Mostrar mensagens com a etiqueta stealing orchestra. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta stealing orchestra. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, 25 de janeiro de 2022

FAKE porn FRANKENSTEIN ep

 


Que magnífica "aldrabice" vinda dos laboratórios dos Dr. Frankenstein, melhor banda portuguesa de Surf/ Garage de sempre. Por causa disso, tudo de perdoa. Quem pensar que este 7"EP é uma reedição do disco de 2002 com o objectivo de comemorar uma edição mítica, pá, é na realidade apenas aproveitar os restos não vendidos da edição fazendo uma nova embalagem, até porque a "original" era de quatro gajos jovens pobretas. Porno Star (DDJ; 2002-2022) tem agora uma capa de Rui Ricardo, o ilustrador que acompanhou os dois primeiros álbuns da banda. 

A música é da formação do quarteto original cheios de ideias e energia que deixam na rodela dois temas retirados no CD The Psychotic Sounds of... Dr. Frankenstein (Zona Música; 2002) sendo sempre de destacar o grande Road to Tabasco com o acordeão de João Mascarenhas dos brilhantes Stealing Orchestra. Surpresas é no lado B, primeiro com uma versão dos Mötorhead com a voz de Toni Fortuna (Tédio Boys, D3O, etc...) intitulada Orgasmatron 2028 e a prever (lembrar?) uma sociedade (outra vez) teocrática bem possível em 2028, holly shit! Do Heavy Metal fica uma versão Surf "light" e exótica-americana que realça a letra deste clássico do Rock. Por fim, Porno Star "goes" Electro, uma versão electrónica do tema do EP, feita com requinte sexy que até supera o original. Estamos em 2002 com a banda num seu auge criativo - a seguir "separaram-se" ficando o guitarrista André Joaquim no comando - e por isso tudo o que tocam é mágico. Apesar da trafulhice editorial, vale bem sacar este pedaço de história sonora.

sábado, 4 de abril de 2020

Assim não vale...

Lo Corona shit deu cabo da edição física da Loud! deste mês - ainda bem, meu, a capa são os Nightwish, credo, que azeite!! - mas há PDF grátis aqui. E pá, se está na 'net então meto aqui as minhas resenhas críticas, que se lixe! Ah! Tem pontuação de 0 a 10 porque os metaleiros obrigam a tal!



Antes de Stealing Orchestra houve Hardware, banda de Metal Industrial por um puto sozinho num quarto nortenho. Estávamos em 1994 com um João Mascarenhas metaleiro e com visões cibernéticas a fazer esta “demo-tape” agora reeditada passados 26 anos. Imaginem Nitzer Ebb mais da electro-metalada. Como podem imaginar, os tempos eram outros, a tecnologia idem idem aspas aspas, e claro a divulgação ou impacto que isto teve ficou-se provavelmente por apenas uma entrevista no Headless’zine (uma das dezenas de fanzines de Metal que existiam na altura). Ouvir isto é um misto de duplo sentimentalismo, por um lado a parte naïf do projecto, a sua simplicidade de meios de produção, espécie de “Fear Factory sem orçamento”, e por outro, pela nostalgia de ouvir este género que já se institucionalizou-se à bimbo Rammstein ou à “emo-chato“ tipo o gajo das “unhas de nove polegadas”. Ouvir este CD não ofende nada nem envergonha ninguém. Para quem acompanhou a carreira de Mascarenhas reconhece já aqui o seu humor como se pode aperceber pelo título da última faixa Adolf Hitler Talks About The Universe. O humor cáustico que em 2002 até deixou os Holocausto Canibal cheios de cagunfa das remixes de Stealing para Sublime Massacre Corpóreo6,66666(E)



Depois de lançar o livro de “mash-up” literário Frankenstein, or the 8-bit Prometheus (Chili Com Carne + Thisco; 2018), Balli foi aprofundar sonicamente os conceitos da sua obra, promovendo até sessões espíritas através de Gameboys, como poucos puderam presenciar na Tasca Mastai (Lisboa) e na Galeria Municipal do Porto. Invocando o espírito de Giovanni Aldini (1762-1834), sobrinho de Galvini (ao qual Balli já dedicou um disco de Grind-Gabba, ver Loud! #214), que também andava a reanimar cadáveres usando electricidade, este cientista inspirou o Frankenstein de Mary Shelley. Agora em CD, numa embalagem algo infantil, eis as sessões espíritas gravadas para usufruto para todos os crentes e outras alminhas. Soa a um “spoken-word” impecável - não há uma ponta de sotaque italiano pasmem-se! - sonorizado por uma sofisticada banda sonora de videojogos. Ouvir esta gravação nestes tempos de excesso de informação é um desafio intelectual tramado, não fosse também o texto uma híper-ficção sobre um monstro sonoro capaz de engolir toda a música do mundo, mesmo a mais vil e criminosa como o Trap e os Super-Tramp, num mega-mix omnívoro dirigido pelo Shitmat. Este recital obriga-nos a alguma concentração. E vale a pena perder tempo com isto? Sim, o ambiente mórbido funde-se com o sofisticado sentido de humor, emergindo um terceiro olho leitor de códigos de barras. Sim, acontece a Alquimia, vulgo, a Imaginação, o mais raro dos elementos no século XXI. 7


