelo João Bragança (Succedâneo) que contava uma estória de drama e crime, foi dado o mote para uma pequena recolha im-popular de "murder ballads" em que o Drógado é perito. As gravações vão de 2008 a 2015 e inclui excelentes participações de Patrícia Filipe (com quem partilham o projecto Come-se a Pele), Filipe Felizardo e Rita Braga - que várias vezes apareceu marciana em concertos e gravações do Drógado.
Advertência aos fãs agarrados: as músicas do Drógado neste disco são "dark" e mais trágicas que cómicas, o que poderá fazer algum choque a quem espera apanhar letras irónicas sobre o consumo de estupefacientes ou os clichés da vida contida de Rock'n'Roll deste Lou Reed de Linda-A-Velha. Há um tom de seriedade que casa com o grafismo do disco em perfeição. O simples facto de se colocar o disco na aparelhagem e ouví-lo à medida que se consulta os textos percebe-se que estamos num mundo Pop em estado de "slow food", há que apreciar isto com calma e gosto. Há o espectro "trash" que paira no disco, claro, afinal falamos de baladas populares e que até são descobertas literalmente no lixo mas é daquele "trash" que foi transformado em luxuo e será guardado para sempre nas prateleiras dos doze polegadas...
Parabéns Zé!

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Dona ao quanto obrigas!

Estivemos na Dona Edite e adquirimos algumas novas peças editoriais que nos parecem bem importantes mesmo com alguns anos de atraso!

A começar desde já com o CD-R "deluxe" do Presidente Drógado que finalmente tem uma edição decente mesmo que seja um mero CD-R. Depois de quatro CD-Rs modestos e com grafismo manhoso pela Leote Records, eis Presidente Drógado e a Banda Suporte / Burning Sessions (AI + Burning Desire; 2015) num registo ao vivo nos estúdios punk do Camarada Buga! Seis temas com uma banda bem oleada - a mesma que se apresentou no lançamento do Bestiário Ilustríssimo 2 - em que o habitual e valente "narco-humor" ganha uma dimensão sónica maior que a apresentação "voz + guitarra" como nos habituamos a ver - e como ainda vimos no Sábado passado no concerto dado na Dona Edite. Não que o aspecto de um objecto seja mais importante do seu conteúdo mas é verdade é que há muito que o Drógado merecia o mimo de ser editado com algum requinte. É o caso desta edição em que apesar de termos de gramar com um manifesto DIY do Buga (meu, que melga solipsista! quem quer saber dos teus atrofes?) está com uma excelente apresentação: capa em serigrafia, letras impressas, ficha técnica, etc... Parabéns a todos!

Que luz estarias a ler? (Xerefé; 2014) de João Pedro Méssefer e Ana Biscaia é uma brochura que expande a BD já publicada na nossa antologia Quadradinhos a preto e branco embora a publicação fosse a cores - talvez os autores tiveram urgência a trabalhar neste conto que se situa durante os bombardeamentos israelitas na faixa de Gaza  no Verão passado em que assassinaram 500 crianças.
No meio de destroços e brutalidade humana, uma miúda salva alguns livros da sua escola. Para muitos tornou-se uma Heroína ou no mínimo um ícone pois por muito que os "nazionistas" tentem mostrar os muçulmanos como selvagens terroristas ou bestas fanáticas - quando na melhor ironia geopolítica, sabe-se que Israel apoia o Estado Islâmico para desestabilizar os seus vizinhos árabes - esta miúda apontou para uma imagem totalmente contrária. A da resiliência e da consciência da necessidade de criar um futuro em que o acesso à cultura é essencial. Méssefer e Biscaia poetizaram o acto... muito sinceramente dada à barbárie e esta "pequena luz", o que poderiam eles fazer?


Por fim, adquiri o último disco de Bernardo Devlin, Sic Transit (Nau; 2012), o álbum mais Pop deste "composiautor" - é que a expressão "cantautor" remete a freakalhada anacrónica! É considerado, pela crítica especializada, como o disco mais acessível de Devlin e percebe-se porquê, realmente as músicas assemelham-se a Pop/Rock ou um post-punk qualquer de 1982.
A questão é que não há nenhum disco de 1982 ou dos anos 80 em Portugal que soe a este. Ninguém conseguiu fazer algo assim, com esta qualidade...
Claro que pelo facto de me referir a "pop/rock" não significa que a música passou a ser "pateta alegre"! A negritude de Devlin está sempre presente com a sua voz de barítono à Scott Walker embora o tema A Nova Europa traga um estranho humor aos seus textos, se ele já existtias em álbuns anteriores era imperceptível. A música deste disco ao mesmo que tempo que é sofisticada e bem produzida tem um "feeling" primitivo pela repetição Pop/Rock, com o piano serve de guia dinâmico, afastadas as orquestrações dos outros discos. Música misteriosa a descobrir passados três anos...

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Speedball at Cova da Moura

F.Leote : Colagens Sonoras (LeoteRecords, 2010)
Presidente Drógado (LeoteRecords, 2010)

CD-R's de duas facetas de F.Leote, de um lado é o «lamechas-rock dos subúrbios de Lisboa» que serve de contra-ponto ao puritanismo da FlorCaveira - já que o cantaurorismo está na moda - e por outro lado é o "pirata-meister" que faz "phunderfónix"!
Começamos pelo mais abstracto que são as colagens que Leote tem feito para vários projectos - a maior parte deles já divulgados aqui, é só seguir os links. Alguns trabalhos são pessoais como Rádio ou outros são de encomenda para a Imprensa Canalha e as suas antologias gráficas Néscio (sobre Portugal) e Cabeça de Ferro (sobre a Revolução Industrial). As recolhas tem várias fontes, algumas reconhecíveis outras não, que resulta num caos sonoro mas que flui bem para quem já se conhece Negativland e outros do género. É «uma espécie de Mash-Up Mix-Tape» - o que aconteceu ao Psychiatric DJ? - para quem não tem os livros e as outras edições incómodas, eis a súmula da coisa numa pueril caixa de CD cheia de fita de k7 toda "artsy-fartsy"...
O Presidente Drógado é guitarra em punho e boca no trombone, cuspindo a canalha que uma sociedade PC (não é o partido nem o computador, caraldo!) não gosta de ouvir bocas aos seus podres sociais, políticos e higiénicos. Enquanto a FlorCaveira faz isso com a Bíblia na mão, o "Drogas" pega no Vilhena e Mário Henrique Leiria o que torna a coisa muito mais divertida como é óbvio - e de alguma forma a lembrar o Apupópapa. É música de viola que lembra sempre fogueira de acampamento, só que neste os escuteiros foram chacinados e estão a apodrecer nuam vala comum, e alguém passa mais ganza... Não é música para MENINOS! Eu voto no Drógado para Presidente!

como o gajo não sabe o que é um myspace - contactem a Rita Braga que eles costumam tocar juntos.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Laica Som Sistema

Coisa boa a Feira Laica! Um gajo enche-se de coisas novas para ver e ouvir! E esta última trouxe muitas que já começamos a divulgar aqui no blogue. Vamos prás antologias musicais neste "post".

Começamos pelo evil metal! Que pelos vistos em Portugal está em grande a julgar pela Infected (Infektion; 2011), uma colectânea da revista em linha Infektion Magazine. Excluindo uma treta meio-power-metal todo o CD é quase exclusivo de bandas Death e Black, um momento ou outro entra algum Metalcore e Nu-Trash, sendo ainda que das 18 bandas, só três são estrangeiras - por acaso até são as que tem o pior som. Longe de haver algo de original ao que se faz pelo mundo, destaco umas quatro bandas: Darkside of Innocence (Death progressivo, cheio de breaks, na linha de Ephel Duath), Peste (Black'n'Roll vomitado em português), Into the Abyss (Death à séria!) e No Bless (Electro-Babaji-Metal).

The Futureplaces Impromptu All-Stars Orchestra com Poststop (Crónica Electrónica; 2011) fazem-me lembrar algo que o Napoleão disse: "Se queres algo que se concretize faz tu mesmo, senão cria uma comissão." Durante dois dias do festival Future Places e usando a mão-de-obra dos músicos do C.C. Stop (um centro comercial decadente do Porto onde bandas passaram a usar as "lojas" como locais de ensaio e estúdios) foi produzido este CD num workshop. Dizem os apontamentos do CD que quem trabalhou nisto analisou, dissecou e discutiu ideias mas ouvindo a coisa, parece tudo mal enjorcado. Um pós-modernismo em pó misturado em águas de Electrónica, Jazz, Dub, Industrial,... Não sabe mal mas sabe a artificial. Alguém (sem relação com o projecto ou editora) deu-me este CD... não deveria ter aceite!

Porra, este é já o terceiro CD-R que tenho do Presidente Drógado por isso já devo ter a música dedicada ao Beefheart em três versões diferentes ou então em 3 CD-Rs diferentes, não sei, tenho de ver a "colecção" lá em casa! O Presidente Drógado lançou um novo disco na Feira Laica (onde tocou com toda a agarradice) e a julgar pelo crescente grupo de pessoas que colaboram no disco como Rita Braga, Karlheinz Andrade, João Gama (dos Traumático Desmame, banda que Leote também faz parte), Bernardo Devlin (produção),... este deverá ser a versão mais finalizada para uma "edição oficial" - as edições tem sido CD-Rs manhosos do "capataz da pirataria", Leote Records!
Tal como o Futureplaces também se sente alguma artificialidade nestas novas versões e novas canções, talvez porque geralmente o Drógado toca sozinho ao vivo (e nos registos) e como tal acompanhado soa apenas a estranho. No entanto há elementos que vão aparecendo ao longo da audição que soam demasiado a estúdio estragando a aura "lo-fi" que lhe têm sido característica. Espero que o Presidente não se esteja a estragar porque de resto, não há nada mais a declarar, ele continuar a fazer os retratos perfeitos da vida podre que se vive nas cidades e arrebaldes.


Meto no mesmo saco o disco de estreia e auto-editado dos galegos Cró! (que tocaram na Laica) e Godofredo (Fora do Eixo + Big Bross; 2011) dos brasileiros Vendo 147 não apenas porque são ambas instrumentais - embora Cró! tenha alguma voz ocasionalmente ao vivo ou samplada - mas porque ambas dão vontade de pensar porque raios gajos novos acham que podem soar a velhos? Uma banda instrumental não é coisa de meninos, ou sabem tocar como doidos varridos ou então devem ter ideias geniais. Ficar a meio caminho dos Trans Am, Magma, King Crimson, Mahavishnu Orchestra e Battles é pior do que ficar a meio caminho de Ramones ou dos Cannibal Corpse - ainda assim...
Até podem vir com uma bateria gémea (parece que está na moda) mas isso não esconde a falta de tesão - no caso dos Vendo 147. Podem ir buscar samples de Bill Hicks (parece que está na moda) mas isso não impede a rigidez das formas - Cró! O que são boas são as embalagens dos seus CDs, especialmente no caso dos Vendo 147, que é um díptico no formato de um single 7" dá mesmo vontade de atirar o CD pró ecoponto e substituir por algum vinil que não tenha capa protectora... Para fechar e sob uma pespectiva nacionalista: já não nos bastava ter de aturar a xungaria dos Paus e dos Torto...

Chegamos por fim às edições da Marvellous Tone. O CD de Aceloria é Dubstep puro e duro... Se nas áreas do Rock anda tudo no "post-rock" à Battles (como já vimos), na electrónica (e não só, na Pop em geral) não há gato e sapato que não seja /use Dubstep. Teria de ser um "expert" em Dubstep para perceber a qualidade deste disco - ainda por cima, nem assisti ao concerto que deu na Laica, embora tenham dito bem do concerto... A produção é forte, os beats tem andamento e os MCs que participam tem letras com relevância. Para começar é o mínimo que se pede... Posso afirmar que é uma boa edição mesmo não sendo "expert" em "Dublogia".

E uma k7 para acabar. Algorythms é de Mo Junkie é uma mixórdia de sons que nem sei bem o que pensar. Não é IDM nem Power Electronics, "experimental" é vago até porque há "beats" a correrem aqui e acolá. "Turntablism" também não. Dub é uma das coisas que percorrem por aqui, tal como glitches, loops, samples e toda a espécie de lixo sonoro. Não é Noise porque apenas não há. Isto é Cut'n'paste de bêbado?
Só sei que deixam muita fita na k7 para gravar, por isso, devo gravar alguma treta electrónica a seguir às "faixas" do Mo Junkie... 
Por fim é importante referir que estas duas últimas edições tem capas produzidas pelo Dr. Urânio, o artista plástico mais bem escondido do Porto, perito em colagens "futuro-primitivas". Só me parecem trocadas as capas a de Aceloria ficava bem era no Mo Junkie, e vice-versa... não?

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Sábado underground

Foi um fim-de-semana no mínimo activo em eventos musicais underground, em Lisboa e no Porto - era preciso era escolher a cidade...