Há poucos músicos portugueses que sejam assertivos como André Coelho, co-fundador dos saudosos Sektor 304 – aquela besta Industrial de destruição total. Esta seria até a forma mais básica de apresentar Metadevice: é S304 mas só com Coelho e algumas participações externas pontuais, mas sobretudo sem as batidas poliritmicas e sincopadas de João Pais Filipe. Tudo é feito por ele até a excelente embalagem, cabeça, tronco e membros. Neste homúnculo sonoro não há aqui piadolas e nem fingimentos estéticos como 99% produção musical portuguesa – o que não impediu no passado de Coelho ter feito projectos iconoclastas ou provocantes. Muito menos, não há aqui queixumes de pagar o pão na mesa (como o hilariante editorial da última Loud! [OLHA CENSURARAM ESTA PARTE NA REVISTA!!]) ou achar que se faz Arte sem suor, sangue e lágrimas. Para quem dificilmente encontrava “up-grades” ao Industrial primordial, da chapa de aço amplificada, do power electronics másculo, do noise sem ser drone fácil e em geral a um corroído Illbient, eis um “regresso” após seis anos após o fim de S304 [(cinco se pensarmos no último registo dos Mécanosphère) quatro com as actuações ao vivo de Sinter]. Alguns vocais disparam erudição literária como textos de Ezra Pound ou Thomas Pynchon - nada de números cripto-circenses “crowley-anus” e outros “senhores dos anais” – criando uma desorientação propícia para 2020. Aliás, a desorientação mundana e existencial é o tema de eleição de Coelho seja na música seja na BD – basta ler Acedia (Chili Com Carne; 2015). Destaque para dois temas assinaláveis, Magnetoesthetics e White Jazz. Obrigatório! 9

Já agora uma boa entrevista a André Coelho AQUI.

domingo, 11 de fevereiro de 2018

FuTuRo prImItIvO ESGOTADO ... fucking mutants!


UMA antologia ____________de BANDA DESENHADA
$$$  de artistas da Associação CHILI COM CARNE
€€€ a saber : :: Lucas Almeida, Ana Ribeiro, Manuel Pereira, João Ortega, Inês Cóias, Daniel Seabra Lopes, Marco
Moreira, João Chambel, Ana Menezes, André Coelho, João Maio
Pinto, Andreia Rechena, Bruno Borges, Rafael Gouveia, David Campos, Sílvia Rodrigues, Pepe

delrey, José Feitor, ________Natália Andrade com Christina Casnellie, Uganda Lebre, André Lemos, Bráulio
Amado, Gonçalo Duarte, Jucifer, Ana Menezes, Afonso Ferreira, Marcos Farrajota, Rudolfo, Ricardo Martins e Pedro Brito, e ainda participações CADÁVERES-ESQUISITOS com Mattias Elftorp
+ Sofia Lindh (SUÉCIA), Cláudia Guerreiro, Filipe Quaresma, Nevada Hill (EUA), Pedro Zamith, Margarida Borges, Jarno Latva-Nikkola
(FINLÂNDIA), Silas, André Ruivo, Rita Braga, Susa Monteiro (BEJA!) e Valério Bindi + MP5 (ITÁLIA)... mis

turados por unDJ MMMNNNRRRG.
\\\
Lançamento e Exposição dos originais no Festival de BD de Beja (28 Maio a 12 de Junho 2011);  CRACK 3D 2011 & HELSINGIN 26. SARJAKUVAFESTIVAALIT (5TH SepTemBER - 1ST OCtoberrr) then M¨¨älmo /ISV (14th October - 4th November) ; TEXXXXXXXXXXXAS ... 666 de April 2012 :;:;:;:;:;:;: PORTLAND at floating world comics 777 june 2012;; BReiZZZIL (808 2012 na PREgO); Barcel0na at FATbottom Books  (marÇho 15thmarch a 11 maio 2013) y SS. paulo no UGRA zine FesT (6-7abril2013).