Em Lisboa houve um concerto de Presidente Drógado que lançou o EP A minha drogaria (Leote Records; 2012) de seis músicas sobre... drogas! Algumas são sacadas a edições anteriores do Drógado, outras são novas - sim porque este tipo pode ser agarrado mas tem mais pica que qualquer outro músico "clean" que ande por aí.
A versão de Waiting for the man (at Cova da Moura) é de um neo-realismo feliz, A broca é hilariante (excelente imitação de voz de mitra), O vinho e o Haxixe é uma rapsódia divertida... Foi um concerto em ambiente "relax", quase familiar, banda sonora para uma geração que se drogou ou que se droga,... no fundo até se percebe porque o Presidente ainda não foi editado de forma profissional, as editoras fonográficas são geridas por betinhos que não entendem o humor de agarrados e afins...
Antes do Drogadito-Mor apareceu um puto Smiley Face, também "cantautor" humorístico como o Presidente mas com letras dedicadas à vida teenager portuguesa deste milénio. Nice! É bom saber que o "cantautorismo" português está a fugir às secas Bob Dylans + poesia urbana da sarjeta + amor de Deus...

Foi neste concerto que conheci a simpática e fascinada "crew" da Cafreta Records que me arranjaram a sua colectânea Granda Compilação! (2008​-​2011) onde os projectos deste grupo de jovens se manifestam no esplendor DIY do CD-R eda  capa em fotocópia. As malhas que se ouvem passam pelo indie-rock-sónico (Pega Monstro, Kimo Ameba, Egg Shell), alguma electrónica (Go Suck a Fuck), Noise (Rabu Mastah) e folk (Éme) geralmente com letras (quando se percebem no meio da sujeira lo fi das gravações) de inocência (auto)trocista da idade que vivem - conseguindo emitir histórias sobre testes de matemática e namoricos.
Como já devem ter reparado, eles andam na boca do povo, apadrinhados pelo B Fachada e pela Filho Único, o que é estranho dada à leveza musical verde que os projectos deste colectivo ainda se encontram. É difícil perceber se é oportunismo bacoco ou apenas desespero por uma ausência de projectos musicais Pop/Rock com interesse em Lisboa. Talvez seja paternalismo e nostalgia, ao ponto que já se tenha forçado uma comparação da Cafetra à Beekeeper (editora lo fi dos anos 90) por culpa da grande cota-parte de Rock Sónico de ambos catálogos. Mas a única comparação possível será à FlorCaveira, pelo simples facto de que a Cafetra são uns 10 putos que se juntaram numa estrutura comum - por amizade, companheirismo e... "namoradismo". A Beekeeper era uma estrutura vertical, com bandas que tinham o seu individualimo, com percurso próprio e que apenas estavam juntas por haver uma ou duas cabeças que as juntaram com as prácticas DIY da altura: zines (um número apenas seja como for), distro, edição em formatos baratos (demo-tapes em k7) e discos colectivos. Sempre pelo prisma parvinho do Rock Indie / Sónico, só mais tarde é que se abriu ao Garage e Hardcore. No fundo eram as mesmas prácticas do mundo underground Punk, Industrial / Electrónico, Hardcore e Metal que existia em Portugal desde os anos 80. A Beekeeper não era uma família ao contrário da FlorCaveira (unidos pela religião em primeiro lugar, onde nos primeiros tempos cabia Punk ou Grind e só mais tarde a febre do "cantautorismo") ou da Cafetra - que são amigos e têm um leque abrangente de géneros sonoros. Só a pseudo-elite lisboeta, burra que nem uma porta, pouco crítica e ansiosa é que cria um "hype" onde não há nada para "hypar" - os putos são verdes e inseguros e Lisboa continua a ser um deserto com ou sem Cafetra. 
Talvez não haja nada para estragar a não ser nomes fixes como Putas Bêbadas (não se encontram na compilação) e vontade de ser autónomo à falta de tesão lisboeta. Espero que estes putos façam bandas de Death e Grind para afastar os idiotas do costume e para que eu possa ouvir o CD mais do que uma vez - há muito que não suporto esta coisa morta chamada de Rock que se insiste em chicotear...

Literalmente debaixo de terra, na cave do Café au Lait (Porto - esta sim uma cidade que sabe o que é música) foi lançado um novo projecto, o GhunaGangh, parceria de Ghuna X com Rey, à procura de violência punk no formato electrónica pós-dubstep. De facto ela é conseguida se quiserem ouvir no leitor mais abaixo - dizem que partiram a noite do lançamento do disco, eu acredito... As letras do Rey nada têm haver com o delicodoce do seu álbum de estreia nem o som do Ghuna X anda nos passeios cósmicos do seu 12". Ah! a edição do disco é algo no minímo insólita porque é um "patch" (um remendo para colocar no meu casaco de metaleiro arrependido) que dá acesso à descarga em linha do disco. À venda aqui.


sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

ccc@19ªfeira.laica.internacional

cartaz de Miguel Carneiro / Oficina Arara

A FEIRA LAICA INTERNACIONAL regressa ESTE MÊS aos Maus Hábitos (Porto) para mais um evento dedicado à EDIÇÃO INDEPENDENTE.
Marquem na agenda:
dia 16 / 23h: inauguração das exposições e concertos;
dia 17 / 14h-21h : Feira de Edição Independente / 23h: concertos
dia 18 / 14h-18h : Feira de Edição Independente / 19h : Festa de Despedida (Espaço Campanhã)
ENTRADA LIVRE (excepto concertos)
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Editores presentes: Ana Torrie + Inés Cóias, Associação Chili Com Carne, Billete de 500 (Galiza / Espanha), David Peneda, Edições Côdea + Mondega Records, Edições Mortas, Faca Monstro + Marvellous Tone + Soopa, Gajos da Mula + Oficina Arara, Grût (França), O Hábito Faz o Monstro, Imprensa Canalha + Opuntia Books, Invicta Indie Arts (representando Dame Darcy, Dodgem Logic e Libri Impressi), Infektion Magazine, Leote Records, Mariposa Azual + Mia Soave, Mike Goes West, Mr. Esgar Artprints, MMMNNNRRRG, Oficina do Cego, revista Pangrama, Plana Press, Põe-te Fino Edições, revista Prego (Brasil), Prensador, Ricardo Castro, Ruru Comix, revista Stripburger (Eslovénia) e Thisco.
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Algumas Novidades editoriais:
- Aceloria (Marvellous Tone), CD
- Algorythms (Marvellous Tone), k7 de Mo Junkie
- Aspiração Horrífica / Vacuum Horror (MMMNNNRRRG), livro de bd de Aaron Shunga (EUA);
- Futuro Primitivo (Chili Com Carne) "cartazes-remix" em serigrafia de Filipe Quaresma e Margarida Borges;
- Grût & Flude #2 : Road Trip (Grût), graphzine colectivo francês;
- Lodaçal Comix #4 + Lodaçal Comix Hórs Serie #1 (Ruru Comix), zines internacionais de bd;
- Prego #5 (Prego), zine brasileiro colectivo de bd;
- Presidente Drógado (Leote Records), CD-R com produção de Bernardo Devlin;
- Red Shoes, de Inês Cóias
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Exposições: A Dama e o Unicórnio, individual de pintura e desenho de Ana Menezes; Prego, colectiva da revista brasileira; e, Fresco, colectiva de ilustração de nova geração de ilustradores do Porto com participações de Paulo Catumba, João Drumond, Daniela Fardilha, Nicolau, Miguel Ministro, André Coelho, Carlitos, Sofia Palma, Mariana Pita e Diogo Rapazote.
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Concertos (acesso: 3 euros por noite): Sexta-feira : Cró!, Rudolfo, Çuta Kebab & Party /// Sábado : Presidente Drógado, Batatas Parvas (Nuno Moura + Ghuna X), Aceloria
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Convidados estrangeiros: Alex Vieira (Brasil), Elise Hallab (França), Kaja Avberšek (Eslovénia), Nan Vaz, Pelucas e Tayone (Galiza / Espanha).