...
... 160 p.
16,5 x 23cm p/b, capa a cores ... Capa & Design: Margarida Borges ...
Retratos mutantes dos __________________ autores: João Paulo Nóbrega ... apoios da Bedeteca de Beja, Instituto Português de Juventude, Sociedade___________Finlandesa de BD, Sociedade Sueca de BD,
Wormgod e You Are Not Stealing Records.


!!!) talvez ainda haja exeMPLares  § na, Munddo Fantasma, na zzzzzDB), fábrica features betos benneton lisboa und neuroTITAN y RRRRastilhuuu e BLACK_MAMBA_vegan_metal


§
EX

Foi feita uma banda sonora (inicialmente para a exposição
entretanto extensível ao livro) com as colaborações de André Ruivo, Somália, J. Ortega, TendaGruta, Te Voy
a Matar, John P-Cabasa,
J
M
P
, Marte &&&&&&&&& Stealing Orchestra, zZZOUNDZZz, Pepedelrey, Rita Braga, Pedro Sousa, Ondina Pires, Cospe,
 _________ Chiby Shit Plan e Assinante 35278/TW ### é gratis e pode ser descarregada em
You Are Not Stealing Records


valerio bindi + mp5


uganda lebre
ana menezes
lucas almeida
daniel lopes
andré coelho
João Chambel

terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Corta-e-Cola / Punk Comix ESGOTADO



 Dois livros em um, ou seja um split-book, bem à punk!

No ano em que se “celebram” os 40 anos do punk em Portugal, a Chili Com Carne, em parceria com a Thisco, edita o (duplo) livro sobre este fenómeno: 


Corta-e-Cola : Discos e Histórias do Punk em Portugal (1978-1998) de Afonso Cortez 
Punk Comix : Banda Desenhada e Punk em Portugal de Marcos Farrajota.

Escrito a partir de um levantamento exaustivo de fanzines, discos e demo-tapes, ao longo de 256 páginas, os autores dissecam todo esse material para tentarem perceber como através de uma ética - do-it-yourself - se conseguiu criar uma (falta de) estética caótica e incoerente que hoje se identifica como punk. Através da produção gráfica desse movimento se fixaram inúmeras estórias - até agora por contar - de anarquia e violência; de activismo político, manifestações e boicotes; de pirataria de discos e ocupação de casas; de lutas pelos direitos dos animais; de noites de copos, drogas e concertos...

Corta-e-Cola / Punk Comix é ilustrado com centenas de imagens, desde reproduções de capas de discos a páginas de fanzines, cartazes, vinhetas e páginas de BD, flyers e outro material raramente visto.

E porque punk também é música, o livro vêm acompanhadas por um CD-compilação com 12 bandas de punk, rock ou música experimental actuais como Albert Fish, Dr. Frankenstein, The Dirty Coal Train, Presidente Drogado, Putan Club, Estilhaços Cinemáticos... As bandas ofereceram os temas, todos eles inéditos, sobre BD na forma mais abrangente possível, sobre personagens (Batman, Corto Maltese), séries (O Filme da Minha Vida), autores (Vilhena, Johnny Ryan) ou livros (V de Vingança, Caminhando Com Samuel). Alguns mais óbvios que outros mas tendo como resultado uma rica mistura de sons que vão desde o recital musicado ao Crust mais barulhento.





Volume -8 da colecção THISCOvery CCChannel publicado pela Associação Chili Com Carne e Thisco com o apoio da Zerowork Records, editado por Marcos Farrajota com o arranjo gráfico de Joana Pires. Capas por Vicente Nunes com 9 anos (Lado C-e-C) e Marcos Farrajota (Lado P-C) sacado da BD do disco Raridades (Zerowork; 2008). 256p 16,5x23cm impressos a 540U, capa a duas cores.


O livro é acompanhado por um CD que reúne faixas exclusivas de Grito!, Mandrake, Albert Fish, Melanie Is Demented, Dr. Frankenstein, The Dirty Coal Train, Putan Club, Presidente Drógado com Banda Suporte, FDPDC, GG Allin´s Dick, dUASsEMIcOLCHEIASiNVERTIDAS e Estilhaços Cinemáticos (Adolfo Luxúria Canibal, António Rafael, Henrique Fernandes e Jorge Coelho). Devido a constrangimentos logísticos apenas os exemplares deste livro comprados directamente às editoras é que são acompanhados por um CD. No entanto, esta compilação, intitulada de Punk Comix CD (ZW057) pode ser escutada e descarregada futuramente e gratuitamente em thisco.bandcamp.com.

Talvez ainda hajam exemplares à venda na Glam-O-Rama, Letra Livre, BdMania, Louie Louie (Lx e Porto), Rastilho, Tasca Mastai, Mundo Fantasma, Tortuga (Disgraça), Matéria-PrimaMOBLinha de Sombra e La Bamba.






Historial : Saiu no 10 de Junho na Feira do Livro de Lisboa 2017 ... Obra selecionada para a Bedeteca Ideal ... Lançamento oficial no Disgraça a 30 de Junho com apresentações de José Nuno Matos, Diogo Duarte e Nônô Noxx, concertos de Presidente Drogado e Scúru Fitchádu ... sessão de autógrafos no LAR / LAC (Lagos) a 5 de Agosto ... Apresentação na Louie Louie (Porto) com exposição e karaoke Ramones a 16 de Setembro ... sessão de autógrafos na Feira do Livro do Porto, 17/9/17 ... Apresentação no dia 3 de Fevereiro de 2018 na Casa da Cultura de Setúbal (antiga casa okupada entretanto higienizada pela Câmara) ...

















(...) it looks really cool! But goddammit your Punk book seems at first glance to be entirely in portugese, I will check out both books now and listen to the music and maybe I have to learn some portuguese 😊 I don't have that much nice things in my life, so this was fun! 
Melanie is Demented (via e-mail) 
... 
Corta-e-cola, de Afonso Cortez, e Punk Comix, de Marcos Farrajota, são dois livros unidos pela mesma lombada que sistematizam informação e recordam, de forma cronológica, quem foram os protagonistas do punk em Portugal que deixaram discografia e como o movimento foi representado na BD. "O punk não foi um movimento contínuo, mas fragmentado, esporádico, dissolvido entre outras propostas, em permanente mutação, como aliás qualquer movimento juvenil", afirma Afonso Cortez na introdução. (...)  Depois de mais de 150 páginas, Afonso Cortez conclui que ao longo daqueles vinte anos (1978-1998) o grafismo foi entendido "apenas como um pormenor. E que a falta de cultura visual, ou mesmo de estudos, se reflecte de forma catastrófica na falta de qualidade do que é produzido". Embora os Faíscas e os Minas & Armadilhas sejam referenciados como os iniciadores do punk na música portuguesa, Afonso Cortez assume "Há que violentar o sistema", de 1978, dos Aqui d'el Rock, como o primeiro disco punk português. A partir daí, faz um levantamento dos discos editados, comenta a vertente gráfica das capas, mapeia os locais de concertos e a crítica na imprensa e complementa com testemunhos de músicos recolhidos pelo próprio. Mata-Ratos, Crise Total, Kus de Judas, Cães Vadios, Censurados, Nestrum, Desarranjo Cerebral, Renegados de Boliqueime, Vómito, Peste & Sida, X-Acto são algumas das bandas referidas no livro (...) Já sobre a BD, Marcos Farrajota explica o mote do livro: "Serve como uma base de referência para quem quiser pegar na BD para relacioná-la com o punk, subculturas urbanas, música, cultura DIY, artes gráficas e editoriais". (...) Farrajota recua a finais dos anos 1970 para encontrar as primeiras referências ao punk na BD portuguesa. Surgem na revista Tintin, assinadas por Fernando Relvas e Pedro Morais, "mas são situações em que os punks são apenas paisagem urbana". Será Fernando Relvas a assinar, em 1983, no semanário Se7e, "o primeiro trabalho de corpo inteiro" sobre punk, "sob a forma de uma personagem forte e feminina" chamada Sabina. Marcos Farrajota faz ainda referência à atitude "militante e amadora" de publicação, da auto-edição, dos fanzines, das colectâneas e da tecnologia da fotocópia e enumera vários autores que desenharam sobre o punk (...) Quanto à ideia de um livro-duplo sobre punk, Marcos Farrajota afirma que é somente "um modus operandi punk que fortalece o espírito de comunidade e de entre-ajuda, opondo as ideias tontas de competição selvagem que dominam todos os aspetos das nossas vidas".  
Lusa / DN 
... 
O livro está fixe, gostei sobretudo da ideia sociológica que associa o movimento punk a uma cena local que envolve fotocopiadoras, fanzines, salas de concertos, demos, ou seja, um conjunto relativamente pequeno de infraestruturas e dispositivos técnicos que acabam por contribuir para aproximar fisicamente as pessoas. Isto ter-se-á passado com qualquer movimento musical underground, do metal ao punk, do hardcore ao grunge... Hoje em dia, a Internet é tudo isto no mesmo pacote, com o resultado de que já não há movimentos -- nem musicais nem políticos... ou, se calhar, somos nós que estamos a ficar velhos...
D.L. (via e-mail)
...
De leitura rápida, Punk Comix não deixará de ser um instrumento de leitura obrigatória para compreender alguma da história da banda desenhada moderna e contemporânea em Portugal. 
Pedro Moura in Ler BD
...
(...) ambos os estudos são preciosos e sumarentos, revelando uma investigação criteriosa e mais intensiva do que exaustiva. O resultado é um brilhante mapeamento historiográfico do punk e da sua relação com a banda desenhada em Portugal.
Professora Marcivânia / A Batalha
...
O Afonso tinha-me deixado boa impressão e para o encontro levara Candy Diaz, baterista dos saudosos Les Baton Rouges. Yaay! (...) O texto dele é uma catadupa de informação: estão lá Faíscas, Minas & Armadilhas, Crise Total, Ku de Judas, Corrosão Caótica, Mata-Ratos, Estado de Sítio, Anti-Porcos, Kristo Era Gay, Caos Social, Censurados, Bastardos do Cardeal, e muito mais. (...) É informação em bruto, não digerida. Só lhe recrimino isso, o não haver mais reflexão sobre os factos. Mas se calhar é mais um problema meu do que dele, pois até os sentimentos intelectualizo. Quanto à prosa do Marcos (...) falei, fiquei a perceber que o jeito dele para a narrativa não se fica pelos quadradinhos das suas BDs. Dá gosto seguir-lhe as palavras. 
Rui Eduardo Paes in Bitaites