terça-feira, 24 de setembro de 2013

ORIGINAIS na SHOP da CCC


Finalmente avançamos com uma ideia antiga!!! A de incluir a venda de originais de desenho e BD na nossa shop online. A primeira autora da Chili Com Carne a alinhar nisto foi a Jucifer que nos disponibilizou seis desenhos relativos às suas participações na Chili Com Carne, nomeadamente, as ilustrações que fez para a Colecção CCC: a capa do Crack OnMASSIVE (imagem), desenhos vários para o livro A Segunda Vida de Djon de Nha Bia escrito por Nuno Rebocho, e uma prancha de BD do Futuro Primitivo; e ainda, o cartaz do concerto dos Fritos (onde tocava Filipe Leote, o Presidente Drógado).

Os associados terão desconto de 20% na aquisição dos originais. 
Para ver todos os originais clique AQUI
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At last we're selling original art in our online shop. Our first Chili Com Carne artist is Jucifer that gave us five drawings related to our books: the Crack On anthology cover (for the Italian Crack Festival), MASSIVE international anthology (image above), A Segunda Vida de Djon de Nha Bia written by Nuno Rebocho, one Futuro Primitivo comix page and punk rock Fritos gig poster for Feira Laica. 

Free posting for EU countries, see all the drawings HERE.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

Bestiário Ilustrissímo II / Bala - últimos exemplares!!



Bestiário Ilustríssimo II /  Bala 
é o nono título da provocante colecção THISCOvery CCCHannel.
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Bestiário Ilustríssimo II / Bala é a continuação de Bestiário Ilustríssimo, “(anti-)enciclopédia” de Rui Eduardo Paes sobre as músicas criativas editada em 2012 e reeditada em 2014 com nova capa e novas ilustrações de Joana Pires. Como esse primeiro livro, está dividido em 50 capítulos, cada um dedicado a uma figura ou conjunto de figuras. Desta feita, porém, a 50ª parte autonomiza-se e constitui como que um outro livro. Trata-se, pois, de dois livros num só volume, um novamente ilustrado por Joana Pires, o outro por David de Campos.  

O jazz criativo, a música livremente improvisada, o rock alternativo e os experimentalismos sem rótulo possível voltam a ser as áreas cobertas, sempre associando os temas com questões da filosofia, da sociologia e da teoria política, num trabalho de análise e desmontagem das ideias por detrás dos sons ou das implicações destes numa realidade complexa. Os textos reenviam-se entre si gerando temáticas que vão sendo detectadas pelo próprio leitor, mas diferentemente de Bestiário Ilustríssimo há um tema geral nesta nova obra de Paes: o tempo.

A tese é a de que quem escreve sobre música, mas também todos os que a ouvem, está sempre num tempo atrasado em relação à própria música, um “tempo-de-bala”, de suspensão de um tiro no ar, como no filme Matrix. O alinhamento dos capítulos não se organiza segundo tendências musicais ou arrumando os nomes referidos em sucessão alfabética, como numa convencional enciclopédia. Todos os protagonistas e suas músicas surgem intencionalmente misturados, numa simulação do caos informativo em que vivemos nos nossos dias. Propõe-se, assim, que se leia Bestiário Ilustríssimo II / Bala como se se navegasse pela Internet, procurando caminhos, relações, cruzamentos, desvios.

A mente não é uma estante, é um bisturi.

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336p. impressas a duas cores (preto e vermelho), 22x16cm, capa a cores
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volume -4 da colecção THISCOvey CCChannel
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ISBN: 978-989-8363-30-5

com prefácios de Marco Scarassatti (compositor, artista sonoro e professor da Universidade de Minas Gerais, Brasil) e Gil Dionísio (músico)

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edição apoiada pelo IPDJ e Cleanfeed Records

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à venda na loja em linha da Chili Com Carne e na Flur, ZDB, Linha de Sombra, Matéria Prima, Utopia, Livraria do Simão (Escadinhas de S. Cristóvão) e Tigre de Papel.
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Historial: 

lançamento 6 de Fevereiro 2014 na Casa dos Amigos do Minho com discursos de Gonçalo Falcão (designer, músico, crítico de música) e Gil Dionísio e concerto de uma banda especialmente formada para o efeito: Gil Dionísio & Os Rapazes Futuristas
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lançamento 7 de Fevereiro na SMUP (Parede) com palavreado de Pedro Costa (Clean Feed) e José Mendes (jornalista cultural) e concertos de Wind Trio e Presidente Drógado & Banda Suporte 
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entrevista no Bodyspace 

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algumas páginas deste livro-duplo:


Feedback:
O jazz é o fogo inicial, mas este propaga-se alto e largamente. REP deita 50 + 50 textos, capa-contra-capa, neste duplo Bestiário Ilustríssimo II / Bala. Música como arte física mas também psicológica, improvisada, estruturada, Ciência, Arte, ícones culturais, tonelada de referências que se ligam na cabeça do autor para uma organização, no papel, em benefício do leitor. Muitos músculos exercitados em 31 anos, nesta relação entre escrita e música. 
Flur 
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Rui Eduardo Paes revela-se um homem multidimensional, (...) Genuíno e sempre com uma abordagem de quem relaciona aquilo que lhe interessa, de Joëlle Léandre a Lady Gaga. [5 estrelas] 
Bernardo Álvares in jazz.pt
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O seu estilo de escrita é por si altamente estimulante, revelando um notável domínio sobre a língua portuguesa que raia as características da boa literatura. Um estilo que Rui Eduardo Paes cultiva como uma arma contra o habitual cinzentismo e comodismo da crítica de arte em Portugal. 
O Homem que Sabia Demais 
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[4 estrelas] 
Nuno Catarino in Público 
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[4 estrelas] 
João Santos in Expresso 
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Verdad de la buena. Con motivo de mi actividad como director artístico de Imaxina Sons en Vigo durante 5 años, he tenido la ocasión y la fortuna de conocer la persona y la obra en la distancia corta de REP. Pocas veces, he leído un texto más comprometido con la música del presente y el estado de ánimo que el panorama musical actual rezuma. Su visión holística de la música hace de este libro una pieza imprescindible para poder estar al tanto de lo que acontece en el mundo de las manisfestaciones artístico-musicales y sus contornos creativos. Sobre todo en lo referente a las músicas improvisadas y todo lo que ahí podamos incluir. Sus textos desprenden la misma actualidad o frescura que hemos podido sentir justo la noche anterior escuchando en cualquier garito, la elocuencia de un improvisador. Hay en todos los textos una necesidad de ubicar cualquier comentario en el contexto filosófico/social adecuado de manera que cualquier artículo transciende al aficionado simple para poder ser leido en un círculo mucho más amplio. El de la cultura. Y con el tiempo serán de interés antropológico. REP, se sienta y escucha primero. Escudriña lo que sus tripas le dictan y luego reflexiona. Luego escribe y vuelve a usar su tamiz emocional para devolvernos un texto. Y entre una cosa y la otra está su verdad. Que como toda verdad, que en este mundo que hoy nos toca vivir, es de pocos. Pasa rápido, te penetra, como una bala. Pero es verdad de la buena. 
Nani García (pianista, compositor, director artístico do Imaxina Sons) 
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Para dissertar sobre música não basta escrever, é preciso conhecer muita música. Para conhecer muita música é necessário ouvir toda uma vida e para ouvir toda uma vida infere-se uma profunda paixão. Em Bestiário Ilustríssimo e Bestiário Ilustríssimo II / Bala condensam-se extensas e infindáveis paisagens musicais que nos atingem vindas de todas as direcções. 
Hugo Carvalhais (músico)
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Não sei se a bala a que o Rui Eduardo Paes se refere já foi disparada ou se está à espera de ser disparada por cada um de nós. Em todo o caso, o livro Bestiário Ilustríssimo II / Bala do REP é um livro-bala para quem o lê. Lê-se rápido, lê-se com entusiasmo e lê-se com um profundo sentido de urgência em relação à criação musical que nos rodeia. Faz-me lembrar aqueles artigozitos de jornal que se percebe logo que são um mero copy-paste de press releases. E faz-me lembrar esses artigozitos porque precisamente ele é tudo o contrário. Percebe-se e sente-se que detrás de cada palavra há alguém que, acima de tudo, vive e escreve sobre música a partir do que ouve e não dos likes que pode obter nas redes sociais. Num rectângulo tão escasso de críticos de música, e sobretudo de críticos com qualidade, assistir a este disparo do REP é como beber um garrafão de água depois de se fazer a travessia do deserto. É tão bom que até pode causar indigestão. Recomenda-se calma e discos, muitos discos a acompanhar. 
Vítor Joaquim (artista sonoro, investigador e docente do Centro de Investigação de Ciência e Tecnologia das Artes da Universidade Católica do Porto)
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Da recensão ao ensaio, Rui Eduardo Paes é, sem dúvida, uma figura ímpar no nosso meio. É notável como desempenha a sua função, revelando notável acutilância crítica e paixão. Uma pedra no sapato. 
Ernesto Rodrigues (músico, Creative Sources)
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Resplandecente Enorme Produto. 
Pedro Costa (Clean Feed, co-director artístico do Ljubjlana Jazz Festival)
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Uma verdadeira anti-enciclopédia, escrita com as entranhas à flor da pele. Lê-se como se ouve. 
Paulo Chagas (músico, docente de música, co-programador do MIA, Zpoluras Archives) 
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Los disparos son certeros y heterogéneos. Las páginas -los libros de Paes-, siempre han estado dedicados a artistas de diferentes ámbitos musicales que acaban sorprendiéndonos 
Chema Chacón in Oro Molido #41 
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Na senda do que tem escrito, este livro (que, na verdade, são dois, já que tem apenso um segundo, Bala, com textos mais pequenos) de um dos mais carismáticos críticos musicais portugueses aborda inúmeros músicos e projectos (...). A escrita (...) assenta num profundo conhecimento da genealogia dos intérpretes e do seu trabalho, muitas vezes contextualizados em moldes ideológicos ou filosóficos. 
[5 estrelas] 
João Morales in Time Out 
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Em uma época em que as pessoas têm se (mal) acostumado com a crítica (se é que nesse caso mereça tal categorização) musical ligeira que domina a internet, em que as pessoas “acham” isso e aquilo, num processo de gostar e desgostar ao sabor da enxurrada de lançamentos que nos rodeiam, poder ler os textos de Rui Eduardo Paes é um privilégio. 
Fabricio Vieira in FreeForm, FreeJazz  

sábado, 15 de dezembro de 2012

ccc@última.feira.laica


ÚLTIMO acontecimento do maior evento de edição independente em Portugal!!!

Editores presentes: Associação Chili Com Carne, Bazar do Diabo, Cafetra Records, Canto do Baú, Carapau Amarelo, CVTHVUS, Conversas, Dedo Mau, Dice Industries + Spurenelemente (Alemanha), Dildo Doodles, Ediciones Valientes (Espanha), zine É Fartar Vilanagem, Façam fanzines e Cuspam martelos, Filipe Abranches, Geraldes Lino + Dona Zarzanga, Grupo Entropia, Hepta, Imprensa Canalha, Inês Almeida, INOMINÁVEL fanzine, João Machado, Jorge Oliveira, Leote Records, Lucas Almeida, Marvellous Tone, Mike Goes West, Mr. Spoqui, MMMNNNRRRG, Nelson Jesus, Nicotina Zine, Oficina do Cego, Opuntia Books, Panda Gordo, Pangrama, Papeleiro Doido, Platypus Collective, Ricardo Castro, Rui Rafael, Senhora do Lago, Serrote, Thisco, Stepping Stone, Tonto (Aústria), Wormgod (Suécia), revista Zone 5300 (Holanda), Zulo Azul (Espanha)...

Algumas novidades editoriais
- ***, novo baralho de Ricardo Castro
- Antibothis, vol. 4 (Chili Com Carne + Thisco), livro + CD de Ocultura
- Cleópatra #8 (Façam fanzines e Cuspam martelos), zine de BD e ilustração de Tiago Baptista
- Deathgrind #2, zine de Zé Burnay
- Inferno (MMMNNNRRRG), livro de BD de Marcel Ruijters (adaptação de Dante)
- O Hábito Faz O Monstro (Chili Com Carne), livro de BD de Lucas Almeida
- Silje (Marvellous Tone), k7 de Manta

E ainda há a exposição 20 anos de Mesinha de Cabeceira, convidados estrangeiros, concertos (Presidente Drógado, Bandeira Branca, ...), exibições de filmes, livros e discos em 2ª mão a preços laicos! É a loucura!!