Tentámos não abusar em sugestões acima dos dez euros, mas o recém-lançado livro duplo Corta-e-Cola: Discos e Histórias do Punk em Portugal (1978-1998) ; Punk Comix: Banda Desenhada e Punk em Portugal, respectivamente de Afonso Cortez e Marcos Farrajota, com o seu grafismo divertido e um CD contendo faixas exclusivas de várias bandas, talvez justifique os 15 euros que lhe pedem no P13 (Matéria Prima e White Studio). Uma edição Chili Com Carne. 
Luís Miguel Queirós in Público

Dos poucos livros existentes no mercado nacional em termos de abordagem ao universo do Rock feito em Portugal ao longo dos anos, há dois livros que sempre foram os meus preferidos: A arte eléctrica de ser português: 25 anos de Rock’n Portugal de António Duarte e o Escrítica Pop de Miguel Esteves Cardoso. Desde há duas semanas tenho mais um como preferido: Punk Comix/ Corta-e-Cola (...). Quando pensas que já não há surpresas, ou até pessoas com interesse para agarrarem de forma inteligente e com alguma prudente distância analítica, um período da história de um subgénero do Rock em Portugal, como é o Punk, situado num tempo específico (1978-98), eis que levas, qual murro no estômago, com uma agradável surpresa com este livro precioso. O que esta obra tem de diferente e de excelente, não é tanto a análise cronológica e meticulosa das bandas dum certo universo Punk nacional e seus intervenientes, bem como a sua ligação à banda desenhada que se foi e se vai fazendo aqui pelo burgo, mas sim o mote que direciona todo o livro e que é essencialmente isto: se és Punk, controlas todos os meios de produção da tua arte (Do It Yourself - DIY), assim só tu és responsável por aquilo que dás a conhecer publicamente, sem manipulações de outros, e se falhares (porque se falha quase sempre), falhaste gloriosamente, o que é sempre melhor do que nada fazer. Se ganhares algo, sabes que mais tarde vais perder, por isso não vale a pena fazer a festa antes do tempo. Não entrando em muitos pormenores (até porque este deve ser um livro lido por todos os melómanos nacionais, independentemente de gostos musicais), este está muito bem redigido, é agradavelmente informativo e formativo q.b, sem ser chato; é graficamente interessante dentro de uma estética Punk, mas sem entrar nos seus lugares comuns; há nele uma personalidade própria. (...) É desde já, um livro para o futuro, daqueles que mais cedo ou mais tarde, as novas gerações, amantes da música underground, terão de se socorrer para se informarem sobre… 
Guilherme Lucas (GG Ramone)

Se o punk não fosse ateu diria que estava aqui uma bíblia do punk (...) Indispensável.
Luís Rattus in Loud

Dois estudos muito completos e estimulantes sobre o punk, centrado em Portugal, e com uma extensa recolha bibliográfica e iconográfica (...) um relato vivido da edição independente (...)
Portuguese Small Press Yearbook 2017

(...) não é possível escrever uma história do Punk, mas é certamente possível escrever muitas histórias do punk. Diria que tantas quantas quem decide escrevê-las ou tantas quantas as experiências individuais de quem o vive ou viveu
Diogo Duarte in Mapa (em 2019)

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Futuro Primitivo /// banda sonora descarga gratis /// FREE download soundtrack ::: Novo sítio / New site




Desde ontem que está disponível num novo servidor para descarga gratuita a banda sonora da antologia da Chili Com Carne, Futuro Primitivo, e da exposição homónima que rolou pelo planeta entre 2011 e 2012 - Festival de BD de Beja (Maio), Festival Crack (Roma, Junho), Helsínquia (Festival de BD), Mälmo, Barcelona, EUA e Brasil.

O disco está acessível pela net-label You Are Not Stealing Records, parceira desta aventura sonora neo-apocalíptica. Participam neste disco: Ondina Pires, Chiby Shit Plan, Cospe, Pedro Sousa, Stealing Orchestra & Kao Ryao, Assinante 35278/TW, J. Ortega, JMP, John P-Cabasa, Somália, André Ruivo, Pepedelrey, Rita Braga, Te Voy A Matar, TendaGruta, zZZOUNDZZz, Marte & Stealing Orchestra.

Foram pedidos ficheiros áudio aos artistas da Chili Com Carne (músicos e não-músicos) para contribuírem para esta banda sonora sob o tema do “futuro primitivo” - logo, um projecto com toda a carga distópica e apocalíptica que um tema destes imediatamente sugere. Assim, aparecem autores que já conhecidos pelas suas credenciais musicais como Ondina Pires (ex-Pop Dell Arte, ex-The Great Lesbian Show) ou os Stealing Orchestra - que ainda em 2011 lançaram um excelente terceiro álbum, Deliverance, e que acolheram este projecto como compilador e editor do disco. Alguns trabalham em franjas das “novas músicas” como Pedro Sousa (saxofonista de Improv, membro de Oto ou mais recentemente dos Pão) ou Somália (Noise), de electrónicas várias como John P-Cabasa (em estreia) e de Te Voy a Matar (de Silas, FlorCaveira, Pontos Negros), de lo-fi naturalista como Rita Braga ou de ambientes negros devedores ao Industrial como os misteriosos TendaGruta (obrigatório ouvir a colectânea Aural Bowels). No meio, encontram alguns autores de bd / ilustradores a estrearem-se no mundo sonoro como Pepedelrey, J.Ortega, JMP ou Marte (em registo spoken-word e com a ajuda musical dos Stealing) enquanto para outros é um regresso público como é o caso de André Ruivo (dos saudosos Rollana Beat).

Por mais eclética que fossem as personalidades dos participantes, é curioso reparar uma enorme coerência sonora neste disco. Talvez porque imaginamos todos o “fim do mundo” como algo tragicamente uniforme, sem a espectacularidade 3D + CGI, mal misturado com um filme trash dos anos 80. Como a Chili Com Carne sempre combateu a Nostalgia, temos muito orgulho neste opus. Podem rebentar os geradores nucleares. Estamos prontos!

It's available, since May, to FREE download the soundtrack of next Chili Com Carne anthology, Futuro Primitivo. It's also the exhibition soundtrack that was showed from Portugal to Rome, Helsinki, Mälmo, Texas, Portland, Barcelona and Brazil. The "record" can be downloadable at the You Are Not Stealing Records net-label official site. The artists / musicians are: Ondina Pires, Chiby Shit Plan, Cospe, Pedro Sousa, Stealing Orchestra & Kao Ryao, Assinante 35278/TW, J. Ortega, JMP, John P-Cabasa, Somália, André Ruivo, Pepedelrey, Rita Braga, Te Voy A Matar, TendaGruta, zZZOUNDZZz, Marte & Stealing Orchestra.