É ir ver o blogue oficial: feiralaica.wordpress.com

sábado, 5 de março de 2016

Os chavalos também se abatem!


A fornada ficou completa afinal já tinha o disco-finalmente-decente do Presidente Drógado mas faltava as duas restantes Burning Sessions (AI + Burning Desire Studio; 2015) de A-nimal e de Focolitus. Deixaram-me confusos estes dois discos, no primeiro caso esperava não gostar, no segundo o contrário e deu-se um grande vice-versa, ena!

O "Prog-punk" de A-nimal na verdade chama-se Post-Rock, um género na essência muito chato pelas suas flutuações e planícies, que raramente convencem e que só mostra como os caucasianos andam muito aborrecidos deste a entrada do Novo Milénio. Como tal querem mostrar virtuosismo musical porque nada têm para dizer. A-nimal bateu-me mais do que estava à espera, talvez por ser uma sessão ao vivo com um som mais sujo e orgânico do que em estúdio (os discos deles que estão no bandcamp não me convencem) e ao que parece a banda nesta gravação está em espírito de improvisação. Não me pareceu como as outras merdas que andam por aí da modinha. Não agridem os ouvidos, o que até agradeço embora comece a achar que os punks estão a ficar velhos...


Um concerto de "Focos" é mais estar lá e não para se ouvir em casa tal é a podridão condensada desta malta cuja a melhor definição seria "NoMeansNo a Recibos Verdes" ou "System Of A Down dos precários". O José Smith Vargas lá canta, berra e recita qual trovador da revolução falhada mas nunca se percebe nada, o que é chato porque o gajo recita poesia de alto calibre - letras com muita categoria, diga-se! Lembra o Rudolfo ao vivo, ambos "Mike Patton sem orçamento" sem se aguentarem à bomboca. Isto é "Punk-Prog" de peru a ser depenado...

PS - O título deste "post" é gamado à Rosa Baptista que gamou ao romance de Horace McCoy. Ladrão que rouba ladrão...

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Só vejo monstros por todo lado...




A escatologia, paganismo e mau-gosto andam de boa saúde. Nunca antes na História da Humanidade se criou e editou tanta arte "degenerada" e "herege", graças às tecnologias baratas (ou demográficas como as impressoras, k7s e CD-Rs) ou às digitais e à cultura DIY. A censura não pode controlar a produção "underground", tanto que se pode comprar, por exemplo, o disco Urine Junkies dos Abscess na Amazon - por acaso gamaram-me este CD na única vez que me assaltaram o carro, os agarrados devem ter ficado a pensar que estava a gozar com eles... E o que se pode fazer quando há bandas portuguesas com nomes como Vai-Te Foder ou Putas Bêbadas? De repente Holocausto Canibal, Presidente Drógado ou Traumático Desmame parecem nomes inocentes, não? E o festival Colhões de Ferro? Querem ninfetas a serem fornicadas por Diabos com enormes falos? Procurem os livros do Stud Mead pelo Le Dernier Cri - aliás, são os livros mais vendidos da editora. Querem o Jesus Cristo a ser sodomizado? O nome de Mike Diana diz-vos alguma coisa?
"É o sinal do Final dos Tempos" dirão os religiosos de direita. No caso dos cínicos de esquerda poderão dizer: "fala-se muito e cria-se muito ruído para os temas importantes serem abafados". Pouco importa, ao menos um gajo diverte-se muito mais a ler, ver e ouvir livros, zines e discos do que nos tempos em que fábricas de discos recusavam a prensar os discos dos Crass ou quando juízes da Florida proíbiam o Diana de desenhar. Claro que vídeo-clips banidos e outras censuras continuam por aí mas já ninguém mete mão em tanto excesso editorial de bandas e zines com virgens ensanguentadas e cruzes invertidas. De Espanha, surgiu um molho de publicações dedicadas ao Satanismo-porque-podemos-mandar-o-Cristianismo-às-favas, editadas pelo Petit Comitê Del Terror que se sub-intitula de Disavant-garde Publishing. Fazem antologias como Vomitorium - que neste #3 mostra que é um zine mesmo à maneira com oferta de lámina de barbear para suicídio higiénico, bds e ilustrações porcalhonas (com montes de bodes, caveiras e pilas), experiências gráficas interessantes e assemblagens. O nome dos artistas está num índice tão fodido de se ler que não dá para identificar quem é quem. Muito bom! Depois há monográficos, dois de Victor Dvnkel Frvctvoso (que desconfio que deve ser o Monge Negro desta casa editorial) com uma bd gótico-esotérica, Katabasis, e um mini-zine de desenho Magical Mystery Träsh - e "trash" resume o conteúdo. Outro mini-zine é La chute de Laura Höldein, parece uma novena dedicada a uma carta do Tarot, creio.
Mas há mais... O Monge não se fica pelo campo visual e faz também CD-R diabólicos como Sonor Potestas (Demonodrome; 2011), uma compilação pós-Satânica-Industrial-Black-Metal-techno-punk em que nada do que conheciamos por estes géneros sobrevive à lixeira mental e tecnológica de gente como DJ Muerte, Misa Negra, Contador Geiger, Las Barbas Indomitas, etc... que fazem um chamamento ao Chifrudo da forma correcta, isto é, com o som todo lixado em que não há aqui respeito por dogmas pelo Noise, Drone, Dark Ambient, Black Metal e essas paneleirices. Tanto que o ponto mais alto é um "pasodoble" com glitches. O Diabo até se passa com estes espanhóis, é caso para gritar: Olé Satã!

sexta-feira, 30 de junho de 2017

Festa de Lançamento de Corta-E-Cola / Punk Comix @ DISgraça, Lx




Nesta festa contem com:

- Exposição "Collages" de João Francisco.

- Conversa com os autores do livro-duplo Corta-E-Cola / Punk Comix, Afonso Cortez e Marcos Farrajota com as intervenções de:

| José Nuno Matos foi vocalista de uma banda chamada Croustibat. Berrava mais que cantava. Hoje em dia é investigador na área da sociologia.
| Diogo Duarte toca e tocou em bandas, organizou concertos e escreveu em fanzines. Dificilmente alguma delas figurará numa história do punk-hardcore em Portugal. Iniciou recentemente um projecto de investigação sobre subúrbio, hardcore e straight-edge no Arquivo.pt . É co-autor do blog A Queda.
Nônô Noxx é fotógrafa, tradutora, crítica de música, operadora de imagem e co-apresentadora do programa Made of Things. Membro de colectivos anarco-feministas para além de fazer chorar os punks com a sua banda Malaise.