We asked to Chili Com Carne artists (musicians or not) to contribute in the soundtrack with "primitive future" as a theme - the theme of the comic-book - so you can expect dystopia and apocalypse from this record. Some of the collaborators are already known in the Portuguese music scene like Ondina Pires (from important bands like Pop Dell Arte and The Great Lesbian Show) or Stealing Orchestra that released in 2011 their third and truly amazing album, Deliverance. Some work on the fringe of the "new music" like Pedro Sousa (Improv sax player, member of Oto and Pão) and Somália (Noise Rock), abstract or functional electronics like John P-Cabasa or Te Voy a Matar (of the Christian Punk Rock collective FlorCaveira and Pop band Pontos Negros), naturalist lo-fi of Rita Braga and post-Industrial Dark Ambient of TendaGruta (mysterious band of Porto that released this year one track on Aural Bowels). And then some comix artists and illustrators made for the first time some "sound" like Pepedelrey, J.Ortega, JMP or Marte while for André Ruivo it's like a "comeback" since he had the Rollana Beat project in the 90s. Although the different personalities of the contributors, it's kind of curious that the soundtrack is musically rather coherent. Maybe we all imagine the "end of the world" tragically in a uniform way, without the show-off of 3D + CGI wrongly mixed with some 80s trash movie. Chili Com Carne always fighted Nostalgia, so we're proud of this opus not being "retro". Nuclear generators can explode. We're ready!


links:
bso/ ost - freemusicarchive.org/music/Various_Artists_at_You_Are_Not_Stealing_Records/Futuro_Primitivo/
livro / book - chilicomcarne.com/shop


Feedback: Categorizar este álbum é um desafio. É ver misturados tribalismos, futurismos, temas ambiente típicos de banda sonora, dark ambient, experimentações electrónicas e até música de carrossel. (...) Este é um conjunto de ecos de uma sociedade distorcida, que vagueia pelas cinzas da destruição. Aliás, o título da compilação resume bem o que esperar. Uma viagem sinuosa, um conceito original e bem conseguido. Infektion Magazine

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Uma desgraça nunca vem só @ Público 8/8/14


Afinal o Imbecílon está atento às movimentações menos óbvias da música... e até deu 4 estrelas ao EP online de Stealing Orchestra e Rafael Dionísio! Ainda há esperança na imprensa portuguesa! Ou isso ou é a "silly season" em que vale tudo!

sábado, 21 de junho de 2014

Stealing Orchestra & Rafael Dionísio - Uma Desgraça Nunca Vem Só


Novo EP de Stealing Orchestra em parceria com o escritor Rafael Dionísio.

(inserir aqui palha, para depois enviar para a imprensa)
Bla bla...
Musicalmente construído à base de samples de fado, etc e coiso
(mais palha)
Estamos convencidos que este é o nosso melhor trabalho até à data.
(dizer qualquer coisa sobre ser uma critica à sociedade contemporânea e que o facto de ser para download grátis tem a ver com o estado em que se encontra o país e que temos uma preocupação genuína por um povo que sofre. Qualquer coisa que nos faça ficar bem para a fotografia)

.!.

Download aqui:


.!.

tracklist:

01 Rio-me porque és da aldeia e vieste de burro ao baile
02 Amigo é aquele que te diz que tens um macaco no nariz
03 Ai Maria, é tanto o teu drama que já nem vou contigo à missa
04 Usa para mim aquela cueca com renda de bilro
05 A Cantiga Selvagem que te canto enquanto faço poses sensuais na minha motorizada
06 Nunca mais me rapo para ti
07 A tua choradeira é meio salário em lenços
08 Gente da minha terra (que mete um nojo do caralho)

Music: João Mascarenhas; Voice & Lyrics: Rafael Dionísio; Mastering: Pedro Costa


.!.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Ode ao Ateísmo


Stealing Orchestra : Deliverance (Your Are Not Stealing Records; 2011)