- Concertos de:

Presidente Drógado nem é presidente nem é drogado, é um gajo que se fosse presidente metia-se nas drogas. Está em alta neste ano em que lançou um vinilo com o melhor artwork de sempre e um tema na colectânea Punk Comix. Promete nesta noite apunkalhar o seu Folk sobre o que interessa na vida...

Scúru Fitchádu ("Escuro cerrado" em crioulo Cabo-verdiano) é o projecto a solo de Sette Sujidade, nascido em 2015 na margem sul. As influências directas de Tricky, The Prodigy, Bad Brains, Atari Teenage Riot, Ratos De Porão ou Tom Waits coabitam com os tradicionais colossos do funaná, Bitori Nha Bibinha, Codé di Dona ou Tchota Suari. Funana, Bassmusic, Punk Hardcore e Metal desaguaram naturalmente nesta sonoridade ao som da concertina e do ferro. O primeiro EP auto-intitulado no Verão de 2016 e prevê-se edição física para breve.

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Na Disgraça - Rua da Penha de França, 217B.

terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Corta-e-Cola / Punk Comix ESGOTADO



 Dois livros em um, ou seja um split-book, bem à punk!

No ano em que se “celebram” os 40 anos do punk em Portugal, a Chili Com Carne, em parceria com a Thisco, edita o (duplo) livro sobre este fenómeno: 


Corta-e-Cola : Discos e Histórias do Punk em Portugal (1978-1998) de Afonso Cortez 
Punk Comix : Banda Desenhada e Punk em Portugal de Marcos Farrajota.

Escrito a partir de um levantamento exaustivo de fanzines, discos e demo-tapes, ao longo de 256 páginas, os autores dissecam todo esse material para tentarem perceber como através de uma ética - do-it-yourself - se conseguiu criar uma (falta de) estética caótica e incoerente que hoje se identifica como punk. Através da produção gráfica desse movimento se fixaram inúmeras estórias - até agora por contar - de anarquia e violência; de activismo político, manifestações e boicotes; de pirataria de discos e ocupação de casas; de lutas pelos direitos dos animais; de noites de copos, drogas e concertos...

Corta-e-Cola / Punk Comix é ilustrado com centenas de imagens, desde reproduções de capas de discos a páginas de fanzines, cartazes, vinhetas e páginas de BD, flyers e outro material raramente visto.

E porque punk também é música, o livro vêm acompanhadas por um CD-compilação com 12 bandas de punk, rock ou música experimental actuais como Albert Fish, Dr. Frankenstein, The Dirty Coal Train, Presidente Drogado, Putan Club, Estilhaços Cinemáticos... As bandas ofereceram os temas, todos eles inéditos, sobre BD na forma mais abrangente possível, sobre personagens (Batman, Corto Maltese), séries (O Filme da Minha Vida), autores (Vilhena, Johnny Ryan) ou livros (V de Vingança, Caminhando Com Samuel). Alguns mais óbvios que outros mas tendo como resultado uma rica mistura de sons que vão desde o recital musicado ao Crust mais barulhento.





Volume -8 da colecção THISCOvery CCChannel publicado pela Associação Chili Com Carne e Thisco com o apoio da Zerowork Records, editado por Marcos Farrajota com o arranjo gráfico de Joana Pires. Capas por Vicente Nunes com 9 anos (Lado C-e-C) e Marcos Farrajota (Lado P-C) sacado da BD do disco Raridades (Zerowork; 2008). 256p 16,5x23cm impressos a 540U, capa a duas cores.


O livro é acompanhado por um CD que reúne faixas exclusivas de Grito!, Mandrake, Albert Fish, Melanie Is Demented, Dr. Frankenstein, The Dirty Coal Train, Putan Club, Presidente Drógado com Banda Suporte, FDPDC, GG Allin´s Dick, dUASsEMIcOLCHEIASiNVERTIDAS e Estilhaços Cinemáticos (Adolfo Luxúria Canibal, António Rafael, Henrique Fernandes e Jorge Coelho). Devido a constrangimentos logísticos apenas os exemplares deste livro comprados directamente às editoras é que são acompanhados por um CD. No entanto, esta compilação, intitulada de Punk Comix CD (ZW057) pode ser escutada e descarregada futuramente e gratuitamente em thisco.bandcamp.com.

Talvez ainda hajam exemplares à venda na Glam-O-Rama, Letra Livre, BdMania, Louie Louie (Lx e Porto), Rastilho, Tasca Mastai, Mundo Fantasma, Tortuga (Disgraça), Matéria-PrimaMOBLinha de Sombra e La Bamba.






Historial : Saiu no 10 de Junho na Feira do Livro de Lisboa 2017 ... Obra selecionada para a Bedeteca Ideal ... Lançamento oficial no Disgraça a 30 de Junho com apresentações de José Nuno Matos, Diogo Duarte e Nônô Noxx, concertos de Presidente Drogado e Scúru Fitchádu ... sessão de autógrafos no LAR / LAC (Lagos) a 5 de Agosto ... Apresentação na Louie Louie (Porto) com exposição e karaoke Ramones a 16 de Setembro ... sessão de autógrafos na Feira do Livro do Porto, 17/9/17 ... Apresentação no dia 3 de Fevereiro de 2018 na Casa da Cultura de Setúbal (antiga casa okupada entretanto higienizada pela Câmara) ...

















(...) it looks really cool! But goddammit your Punk book seems at first glance to be entirely in portugese, I will check out both books now and listen to the music and maybe I have to learn some portuguese 😊 I don't have that much nice things in my life, so this was fun! 
Melanie is Demented (via e-mail) 
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Corta-e-cola, de Afonso Cortez, e Punk Comix, de Marcos Farrajota, são dois livros unidos pela mesma lombada que sistematizam informação e recordam, de forma cronológica, quem foram os protagonistas do punk em Portugal que deixaram discografia e como o movimento foi representado na BD. "O punk não foi um movimento contínuo, mas fragmentado, esporádico, dissolvido entre outras propostas, em permanente mutação, como aliás qualquer movimento juvenil", afirma Afonso Cortez na introdução. (...)  Depois de mais de 150 páginas, Afonso Cortez conclui que ao longo daqueles vinte anos (1978-1998) o grafismo foi entendido "apenas como um pormenor. E que a falta de cultura visual, ou mesmo de estudos, se reflecte de forma catastrófica na falta de qualidade do que é produzido". Embora os Faíscas e os Minas & Armadilhas sejam referenciados como os iniciadores do punk na música portuguesa, Afonso Cortez assume "Há que violentar o sistema", de 1978, dos Aqui d'el Rock, como o primeiro disco punk português. A partir daí, faz um levantamento dos discos editados, comenta a vertente gráfica das capas, mapeia os locais de concertos e a crítica na imprensa e complementa com testemunhos de músicos recolhidos pelo próprio. Mata-Ratos, Crise Total, Kus de Judas, Cães Vadios, Censurados, Nestrum, Desarranjo Cerebral, Renegados de Boliqueime, Vómito, Peste & Sida, X-Acto são algumas das bandas referidas no livro (...) Já sobre a BD, Marcos Farrajota explica o mote do livro: "Serve como uma base de referência para quem quiser pegar na BD para relacioná-la com o punk, subculturas urbanas, música, cultura DIY, artes gráficas e editoriais". (...) Farrajota recua a finais dos anos 1970 para encontrar as primeiras referências ao punk na BD portuguesa. Surgem na revista Tintin, assinadas por Fernando Relvas e Pedro Morais, "mas são situações em que os punks são apenas paisagem urbana". Será Fernando Relvas a assinar, em 1983, no semanário Se7e, "o primeiro trabalho de corpo inteiro" sobre punk, "sob a forma de uma personagem forte e feminina" chamada Sabina. Marcos Farrajota faz ainda referência à atitude "militante e amadora" de publicação, da auto-edição, dos fanzines, das colectâneas e da tecnologia da fotocópia e enumera vários autores que desenharam sobre o punk (...) Quanto à ideia de um livro-duplo sobre punk, Marcos Farrajota afirma que é somente "um modus operandi punk que fortalece o espírito de comunidade e de entre-ajuda, opondo as ideias tontas de competição selvagem que dominam todos os aspetos das nossas vidas".  
Lusa / DN 
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O livro está fixe, gostei sobretudo da ideia sociológica que associa o movimento punk a uma cena local que envolve fotocopiadoras, fanzines, salas de concertos, demos, ou seja, um conjunto relativamente pequeno de infraestruturas e dispositivos técnicos que acabam por contribuir para aproximar fisicamente as pessoas. Isto ter-se-á passado com qualquer movimento musical underground, do metal ao punk, do hardcore ao grunge... Hoje em dia, a Internet é tudo isto no mesmo pacote, com o resultado de que já não há movimentos -- nem musicais nem políticos... ou, se calhar, somos nós que estamos a ficar velhos...
D.L. (via e-mail)
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De leitura rápida, Punk Comix não deixará de ser um instrumento de leitura obrigatória para compreender alguma da história da banda desenhada moderna e contemporânea em Portugal. 
Pedro Moura in Ler BD
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(...) ambos os estudos são preciosos e sumarentos, revelando uma investigação criteriosa e mais intensiva do que exaustiva. O resultado é um brilhante mapeamento historiográfico do punk e da sua relação com a banda desenhada em Portugal.
Professora Marcivânia / A Batalha
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O Afonso tinha-me deixado boa impressão e para o encontro levara Candy Diaz, baterista dos saudosos Les Baton Rouges. Yaay! (...) O texto dele é uma catadupa de informação: estão lá Faíscas, Minas & Armadilhas, Crise Total, Ku de Judas, Corrosão Caótica, Mata-Ratos, Estado de Sítio, Anti-Porcos, Kristo Era Gay, Caos Social, Censurados, Bastardos do Cardeal, e muito mais. (...) É informação em bruto, não digerida. Só lhe recrimino isso, o não haver mais reflexão sobre os factos. Mas se calhar é mais um problema meu do que dele, pois até os sentimentos intelectualizo. Quanto à prosa do Marcos (...) falei, fiquei a perceber que o jeito dele para a narrativa não se fica pelos quadradinhos das suas BDs. Dá gosto seguir-lhe as palavras. 
Rui Eduardo Paes in Bitaites

Tentámos não abusar em sugestões acima dos dez euros, mas o recém-lançado livro duplo Corta-e-Cola: Discos e Histórias do Punk em Portugal (1978-1998) ; Punk Comix: Banda Desenhada e Punk em Portugal, respectivamente de Afonso Cortez e Marcos Farrajota, com o seu grafismo divertido e um CD contendo faixas exclusivas de várias bandas, talvez justifique os 15 euros que lhe pedem no P13 (Matéria Prima e White Studio). Uma edição Chili Com Carne. 
Luís Miguel Queirós in Público

Dos poucos livros existentes no mercado nacional em termos de abordagem ao universo do Rock feito em Portugal ao longo dos anos, há dois livros que sempre foram os meus preferidos: A arte eléctrica de ser português: 25 anos de Rock’n Portugal de António Duarte e o Escrítica Pop de Miguel Esteves Cardoso. Desde há duas semanas tenho mais um como preferido: Punk Comix/ Corta-e-Cola (...). Quando pensas que já não há surpresas, ou até pessoas com interesse para agarrarem de forma inteligente e com alguma prudente distância analítica, um período da história de um subgénero do Rock em Portugal, como é o Punk, situado num tempo específico (1978-98), eis que levas, qual murro no estômago, com uma agradável surpresa com este livro precioso. O que esta obra tem de diferente e de excelente, não é tanto a análise cronológica e meticulosa das bandas dum certo universo Punk nacional e seus intervenientes, bem como a sua ligação à banda desenhada que se foi e se vai fazendo aqui pelo burgo, mas sim o mote que direciona todo o livro e que é essencialmente isto: se és Punk, controlas todos os meios de produção da tua arte (Do It Yourself - DIY), assim só tu és responsável por aquilo que dás a conhecer publicamente, sem manipulações de outros, e se falhares (porque se falha quase sempre), falhaste gloriosamente, o que é sempre melhor do que nada fazer. Se ganhares algo, sabes que mais tarde vais perder, por isso não vale a pena fazer a festa antes do tempo. Não entrando em muitos pormenores (até porque este deve ser um livro lido por todos os melómanos nacionais, independentemente de gostos musicais), este está muito bem redigido, é agradavelmente informativo e formativo q.b, sem ser chato; é graficamente interessante dentro de uma estética Punk, mas sem entrar nos seus lugares comuns; há nele uma personalidade própria. (...) É desde já, um livro para o futuro, daqueles que mais cedo ou mais tarde, as novas gerações, amantes da música underground, terão de se socorrer para se informarem sobre… 
Guilherme Lucas (GG Ramone)

Se o punk não fosse ateu diria que estava aqui uma bíblia do punk (...) Indispensável.
Luís Rattus in Loud

Dois estudos muito completos e estimulantes sobre o punk, centrado em Portugal, e com uma extensa recolha bibliográfica e iconográfica (...) um relato vivido da edição independente (...)
Portuguese Small Press Yearbook 2017

(...) não é possível escrever uma história do Punk, mas é certamente possível escrever muitas histórias do punk. Diria que tantas quantas quem decide escrevê-las ou tantas quantas as experiências individuais de quem o vive ou viveu
Diogo Duarte in Mapa (em 2019)