Saiu o terceiro disco dos Stealing Orchestra, um dos projectos mais interessantes em Portugal no que conta à música urbana e à forma de estar frente ao mercado bairrista e toino português - talvez por isso que está a ser completamente ignorado pela imprensa e o meio musical.
Após dois geniais álbuns e meia-dúzia de EPs em linha em que a samplagem era a palavra de ordem e muitas vezes o "cartoon" era lugar comum, este é um álbum que afasta a banda das características "divertida, cómica, ridícula, hedonista, solar, nostálgica, circense" - o que também não era verdade, por debaixo de camadas de som havia muito mais matéria intelectual do que se ouvia desatentamente... Mas dizia que neste álbum novo, ou os Stealing amadureceram e ficaram homenzinhos sérios, ou amadureceram e estão com uma puta de uma depressão - se calhar ser maduro e deprimido significam exactamente a mesma coisa. Pouco importa! O resultado deste "opus" é uma joia mágica de aparente simplicidade que vai transbordando de mundos a cada nova audição. Para atrás ficaram o Esquivel & a enciclopédia "Bizarre music" & o kitsch do Pop, e mesmo havendo uma forte aposta em utilizar mais instrumentos reais do que "gamanço sonoro" isso não impede de Deliverance seja menos "estéreogámico" como nos registos passados - e "estéreogamia" já um elogio por si próprio.
Em The Incredible Shrinking Band (Zounds; 2003) já havia sub-repticiamente nas faixas afirmações sobre a identidade do Homem do Novo Milénio tal como eram levantadas questões existênciais. Neste novo disco há mesmo uma vontade política de impor esses pontos mesmo tendo consciência que é o mundo é cego, surdo e mudo.
É impossível não deixar de recomendar este disco mesmo que se trate de um simples CD de caixa normalíssima - à partida estava à espera, como amante de coisas belas e insólitas, que, tal como aconteceu no passado, as músicas tivessem ilustradas com colagens de Armando Brás – gráfico que sempre foi considerado como o 5º elemento da banda. Infelizmente só há uma capa (e contra-capa) com as "ilustrações-gamadas". Sabe a pouco visualmente... Mas este acaba por ser um disco bipolar na "Era da Cultura Desmaterializada", ajusta-se a estes tempos em que a Música deixou de ter essas cangalhadas das capas, embalagens e objectos graças ao comércio electrónico e ficheiro descarregado mas desajusta-se pela sua qualidade, isto é, quando todos os dias as pessoas descarregam quantidades impossíveis de música que possam prestar um segundo de atenção, este disco é no entanto um disco que obriga a parar e a ouvir! Quem irá fazer isso?

sábado, 1 de maio de 2010

De um Tiro à Socapa nem o Papa escapa

Recentemente voltei a ouvir o É Português? Não Gosto! dos Stealing Orchestra, editada pela sua netlabel You Are Not Stealing Records, e redescobri o maravilhoso título que usamos neste "post". Inspirador!!! Seria bom que fosse verdade... mas provavelmente o único consolo espirtual na visita do papa-mobile a Portugal será ficar em casa a descarregar os discos desta editora virtual, como os EP's do Dr. Phibes & The Ten Plagues of Egypt, o GENIAL Sta Apolónia (novo projecto do grande guitarrista André Joaquim dos Dr. Frankenstein) ou a última edição, os Grandes Éxitos de GG Allin's Dick (bela capa aqui reproduzida).

Já agora, uma entrevista ao João Mascarenhas, o maestro da "orquestra do gamanço" no blogue Mesinha de Cabeceira.

sábado, 1 de novembro de 2003

actividades da Associação Chili Com Carne até ao fim de 2003

1) festa de apresentação da CanibalCriCa Ilustrada nas Caldas da Rainha no restaurante O Caldinho dia 19 de Novembro às 22h, com presença de João Cabaço, Marcos Farrajota e Nuno Valério.
2) festa de apresentação da CanibalCriCa Ilustrada em S. Romão [Seia, Serra da Estrela] no bar Oráculo dia 21 de Novembro com presença de Marcos Farrajota e o DJ Golden Shower [Infected Beat].
3) feira de fanzines e edições independentes, no dia 19 de Novembro na 1ª Feira Dirty Star Records [Ponto de Encontro, Cacilhas, a partir das 16h até às 24h].
4) feira de fanzines e edições independentes, no dia 2 de Dezembro na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa [entre as 11h30 e 15h30]. em parceria com o fanzine Zundap.
5) presença de alguns títulos do catálogo no IV Mercado Negro - Feira do Livro Alternativo organizada pelas Edições Mortas na Escola Artística e Profissional Árvore [Porto, entre 2 e 6 de Dezembro].
6) presença de alguns títulos do catálogo na feira de arte alternativa Fantasias de Natal organizada pela Cerâmica Chacota, o colectivo Psicoplásticos e fanzine Succedâneo [entre 4 e 7 de Dezembro na Casa Conveniente na Rua dos Remolares, Lisboa; das 15h às 24h excepto Domingo até às 19h]... Com lançamentos de novos zines: Succedâneo #30, Tv Assassina, Minete magazine #2, CanibalCriCa Ilustrada 1/3... concerto dos Kromleqs (Sábado) e venda de pataniscas!!!
7) festa de apresentação da CanibalCriCa Ilustrada no dia 14 de Dezembro, no Lótus Bar [Cascais], a partir das 22h, com Feira de Fanzines e Edições Independentes e Stealing Orchestra [DJ set] e projecções de Tó Carvalho e Nuno Correia.